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September 24, 2016

1‎0 motivos para crianças cultuarem junto com os pais


Na igreja em que pastoreio os professores da Escola Dominical realizam campanhas para os alunos terem frequência na ED, trazerem bíblias, visitantes, etc. Um dos elementos da campanha é a participação dos alunos no culto e a anotação do sermão. Desta forma, eu tenho a grata satisfação de, como pastor, olhar do púlpito e ver crianças e adolescentes prestando atenção máxima no sermão, fazendo anotações. Tem sido uma bênção preciosa ter as crianças e os adolescentes cultuando junto com os pais e recebendo o sermão com atenção. Pensando nisso, resolvi colocar no papel alguns dos motivos que são importantes para mantermos as crianças em todo o período do culto adorando ao Senhor junto com os seus pais.

1°. Crianças aprendendo o que é culto e como cultuar a Deus de forma reverente, não lúdica.

2°. Crianças sendo instruídas sobre o sentido de corpo, de adoração comunitária, adorando com os pais e os outros irmãos do Corpo de Cristo.

3°. Crianças descobrindo, pela simples observação dos adultos, algumas emoções importantes e pouco encontradas em outros ambientes como reverência, alegria, contrição, arrependimento, exortação, consolo...

4°. Pastores pregando mensagens com linguagem mais simples e aplicações direcionadas também para crianças e adolescentes.

5°. Pais treinando os filhos para o culto, durante a semana, por meio do culto doméstico diário.

6°. Pais ensinando seus filhos a permanecerem em silêncio em ambientes que o requerem, como o culto.

7°. Pais continuando o ensino do sermão em casa, verificando se os filhos entenderam a mensagem, resolvendo dúvidas, e aplicando o ensino mais diretamente na vida do filho.

8°. Adultos sendo menos egoístas, aprendendo a suportar algum eventual barulho infantil.

9°. Adultos “adotando” crianças no culto, isto é, trazendo para seu banco crianças cujos pais não são crentes, para que elas não fiquem sozinhas;

10°. Pastores com a consciência tranquila em cumprir exatamente o prescrito na Palavra: Família da Aliança em adoração conjunta.

Por estes motivos tenho incentivado meus colegas pastores a deixarem as crianças no culto, não apenas no domingo da Ceia, mas em todos os domingos. A recomendação do Pastor John Piper, neste sentido, é eloquente: "Você quer que eles aprendam o que é um culto autêntico. A adoração autêntica, verdadeira é a coisa mais valiosa na experiência humana. Pense nisso. O efeito acumulativo de 650 cultos com a mãe e o pai em uma autêntica comunhão com Deus e o seu povo com seus filhos de 4 à 17 anos de idade não tem preço. Isto é incalculável!"

16 comments:

SandraMac said...

Excelente, Reverendo!
Há anos implementei esse sistema de marcar pontos na EBD com as anotações sobre o culto noturno, especialmente para Juniores - a partir de 9 anos.
Foi um sucesso!
Quem dera mais igrejas retornassem a esse costume importantíssimo das famílias cultuarem a Deus juntas, no templo!
Deus lhe abençoe!

Fabricio Valadão Batistoni said...

Pastor, seu artigo carece do mais importante para ser aceito: premissas verdadeiras.
(1) a criança não aprende da mesma forma que o adulto. A criança aprende brincando. Sua atenção é muito seletiva. Lembra-se da diferença entre pedagogia e andragogia ensinada no seminário?
(2) o culto reformado não é centrado no corpo. Nas palavras de um falecido bispo católico, o culto protestante é muitas vezes sombrio, homileticocentrico, cheios de períodos de silêncio e contrição que não faz parte do infantil.
(3) emoções não são aprendidas pela observação. Emoções são sentidas individualmente e - posteriormente - nomeadas.
(4) os pastores recebem treinamento intensivo em hermenêutica e exegese e correm o risco de uma quimera homilética (um curto-circuito didático) quando querem falar a públicos que tem formas de aprendizado diferentes;
(5) o objetivo do culto doméstico não é treinar a criança para o culto dominical, mas mostrar a criança que nosso culto não se limita às quatro paredes do templo.
(6) "ensinar a criança a ficar quieta" é o mesmo que "impedi-las de serem crianças". O barulho é parte da natureza infantil. Sua colocação não tem o menor sentido.
(7) talvez seja a única colocação na sua lista que tenha algum sentido verdadeiro. Já que o pastor não está habilitado a ensinar públicos tão diferentes (veja o ponto 4), os pais devem sim ensinar seus filhos - aliás, pastorear o coração da criança é tarefa dos pais.
(8) colocar a culpa da "distração" nos adultos é cuspir no cérebro dos membros da igreja. Distração é um desvio de atenção e, portanto, involuntário. Eliminar distratores favorece a transmissão e aplicação da mensagem do sermão.
(9) adultos "adotando" crianças no culto? Faça-me o favor. Estamos no século XXI, pastor. Em virtude dos vários escândalos de pedofilia (inclusive na nossa denominação), é recomendável que criança fique na companhia de outra criança - desta forma, ensina-se o filho do crente sobre a "missão" de ser exemplo ao "companheirinho", ainda mais quando desacompanhada de seus pais. Precisamos evitar a aparência do mal.
(10) Família da Aliança em adoração conjunta não precisa acontecer necessariamente no culto dominical. O culto doméstico, a mediação dos problemas da vida escolar, o bom manejo do dinheiro, o amor do casal, a modéstia, etc... são mais pedagógicos que ficar duas horas sentado num banco de igreja.
Sou médico, pediatra, presbítero, pregador da Palavra de Deus, pai de dois filhos, de 2 e 5 anos e faço questão que eles recebam a Palavra de Deus em casa e, durante o culto, que recebam instrução de forma pedagógica na salinha deles, na companhia de outras crianças da idade deles. Amo o Pr Piper, mas nesta questão ele está absolutamente errado. Ainda bem!! Se estivesse sempre certo alguma coisa estaria errada!!

