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September 12, 2018

30 Razões por que mulheres não devem pregar em cultos públicos


1. Na criação, Deus estabeleceu o homem como cabeça e a mulher como auxiliadora (Gn 2.18). O ensino pressupõe autoridade;

2. Sendo o marido “o cabeça da mulher” (Ef 5.23) não pode a mulher, na igreja, ser cabeça do marido;

3. Os sacerdotes eram responsáveis em ensinar a Lei ao povo (Lv 10.11, Ml 2.7) e nunca houve sacerdotisas em Israel;

4. Mulheres foram profetisas na Bíblia, mas Pregação e Profecia são dons diferentes (Rm 12.6,7; 1Co 12.28,29 e Ef 4.11). Na Profecia Deus coloca as palavras na boca do profeta (Dt 18.18 e 1Co 14.30). Ele é tomado pela profecia (1Co 14.25). Até Saul profetizou (1Sm 10.10);

5. Mulheres profetizaram, mas o ensino autoritativo foi reservado aos homens (1Tm 1.12, 3.2, Tt 1.6);

6. Débora (Jz 4.6), Miriã (Êx 15.20,21) e Hulda (2Rs 22.14) profetizaram, mas não exerceram ensino autoritativo diante do povo;

7. Débora foi juíza em Israel por causa da omissão masculina. Todavia, ela não convocou o povo para a batalha, mas encorajou Baraque a fazê-lo (Jz 4.6,10);

8. Quando Baraque insistiu na presença de Débora, ela o repreendeu para que ele assumisse sua função de cabeça (Jz 4.9);

9. Na história de Débora, a palavra “julgava” (shaphat) não significa governar nem ensinar, mas decidir controvérsias;

10. Os filhos de Israel subiam a Débora para juízo. Ela não estava governando ou ensinando um grupo, mas julgando questões do povo debaixo de uma palmeira (Jz 4.5);

11. Débora não liderou a batalha. Baraque o fez. Por isso, ele é lembrado no futuro e Débora omitida (1Sm 12.11; Hb 11.32);

12. Crianças e mulheres como cabeças são juízo de Deus sobre o seu povo (Is 3.12);

13. Por mais que fosse seguido por mulheres que o serviam (Mt 27.55), Jesus só escolheu apóstolos homens;

14. Sendo Jesus isento de quaisquer preconceitos, poderia ter escolhido uma mulher para ser apóstola, mas não o fez porque a liderança do povo de Deus foi designada a homens;

15. Os apóstolos seguiram a mesma orientação submetendo a Deus a escolha de Matias no lugar de Judas (At 1.23);

16. Na escolha dos diáconos, só homens foram indicados para cuidarem das viúvas (At 6.3);

17. Priscila, juntamente com Áquila, ensinaram Apolo no particular, não no público: “tomaram-no consigo” (At 18.26);

18. Paulo ensinou aos coríntios o padrão bíblico: o marido é o cabeça do lar, os pastores são os cabeças de suas igrejas locais, Cristo é o cabeça da Igreja global e Deus Pai é o cabeça de Cristo (1Co 11.3)

19. O argumento que defende que a mulher pode pregar se estiver debaixo da autoridade do pastor é falacioso. Pastores não podem autorizar ninguém a desobedecer a Bíblia (Gl 1.8);

20. Quando Paulo escreve aos Gálatas dizendo que, em Cristo, “não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher” (Gl 3.28) ele está tratando de salvação, não de pregação ou de ofícios;

21. O propósito de Deus com a Bíblia foi o de alcançar todas as gerações do seu povo. A Bíblia continua atual e nela Deus não deixou orientações a pastoras, mas só a pastores (1Tm 3 e Tt 1);

22. As mulheres devem aprender em silêncio, com toda a submissão (1Tm 2.11);

23. O bispo ou presbítero, que deve ser, dentre outras coisas, “apto para ensinar” deve ser “esposo de uma só mulher”, logo, homem (1Tm 3.2);

24. Aqueles que devem se afadigar na palavra e no ensino são presbíteros, homens (1Tm 5.17);

25. As instruções quanto ao procedimento no trato com as ovelhas – ser brando para com todos, apto para instruir, paciente, disciplinando com mansidão os que se opõem – são dadas a homens (2Tm 2.24,25);

26. As mulheres idosas são chamadas por Deus para ensinar “as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos” (Tt 2.3,4);

27. O sacerdócio universal dos crentes não diz respeito ao ensino autoritativo da igreja, mas ao acesso de todos os crentes a Jesus Cristo (Hb 10.19-22);

28. Os anjos das cartas do Apocalipse eram pastores, homens. Os pronomes estão todos no masculino (Ap 2.1,8,12,18, 3.1,7,14);

29. Na Bíblia, a única mulher que explicitamente ensina com autoridade é Jezabel, uma ímpia (Ap 2.20);

30. Não há livro bíblico escrito por mulher e, nos três primeiros séculos da Igreja nós não encontramos nenhuma mulher sendo ordenada ou sendo responsável pelo ensino da igreja, exceto no Montanismo, heresia do século II.

