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March 25, 2015

Dízimos & Ofertas: Obediência de fé e testemunho de gratidão - Rev. Hermisten M.P. Costa


           A Igreja tem corrido o sério risco de deixar de usufruir muitas bênçãos de Deus, pelo simples fato de temer ser confundida com as seitas que fazem um uso equivocado de determinado ensino bíblico. Como se tornou comum em nosso país, entre outras explorações, a exploração religiosa, fazendo com que os fiéis entreguem às igrejas seus bens como forma de negociar com Deus, nós, às vezes incorremos no erro de não falar de dízimo e ofertas em nossas igrejas, deixando assim, de tratar deste maravilhoso ensinamento bíblico, tão abençoador para o povo de Deus. Vamos ao estudo.

1. O Dízimo no Antigo Testamento:
             O Dízimo no Antigo Testamento está sempre relacionado com a fé em Deus, e com a separação da décima parte de certas possessões para usos especiais, de acordo com a ordem de Deus.

            A) Entre os Patriarcas:

1)    Abraão dizimou os despojos da guerra entregando-o a Melquisedeque (Gn 14.20). É importante observar que não há nenhuma explicação do fato nem se menciona qualquer lei que obrigasse Abraão a dar o dízimo. No entanto, a evidência é que essa prática fazia parte da vida religiosa de Abraão. Outro ponto importante, é que Melquisedeque era um tipo de Cristo (Hb 7.4,8,17). Portanto, Abraão neste ato não estava simplesmente honrando a Melquisedeque mas, a Cristo, a Quem Melquisedeque tipificava, apontando assim, para o caráter eterno do Seu sacerdócio.[1]
2)    Jacó se dispõe a dar o dízimo. A sua atitude foi espontânea como resultado da sua experiência com Deus em Betel (Gn 28.18-22). É provável que nessa época o dízimo fosse um elemento esporádico na tradição religiosa dos patriarcas, ligado à necessidade de retribuir a Deus as suas dádivas, como na vitória de uma batalha, ou no sucesso de uma jornada importante.

            B) Na Lei de Moisés:

          Aqui o dízimo passa a exercer papel de grande relevância. Podemos observar cinco pontos importantes com respeito ao dízimo:

1)    O povo deveria dar os dízimos de todos os produtos da terra e dos rebanhos (Lv 27.30). Vemos também aqui um fim espiritual pedagógico: “Para que aprendas a temer ao Senhor  teu Deus todos os dias” (Dt 14.22-23).
2)    Os dízimos pertencem ao Senhor (Lv 27.30). Contudo, o seu propósito imediato era o sustento dos levitas – que não teriam outra herança entre os filhos de Israel –, em troca dos serviços prestados na Congregação. Por sua vez, os levitas davam o dízimo dos dízimos ao sacerdote (Nm 18.21-32; Dt 12.12,19; 14.27).
3)    Outro propósito dos dízimos era o auxílio aos necessitados – o estrangeiro, órfão, a viúva – que assim não ficariam desamparados na terra de Israel  (Dt 14.28-29; 26.12-13).
4)    Ainda outro propósito dos dízimos era a celebração de uma refeição cultual pelas famílias do povo de Deus, juntamente com os levitas de suas respectivas cidades (Dt 12.7,12). Certamente, nessa refeição seria consumida apenas uma parte dos dízimos. Para evitar que os deuses cananitas fossem honrados na época da ceifa, insiste-se que toda cerimônia religiosa associada com a colheita e com o dízimo seja celebrada no lugar determinado por Deus e não num santuário pagão (Dt  12.13,14; 14.23). Séculos depois, Deus recrimina o povo de Israel pela sua insensibilidade espiritual em entender que era Ele mesmo Quem lhe dava bens e fartura nas colheitas, não baal, à quem atribuíam estas bênçãos, retribuindo-as com culto idólatra: “Israel é vide luxuriante, que dá o fruto; segundo a abundância do seu fruto, assim multiplicou os altares; quanto melhor a terra, tanto mais belas colunas fizeram” (Os 10.1); “Eu ensinei a andar a Efraim; tomei-os nos meus braços, mas não atinaram que eu os curava” (Os 11.3). “Ela, pois, não soube que eu é que lhe dei o grão, e o vinho, e o óleo, e lhe multipliquei a prata e o ouro, que eles usaram para Baal” (Os 2.8/2.4). O povo preferia crer nos deuses cananitas, por serem em geral deuses da fertilidade.
5)    Havia duas maneiras diferentes de se entregar o dízimo:
a) Anualmente:   Anualmente o dízimo era levado ao lugar determinado por Deus para o culto  (Dt 12.5,11; 14.22-23). No caso dos grãos e dos frutos, podiam ser substituídos por um equivalente monetário; contudo, mais um quinto do valor deveria ser adicionado (Lv 27.31). Contudo, os dízimos dos gados e dos rebanhos não podiam ser remidos (Lv 27.32-33).

