Ao identificar fatores que motivam seu desejo
sexual, também quero que você observe se está tratando seu pecado como um
amigo, aliado, refúgio, etc. Esses insights são essenciais
para o arrependimento fazer sentido como parte central da mudança. A não ser que
vejamos como o nosso pecado procura substituir Deus em nossas vidas, nossa
necessidade de nos corrigirmos diante de Deus surge como se Deus estivesse
inibindo indevidamente a nossa sexualidade.
“Sua batalha com o vício sexual não
começa com o seu comportamento. Ela
começa com o que você quer, pelo que você vive” (David Powlison em Sexual
Addiction, p. 6).
1.Tédio (O Pecado como a Minha Alegria)
Quando o tédio é o que aciona o nosso
desejo sexual, então o pecado se torna a nossa alegria. Quando há um momento
que pode ser ocupado com algo de nossa escolha, nós buscamos o pecado para
preencher o vazio, e não Deus ou algum de Seus desejos legítimos. Nós começamos
a perder nosso apetite para o prazer piedoso como a criança que come doce para
de querer comida saudável. Mesmo quando eles sentem o entorpecimento dos altos
e baixos das guloseimas, eles não conseguem conectar isso a sua dieta, e
procuram outro “barato do açúcar” como a solução “óbvia”.
“Sexo não é supremo… Ídolos começam como coisas boas a que damos importância demais,
e poucas coisas transformam-se em idolatria com mais frequência ou poder que o
sexo. Nós permitimos que um bom dom de Deus suplante o Deus que o
deu. Sexo é bom, até ótimo, mas não é supremo”. (Tim Challies
em Desintoxicação Sexual, p.61.)
Leia Neemias 8.9-12. Deus é um
Deus de grande alegria e prazer. Muitas
vezes, vemos Deus como algo tão sério que acreditamos que “diversão” deve ser
algo contrário a Ele. Quando Deus chamou Israel ao arrependimento por meio de
Neemias e Esdras, Ele pediu que eles expressassem seu arrependimento em
celebração. Se o fator do tédio o leva a pecar, permita que essa passagem
desafie sua visão de Deus.
2. Solidão (O Pecado como Meu Amigo)
Quando a solidão é o que nos leva ao
pecado sexual, o pecado se torna nosso “amigo”. O pecado sexual é sempre
relacional quer o relacionamento seja fictício ou físico. Assim, ele se ajusta
bem à solidão. É como se nosso pecado (uma pessoa, uma sala de bate-papo ou um
vídeo) nos dissesse: “conte-me seus problemas”. Nós ficamos felizes em pegar
uma cadeira e desabafar. Ao fazermos isso, falar com uma pessoa real ou com
alguém que não é parte de nosso pecado torna-se muito arriscado. Agora, nós
tememos ser julgados ou descobertos por qualquer pessoa além do nosso “amigo”.
“Eu posso criar um mundo perfeito. As coisas sempre acontecem exatamente do meu jeito. As
pessoas fazem exatamente o que eu quero. Eu estou sempre no topo. A
fantasia é ótima para alimentar o ego” (Testemunho anônimo no livro de
David Powlison, Pornography: Slaying the Dragon, p. 19).
Leia Provérbios 27.6. Durante o
pecado sexual, nós escrevemos esse provérbio ao contrário. Nós cremos que “Leais são os beijos do inimigo; mas as feridas do
amigo são enganosas”. Quando o pecado reverte os papéis de amigo e inimigo, ele
nos prende até que restituamos os rótulos certos às pessoas em nossas vidas. Se
o fator da solidão o leva ao pecado sexual, então examine em oração quem ou o
que você está chamando de “amigo”.
3. Stress (O Pecado como Meu Consolador)
Quando o stress é o que nos leva ao
pecado sexual, o pecado se torna nosso “consolador”. Nós corremos para ele ou
ela. O pecado ou nosso parceiro de adultério torna as coisas melhores (pelo
menos enquanto ela ou ele permanece escondido e conosco). Porém o consolo
possui uma qualidade viciante. O stress de que somos aliviados é multiplicado
pelo stress que ele ou ela cria. Isso nos mantém num ciclo de stress,
retornando a uma fonte primária de stress para ter alívio.