July 17, 2018

Sobre Obras de Necessidade e de Misericórdia



A Confissão de Fé de Westminster, no capítulo 21, Do Culto Religioso e do Domingo, parágrafo 8º, ensina o seguinte:

"Este sábado é santificado ao Senhor quando os homens, tendo devidamente preparado os seus corações e de antemão ordenado os seus negócios ordinários, não só guardam, durante todo o dia, um santo descanso das suas obras, palavras e pensamentos a respeito de seus empregos seculares e de suas recreações, mas também ocupam todo o tempo em exercícios públicos e particulares de culto e nos deveres de necessidade e de misericórdia. (grifo meu)

O que seriam os deveres ou obras de necessidade e de misericórdia? Algumas considerações:

1. Os teólogos de Westminster dividiram o “fazer o bem” em “obras de necessidade e de misericórdia”.

2. Por necessidade, os discípulos colheram espigas e as comeram em um sábado (Mt 12.1).

3. Por necessidade, os sacerdotes trabalharam no sábado, oficiando diante do Senhor (Mt 12.5).

4. Por misericórdia, Jesus disse que um animal deveria ser salvo se caísse em uma cova, mesmo no sábado (Mt 12.11)

5. Por misericórdia, Jesus curou a mão ressequida de um homem (Mt 12.13)

6. Por misericórdia, Jesus curou uma mulher doente há 18 anos em um sábado (Lc 13.12)

7. Por misericórdia, Jesus disse que um animal deveria ser solto da manjedoura para beber, mesmo no sábado (Lc 13.15)

8. Por misericórdia, Jesus curou um homem doente há 38 anos, em um sábado (Jo 5.9)

9. Por misericórdia, Jesus curou um cego de nascença em um sábado (Jo 9.14)

10. Thomas Ridgeley, puritano inglês, nascido 18 anos depois da Assembleia de Westminster, escreveu um comentário do Catecismo Maior com mais de 1.300 páginas. Sobre a expressão “obras de necessidade e misericórdia” ele esclarece o seguinte:

“Devemos considerar, ademais, quais as obras de misericórdia que deveriam ser feitas naquele dia, tais como, visitar e providenciar medicação para o doente, ajudar os pobres, providenciar comida e água para o gado e outras criaturas irracionais. Isso o nosso Salvador justificou por sua prática, e ilustrou afirmando a necessidade de resgatar uma ovelha que havia caído em um buraco (Mt 12.10-13). Quando, no entanto, defendemos a legitimidade da realização de obras de necessidade e de misericórdia no dia de descanso, alguns cuidados devem ser tomados: Primeiro, que a necessidade seja real, não fingida, do que Deus e a nossa consciência são os juízes; segundo, que se achamos que podemos ter um chamado necessário para omitir ou deixar de lado o nosso atendimento às ordenanças de Deus no dia do descanso, tomemos cuidado para que a necessidade não seja colocada em nós por algum pecado cometido que dê ocasião a sermos julgados pela mão de Deus; e que o motivo que tornou necessária a nossa ausência, seja por causa de submissão e não por questão de escolha pessoal ou prazer.” (Commentary on The Larger Catechism, vol. 2, p. 357)

Portanto, com base nos textos bíblicos e na explicação de Thomas Ridgeley, concluo que “fazer o bem” significa providenciar alimento, trabalhar na igreja, salvar vidas, cuidar de doentes, e atender, por conta da submissão às autoridades, convocações obrigatórias de superiores.

June 28, 2018

Eis a Identidade Presbiteriana - Rev. Ageu Magalhães



INTRODUÇÃO

A “identidade presbiteriana” é bastante citada no contexto presbiteriano, mas é quase um jargão não muito bem definido. Por conta desta indefinição foi que resolvi escrever algumas linhas sobre o assunto, algo sintético mesmo.

Alisto abaixo o que é distintivo em nosso sistema e, na sequência, a explicação de cada um dos pontos:

- Governo: Representativo
- Ofícios: Presbíteros (docentes e regentes) e Diáconos
- Regra de Fé e Prática: Bíblia
- Teologia: Reformada, Aliancista
- Subscrição: Confissão de Fé, Catecismos Maior e Breve de Westminster
- Culto: Princípio Regulador do Culto (só o que é prescrito na Bíblia é permitido)
- Dons espetaculares: Cessacionista 
- Ceia: Presença Espiritual de Cristo
- Batismo: Aspersionista e Pedobatista


1. GOVERNO REPRESENTATIVO

As 3 principais formas de governo de igreja são:

1. Episcopal - Um governa todos. A decisão final sobre os assuntos da igreja, tanto doutrinários como administrativos, vem do bispo, pastor, presidente ou missionário. É a forma que encontramos na Igreja Episcopal e na maioria das igrejas pentecostais e neopentecostais.

2. Congregacional – Todos governam todos. O processo de decisão passa pela assembleia, a reunião de todos os membros da igreja. É a forma encontrada na Igreja Congregacional e na maioria das igrejas batistas.