b)  Trienalmente:  A cada três anos, há um direcionamento diferente do dízimo, que então era utilizado para os necessitados de cada cidade ao invés de ser levado ao santuário central. O dízimo permanece nas diferentes cidades de Israel sendo entregue aos levitas e aos necessitados da cidade para seu sustento (Dt 14.28-29; 26.12-15). Contudo, quando o povo fosse ao santuário central a fim de adorar, deveria fazer a sua confissão perante Deus, indicando ter cumprido fielmente a ordem divina. (Cf. Dt 26.13-15).

            C) Período Posterior ao Pentateuco:
           
                         O povo constantemente quebrava a Lei; Deus então o disciplinava e levantava homens para promoverem reformas em Israel. A infidelidade na prática do dízimo sempre esteve ligada a derrocada espiritual de Israel. Podemos mencionar alguns fatos:

1)    A Reforma de Ezequias teve como um dos elementos característicos, o restabelecimento dos dízimos e ofertas, tendo o povo de Israel e de Judá superado às expectativas  (2Cr 31.4-12).
2)    O povo quando volta do exílio babilônico renova sua aliança com Deus, prometendo entregar seus dízimos e ofertas (Ne 10.37-38; 12.44-47; 13.10-12).
3)    A Repreensão de Deus (Ml 3.6-12). Após o Cativeiro o povo voltou e reconstituiu a sua vida, os muros,  o templo...  Promessas foram cumpridas, votos foram feitos e renovados... Contudo, o tempo passou, o conforto, ainda que mesclado com alguns dissabores, faz com que nos esqueçamos das angústias do passado. Malaquias reflete um tempo posterior (c. 440 a.C.) quando o povo já se esquecera da fidelidade à aliança de Deus. Os líderes do povo – Esdras, Neemias – tinham morrido e parecia que nada de novo acontecia. Deus se esquecera do Seu povo? Era uma pergunta comum. Neste contexto a religiosidade nem sequer era aparente;  o descaso era visível: ofereciam a Deus pão imundo (Ml 1.7); animal cego, coxo, enfermo, dilacerado (Ml 1.8,13). A fé se esfriara, o povo perdera a dimensão da realidade da presença e do poder de Deus. É neste contexto que nos deparamos com a profecia de Malaquias. Aqui Deus mostra como este abandono tem reflexos na vida familiar.  A aliança tem como ingrediente incondicional a fidelidade. Deus mostra que o povo de Judá o desonrava (Ml 1.6; 2.2): Nos seus pensamentos (1.7; 2.17); Nos sacrifícios e ofertas (1.7,8); Nas palavras (1.2,13; 2.17; 3.13-15); Abandono da Lei e da Instrução (2.6-9;3.7); Parcialidade (2.9); Profanaram a aliança (2.8,10,11); Visão precipitada de Deus (2.17; 3.14,15);  Infidelidade nos dízimos e ofertas (3.8-10)