“Nós desejamos intimidade em um nível
relacional. Nós nos sentimos solitários. Mas,
nós também temos medo da intimidade. Nós não temos certeza de que
podemos alcançá-la ou se estamos vulneráveis o bastante para manejá-la”. (Tim
Chester in Closing the Window, p. 47)
Leia João 14.25-31. Jesus descreve o Espírito Santo como o “Ajudador” ou o “Consolador” (v.
26) e como a fonte de paz que é distinta da paz do mundo que sempre nos leva ao
medo (v. 27). Se uma fonte de consolo não permite que você seja mais real com
mais pessoas, então não é verdadeiro consolo. É uma droga que te entorpece você
antes de te deixar doente. Se o fator do stress o leva ao pecado sexual, então
examine se seu “consolo” é real ou uma forma de automedicação relacional.
4. Frustração (O Pecado como Minha Paz)
Quando a frustração é o que nos leva
ao pecado sexual, então o pecado torna-se nossa fonte de paz. O pecado é
tratado como um “oásis”. Quando isso acontece, nós rotulamos o pecado de nosso
“abrigo” em comparação às partes da vida que nos chateiam. Isso torna o pecado
nosso amigo e tudo o que se opõe ou interfere vira nosso inimigo.
Leia Romanos 16.17-20 e 1
Tessalonicenses 5.22-24. Perceba
que cada passagem refere-se a conhecer o Deus de paz como alternativa a cair em
tentações baseadas em desejos enganosos. Em quem você procura paz quando algo
te frustra é aquilo que determina o seu caráter. Assim que você declara que
algo ou alguém é a fonte de sua paz, você será leal a isso e o obedecerá.
5. Fadiga (O Pecado como Minha Fonte de Vida)
Quando a fadiga é o que nos leva ao
pecado sexual, então o pecado torna-se nossa fonte de vida. Nós buscamos no
pecado nosso impulso para suportar o dia. Pensar em nosso pecado nos faz
prosseguir quando pensamos em desistir. A adrenalina da satisfação sexual
(física ou romântica) torna-se uma droga que usamos para artificialmente nos
estimularmos, a qual começamos a questionar se conseguiríamos viver sem.
Leia 2 Coríntios 4.7-18. Essa passagem usa muitas palavras que podem ser sinônimas ou criam
fadiga: aflitos (v. 8), perplexos (v. 8), perseguidos (v. 9), abatidos (v. 9) e
desfalecer (v. 16). A fadiga pode fazer você se sentir só e o pecado sexual
torna-se sua companhia vivificadora. Paulo diz que é somente Cristo que pode
ser a vida em nós que enfrenta a fatigante morte ao nosso redor (v. 10-12).
Duvidar dessa verdade revela que estamos acreditando em (ou pelo menos ouvindo
atentamente) mentiras.
6. Dor (O Pecado como Meu Refúgio)
Quando a dor é o que nos leva ao
pecado sexual, o pecado se torna nosso refúgio. Em nossos momentos de fuga
pecaminosa, nos sentimos protegidos da vida e uma crescente lealdade ao nosso
pecado se desenvolve. Na verdade, nosso pecado nos fornece tanta proteção
quanto uma criança puxando a coberta sobre a própria cabeça, mas, em nossos
momentos de dor, apreciamos mesmo o pseudo-refúgio do pecado comparado à
aparente ausência de qualquer outro abrigo.
Leia o Salmo 31. Esse salmo alterna entre um pedido de socorro e uma canção de confiança.
Assim, o salmo revela o realismo com que a Escritura fala. O pecado sexual é um
pseudo-refúgio à disposição. Mesmo quando não podemos ter o pecado, podemos
fantasiar sobre a presença dele. Entretanto, o verdadeiro refúgio de Deus está
disponível pelo mesmo tipo de exercício “meditativo”. Porém, ele pode nos
livrar de verdade por meio do direcionamento da Escritura, da presença de Seu
Espírito e do envolvimento de Seu povo.
7. Traição (O Pecado como Minha Vingança)
Quando a traição é o que nos leva ao
pecado sexual, o pecado se torna a nossa vingança. Nós sabemos como a traição
(especialmente traição sexual) é poderosa, então decidimos usar seu poder para
nossos propósitos de vingar-nos daqueles que nos magoaram. Cegos pela dor,
tentamos usar a dor para conquistar a dor, mas apenas a multiplicamos. Nós
continuamos esse efeito dominó potencialmente infinito que nos agride,
alternando as experiências da dor da traição e da vergonha de trair, apesar de
sabermos como isso perpetua a dor.