3. Representativa – Alguns governam todos. As decisões são tomadas por um conselho de Presbíteros eleitos pelos membros da igreja. É o sistema de governo das igrejas reformadas e presbiterianas.

A IPB segue o governo representativo. Presbíteros são eleitos com mandatos de 5 anos para tomar as decisões da Igreja. Há assuntos que eles não podem decidir como, por exemplo, as eleições de oficiais e decisões quanto ao patrimônio da igreja. Estes temas são decididos pela própria assembleia. A base bíblica deste sistema vem do governo dos anciãos no Antigo Testamento (Dt 22.15), passando pela sinagoga (Lc 7.3-5) e culminando no Novo Testamento (At 14.23). No Concílio de Jerusalém, o problema doutrinário não foi resolvido por um homem, nem pelo grupo de 5 mil crentes, mas por representantes das igrejas (At 15.2,4,6).

Assim, nas igrejas presbiterianas, não é "o pastor que manda". Pastores presbiterianos que agem assim estão indo contra a nossa forma de governo. O Conselho, formado por todos os Presbíteros, é que deve tomar as decisões da Igreja e, diante do Senhor, embaixo de oração, pastorear bem o rebanho de Deus.

Quer aprofundar-se um pouco no assunto. Leia:

- WITHEROW, Thomas. A Igreja Apostólica: Que Significa Isto? Recife: Editora Os
Puritanos.
  

- BANNERMAN, James. A Igreja de Cristo: Um Tratado sobre a Natureza, Poderes, Ordenanças, Disciplina e Governo da Igreja Cristã. Recife: Editora Os Puritanos.


2. OFÍCIOS: PRESBÍTEROS (DOCENTES E REGENTES) E DIÁCONOS

Jesus Cristo é o Rei da Igreja e a governa por meio de oficiais. Nas Igrejas Presbiterianas os oficiais são os Presbíteros e os Diáconos.

Há denominações no mundo que defendem a existência de 3 ofícios permanentes: Pastores (ou Bispos), Presbíteros e Diáconos. Porém, quando estudamos os textos no detalhe percebemos que o Novo Testamento usa os termos Bispo, Presbítero e Pastor com o mesmo significado. Veja, por exemplo, Atos 20 quando Paulo chama os mesmos homens de Presbíteros e Bispos, dando a eles encargos de Pastor.

Em Atos 15, quando uma séria questão doutrinária teve de ser resolvida, não foram Apóstolos, Bispos e Presbíteros que deliberaram, mas Apóstolos e Presbíteros.

Os Diáconos são os homens levantados por Deus para servir. A arrecadação de ofertas para fins piedosos, o cuidado dos pobres, doentes e inválidos e a manutenção e fiscalização dos trabalhos na Casa de Deus são atribuições deles.

O Presbítero, tanto o Docente cuja ênfase está no ensino, quanto o Regente cuja ênfase está no governo, são essenciais para a Igreja. Note que até os Apóstolos, possuidores de dons extraordinários e alvos da inspiração divina, não tomaram decisão alguma no Concílio de Jerusalém sem a participação dos Presbíteros.

Hoje, muito do presbiterianismo nacional ainda está em pé por causa dos Presbíteros Regentes, pois são menos vulneráveis aos ventos de doutrina que assolam a Igreja.

Quer aprofundar-se um pouco no assunto. Leia:

- O ofício de presbítero - Geerhardus Vos - https://goo.gl/HW8qHr
- Dois ofícios e duas ordens de presbíteros - George W Knight, III - https://goo.gl/CEhNQg
- Os membros da Assembleia de Westminster e seus escritos (inglês): https://goo.gl/uuAALN
- O Princípio Regulador do Culto – Brian Schwertley - http://www.monergismo.com/…/principio-regulador-culto_brian…
- Por que sou um cessacionista? - Thomas Schreiner -https://goo.gl/1kWqmY
- Você, provavelmente, também é um cessacionista! - Phillip Johnson -https://goo.gl/evHKQB
- O que o cessacionismo não é - Nathan Busenitz - https://goo.gl/gtDB7P
- WITHEROW, Thomas. A Igreja Apostólica: Que Significa Isto? Recife: Editora Os
Puritanos.
  

- BANNERMAN, James. A Igreja de Cristo: Um Tratado sobre a Natureza, Poderes, Ordenanças, Disciplina e Governo da Igreja Cristã. Recife: Editora Os Puritanos.


3. REGRA DE FÉ E PRÁTICA: BÍBLIA

Quando falamos em “regra de fé” queremos dizer que tudo o que devemos crer, em matéria de fé, tem que seguir a regra, isto é, o padrão das Escrituras. O mesmo vale para “regra de prática”. Significa que a nossa prática de vida deve estar de acordo com a Palavra de Deus.

Isso parece óbvio, mas não é. No Romanismo, a tradição está acima das Escrituras. Não importa o que a Bíblia diz, importa o que a Igreja Romana estabeleceu como verdade.

No Pentecostalismo, a experiência está acima das Escrituras. Não importa o que a Bíblia diz, aconteceu comigo, dirá um pentecostal, e isso é o que vale.

