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July 1, 2010

Muito além do futebol, em Gana...


Não desperdice o seu Púlpito - John Piper

Piper sobre a Teologia da Prosperidade


A Universal e o prêmio para quem arrecada mais...




O vídeo acima ilustra a matéria que o Jornal Folha de São Paulo publicou no dia 20/06/10 com denúncias sobre a Igreja Universal do Reino de Deus. O vídeo faz parte de uma série de orientações internas aos pastores da igreja que vazaram pelas mãos de um ex-pastor que agora está movendo uma ação contra a igreja por danos morais. 

A Igreja Universal se defendeu das acusações com a seguinte nota:

"A viagem para Israel não é considerada uma premiação e sim uma missão religiosa almejada por cristãos evangélicos de todo o mundo. Entre os 15 mil pastores da Igreja Universal do Reino de Deus que atuam no Brasil, isso não é diferente. A missão religiosa na Iurd, entre outras peregrinações, consiste em levar pedidos de oração dos fiéis a lugares sagrados, como o Monte Carmelo, a Muralha de Jerusalém e o alto do Monte Sinai, por exemplo, uma árdua e esgotante escalada de mais de dois mil metros a pé."

Eu gostaria de comentar esta resposta:

1. A viagem para Israel não é considerada uma premiação e sim uma missão religiosa almejada por cristãos evangélicos de todo o mundo.

Ok. Se eles tivessem falado uma "viagem almejada pelos cristãos", faria todo o sentido. Mas "uma missão religiosa almejada por cristãos do mundo todo" pareceu Islamismo com peregrinação à Meca, não?. Se você, meu irmão, pode fazer uma viagem a Israel, dê graças a Deus pelas condições financeiras privilegiadas. Mas, se não fizer, nem por isso perde algo para sua fé. Aliás, a Bíblia é bem clara sobre a questão da inclusão dos gentios na nova aliança. Os judeus não tem mais privilégios do que os outros povos. Com Cristo forma-se o Israel espiritual em que todas as nações estão incluídas. Isto está bem claro na carta de Paulo aos Romanos e no Apocalipse.

2. "A missão religiosa na Iurd, entre outras peregrinações, consiste em levar pedidos de oração dos fiéis a lugares sagrados, como o Monte Carmelo, a Muralha de Jerusalém e o alto do Monte Sinai.

É estranho eles falarem em "peregrinações". Isto foi próprio da Idade Média e nada tinha a ver com o Evangelho genuíno de Cristo. Eles também falam em "lugares sagrados como o monte Carmelo, Muralha de Jerusalém, Monte Sinai, etc..." Há aqui um claro desconhecimento da Bíblia. Em João 4, por exemplo, a mulher samaritana expressa sua dúvida com relação ao local verdadeiro de adoração. "Nossos pais adoravam neste monte, vocês dizem que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar." E a resposta de Jesus: "Mulher, vem a hora em que nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vem a hora e já chegou em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade." Note que Jesus tira da mulher qualquer idéia de lugares sagrados. Nem o monte Gerizim nem Jerusalém eram lugares sagrados para adoração agora, porque, em Cristo, a adoração deixou de ser algo localizado em um templo, como era no Antigo Testamento. Com Cristo os crentes tornaram-se o templo, nós somos os tijolos, as pedras vidas, conforme Pedro (1Pe 2.5)

 3. Sobre o todo dos vídeos, isto é, a teologia da prosperidade, a igreja se defendeu dizendo que há fundamento bíblico para suas práticas. Será que eles estão certos? Será que Teologia da Prosperidade é bíblica? Vejamos alguns versículos:

"Duas coisas te peço; não mas negues, antes que eu morra: afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário; para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o SENHOR? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus." (Pv 30.7-9)

"Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação. O SENHOR Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente." (Hc 3.17-19)

"Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração." (Mt 6.19,20)

"De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores. Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão." (1Tm 6.6-11)

Como sabemos que a Bíblia é inspirada por Deus e, portanto, livre de erros, errada estão estas igrejas que adotam a Teologia da Prosperidade. Ela nada mais é que idolatria.

June 24, 2010

A Pílula do Homem - Augustus Nicodemus



De acordo com o site Science Daily, as pesquisas para a produção de uma pílula anticoncepcional masculina estão cada vez mais avançadas. Com a autorização do Rev. Augustus, reproduzo abaixo interessante artigo escrito por ele sobre o assunto.
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O primeiro contraceptivo oral masculino está chegando e, com ele, algumas indagações de cristãos sobre a legalidade Bíblica de um homem crente usar a "pílula" para não ter filhos.