Leia Romanos 12.17-21. É bastante tentador ler essa passagem como se Deus o impedisse de ter um
doce alívio e satisfação. Mas, na realidade, Deus está te impedindo de
transformar a traição de outro em autodestruição. Deus não está removendo a
vingança. Ele está simplesmente dizendo que Ele é o único que pode manejar seu
poder sem ser vencido por ela. O pecado não pode derrotar o pecado; não mais
que o óleo pode remover uma mancha de suas roupas. É tolice crer que seu pecado
sexual pode fazer o que somente a morte de Cristo na cruz conseguiria – trazer
justiça à injustiça.
8. Amargura (O Pecado como Minha Justiça)
Quando a amargura é o que nos leva ao
pecado sexual, o pecado se torna a nossa justiça. Se o pecado como vingança é
rápido e ardente, o pecado como justiça é lento e frio. Não estamos mais
procurando ferir os outros com nossos atos; agora, estamos meramente nutrindo
nossa ferida. Se tentássemos explicar nosso pecado em palavras, teríamos de
dizer que achamos que nosso pecado tem algum poder de cura. Mas, porque isso
parece tolice, tendemos mais a apenas justificá-lo com o pecado cometido contra
nós.
Leia Hebreus 12.15-17. Nesta passagem, uma “raiz de amargura” é diretamente ligada ao pecado
sexual (v. 16). Quando a amargura distorce nossa perspectiva, trocamos coisas
de grande valor (nossa integridade e/ou unidade da família) por coisas de pouco
valor (um desejo liberado ou uma fantasia rapidamente trazida à vida) como Esaú
vendeu sua primogenitura por uma tigela de sopa.
9. Oportunidade (O Pecado como Meu Prazer)
Quando a oportunidade é o que nos
leva ao pecado sexual, o pecado se torna nosso prazer. Muitas vezes, o pecado
sexual não exige mais que um tempo sozinho com um computador, um momento livre
para mandar mensagem ou um membro do sexo oposto para “conversar” (isto é,
flerta ou permitir que leve meus fardos). Quando o caso é esse, o pecado sexual
tornou-se nossa diversão normal, nosso passatempo preferido. Quanto mais o
nosso pecado sexual se infiltra nas partes comuns da vida, mais abrangentes
serão as mudanças de coração e estilo de vida necessárias para arrancá-lo.
“A realidade é que, muitas vezes, não
gostamos da vergonha e das consequências do pecado, mas ainda gostamos do
pecado em si… É por isso que a pornografia
é agradável. Vamos ser honestos sobre isso. Se
fingirmos que não, jamais a venceremos. As pessoas gostam de
assistir pornografia – ou elas não assistiriam. A Bíblia fala sobre
os prazeres do pecado. Eles são temporários. Eles são
perigosos. Eles são prazeres vazios comparados com a glória de
Deus. Mas, não obstante, eles são prazeres”. (Tim Chester
em Closing the Window, p. 15)
Leia Filipenses 3.17-21. Paulo está abordando aqueles que têm um “deus em seu ventre” (v. 19).
Essas são pessoas cujos apetites básicos, as partes cotidianas de suas vidas,
estão em confronto com Deus. Paulo chorava ao pensar em pessoas nessa condição
(v. 18). Se a mera oportunidade se torna um motivo central para seu pecado, que
essa passagem lhe choque e acorde!
10. Rejeição (O Pecado como Meu Conforto)
Quando a rejeição é o que nos leva ao
pecado sexual, o pecado se torna nosso conforto. Nossa cultura fez as coisas
feitas por causa do “medo de rejeição” parecerem neutras, como se a motivação
negativa negasse a malignidade do pecado; como se nós nos tornássemos vítimas
de nosso próprio pecado quando tememos a rejeição. O problema com temer a
rejeição é que isso nos torna tolos. Somente o temor do Senhor pode nos fazer
sábios (Pv 1.7). Quando reagimos por medo da rejeição, naturalmente buscamos o
conforto das pessoas em vez do conforto de Deus.