Foi pensando nestas distorções que a Assembleia de Westminster declarou: "À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens" (Cap. 1.6)

Assim, o crente orienta sua vida pela Palavra. Não por tradição oral e nem por sonhos ou supostas revelações.

Quer aprofundar-se um pouco no assunto. Leia:

- BEEKE, Joel; ARMSTRONG, John et allis. Sola Scriptura: numa época sem fundamentos, o resgate do alicerce bíblico. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
- BOICE, James Montgomery. O Alicerce da Autoridade Bíblica. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova.
- COSTA, Hermisten M.P. A Inspiração e Inerrância das Escrituras. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
- HARRIS, Laird. Inspiração e Canonicidade da Bíblia. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
- MACARTHUR, John Jr. Como Obter o Máximo da Palavra de Deus. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
- MACGREGOR, Jerry. Conhecendo a Vontade de Deus para as Decisões da Vida. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
- SCHWERTLEY, Brian. O Modernismo e a Inerrância Bíblica. Recife: Editora Os Puritanos

- STOTT, John. Crer É Também Pensar. São Paulo: Editora ABU.

4. TEOLOGIA REFORMADA, ALIANCISTA

A Igreja Presbiteriana teve sua origem na época da Reforma Protestante. John Knox, aluno de João Calvino, foi o homem que liderou a reforma na Escócia para que a igreja se tornasse protestante, recebendo o nome de Presbiteriana. Isso aconteceu em 1560.

A teologia escocesa foi profundamente influenciada pelos escritos de João Calvino e, mais tarde, tornou-se a grande influência teológica da Assembleia de Westminster. A Teologia da Aliança nasceu neste período e foi a constatação de que Deus relaciona-se com o seu povo por meio de Alianças. Reino, Pacto e Mediador (RPM) são, como escreveu Van Groningen, os 3 fios do cordão dourado que percorrem toda a Bíblia, de Gênesis a Apocalipse.

A Teologia da Aliança explica a ligação entre as promessas do Messias no Antigo Testamento e o seu cumprimento no Novo. O mesmo se dá com os ritos, sacrifícios e sacramentos do Antigo Testamento. Todos eles apontam para o Novo Testamento, cumprindo-se em Cristo.

A Igreja Presbiteriana também é herdeira dos cânones de Dort (1618/19) onde ficaram definidos os 5 pontos do Calvinismo: 1. Depravação Total, 2. Eleição Incondicional, 3. Expiação Limitada, 4. Graça Irresistível e 5. Perseverança dos Santos.

Devemos nos lembrar, entretanto, que os 5 pontos de Dort se referem apenas à doutrina da salvação. A Teologia Reformada é bem mais que isso. É uma completa cosmovisão em que a Soberania de Deus é abrangente sobre todas as áreas da criação, desde política, economia, literatura, artes, etc.

Quer aprofundar-se um pouco no assunto. Leia:

- O que é Teologia Reformada – R.C. Sproul - https://goo.gl/4M7dT4
- Teologia Reformada é Teologia do Pacto – Richard Pratt - https://goo.gl/QEz9f1
- O Sínodo de Dort – Juliano Heyse - https://goo.gl/X9excW
- ROBERTSON, Palmer. Cristo dos Pactos. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
- ROBERTSON, Palmer. Alianças. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
- GRONINGEN, Gerard Van. Criação e Consumação. São Paulo: Editora Cultura Cristã. 


5. SUBSCRIÇÃO DA CONFISSÃO DE FÉ, CATECISMOS MAIOR E BREVE DE WESTMINSTER

A Igreja Presbiteriana adota a Confissão de Fé e os Catecismos de Westminster como sistema expositivo de doutrina e prática. Isso equivale a dizer que a nossa forma de doutrina está claramente definida nestes documentos.

Algumas pessoas dizem: A Bíblia é a minha única confissão! Sim, mas, em que você crê? Em qual forma de governo? Em qual forma de batismo? Em que linha escatológica? Note que todos temos uma “confissão de fé” isto é, uma forma de crer nas doutrinas bíblicas. A diferença das igrejas históricas, como diria Carl Trueman, é que a nossa confissão é pública e disponível a quem quiser ler. Não está escondida no coração.

A Assembleia que formulou estes documentos iniciou seus trabalhos no dia 1° de julho de 1643 e continuou em atividade durante cinco anos e meio. Nesse período, houve 1163 reuniões do plenário e centenas de reuniões de comissões e subcomissões. Cerca de 150 teólogos, em sua maioria puritanos, trabalharam para nos legar documentos profundamente bíblicos que têm abençoado gerações de crentes.

Na atualidade, os oficiais da Igreja Presbiteriana do Brasil prometem, em sua ordenação, ser leais às doutrinas da Igreja conforme expressas na Confissão de Fé e nos Catecismos de Westminster.

Quando um pastor presbiteriano crê ou ensina doutrina contrária ao que está nestes documentos, comete perjúrio, falso juramento.