2. O Significado do Dízimo:

            O dízimo baseia-se no fato de  Deus ser o proprietário da terra e o originador de todas as bênçãos  (Lv 25.23; Sl 24.1; 100.3).  Ao entregar o dízimo o israelita reconhecia que Deus era o dono da terra e de seus frutos (1Cr 29.11,14) e, o melhor deve ser dado a Deus (1Sm  2.29; Ml 1.6-14).
            O homem é sempre responsável diante de Deus pelo que possui. Para recordar ao homem esta responsabilidade, Deus estabeleceu certas leis com respeito:
1)    Tempo: Ex 20.10; Lv 25.11.
2)    Entrega do Primogênito:  Ex 13.11-13; 22.29.
3)    A Propriedade:  Lv 25.25-28.
            A não entrega do dízimo considerava-se como roubar a Deus (Ml 3.8,10), ou seja, roubar-lhe o devido reconhecimento de que tudo pertence a Ele (Cf. Sl 50.1-23). “Deus ordenou ao povo de Israel que Lhe oferecesse os primeiros frutos de milho, como uma mostra solene de que lhe era ilegítimo gozar de uma bênção que primeiramente não houvesse sido oferecida a Ele.”[2]
            Como já vimos, os dízimos serviam para o sustento dos levitas e o socorro aos necessitados de Israel; por isso, devem ser olhados prazerosamente como uma oportunidade que Deus nos concede de participar na obra de Deus e na Sua preocupação para com os pobres e necessitados.
            Entregar o dízimo, traria a bênção divina (Dt 14.28-29; 26.14-15); retê-lo, traria maldição (Ml 3.8-10).

3. O Dízimo no Novo Testamento:

             Na realidade, não encontramos nenhuma instrução no Novo Testamento dada à Igreja com respeito ao dízimo.  Todavia a prática é mencionada e incentivada nos moldes da Lei. Devemos também nos lembrar que esta instituição fazia parte da vida cotidiana do judeu, não sendo uma instituição nova ou caduca; o que precisava ser feito e foi, era insistir quanto ao espírito que deveria acompanhar essa prática.
            Paulo, ainda que não se referindo especificamente ao dízimo,  ensinou que o cristão deve contribuir conforme tiver proposto em seu coração (2Co 9.7) e, de acordo com a sua prosperidade (1Co 16.2).
            A contribuição parte da consciência de ser servo de Cristo (Rm 6.16; 1Co 7.22; Ef 6.6; 1Pe 2.16), sabendo que nem ele nem suas posses são realmente dele mesmo para empregar  como deseja (1Co 6.20), antes é um mordomo encarregado com o manejar responsável dos bens do Seu Mestre (1Co 4.2; 1Pe 4.10) a Quem deverá prestar contas daquilo que faz com esses bens (Rm 14.12).
            O cristão contribui porque tem a generosidade de Cristo como seu modelo (2Co 8.9) e, o poder impulsionador do Espírito de Deus dentro dele é sua motivação; por isso, a sua contribuição não é feita com relutância ou compulsão (2Co 9.7), nem se limita a um dízimo da renda de cada ano. O dízimo é o começo, não o fim.

4. O Dízimo na atualidade:

     A) Desculpas dos não dizimistas:

1)    “O dízimo é a Lei de Moisés, nós cristãos não somos legalistas”:

R. Abraão viveu quase 500 anos antes de Lei de Moisés, e a Bíblia nos diz que ele pagou o dízimo a Melquisedeque (Gn 14.20). Notemos que Jesus não veio quebrar a Lei (Mt 5.17).

2)    “Eu administro o meu dízimo...dou até mais!...”:

R. O dízimo deve ser entregue na Casa do Senhor (Ml 3.10/Dt 12.5,11,13,14; 14.23). “Todo o dízimo deve ser levado à Casa de Deus onde damos adoração. É parte dessa adoração. Não mandamos o hino para ser cantado num hospital, nem escrevemos a oração para que a leiam num orfanato: damos a Deus adoração integral em Sua casa.”[3] Outro ponto, é que não compete a nós administrá-lo. Eu posso administrar o que é meu; no caso, o dízimo pertence ao Senhor, nós apenas o devolvemos. As ofertas sim, essas são além do dízimo. Não há ofertas sem fidelidade no dízimo!

3)    “Jesus aboliu o dízimo ou, não há base Neotestamentária para a prática do dízimo”:

R. Jesus não o aboliu; simplesmente repreendeu os escribas e fariseus porque se descuidavam de fazer toda a vontade de Deus (Mt 23.23). A prática do dízimo não elimina as nossas outras responsabilidades para com Deus; o nosso Deus, Senhor de todas as coisas não pode ser subornado.                   Como vimos, o Novo Testamento não insiste na prática do dízimo, visto que o mesmo já era conhecido e praticado de um modo geral pelos judeus.