“Assim que entendemos que o alvo
primário do comportamento sexualmente viciante é evitar a dor relacional
– em essência, controlar a vida – começamos a descobrir o problema
principal… Sob diversas camadas da superfície há uma força penetrante e
integral que exige o direito de evitar a dor e experimentar a autorrealização. Essa energia egocêntrica é a própria essência do que a Bíblia
chama de ‘pecado’”. (Harry Schaumburg em False Intimacy,
p. 20, 24)
Leia Provérbios 29.25. A Escritura chama do “medo de rejeição” de “temor do homem” .Não é algo
inocente porque substitui Deus como Aquele por cuja aprovação nós vivemos. São
os valores, caráter e preferências de quem tememos que influenciam nossas
decisões, emoções, moralidade e reações instintivas. Se a rejeição é seu motivo
primário para o pecado sexual, permita que essa passagem desafie a orientação
da sua vida.
11. Fracasso (O Pecado como Meu Sucesso)
Quando o fracasso é o que nos leva ao
pecado sexual, o pecado se torna nosso sucesso. No mundo da fantasia do pecado
sexual (pornografia, mídia romântica ou adultério), você sempre ganha. Você
fica com a garota. Você é a donzela resgatada. Nenhuma parte da vida real pode
competir com a taxa de sucesso rápido do pecado. O pecado vem primeiro e o
custo depois. O custo do sucesso verdadeiro vem primeiro. Em casamentos
saudáveis, sacrifício é uma parte primária da alegria. Ao entregar-se ao pecado
sexual como uma forma de sucesso, ele o levará a desejar o tipo de sucesso que
destrói uma família. Mesmo se o relacionamento de adultério se torne estável,
ele se tornará “real” o bastante para não mais jogar pelas suas regras
preferidas de sucesso.
Leia Mateus 21.28-32. Por que o segundo filho disse “eu vou” e não cumpriu a tarefa (v. 30)?
Um motivo potencial é o medo do fracasso. Sem dúvida, ele teria visto o pai
insatisfeito com ele e se sentiria mais próximo de alguém que somente quer que
ele faça o que tem vontade (i.e., pornografia, mídia romântica ou parceiro de
adultério). Usar o pecado sexual como sucesso barato resulta em ferir
relacionamentos reais, mentira, ficar na defensiva por ser “julgado” e
retroceder a relacionamentos doentios ou fictícios. Em vez de avaliar os outros
por como eles nos fazem se sentir, arrependa-se de seu medo do fracasso.
12. Sucesso (O Pecado como Minha Recompensa)
Quando o sucesso é o que nos leva ao
pecado sexual, o pecado se torna a nossa recompensa. O seu pecado sexual se
tornou o que você faz quando precisa descansar ou o que você “merece” depois de
completar algo difícil? O seu pecado sexual tornou-se a cenoura que você
balança na sua frente para manter a motivação? Quando o pecado se torna a nossa
recompensa, nos sentimos enganados pelo arrependimento. Deus e todo mundo que
fala em Seu nome tornam-se estraga-prazeres.
Leia Hebreus 11.23-28. Moisés estava diante de uma escolha entre que recompensa ele considerava
mais satisfatória: o tesouro do Egito ou o privilégio de ser servo de Deus (v.
26). O pecado sexual nos dá uma escolha semelhante: um tesouro fácil ou um
serviço humilde. A não ser que Cristo seja seu herói, e Deus o seu Pai
admirável, então a escolha parece facilmente ser andar na direção da
destruição.
13. Direito (O Pecado como o que Mereço)
Quando o direito é nosso motivo para
o pecado sexual, o pecado se torna o que merecemos. Quando você está diante do
seu pecado sexual, você pensa ou diz “Como eu vou conseguir o que preciso…
mereço… conquistei?”. Você consegue ver como o pecado sexual tornou-se sua
medida para o que é um “bom dia” ou se alguém está contra ou a favor de você?
Você está disposto a permitir que apenas Cristo, que morreu pelo pecado de onde
você está tentando obter vida, seja a medida do que é “bom” em sua vida?