A questão interessa a muitos cristãos. Muitos jovens casais têm evitado filhos nos dias de hoje. As razões geralmente apresentadas são a explosão demográfica das grandes cidades onde vivem, a depravação e corrupção cada vez maiores do ambiente onde seus filhos haveriam de crescer, tal como o uso de drogas e a delinqüência infantil e juvenil. Alega-se ainda a falta de segurança que sentem em relação a filhos: saberei dar respostas? Será que serei capaz de viver uma vida exemplar? E, por fim, o argumento mais forte, o alto custo financeiro hoje de se criar filhos. Para os que pensam assim, filhos atrapalhariam os planos financeiros de se ter uma vida financeira mais tranqüila.

Por outro lado, há algumas boas razões para se enfrentar as dificuldades mencionadas acima.

1) Filhos são fonte de grande alegria, isto a Bíblia deixa muito claro, mas especifica que especialmente os filhos que andam nos caminhos do Senhor (ler Pv 28.7; 29.3,17). Filhos que crescem sem disciplina vão para o mundo, desobedecendo a Deus, e dão grande dor a seus pais (Pv 17.21,25; 28.7; 29-3,15). "Grandemente se regozijará o pai do justo, e quem gerar um filho sábio nele se alegrará" (Pv 23.24). Filhos sábios não crescem em árvores: são fruto de toda uma vida de disciplina, instrução, companheirismo, amor, e orientação nos caminhos de Deus. Mas o resultado vale a pena.

2) Filhos são bênção do Senhor. Os Salmos 127 e 128 comemoram a felicidade do justo em ter muitos filhos, como bênção de Deus. Muitos jovens casais cristãos, ao contrário do ensino bíblico, vêem os filhos como sendo um tropeço, um estorvo às suas carteiras profissionais, aos planos de divertir-se, conhecer o mundo... quem pode fazer isto com filhos pendurados nas calças?

É possível que estes cristãos mudem de idéia, quando já for muito tarde, quando estiverem aposentados, doentes, velhos e sozinhos largados num asilo de idosos, sem ninguém que venha visitá-los, conversar com eles, e alegrá-los.

3) Filhos fazem parte da estratégia de Deus em transformar o mundo. Filhos criados em famílias cristãs sólidas são via de regra os melhores crentes e, portanto, os mais aptos a cumprir o que Jesus ensinou, que a corrupção da sociedade poderá ser neutralizada por homens e mulheres santos (Mt 5.13-16), agindo como sal e luz deste mundo. É em lares cristãos fortes que jovens, que serão o sal e a luz deste mundo, são devidamente equipados. Deus deseja que o mundo ouça o Evangelho (Mt 18.18-20). Nossos filhos podem ser os instrumentos necessários para isso, como disse B. Ray: "O propósito de Deus em nos dar filhos é que conquistemos o mundo para ele".

Na minha opinião, à luz do ensino bíblico sobre o plano de Deus para a família e os filhos, constitui-se uma transgressão do propósito divino o evitar filhos por motivos egoístas quer seja com contraceptivos masculinos ou femininos. Gente que não quer o trabalho de criar crianças e casam pelo sexo e companhia se esquecem que tiveram um pai e uma mãe que pensaram diferente. O sexo e o companheirismo trazidos pelo casamento não são a sua única finalidade. Criar filhos é bem menos complicado e difícil do que se pensa, quando o casal o faz na dependência de Deus.

Por outro lado, creio que não vai contra o propósito de Deus o casal controlar o número de filhos, e mesmo chegar a uma época em que decida evitá-los. Minha esposa e eu temos quatro filhos. Na realidade queríamos ter cinco, mas por problemas de saúde dela, tivemos de parar nos quatro. Creio que já demos nossa contribuição para encher o mundo e dominá-lo! E não nos sentimos constrangidos em evitar que ela engravide mais uma vez.

Assim, creio que nada há contrário ao uso da pílula masculina por um cristão, desde que pelos motivos corretos. Sobre o fato de ser "masculina", não, vejo nada nas Escrituras que condenem a pílula por isto. A pílula masculina ainda tem a vantagem sobre alguns contraceptivos femininos de evitar uma outra questão ética relacionada com o controle da natalidade, que é a do uso de métodos que são abortivos.