4)    “Ganho muito pouco... Meu dinheiro não dá... Quando termino de pagar minhas contas, não sobra nada”:

R. O dízimo não é do que sobra, antes, deve ser as primícias (Dt 18.4; 26.2/Ml 1.6-14). Quem não aprende a ser fiel no pouco não será no muito (Dt 16.17; Lc 16.10). A vida cristã é um compromisso de fé, no qual depositamos toda a nossa confiança na Palavra de Deus; o dízimo é uma instituição divina e, a Palavra de Deus nos diz que a vontade de Deus é boa (Rm 12.2). Deus nos desafia a prová-lo, sendo-Lhe fiel (Sl 34.8/Ml 3.10).

            B) O Que a Bíblia diz dos que são infiéis no Dízimo:

1)    Ajunta dinheiro em saco furado:  Ag 1.2-10.
2)    São amaldiçoados por estarem roubando a Deus: Ml 3.9-10.
3)    Não podem manter comunhão com Deus: Ml 3.9/1Jo 3.22. Como poderemos estar em comunhão com Deus se não fizermos o que Ele manda?
  
            C) Razões para a nossa fidelidade na entrega dos dízimos:
                                                                                                                                               
1)    Porque o dízimo está situado no contexto total da Lei Judaica; Lei esta que Jesus veio cumprir, não destruir; o dízimo tem suas raízes na fé hebraica, conforme dada por Deus  segundo o testemunho infalível das Escrituras.
2)    Mesmo  que queiramos nos apartar da Lei Judaica, não podemos nos esquecer da necessidade de estabelecer um princípio para a mordomia; e o crente fará bem se ao menos começar ali onde tem um precedente bíblico; e, devemos considerar que Paulo quando nos fala sobre o assunto, não nos aconselha a fazer menos do que a Lei requer.

3)    Tudo foi criado por Deus e a Ele pertence

a)    Ele criou tudo (Gn 1; Sl 19.1-6). A Ele pertence a terra (Sl 24.1-2); o gado (Sl 50.10); a prata e o ouro (Ag 2.8); os filhos que temos (Sl 127.3) e nós próprios (1Co 6.19-20).
b)    Deus permite que guardemos para nosso uso 9/10 do que ganhamos e só exige 1/10. Podemos observar a generosidade de Deus.
c)    O homem é apenas o administrador dos bens de Deus (Gn 1.28-30) e, teremos de prestar contas a Deus (Rm 14.10-12; 2Co 5.10). Quando Deus vê em nós administradores fiéis, Ele, conforme Sua determinação e graça, nos confia mais da Sua propriedade para administrar.
                                                                                                                                               
4)    Deus deve ser glorificado com os nossos bens: Pv 3.9.
5)    O Dízimo é o mínimo: A viúva pobre depositou no gazofilácio tudo o que tinha (Mc 12.41-44). Observemos nessa passagem que Jesus Cristo se deteve em observar como as pessoas entregavam as suas ofertas, não se impressionando com as grandes quantias mas, com o significado da oferta para cada um.
6)    O Dízimo é ordenado por Deus: Dt 14.22.
7)    O Dízimo é santo ao Senhor: Lv 27.30.
8)    Jesus Cristo deseja que o seu povo seja dizimista: Mt 22.21/Mt 23.23.
9)    O Dízimo é agradável a Deus:  2Co 9.7/Hb 13.16.
10) É uma honra ter com que contribuir:  Ex 35.22; 36.5; 1Cr 29.3-15; Ed 1.5-6; 2.68-69; 8.25; Lc 8.3; 2Co 8.3-4.
11)  O dízimo é um ato de culto: O dízimo não é um ato frio, mecânico, distante do culto. Antes, ele é uma forma de culto, não devendo estar dissociado do mesmo (Dt 26.10-11; 1Cr 16.29).
12)  Fortalece o espírito comunitário (At 4.32-37). Na sua prática, revelamos uma responsabilidade recíproca, nos estimulando mutuamente (2Co 9.2).
13)  Proporciona melhor ambiente na Igreja, acabando com as campanhas, festinhas, bazares, listas, etc.
14)  O dízimo é uma forma de contribuição. Todo membro da Igreja deve ser  voluntário, metódico e proporcional na sua contribuição. Se ele há de adotar algum outro plano, fará melhor adotando o plano que o Senhor ensinou ao povo de Deus. Por sua vez, a Igreja tem necessidades sistemáticas não meramente ocasionais.  
15)  A Igreja cresce:  At 2.41-44.
16)  Há amadurecimento espiritual do dizimista pela sua experiência com Deus: Sl 37.23-25; Ml 3.10; Mt 6.25,33.
17)  A entrega do dízimo torna a nossa consciência mais sensível à nossa dependência de Deus, porque sem Ele nada teríamos, nem a própria vida.
18)  É uma expressão de fé: Ml 3.10; Sl 23.1; 40.17; 2Co 9.8.
19)  É uma expressão de gratidão: O dízimo expressa a nossa gratidão a Deus pelas bênçãos dispensadas:  Dt 16.17; 1Cr 29.14.

