O Veganismo é um conjunto de
práticas focadas nos direitos dos animais que, por consequência, adota uma
dieta baseada em vegetais, livre de todos os alimentos de origem animal, como:
carne, laticínios, ovos e mel, bem como produtos como o couro e qualquer
produto testado em animais.
O vegano não deve usar artigos de
peles, couro, lã, seda, camurça ou outros materiais de origem animal (como
adornos de pérolas, plumas, penas, ossos, pelos, marfim etc.), pois implicam a
morte ou exploração dos animais que lhes deram origem. Sendo assim, um vegano
se veste de tecidos de origem vegetal (algodão, linho, etc) ou sintéticos
(poliéster, etc).
Veganos fazem uso da dieta
vegetariana estrita, ou seja, excluem, da sua alimentação, carnes e embutidos
(enchidos), banha, vísceras, músculos, gelatina, peles, cartilagens,
lacticínios, ovos e ovas, insetos, mel e derivados, frutos do mar e quaisquer
alimentos de origem animal. Consomem basicamente cereais, frutas, legumes,
vegetais, hortaliças, algas, cogumelos e qualquer produto, inclusive
industrializados, que não contenha ingredientes que dependam de uso animal em
sua produção.
Circos com animais, rodeios,
vaquejadas, touradas, zoológicos ou qualquer coisa que explore os animais de
algum modo, também são boicotados pelos veganos pois estas práticas implicam
escravidão, posse, deslocamento do animal de seu habitat natural, privação de
seus costumes e comunidades, adestramento forçoso e sofrimento.
Veganos não caçam, não promovem
nenhum tipo de pesca, e boicotam qualquer "desporto" que envolva
animais.
Diante de tantas proibições, a
pergunta a ser feita é: Pode o cristão se submeter a estas exigências? Deus
exige isso de seus filhos? A resposta é não por, pelo menos, 18 motivos.
1. Deus autorizou seu povo a
comer carne (Gn 9.3; At 11.5-9);
2. O povo de Deus, no Antigo
Testamento, sempre comeu carne de boi, ovelha, cabra e outros animais (Jz 6.20;
1Sm 28.24,25; 1Re 4.23; Am 6.4);
3. O povo de Deus, no Novo
Testamento, também comia carne bovina (Mt 22.4; Lc 15.30);
4. O povo de Deus comia carne de
peixe (Nm 11.5; Ec 9.12; Ez 47.10; Mt 4.18; Lc 11.11);
5. Jesus alimentou a multidão com
pão e carne de peixe (Mt 15.37; Mc 6.42);
6. Gafanhotos eram comidos (Lv
11.21,22; Mt 3.4; Mc 1.6);
7. Aves eram parte da alimentação
(Êx 16.12,13; Nm 11.18-20,32,33; 1Re 4.23; 1Sm 26.20);
8. O povo de Deus bebia leite (Dt
32.14; Jó 20.17; Jó 21.24; Pv 27.27; Ct 4.11);
9. O povo de Deus bebia mel (1Sm
14.27; 2Sm 17.29; Ct 4.11; Sl 19.10; Pv 16.24; Mt 3.4; Mc 1.6);
10. As descrições bíblicas de uma
terra prometida são de “terra que mana leite e mel” (Ex 3.8,17; 13.5; 33.3; Lv
20.24; Nm 13.27);
11. Deus usou e ordenou o uso de
peles de animais (Gn 3.21; Ex 25.5; Nm 31.20; Hb 11.37);
12. Homens de Deus como Elias e
João batista usavam couro (2Re 1.8; Mt 3.4; Mc 1.6);
13. A seda também é permitida por
Deus nas Escrituras (Ez 16.10; Ez 16.13; Ap 18.12);
14. A descrição da nova Jerusalém
é de portas feitas de pérola (Ap 21.21);
15. Tanto a caça quanto a pesca
são atividades permitidas por Deus (Gn 25.28; 27.3,5; Pv 12.27; Ez 47.10; Mt
4.18; Mt 13.48; Lc 5.4-6);
16. Animais eram usados tanto nos
sacrifícios, quanto na agricultura, quanto nas guerras (2Re 6.17, Lc 9.62);
17. Os anjos, em corpos humanos,
se alimentaram de coalhada, leite e carne bovina (Gn 18.8);
18. Jesus se alimentava de carne
de peixe (Lc 24.42,43), mel (Lc 24.43); pão (Mt 26.26); carne de cordeiro (Êx
12.3) e, muito provavelmente, como todo judeu, de queijo de cabra, ovos,
azeitonas, trigo, cevada, lentilhas, tâmaras, melõe, pepinos, romãs, e uvas
passas.
O que está na base do Veganismo é
a ideia de que o sofrimento animal não é permitido sob hipótese alguma. A vida
animal é sagrada. Em um mundo vegano ideal, os animais morreriam de velhice.
Conquanto cristãos tenham o dever de cuidar da criação de Deus (Gn 1.28), Deus
colocou os animais abaixo dos seres humanos. O que o paganismo fez, no passado,
foi inverter esta ordem “adorando e servindo a criatura em lugar do Criador”
(Rm 1.25). O que a Ecologia (e agora o Veganismo) estão fazendo é ressuscitar o
paganismo colocando a natureza como o próprio Deus e divinizando os animais.
Assim, cristãos devem perceber que não se trata apenas de uma inocente dieta
para cuidado da saúde, mas de uma filosofia que inverte os ensinos da Palavra
de Deus e que produz a idolatria da criação.
“Para a liberdade foi que Cristo
nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de
escravidão.” (Gl 5.1) “Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por
que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: não manuseies
isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro, segundo os preceitos e
doutrinas dos homens?” (Cl 2.20-22). Foge destes que “exigem abstinência de
alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis
e por quantos conhecem plenamente a verdade; pois tudo que Deus criou é bom, e,
recebido com ações de graças, nada é recusável, porque, pela palavra de
Deus e pela oração, é santificado.” (1Tm 4.3-5) “Portanto, quer comais,
quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.”
(1Co 10.31)