June 23, 2010

Saudade é coisa que dói


Peço licença aos leitores do blog para escrever algo fora de sua "linha editorial". Se você precisa de uma justificativa, talvez seja este um escrito de "resistência à tristeza".

Faz pouco mais de um mês que nossa mãe partiu para estar com o Senhor. Se, do ponto de vista espiritual, sua passagem foi abençoada, como a de Estevão (At 7.54-59), na ótica de quem ficou foi abrupta, misteriosa e violenta (o laudo da autópsia ainda não saiu, mas há fortes evidências de assassinato). Seja como for, há dias sinto a necessidade de registrar algumas palavras sobre a minha mãe, numa espécie de tributo a ela, grande devedor que sou. Escrever é mais fácil que falar e nossos pais espirituais já usavam deste expediente no passado (2Co 2.4).

Minha mãe foi uma mulher muito crente, para mim, um exemplo de piedade. Na sua mocidade ela orava a Deus pedindo um filho, para que fosse pastor. Devoção rara em nossos dias. Durante a sua vida, leu a Bíblia inteira 9 vezes, muito embora, por ter vindo do sertão do Ceará, tivesse apenas o primário completo. Foi superintendente de Escola Dominical, professora e conselheira dos adolescentes por muitos anos. Era apaixonada por leitura. Desde que me lembro, sempre houve a Bíblia e um livro em seu criado mudo. Não dormia sem antes ler os dois. Foi com ela que criei gosto pela leitura. Foram dela os primeiros livros que li e que me despertaram para o ministério. Foi com ela que aprendi a amar a Deus sobre todas as coisas.

Criou três filhos nos caminhos do Senhor, eu e minhas queridas irmãs. Lembro-me da minha infância e adolescência quando chegávamos da igreja, no domingo à noite, e ela proibia a mim e a minha irmã de ligarmos a televisão, para que o ensino do sermão que acabáramos de ouvir não saísse rápido de nossas mentes. Alguns princípios de vida que sigo há anos vieram dela. Por exemplo, o de não recusar trabalhos que Deus nos dá e de ser um homem, no sentido mais completo da palavra, responsável e ativo, nunca omisso, nas lutas para o bem da Igreja.

Hoje, há poucas semanas de sua partida a dor da saudade aperta o meu peito. Sua lembrança está em todas as partes. Na comida que o restaurante oferece e que, me lembro, ela fazia muito melhor (mandioca frita, baião de dois, bolinho de chuva, doce de leite com alguns cravos); no sorriso dos meus pequenos filhos quando penso que ela também passou por esta fase e nos criou com o mesmo carinho que tentamos criar agora os nossos; no rosto e temperamento de minhas tias, irmãs e sobrinhas que refletem fisica e emocionalmente traços próprios seus e no meu próprio espelho quando vejo ali, expresso em minha estrutura, semblante e gestos, o corpo de meu pai, homem que ela amou a vida inteira e que foi chamado para a glória 6 anos antes de sua partida.

Como "não há mal que não traga um bem" frase originária de minha avó e tantas vezes usada por minha mãe, eco de "todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm 8.28), a vida segue. Segue na certeza de que Deus faz tudo perfeito e a seu tempo. Segue na confiança de que o Consolador está conosco, a cada dia. Segue na esperança de que um dia reencontraremos nosso pai e nossa mãe (1Ts 4.13,14) não mais com as marcas de sofrimentos que passaram por aqui, mas radiantes e com a alegria indizível (1Pe 1.8) própria de quem está com nosso amado Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Antes deste reencontro acontecer, cabe a nós, os que ficamos, viver vidas dignas dos pais que tivemos. Cumprindo o "honra teu pai e tua mãe" mesmo na ausência física deles, sendo exemplos para nossos filhos, pois isto é agradável ao Senhor. 

Saudade é coisa que dói, mas temos um Deus que é Pai de misericórdia e de toda consolação. "É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus." (2Co 1.3,4). A Ele, doador da vida, nossa gratidão pela salvação (Jo 10.28) e esperança bendita da vida eterna. A Ele toda a glória. Amém.

June 14, 2010

June 11, 2010

Nada Mais Importa!