Quer aprofundar-se um pouco no assunto. Leia:

- Confessionalidade: Lato ou Estrito Sensu? – Augustus Nicodemus: https://goo.gl/FbfXf7
- Por que cristãos precisam de confissões - Carl Trueman: https://goo.gl/SkrWg2

- BEEKE, Joel R. e FERGUSON, Sinclair B. Harmonia das Confissões Reformadas. São Paulo: Cultura Cristã.
- BOICE, James et al. Reforma Hoje: Uma Convocação feita pelos Evangélicos Confessionais. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
- DIXHOORN, Chad Van. Guia de Estudos da Confissão de Fé de Westminster. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
- HORN, Leonard T. Van. Estudos no Breve Catecismo de Westminster. São Paulo: Editora Os Puritanos.
- ROBERTS, W. H. O Sistema Presbiteriano. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
- TRUEMAN, Carl. O Imperativo Confessional. Brasília: Monergismo.
- SIMÕES, Ulisses Horta. A Subscrição Confessional. Rio de Janeiro: Efrata.
- WATSON, Thomas. A Fé Cristã: Estudos Baseados no Breve Catecismo de Westminster. São Paulo: Editora Cultura Cristã.

6. O PRINCÍPIO REGULADOR DO CULTO

Em matéria de culto há dois caminhos a serem seguidos: Ou o Princípio Normativo (Católicos e Luteranos) que ensina que o que não for proibido na Bíblia é permitido no culto ou o Princípio Regulador do Culto (Reformados e Presbiterianos) que ensina que apenas o que for ensinado na Bíblia é permitido no culto.

Os ensinos são opostos entre si. No primeiro, para algo não entrar no culto é preciso uma proibição explícita. Assim, posso cultuar dando cambalhotas, acendendo velas e fazendo coreografias? A resposta católica/luterana é: Há alguma proibição quanto a isso na Bíblia? Não? Então, pode.

Já no Princípio Regulador do Culto, para algo não entrar no culto basta não ser ordenado na Bíblia. Assim, posso cultuar dando cambalhotas, acendendo velas e fazendo coreografias? A resposta reformada é: Há alguma ordem de Deus para que isso seja feito no culto? Não? Então, não pode.

A Bíblia é a nossa única regra de fé e de prática também nas questões de adoração. Apenas tendo base bíblica é que algo pode ser permitido no culto.

Qual é o embasamento bíblico do Princípio Regulador do Culto? Por exemplo, Levítico 10, onde Nadabe e Abiú são reprovados por Deus porque trouxeram fogo estranho perante Ele, “o que lhes não ordenara”. Veja que Deus não disse: “o que lhes proibira”. Ou Deuteronômio 12.32: “Tudo o que eu te ordeno observarás; nada lhe acrescentarás, nem diminuirás” e outros textos.

A Igreja Presbiteriana adota oficialmente o Princípio Regulador do Culto. Ele está descrito no texto da Confissão de Fé de Westminster: “... o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo, e é tão limitado pela sua própria vontade revelada, que ele não pode ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens, ou sugestões de Satanás, nem sob qualquer representação visível, ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras.” (CFW 21,1)

Quer aprofundar-se um pouco no assunto. Leia:

- Nove Linhas de Argumentos em Favor do PRC – T. David Gordon - http://www.monergismo.com/text…/liturgia/nove_argumentos.htm
- HORTON, Michael. Um Caminho Melhor. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
- ANGLADA, Paulo. O Princípio Regulador do Culto. São Paulo: PES.
- JOHNSON, Terry L. Adoração Reformada. Recife: Os Puritanos.

7. DONS ESPETACULARES: CESSACIONISTA

A Igreja Presbiteriana do Brasil é, por definição, Cessacionista. A Confissão de Fé de Westminster afirma: “... para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isso torna a Escritura Sagrada indispensável, tendo cessado aqueles antigos modos de Deus revelar a sua vontade ao seu povo.” (CFW 1.1)

Quais eram estes antigos modos de revelação que cessaram? Sonhos, visões, profecias, teofanias, línguas... Alguns destes foram dons espetaculares que funcionavam como credenciais, isto é, poderes que validavam a pregação da Palavra, para que o povo acreditasse que a mensagem vinha de Deus. Eis alguns exemplos:

Paulo e Barnabé demoraram-se em Icônio “falando ousadamente no Senhor, o qual confirmava a palavra da sua graça, concedendo que, por mão deles, se fizessem sinais e prodígios.” (At 14.3). Paulo relata que os gentios se converteram “por palavra e por obras, por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo” (Rm 15.18) e que “... as credenciais do apostolado foram apresentadas no meio de vós, com toda a persistência, por sinais, prodígios e poderes miraculosos.” (2Co 12.12) Na mesma linha, o escritor de Hebreus registra: “... como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por distribuições do Espírito Santo, segundo a sua vontade.” (Hb 2.3,4)

Com o fechamento do cânon, isto é, com a Bíblia toda escrita, não há mais necessidade de que Deus fale da forma como falava antes. Hoje a Bíblia é a palavra de Deus. O Espírito Santo fala na Palavra. Ela é a “espada do Espírito” (Ef 6.17).