Rev. Ageu Magalhães said...

Prezada Sandra, é o melhor caminho. Deus te abençoe e um abraço.

Rev. Ageu Magalhães said...

Caro Fabrício Valadão,

Este artigo não teve por objetivo dar as bases e os fundamentos para a prática histórica de crianças adorando a Deus junto com os pais. As bases bíblicas desta prática eu dou em outro artigo, que não segue a linha de psicologia do desenvolvimento, mas a Bíblia, nossa única regra de fé e prática. Apreciaria se você o lesse. Aqui: https://resistenciaprotestante.blogspot.com.br/2015/02/por-que-na-minha-opiniao-o-culto.html

Deus o abençoe.
Ageu

Unknown said...

Tenho uma filinha de 1 e 6 meses. Ela está em uma época de descobertas e por vezes acaba atrapalhando nossa concentração e de outras pessoas. Seria melhor, por enquanto, que ela ficasse no berçário?

Ashbel Simonton Vasconcelos said...

Excelente artigo, Rev Ageu. Trouxe meu filho de volta ao culto do Senhor, de onde nunca deveria ter saído, a alguns anos, mas sei que o prejuízo já ficou.
Jesus é claro: "Deixai vir a mim os pequeninos, nos os embaraceis". Crianças devem cultuar junto com a familia, junto com toda a igreja. Isto nada tem a ver com didática. Didática pratica-se em casa ou na EBD. Culto é culto. Culto é o momento de nos apresentarmos (toda a família da aliança conjuntamente) diante de Deus para a adoração. E Deus fala também, por meio do Seu Espírito, até com os bebês ainda no útero (ainda não nascidos) conf Lc 1.44. Seu poder não tem limites. Importa que obedeçamos e todos, do menor ao maior (cf Joel 2.16) compareçamos à sua santa e solene assembleia. Qualquer coisa menor do que isto é desobediência mesmo. São as inovações do presente século. São os extra-bíblicos que invadem as nossas igrejas. É excesso de raciocínio (Rm 1.22) divorciado das Escrituras, nossa única regra de fé e prática. Que Deus tenha nossas crianças com muita misericórdia.

Rev. Ageu Magalhães said...

Prezada Tatyane, o povo da igreja tem que ser mais paciente com crianças. Vejo que, em alguns casos, o culto infantil foi criado apenas para os adultos se livrarem dos barulhos dos pequeninos. Todavia, se sua igreja tem um berçário e você precisa levar sua filha até lá em alguns momentos, não há problema algum nisso. Deus abençoe sua vida.

Unknown said...

Rev. AGEU. Boa tarde. Começo a 'segui-lo' tardiamente, pois foi nesta semana que encontrei o seu blog durante uma pesquisa que fazia a respeito de conteúdos referentes à Comunidade Presbiteriana Chácara Primaver - objeto de análise de minha dissertação de mestrado em Ciências da Religião no Mackenzie. Seus artigos são excelentes, a despeito de eu mesmo discordar de alguns posicionamentos, algumas vezes. Considero que, mais do que tudo, que o amado irmão tem coberto suas respostas aos discordantes com muito respeito. Quanto à questão da presença ou não das crianças durante o culto, é assunto que deveria suceder ao debate a respeito do que representa a mistura de solenidade, simplicidade e espontaneidade. Temos dificuldade de admitir que são realidades convergentes, e não excludentes. Quando visito algumas igrejas 'tradicionais' a tal solenidade me parece o respeito que temos diante de um cadáver, não a alegre reverência que devemos ter diante dAquele que morreu e ressuscitou.Fico com 'pena' das crianças, e eu mesmo tenho vontade de me dirigir para o 'cultinho'.Seja como for, seu artigo merece, sim, ser tomado como base de uma real reflexão. Grande Abraço, meu irmão.