Essas palavras nos mostram que estamos diante de um acontecimento mais importante que se possa pensar. Alguns poetas já tentaram descrever o momento presente como o mais importante de todos, e ele tem apenas a duração do instante que passa, doce pássaro do agora, que quando se dá por ele, já voou, para nunca mais voltar. (Mário Quintana)

Outros ainda crêem que o melhor ficou para trás e se arriscam a dizer que as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão. (Carlos Drumond de Andrade)

E há, claro, os que têm esperança que o melhor ainda está por vir nessa vida, por isso, para eles quem sempre vence é o porvir. (Castro Alves)

A frase do título, entretanto, realça o momento pelo qual todos esperam por quatro anos, passam o mês realmente concentrados na realidade de que nada mais importa e, já que daqui a quatro anos o torneio será no Brasil, de fato nada mais importa além da Copa do Mundo de Futebol da FIFA.

Talvez você também esteja imbuído dessa ‘verdade’ e tenha se preparado para fazer aquilo que boa parte do mundo faz: colecionar o álbum de figurinhas, conhecer a escalação completa, torcer, abraçar, chorar e gritar como se cada pessoa que se senta ao seu lado no momento mágico do “gooooool” fosse seu melhor amigo, o mais chegado irmão.

O fato de ser na África do Sul pós-Mandela traz um toque especial ao ideal humanitário do fim da segregação racial, mostrando como o grande deus-futebol tem a solução para a verdadeira promoção da paz e da alegria nesse mundo tão mau.

Tudo parece muito bonito; entretanto, precisamos analisar como crentes, qual deve ser o nosso compromisso com a Copa do Mundo. Também sou brasileiro, gosto muito de futebol, estou tentando completar o álbum de figurinhas com meus filhos e espero que o Brasil jogue com raça e ganhe cada jogo; mas qual é o limite razoável dessas coisas e como devemos agir? Espero que aqui possamos ver algumas questões bem práticas!

Em primeiro lugar, precisamos nos questionar se esse amor à seleção (ou ao futebol) é um patriotismo sadio ou uma idolatria assumida. Vejamos, por exemplo, se não nos preparamos para quebrar o Dia do Senhor desde já construindo no nosso coração idólatra algumas auto-justificativas ou defesas: o jogo não é no horário do culto... é melhor assistir do que não assistir querendo, pois é pecado do mesmo jeito... ah, essa coisa de Dia do Senhor é farisaísmo (ou outro ismo qualquer).

Outro questionamento que devemos fazer diante do espelho é se a irmandade ocasionada pelo futebol não expõe como nossa situação na Igreja é de profunda fragilidade. A camisa amarela nos une mais que o sangue carmesim do Salvador no Calvário, o grito de gol nos emociona mais que o expirar na cruz, o sorriso de Kaká nos é mais caro que o choro de Jesus e isso fica claro quando não temos nem de perto o mesmo tipo de emoção e alegria quando cultuamos a Deus do que quando cultuamos ao time de Dunga.

Quando formos crentes de verdade, poderemos chegar no dia da final de uma copa do mundo entre Brasil e Argentina e, mesmo com o jogo marcado para o horário do culto, podermos nos ajuntar com os verdadeiros irmãos e, levantando nossas mãos em comemoração de reverente adoração, sairmos desse lugar com uma convicção no nosso coração: É culto a Deus, é Dia do Senhor, Nada Mais Importa!

Pr. Samuel Vitalino

June 8, 2010

20 Recomendações de Thomas Watson


Em 24 de agosto de 1662, dois mil ministros puritanos do evangelho foram excluídos de seus púlpitos, tendo recebido a ordem de não mais pregarem em público. O Ato de Uniformidade, baixado pelo parlamento inglês, conhecido pelos evangélicos como a Grande Ejeção, pairava por sobre a Inglaterra como uma nuvem espessa. Muitos líderes eclesiásticos da Igreja Anglicana, a religião oficial, estavam forçando os puritanos a cessarem suas prédicas ou a se moldarem à adoração litúrgica decretada por lei. Muitos ministros preferiam o silêncio à transigência.

Com olhos marejados de lágrimas, milhares de cristãos humildes ouviram seu último sermão no domingo imediatamente anterior à data em que o Ato se tornaria lei. E, naquele último domingo de liberdade, os ministros puritanos provavelmente pregaram os seus melhores sermões.

O sermão que passamos a transcrever, de modo um tanto abreviado, foi pregado por Thomas Watson a seu pequeno rebanho.