Leia Jeremias 6.15 e 8.12. O povo de Deus tinha perdido a habilidade de envergonhar-se do
pecado. Por quê? Uma explicação possível (que pode explicar nossa incapacidade
de envergonhar mesmo se não se aplica a eles) é que eles criam que mereciam seu
pecado. Quando isso acontece, acreditamos que sabemos mais que Deus. Nós
creditamos que as situações únicas da nossa vida são mais importantes que as
verdades eternas da ordem criada de Deus. Nossa confiança para discutir nos
furta a humildade necessária para se envergonhar.
14. Desejo de Agradar (O Pecado como Minha Auto-Afirmação)
Quando o desejo de agradar é nosso
motivo para o pecado sexual, então o pecado se torna nossa auto-afirmação. É
fácil agradar um ator pornô ou um parceiro de adultério. Eles têm interesse em
serem agradados. Toda o relacionamento é baseado em comércio (“o cliente tem
sempre a razão”) ou conveniência (“se eu não estou agradando você, você tem
outro lugar para ir”) em vez de comprometimento (“eu escolho você incondicional
e fielmente nos tempos bons e ruins”). Muito frequentemente, o pecado torna-se
um lugar de fuga quando você não está querendo fazer alguém feliz.
Leia Efésios 4.25-32. Note que o tipo de interação relacional descrita nesses versos é
incompatível com um desejo exagerado de agradar os outros. Não podemos viver a
vida para a qual Deus nos chamou (quer estejamos pecando sexualmente ou não) se
nosso principal desejo é agradar os outros. Nossas conversas devem ser
graciosas e boas para a edificação (v. 29), mas isso pressupõe que estamos
dispostos a falar sobre áreas de fraquezas com aqueles que amamos.
15. Horário (O Pecado como Tranquilizante)
Quando o horário é o que nos leva ao
pecado sexual, o pecado se torna nosso tranquilizante. Você usa seu pecado
sexual para ajudar a dormir, começar o dia, acabar com o tédio, passar o tempo
ou como um estimulante? Quais são os horários do dia ou da semana em que
normalmente você luta contra o pecado sexual? O seu pecado sexual tem se
tornado uma rotina?
Leia 1 Timóteo 4.7-10. Quando você usa o pecado como um tranquilizante, você está se
exercitando na impiedade (veja o v. 7). Muitas vezes, como essas ocorrências
acontecem durante períodos de inatividade, achamos que não são tão ruins. Nós
as vemos mais como uma criança que ainda chupa o dedo em vez de uma criança que
está desafiando a instrução direta dos pais. Se disciplinar-nos para a piedade
significa algo, isso é importante quando nos sentimos indisciplinados.
16. Lugar (O Pecado como Meu Escape).
Quando o lugar é o que nos leva ao
pecado sexual, o pecado se torna o nosso escape. A natureza fantasiosa de todo
pecado sexual o torna uma fuga perfeita de um local desagradável. Nós podemos
estar “presentes” e “ausentes” ao mesmo tempo. Nós podemos receber presença (ou
pelo menos evitar levar falta) sem precisar estar presentes. Podemos estar
mentalmente com nosso amante enquanto enfrentamos um encontro chato, crianças
difíceis, um cônjuge desinteressado, um apartamento solitário ou outro contexto
desgradável.
Leia o Salmo 32. Perceba que o salmo começa falando sobre um tempo ou lugar desagradável
(v. 1-5). Mas, em vez de fugir, Davi correu para Deus (v. 7) e encontrou a
alegria que você busca por meio da fuga pelo pecado sexual (v. 10-11). Quando
nós fugimos em uma fantasia sexual, estamos usando nossa fantasia como um Deus
substituto. Estamos, com efeito, orando para e meditando sobre nosso pecado
durante um período de dificuldade em busca de libertação.
17. Pensamentos Negativos (O Pecado como Meu Silenciador)
Quando pensamentos negativos são
nosso motivo para pecar, o pecado torna-se nosso silenciador. Na fantasia
sexual (pornografia, mídia romântica ou parceiro de adultério), sempre somos
desejados e vemos a nós mesmos pelos olhos de quem nos deseja. Nós nos
entregamos a eles não apenas fisicamente, mas na imaginação. Porque nós sabemos
que o relacionamento tem curto prazo, estamos dispostos a isso. Se o
relacionamento fosse permanente, o poder do efeito silenciador seria diluído
com o passar do tempo e negado por nosso crescente número de falhas na presença
do (a) parceiro (a).
