“Senhores passageiros, com licença. Há algum pastor presente que pudesse prestar um atendimento voluntário? Por favor, identifique-se a uma das aeromoças munido de sua carteira de ministro”, disse o comissário de voo pelo sistema de som do avião. Houve um silêncio entre os passageiros e alguns esticaram o pescoço olhando para as outras poltronas, curiosos com o que estava acontecendo.
Rapidamente um senhor, magro, alto, pele negra, com semblante sereno e expressão de simpatia levantou-se e disse a uma aeromoça que estava a poucos metros de sua poltrona: “Eu sou pastor. Posso ajudar?” A aeromoça, com um sorriso agradeceu: “Obrigada. Me acompanhe, por favor”. O pastor foi conduzido às poltronas da frente do avião onde uma senhora estava passando mal. A mulher tinha cabelos negros, aparentava ter uns 60 anos, vestida de maneira bem humilde. Os olhares dos vizinhos de poltrona vigiavam a mulher com muita apreensão. Ela, de olhos fechados, repetia: “Eu não quero morrer, eu não quero morrer”. O pastor aproximou-se, sentou-se na poltrona ao lado que um passageiro gentilmente cedera, segurou o pulso da mulher e disse: “Fique calma. O que você está sentindo?” ao que ela, abrindo os olhos, respondeu: “Medo, muito medo. Eu não quero morrer.” “A sra. se alimentou espiritualmente hoje de manhã? Leu a Bíblia, fez oração?” “Não”, respondeu ela, “eu não tenho feito isso há meses...” Neste momento um dos comissários se aproximou com uma pequena caixa, com algumas bíblias, hinários, saltérios e disse: “Pastor, se precisar de algum remédio, são estes que temos a bordo”. O pastor soltou o pulso da mulher e voltou-se para a caixa olhando para dentro dela. Pegou uma pequena Bíblia, de capa marrom, bastante surrada, e com vários versículos sublinhados com canetas de cores diferentes. Pela aparência, aquela Bíblia havia sido muito usada pelas tripulações do avião. O pastor abriu no Salmo 139 e começou a lê-lo vagorosamente: “SENHOR, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto, de longe penetras os meus pensamentos...” Na medida em que os versículos iam sendo lidos, na voz firme, mas afetuosa do pastor, a respiração ofegante da mulher ia ficando cada mais tranquila. Quando o pastor chegou ao versículo 16, “Os teus olhos me viram a substância ainda informe”, tirou os olhos da Bíblia e, olhando diretamente para a mulher recitou o restante com mais pausa ainda “e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda...”. A mulher fechou os olhos, ajeitou-se na poltrona, balançou a cabeça como quem fala sim e disse: “Obrigada, Senhor, obrigada. Eu já me sinto melhor”. Olhou para o pastor e, com um sorriso, agradeceu: “Obrigada, pastor. Eu havia me esquecido disso. Obrigada.” O pastor deu dois tapinhas na mão dela e, de modo simpático, respondeu: “Não se esqueça da Palavra de Deus. Você vai ficar bem”. Levantou-se sob os olhares de admiração e gratidão dos que assistiram a cena e, recebendo mais agradecimentos dos comissários, pegou o rumo de sua poltrona. A mulher, restaurada espiritualmente, agora com semblante tranquilo e confiante, fechou os olhos e virou a cabeça para o lado, procurando dormir. Na poltrona ao lado, um garoto de uns 10 anos de idade, que a tudo presenciara com admiração, pensou, como quem sonha: “Um dia eu quero ser Pastor...”
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Infelizmente, a história acima não aconteceu. Eu a escrevi agora, em um voo, depois que observei a mulher ao meu lado passando mal e toda a ação da equipe do avião, a chegada de um médico e a melhora da mulher. Eu agradeci a Deus pela bênção da medicina e pela providência de termos um médico a bordo. Todavia, fiquei pensando na quantidade de pessoas que não estão bem por razões mais profundas, espirituais, na falta de percepção de que precisam de Deus e de como seria uma sociedade que valorizasse mais o espiritual do que o material. Se a Igreja de Cristo conseguir anunciar ao mundo que a raiz dos nossos problemas (incluindo algumas doenças) é espiritual, haverá esperança para apresentarmos o verdadeiro remédio: Jesus Cristo!
Ps. Antes que alguém pergunte, depois que o médico saiu eu puxei conversa, me apresentei como pastor e orei pela mulher...
3 comments:
Ageu, quem é o autor?
Ab
Fôlton
Sou eu...
Fiquei empolgada. Rsrs Já imaginando perguntar ao comissário se eles tb tinham a caixa de 1os. Socorros (com Bíblia, Hinarios, etc) Ainda vou ler um livro de sua autoria, Pastor.
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