Quanto ao dom de cura, que fazia com que até a sombra (At 5.15) e os lenços (At 19.12) dos apóstolos curassem, ele cessou no período apostólico. Possivelmente, até antes da morte de todos os apóstolos, visto que há relatos de doenças não curadas no Novo Testamento (Fp 2.26,27; 1Tm 5.23; 2Tm 4.20). Deus cura hoje? Com certeza. O dom cessou, mas o poder de Deus continua.

Sobre o dom de línguas, ele nasceu da necessidade de pregação do Evangelho. A questão é: Como aqueles homens simples, alguns pescadores iletrados, pregariam o Evangelho em outros países sem saber o idioma daqueles lugares? Dom de línguas. Em Atos 2, quando o dom é inaugurado, Lucas diz que estavam ali pessoas de “todas as nações debaixo do céu” (v. 5) e que estas pessoas ouviram a mensagem em sua “própria língua materna” (v. 8). Foi uma mensagem compreensível, no idioma dos ouvintes. Em Corinto, nada mudou. Uma cidade banhada por mares dos dois lados, rota do comércio marítimo da época e hospedeira de milhares de estrangeiros. Natural que nesta cidade (a única para a qual Paulo escreveu sobre esse assunto) o dom de línguas fosse utilizado na pregação do Evangelho.

Em suma, o cessacionismo da Igreja Presbiteriana não é a descrença no Espírito Santo e nem no poder de Deus. Cremos que Deus ainda cura, ainda liberta, ainda faz milagres. Todavia, não na dependência de dons apostólicos, pois o ofício apostólico acabou, e nem com base na agenda ou determinação humanas. Deus é soberano e opera onde, quando e como quer.

Quer aprofundar-se um pouco no assunto. Leia:
- O que dizer sobre profecias e línguas hoje? - Richard B. Gaffin, Jr. -https://goo.gl/enBVAJ
- BRUNER. Frederick Dale. Teologia do Espírito Santo. São Paulo: Editora Cultura Cristã.
- GAFFIN, Richard B. Perspectivas sobre o Pentecostes. Recife: Os Puritanos.
- KNIGHT III, George W. A Profecia no Novo Testamento. Recife: Os Puritanos.
- MACARTHUR, John Jr. O Caos Carismático. São José dos Campos: Editora Fiel.
- ROBERTSON, Palmer. A Palavra Final. São Paulo: Editora Cultura Cristã.


8. CEIA: PRESENÇA ESPIRITUAL DE CRISTO

A questão da presença de Cristo na ceia foi alvo de muita discussão na história da Igreja. Os romanistas criaram a visão de que o pão e o vinho têm a sua substância transformada em corpo e sangue de Cristo a partir das palavras de consagração do sacerdote. Isso se chamou Transubstanciação.

Os luteranos criaram a posição que afirmava a presença física do corpo e do sangue de Cristo juntos com o pão e o vinho. Isso se chamou Consubstanciação. O reformador Zwínglio criou a posição que afirmava a ausência de Cristo na ceia. Para ele a ceia era apenas um memorial ou lembrança da morte de Cristo.

A partir de João Calvino, formou-se a visão da presença real e espiritual de Cristo na ceia, que é a posição seguida pela Igreja Presbiteriana e pelas demais igrejas reformadas. De fato, Cristo está presente na ceia e é por isso que ela é um meio de graça, isto é, um canal através do qual Deus abençoa os participantes. O pão e o vinho continuam sendo pão e vinho, todavia, como Cristo disse “isto é o meu corpo” e “isto é o meu sangue” (Mt 26.26-29) há a presença espiritual, mística e sobrenatural do Redentor no sacramento.

A ceia deve ser ministrada por um ministro da Palavra. Isso deve ser assim por dois motivos: Primeiro, porque na Bíblia não temos sacramentos sendo administrados por não oficiais e, segundo, porque os sacramentos não são divorciados da Palavra, assim, cabe ao ministro da Palavra a sua administração.

Participam da ceia os membros da igreja que já foram batizados e que tem condições de fazer uma autoavaliação de sua fé (1Co 11.28). Crianças não devem participar.

Quer aprofundar-se um pouco no assunto. Leia:
- A Santa Ceia do Senhor – João Calvino: https://goo.gl/4U4hso
- Da Santa Ceia – Gordon Clark: https://goo.gl/LJrWvn
- A Ceia do Senhor – Bíblia de Genebra: https://goo.gl/FPDVUh
- A Presença de Cristo na Ceia – Ronald Hanko: https://goo.gl/yS6iYX
- Um Resumo... da Ceia do Senhor – John Knox: https://goo.gl/5xXPT3
CALVINO, João. As Institutas, Livro 4. São Paulo. Editora Cultura Cristã.
- WATSON, Thomas. A Ceia do Senhor. Recife: Os Puritanos.