 5. Como devemos entregar o Dízimo:

1)    Com amor: Mt 5.23-24; 1Co 13.3; 2Co 8.7-9.
2)    Com alegria: 2Co 8.2; 9.7.[4] O texto sagrado diz que Deus ama a pessoa que dá com alegria, não o dinheiro  que foi dado.
3)    Com espírito voluntário: Ex 25.2; 35.5; Ed 8.28; 2Co 8.3,4,12.
4)    Com liberalidade: 1Cr 29.9; 2Cr 15.18; 31.2-12; Rm 12.8; 2Co 8.7; 9.11-13.
5)    Regularmente:
a)    Cada semana:  1Co 16.2.
b)   Sem demora:  Ex 22.29-30; Ne 13.10-12.
     6)    Segundo as nossas posses: Dt 16.17; Ed 2.69/2Co 8.12
7)    Ser entregue no lugar determinado por Deus: Dt 12.5,6; Ml 3.10/Mc 12.31.
  
6. As promessas de Deus para os seus fiéis mordomos:

1)    Multiplica as Suas bênçãos: Ml 3.10b; Mt 25.21; 2Co 9.9-10.
2)    Haverá mantimento na Casa do Senhor; não faltarão meios para dar prosseguimento ao Seu Trabalho: Ml 3.10a/2Cr 31.2-5;Ne 13.10-14.
3)    Produtividade nos campos e nos negócios:  Ml 3.11; Pv 3.9-10.
4)    Reconhecimento das bênçãos por parte do mundo: Ml 3.12.
  
Anotações Finais:

            Devemos ter em mente que somos nós que precisamos devolver aquilo que pertence a Deus. Deus não precisa de nossos dízimos e ofertas, nós é que carecemos dizimar (Sl 50.1-23). Não pensemos que isto seja coisa secundária. Jesus Cristo, em Seu curto e urgente Ministério terreno, ocupou-se em observar o como as pessoas contribuíam e, diz o texto sagrado que Ele chamou os Seus discípulos e disse-lhes: “Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento” (Mc 12.43-44). Notemos o quão importante Jesus considerou a atitude daquela viúva a ponto de reunir seus discípulos para comentar o assunto. Entregar nossos dízimos é um testemunho de fé no cuidado providente de Deus e gratidão pela sua manutenção diária. O desafio de Deus continua ressoando até nossos dias: “provai-me nisto” (Ml 3.10). “Oh! provai, e vede que o Senhor é bom; bem aventurado o homem que nele se refugia” (Sl 34.8).



[1] Vd. Boanerges Ribeiro, Terra da Promessa, São Paulo, O Semeador, 1988, p. 60; João Calvino,  Exposição de Hebreus,  São Paulo, Paracletos, 1997, in. loc.
[2]João Calvino, A Verdadeira Vida Cristã,  São Paulo, Novo Século, 2000, p. 37.
[3] Boanerges Ribeiro, Terra da Promessa, p. 63.
[4] Devemos nos lembrar que estas passagens (2Co 8-9) não se referem ao dízimo, no entanto, o espírito que orienta esta contribuição deve ser o mesmo.

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