Rev. Ageu Magalhães said...

Caro Rev. Amauri Vassão,

Agradeço as gentis palavras e sua visita. Embora este texto tenha sido a minha última reflexão sobre o tema do culto infantil, o texto base, em que exponho a tese, está aqui:

https://resistenciaprotestante.blogspot.com.br/2015/02/por-que-na-minha-opiniao-o-culto.html

Minha impressão, em poucas palavras, é que a prática iniciada nos anos 70, sem qualquer decisão do Supremo Concílio ou mudança em nossas doutrinas, passou a ser adotada silenciosamente em nossas igrejas, todavia, sem base bíblica que a justifique e sem paralelo na história da Igreja. Meu ponto é que a prática é prejudicial porque fere o Princípio Regulador do Culto e retira a criança do único momento em que a Família da Aliança está junto, cultuando ao Senhor. É, basicamente, isso.

Um abraço.

Rev. Ageu Magalhães said...

Caro Rev. Amauri, a tempo:

De fato, algumas igrejas confundem "solenidade" com "tristeza o que é, de fato, uma tristeza...

Todavia, sou da linha que prioriza fidelidade bíblica acompanhada de solenidade, alegria, introspecção, devoção...

Um abraço,
Ageu

CV PEDAGOGIA said...

Rev.
deixo meu ponto de vista imparcial ao contexto da sua igreja (NÃO CONHEÇO E NÃO POSSO JULGAR) mas ao que tenho visto nas igrejas e acredito que possa somar ao seu conhecimento. Vi que o blog tem diversos conteúdos incríveis que valem a leitura, inclusive o das festas infantis, fantástico. Então decidi contribuir parcialmente com minha opinião, sobr algumas coisas que têm ocorrido no meu contexto (...) parece interessante pro contexto dessa igreja mas automaticamente tem privado as crianças de algo realmente para elas. Não se trata necessariamente de visão. Crianças, pré adolescentes, adolescentes, adultos e idosos são iguais perante Deus e a igreja sendo que ao mesma doutrina equivale a toda igreja. Mas vivenciamos algo ao longo da vida fases específicas relacionadas diretamente a idade.
Com isso parto dos princípios:
-Nem toda igreja funciona da mesma forma em comunidades diferentes da mesma forma que uma receita de bolo. Que expande pro subtópico: -Nem toda criança vai necessariamente com os pais para a igreja
O que funciona em uma igreja não necessariamente funciona em outra, uma igreja está sugeitas ao princípio antropológico e social de comunidade, cada grupo regional tem características únicas e um público. Por exemplo, fiz voluntariado missionário integral durante um tempo em uma igreja em um aglomerado de BH, milhares de crianças vão à igreja sem nenhum responsável que a acompanhe e muitas delas não são familiarizadas ao “ambiente igreja”. Você acaba excluindo uns, favorecendo outros e naturalmente perdendo o “controle” do que está sendo “administrado durante o culto”.
-Criança é criança, adulto é adulto, criança têm identidade tanto quanto adulto.
A criança têm sua identidade assim como o adulto, têm as suas demandas, suas emoções, seus problemas.
-Crianças necessitam de algo que elas compreendam, interajam (assim como os adultos), e não sejam minimizadas por serem crianças. Tô cansada de escrever e esse tópico fala por si só.
-As crianças fazerem anotações é interessante na teoria, mas na prática, nem todas as crianças têm necessariamente fluência dessa escrita…
A escrita precisa ter um significado, e também um re-significado.
Se você partir do princípio que todas as crianças têm pleno conhecimento do sistema de escrita, você já permite que no culto só tenha crianças de 8+ anos que não apresentaram ao longo do caminho dificuldades com esse processo que reduz ainda mais seu alcance.
Pensamos que uma criança não fluente faça as anotações, na hora talvez a memória seja incrível mas conforme a criança vai aprimorando a escrita ela nem sempre reconhece a escrita anterior e quanto mais progresso faz é mais possível que o código perca significância.
(que é um processo bem massante pra elas em 1 hora e meia de sermão, se você fizer uma prática bemmm direcionada uma tabela com tópicos explícitos talvez funcione, mas o tempo é muito longo, nem toda criança tem vivência com escrita principalmente no modelo de escola atual que temos.)
-Fora que nem todos os pais têm crianças “disciplinadas”. Muitos deixam de ir no culto devido ao comportamento de seus filhos. (Tenho parentes que dizem não ir a igreja pois seus filhos são novos e nem sempre tem controle e pelo constrangimento preferem não ir.)
O culto infantil não precisa ser um show de horrores e SÓ com brincadeiras. Deve ter um formato de culto normal (de preferência estar articulado com o sermão pastoral, o que nem sempre é possível) mas deve ensinar a criança a palavra de Deus e também a forma de cultuar no templo (ali temos mais espaço pra cuidar delas).