9. BATISMO: ASPERSIONISTA E PEDOBATISTA

O elemento exterior utilizado no batismo é a água e não importa a quantidade usada, pois trata-se de um símbolo apenas. Por isso, a Igreja Presbiteriana aceita o batismo praticado em outras igrejas, mas insiste que o batismo por aspersão é bíblico. Textos como o do batismo de Paulo (At 9), do carcereiro de Filipos (At 16) e dos 3.000 convertidos (At 2.37-41) mostram a evidência maior para batismo por aspersão, pois não havia rios ou tanques de água nestes locais para imergir estas pessoas.

Na Igreja Presbiteriana nós batizamos os filhos dos crentes. No Antigo Testamento as crianças eram incluídas no Pacto da Graça por meio da circuncisão (Gn 17.9-14). No oitavo dia de vida, sem ter a mínima ideia do que estava acontecendo, o bebê era circuncidado, sendo introduzido assim, por seus pais, no povo de Deus. Mais tarde, aos 13 anos, ele ia ao templo para confirmar o ato de seus pais, tornando-se um “filho do mandamento” (Bar Mitzvá).

Pedro confirma que a promessa é para nós e nossos filhos: ‘‘Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos, e para todos os que ainda estão longe’’ (At 2.39) e Paulo ensina que os filhos dos crentes, mesmo quando apenas um dos pais é crente, são santos perante o Senhor: ‘‘o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte, vossos filhos seriam impuros; porém, agora são santos’’ (1Co 7.14)

No Novo Testamento temos o batismo de casas inteiras e não há registro de exceção, isto é, não é dito que todos da casa foram batizados, exceto as crianças. Mesmo porque, como já vimos, as crianças sempre fizeram parte do povo de Deus mediante a circuncisão. Assim, Lídia e todos da sua casa foram batizados (At 16.15), o carcereiro de Filipos e todos os seus familiares (At 16.33) e todos da casa de Estéfanas (1Co 1.16).

Além da evidência bíblica, a história da Igreja testemunha o batismo infantil. Justino Mártir (130), Irineu (180), Orígenes (230) e Agostinho (354) escreveram sobre o assunto. Cipriano de Cartago (200) escreveu uma carta testemunhando que o batismo das crianças poderia ser feito a qualquer momento, mesmo antes do oitavo dia de vida.

Batizar nossos filhos é uma bênção dada pelo Senhor. O povo da aliança sempre inseriu seus filhos no pacto com o Senhor. Nas igrejas reformadas as crianças não são apenas apresentadas na frente da Igreja. São batizadas. São inseridas formalmente no povo da Aliança. Os pais são instados a fazerem isso cedo. Oficiais que não concordam com a aplicação deste sacramento, não deveriam estar no oficialato. A teologia do pacto é central na teologia reformada.

Quer aprofundar-se um pouco no assunto. Leia:
- Porque Batizamos por Aspersão - J. B. Green - https://goo.gl/ecJjT3
- Defendendo o batismo infantil em 60 segundos - Bryan Holstrom -https://goo.gl/j488G1
- A pergunta batista mais comum – Brian Crossett – https://goo.gl/ejcSxJ
- Batismo de Crianças – Augustus Nicodemus - https://goo.gl/UqRFiQ
- Batismo: a circuncisão cristã – Paulo Anglada - https://goo.gl/91hUR1
- Por que batizamos crianças – John Murray - https://goo.gl/jvcqrx

CALVINO, João. As Institutas, Livro 4. São Paulo. Editora Cultura Cristã.
- SARTELLE, John, EVANS, John, ANGLADA, Paulo, PIPA, Joseph Pipa. Batismo Infantil. Recife: Os Puritano.


CONCLUSÃO

Em 1970, ao ser reeleito presidente do Supremo Concílio, o Rev. Boanerges Ribeiro fez um importante discurso em que, dentre outras afirmações, disse: "Ninguém nos obriga a ser presbiterianos. Mas, se queremos sê-lo, sejamo-lo honradamente."

Estava certo, aquele querido pastor. Nós respeitamos todas as igrejas genuinamente cristãs, mas defendemos aquilo que cremos porque temos convicção de nossa fé. Todos são bem-vindos a se tornarem membros de nossas igrejas, mas, para isso, têm que aceitar as nossas doutrinas bíblicas. De outra forma, não cooperarão com a unidade de pensamento da Igreja.

A Igreja Presbiteriana do Brasil, por ter se afastado, aos poucos, do estudo da Confissão de Fé e dos seus catecismos vive hoje uma crise de identidade. Temos igrejas bem diferentes, espalhadas pelo país. Quem sabe você, leitor, ao aprender o que foi escrito neste texto, seja um instrumento de transformação, juntamente com muitos outros irmãos, a trazer de volta a nossa amada Igreja Presbiteriana do Brasil às suas antigas doutrinas. Que Deus te abençoe.

September 26, 2017

Mudanças no Culto



"Muitas igrejas mudaram a natureza de elementos tradicionais do culto. Os dirigentes leem textos muito mais curtos da Bíblia e passam muito menos tempo em oração. É mais provável os sermões serem psicológicos em lugar de teológicos ou expositivos. Como cuidar do estresse ou do tempo ou do dinheiro parece estar entre as questões espirituais mais prementes da época. A Ceia do Senhor pode ficar ou eliminada ou enfeitada de novidades cerimoniais e simbolismo.