Leia o Salmo 103. O pecado (ou mesmo um relacionamento humano saudável) nunca fará o que
somente Deus pode fazer. O silêncio definitivo para os nossos pensamentos
negativos é a morte de Cristo na cruz – afirmando que éramos tão maus quanto
pensávamos, mas substituindo nossa deficiência com Sua justiça. O pecado sexual
oferece uma justiça fantasiosa. Ele só pode oferecer o tipo de cobertura
zombada no clássico livro infantil A Roupa Nova do Imperador.
18. Público (O Pecado como Meu Parque de Diversões)
Quando o público é o que nos leva ao
pecado sexual, o pecado se torna nosso parque de diversões. Nós caminhos pela
vida como uma criança num parque; admirando cada pessoa que vemos como um
brinquedo novo ou uma aventura romântica, fazendo insinuações sexuais
grosseiras a cada comentário ou tratando todos os presentes como se eles
existissem para nos divertir e nos estimular sexualmente. Nosso pensamentos
particulares são alimentados por uma interpretação hipersexualizada do que está
à nossa volta.
“O ato de olhar pornografia é em si
mesmo parte do socorro que ela pretende oferecer. Eu posso procurar mulheres que estão disponíveis para mim. Eu
posso escolher entre elas como um ser soberano. Isso oferece um
senso de controle”. (Tim Chester, em Closing the Window, p. 50).
Leia Romanos 1.24-25. Você consegue ver na descrição do sexo como um parque o que significa
“mudar a verdade de Deus em mentira, e honrar e servir mais a criatura do que o
Criador” (v. 25)? Deus nos entregará a esse tipo de coração lascivo (v. 24). É
por isso que uma amputação radical do pecado é uma resposta sábia e necessária
para impedir que o pecado sexual se torne nosso parque de diversões (Mt
5.27-30).
19. Fraqueza (O Pecado como Meu Poder)
Quando fraqueza é o que nos leva ao
pecado sexual, o pecado se torna nosso poder. A estimulação (física e química
associada com a excitação) do pecado sexual oferece uma fachada de força. Outra
pessoa se deleitando em você produz uma aparência de importância. Como acontece
com muitos desses motivos, o sexo torna-se um meio para um fim. Sexo não é mais
uma expressão de amor, mas uma tentativa de obter algo. Isso é sempre uma
receita para sexo disfuncional e insatisfatório.
“Meu pastor pregava que a principal
questão do adultério é que você quer alguém para adorar e servir você, para
estar à sua disposição. Isso ecoou em mim. Eu
podia enxergar esse tema em minhas fantasias”. (Testemunho anônimo
em Pornography: Slaying the Dragon, de David Powlison, p. 15).
Leia 2 Coríntio 11.30. Você está disposto (expor pública e verbalmente) sua fraqueza como uma
maneira de fazer Cristo mais conhecido e viver em relacionamentos mais
autênticos? Essa é a única liberdade que permitirá que você desfrute o que está
procurando no pecado sexual. Se isso soa retrógrado, leia o que Paulo diz em
sua primeira carta aos Coríntios (1.20-25) e pergunte a si mesmo se sua
“sabedoria” é ficar mais perto ou mais longe de onde você quer estar.
Liste e faça um ranking dos top cinco
motivos para seu pecado sexual.
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“Pornografia sempre é um sintoma de
questões mais profundas. Envolve lascívia, mas também
envolve raiva, intimidade, controle, medo, fuga e assim por diante. Muitos
desses problemas aparecerão em outras áreas da vida”. (Tim Chester,
em Closing the Window, p. 109).
Para algumas pessoas, o motivo de seu
pecado sexual será muito evidente. Talvez você possa rapidamente entender os
motivos que o levam a acreditar que o pecado “vale a pena” ou “funcionará”
dessa vez. Para outros, exige reflexão no momento de tentação para discernir o
que os atrai.
O valor de entender o motivo de nosso pecado é que nos permite ouvir as promessas vazias que o pecado faz para que possamos voltar para nosso amoroso Pai Celestial que quer e pode cumprir essas promessas. Eu espero que esse post tenha te ajudado a enxergar o vazio do pecado e te preparado a aceitar a plenitude de Deus no evangelho.
Publicado em português em: https://voltemosaoevangelho.com/blog/2019/04/19-fatores-que-levam-voce-a-ver-pornografia/
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