Rev. Ageu Magalhães said...

CV Pedagogia, seu texto tem muitos elementos de verdade, porém, chamo a sua atenção para alguns aspectos muito importantes:

1. O culto não tem como objetivo apenas ensinar. O ensino é uma das partes do culto (sermão). O culto como um todo é adoração e ensino. Desta forma, se retirarmos as crianças por causa do ensino, quando elas adorarão?
2. A psicologia do desenvolvimento e a pedagogia tem a nos ensinar, porém, o culto é regulado pela Bíblia e não por estas disciplinas. Convido você a ler o meu outro escrito mostrando a ausência total de base bíblica para retirarmos as crianças do culto: resistenciaprotestante.blogspot.com.br/2015/02/por-que-na-minha-opiniao-o-culto.html
3. Quando estabelecemos que o correto é a participação das crianças no culto, o restante é solucionável. Por exemplo, crianças que não têm pais da na igreja podem ser cuidadas por uma equipe de adultos no próprio culto; crianças que não sabem se comportar no culto devem representar um bom estímulo aos pais a fazerem culto doméstico diário, a fim de as crianças aprendam a se portar no culto. Com boa vontade, estes problemas todos podem ser sanados. Lembre-se de que "culto infantil" é algo novo, de 30 anos para cá. Durante toda a história do povo de Deus pais e filhos cultuaram juntos, sem problemas. Um abraço.

Unknown said...

Em grande parte concordo com as ponderações do rev. Ageu Magalhães. Vejo que, em muitos casos, os pais tem se omitido de sua tarefa como sacerdotes do lar e delegam está tarefa para a igreja. Em parte, muitos ministérios infantis vivem sob esta realidade. Logo, as crianças não mais incomodam no culto, e tem os seu próprio espaço de culto. Creio que isto é decorrente da secularização da igreja que temos vivido dia a dia.
Em nossa casa, fomos confrontados com está realidade, quando nosso segundo filho não quis participar de sua salinha durante o culto, ficando conosco. Todos crescemos com isso. Hoje, aos poucos, ele quer participar na sua sala. No entanto, ainda não consigo coibir meus filhos de irem para sua sala. É uma questão forte, que, ao meu ver, carece de transformação nos lares cristãos. Penso que, o ideal seria que o culto fosse comunitário, sem ser excludente, e que as igrejas alertassem para isso. Mas quando o culto tem uma conotação de atividade central da igreja, freia a participação de todos. Além do culto, então sim, programas específicos de ensino para adultos, na linguagem do adulto; tardes mirins, com programação voltada para crianças, pensadas para elas e na linguagem delas. Ao comemorarmos os 500 anos da reforma protestante, penso que deveríamos ser novamente reformados pelo essencial da fé cristã. Sempre estive envolvido com Ministério Infantil (25 anos), e hoje me questiono sobre muito do que fiz e vivi nos serviço aos pequeninos. Bom é saber que a graça de Deus é maior do que eu e não depende do que eu fiz, faço ou vou fazer. Todavia, minha esposa e eu temos buscado por clareza neste sentido, e ler este POST foi gratificante. Inda não temos uma resposta fechada, um modelo ideal, uma convicção sobre como lidarmos com estas questões. No entanto, é bom saber que não somos os únicos a fazer estes questionamentos. Que Deus nos conceda sabedoria!

Rev. Ageu Magalhães said...

Obrigado, irmão. Recomendo a leitura do livro "O Berçário do Espírito Santo". Veja abaixo:

https://loja.clire.org/produto/o-bercario-do-espirito-santo-promocao-de-lancamento/


Pedro Aragão said...

Excelente texto rev, além de oportuno! Parabéns!

Rev. Pedro Aragão - IPB

Debynha Silvester said...

Arrasou

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