Muitas igrejas viram mudanças grandes na área da música. Dão muito mais tempo à música e fazem uso de maior variedade de instrumentos e mais música especial, notadamente de solistas e corais. O estilo da música também mudou em muitas igrejas. Música clássica e os hinos tradicionais deram lugar a cânticos de louvor em estilos que variam do rock ou pop ao country e sertanejo. Mais importante ainda, o papel da música mudou para muitos. Enquanto que a música tradicional era parte importante do diálogo entre Deus e seu povo, para muitos a música tornou-se a alma do culto, até sendo chamada da parte de “Louvor e Adoração” do culto. A música para alguns parece ter-se tornado um novo sacramento, transmitindo como intermediário a presença e experiência de Deus, estabelecendo um elo místico entre Deus e o adorador. Com os olhos fechados e as mãos no ar, os participantes repetem frases simples que se tornam mantras cristãos.

Muitas igrejas abandonaram a prática histórica de um ministro ordenado dirigir o culto. Várias partes da liturgia são agora dirigidas por profissionais ou membros da igreja. Em alguns lugares nenhuma parte do culto—nem sermão, sacramentos, bênção—parece estar reservada para o ministro.

Há igrejas que têm feito mudanças quanto ao horário do culto. Em muitos lugares o culto de domingo à noite morreu. Mas sábado à noite apareceu como novo horário de culto para os ocupados, que guardam o domingo para trabalho ou recreação. Algumas igrejas dão muito maior atenção aos dias “santos” do ano eclesiástico. O Natal recebe pelo menos um mês de preparação em muitas igrejas (bem como no comércio). Mas, estranhamente, muitas vezes não se fazem cultos no próprio Dia de Natal."

W. Robert Godfrey, no livro “Reforma Hoje”, da Editora Cultura Cristã, p. 159


October 27, 2016

Liberais parasitas


Ontem, ao retornar do trabalho, minha esposa me chamou para mostrar uma das árvores do quintal  ̶  um pé de orvalha, fruta pouco conhecida. A árvore estava tomada por trepadeiras sugando suas forças e apodrecendo alguns galhos. Resolvi cuidar da árvore e passei ali mais de uma hora retirando as trepadeiras parasitas.

Enquanto retirava cuidadosamente as plantas daninhas da árvore me lembrava das aulas de Teologia Bíblica, quando aprendíamos sobre o reino parasita de Satanás. A ideia de que Satanás não tem um reino próprio, mas se estabelece no Reino de Deus como parasita, usufruindo da criação do Senhor.

Me lembrei também dos parasitas que existem nas igrejas. Pastores que entraram no ministério sagrado por interesses baixos, visando dinheiro, status, fama, poder. A motivação para alguém ingressar no ministério sagrado deveria ser, sempre, evangelizar pessoas, ajudar os carentes, cuidar de gente, contribuir para o avanço do Reino de Deus, mas, infelizmente, alguns hoje estão querendo ser pastores pelos motivos errados.

Ao retirar as dezenas de raízes sugadoras, emaranhadas no tronco e enroladas nos galhos eu me lembrei de homens que ocupam postos importantes na Igreja, mas que trabalham contra os princípios da Igreja. Dia desses um colega me contou que um destes declarou a plenos pulmões em um evento: “Eu odeio os puritanos!” Enquanto meu colega contava o ocorrido eu pensava “Que ignorância”. Não sabe este pastor que nossa Igreja foi fundada por puritanos? Não percebe ele que os padrões confessionais de nossa Igreja, os Símbolos de Fé de Westminster, foram produzidos pelo que havia de melhor do puritanismo da época? Não atina ele para o fato de que “odiar os puritanos” é rejeitar a própria história?

Estes, afinal, são os parasitas eclesiásticos. Fazem o curso do Seminário financiados pela Igreja. São acolhidos e sustentados pela Igreja. Recebem a honra de serem identificados como pastores da Igreja, mas trabalham contra a Igreja. Pregam contra a doutrina da Igreja e criticam a história da Igreja. No momento da ordenação pastoral juram lealdade às doutrinas da Igreja, mas, passado pouco tempo, quebram o juramento solene.

Retiram da árvore os nutrientes, sugam tudo o que podem, mas não para o bem da árvore, e sim para o bem do estômago e do próprio ego. Sobre estes foi que Paulo nos alertou: “Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos deles, porque esses tais não servem a Cristo, nosso Senhor, e sim a seu próprio ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos incautos” (Rm 16.17,18).

Depois de muito trabalho e cuidado eu consegui extirpar da árvore a trepadeira parasitária. Valeu a pena ver novamente o tronco e os galhos da árvore e saber que agora ela poderá retomar o crescimento e gerar novos frutos. Minha esperança e oração é que a Igreja de Cristo se veja livre dos parasitas! Só assim, com unidade de pensamento e propósito (1Co 1.10) poderemos crescer e gerar frutos. Que Deus cuide desta árvore.

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