Antes que eu me vá, devo oferecer alguns conselhos e orientações para vossas almas. Eis as vinte instruções que tenho a dar a cada um de vós, para as quais desejo a mais especial atenção:

1) Antes de tudo, observa tuas horas constantes de oração a Deus, diariamente. O homem piedoso é homem "separado" (Sl 4.3), não apenas porque Deus o separou por eleição, mas também porque ele mesmo se separa por devoção. Inicia o dia com Deus, visita-O pela manhã, antes de fazeres qualquer outra coisa. Lê as Escrituras, pois elas são, ao mesmo tempo, um espelho que mostra as tuas manchas e um lavatório onde podes branquear essas máculas. Adentra ao céu diariamente, em oração.

2) Coleciona bons livros em casa. Os livros de qualidade são como fontes que contêm a água da vida, com a qual poderás refrigerar-te. Quando descobrires um arrepio de frio em tua alma, lê esses livros, onde poderás ficar familiarizado com aquelas verdades que aquecem e afetam o coração.

3) Tem cuidado com as más companhias. Evita qualquer familiaridade desnecessária com os pecadores. Ninguém pode apanhar a saúde de outrem; mas pode-se apanhar doenças. E a doença do pecado é altamente transmissível. Visto não podermos melhorar os outros, ao menos tenhamos o cuidado de que eles não nos façam piores. Está escrito acerca do povo de Israel que "se mesclaram com as nações e lhes aprenderam as obras" (Sl 106.35). As más companhias são as redes de arrastão do diabo, com as quais arrasta milhões de pessoas para o inferno. Quantas famílias e quantas almas têm sido arruinadas pelas más companhias!

4) Cuidado com o que ouves. Existem certas pessoas que, com seus modos sutis, aprendem a arte de misturar o erro com a verdade e de oferecer veneno em uma taça de ouro. Nosso Salvador, Jesus Cristo, aconselhou-nos: "Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores" (Mt 7.15). Sê como aqueles bereanos que examinavam as Escrituras, para verificar se, de fato, as coisas eram como lhes foram anunciadas (At 17.11). Aos crentes é mister um ouvido discernidor e uma língua crítica, que possam distinguir entre a verdade e o erro e ver a diferença entre o banquete oferecido por Deus e o guisado colocado à sua frente pelo diabo.

5) Segue a sinceridade. Sê o que pareces ser. Não sejas como os remadores, que olham para um lado e remam para outro. Não olhes para o céu, com tua profissão de fé, para, então, remar em direção ao inferno, com tuas práticas. Não finjas ter o amor de Deus, ao mesmo tempo que amas o pecado. A piedade fingida é uma dupla iniqüidade. Que teu coração seja reto perante Deus. Quanto mais simples é o diamante, tanto mais precioso ele é; e quanto mais puro é o coração, maior é o valor que Deus dá à sua jóia. O salmista disse sobre Deus: "Eis que te comprazes na verdade no íntimo" (Sl 51.6).

6) Nunca te esqueças da prática do auto-exame. Estabelece um tribunal em tua própria alma. Tem receio tanto de uma santidade mascarada quanto de ires para um céu pintado. Julgas-te bom porque outros assim pensam de ti? Permite que a Palavra seja um ímã com o qual provarás o teu coração. Deixa que a Palavra seja um espelho, diante do qual poderás julgar a aparência de tua alma. Por falta de autocrítica, muitos vivem conhecidos pelos outros, mas morrem desconhecidos por si mesmos. "De noite indago o meu íntimo", disse o salmista (Sl 77.6).

7) Mantém vigilância quanto à tua vida espiritual. O coração é um instrumento sutil, que gosta de sorver a vaidade; e, se não usarmos de cautela, atrai-nos, como uma isca, para o pecado. O crente precisa estar constantemente alerta. Nosso coração se assemelha a uma "pessoa suspeita". Fica de olho nele, observa o teu coração continuamente, pois é um traidor em teu próprio peito. Todos os dias deves montar guarda e vigiar. Se dormires, aí está a oportunidade para as tentações diabólicas.

8) O povo de Deus deve reunir-se com freqüência. As pombas de Cristo devem andar unidas. Assim, um crente ajudará a aquecer ao outro. Um conselho pode efetuar tanto bem quanto uma pregação. "Então, os que temiam ao SENHOR falavam uns aos outros" (Ml 3.16). Quando um crente profere a palavra certa no tempo oportuno, derrama sobre o outro o óleo santo que faz brilhar com maior fulgor a lâmpada do mais fraco. Os biólogos já notaram que há certa simpatia entre as plantas. Algumas produzem melhor quando crescem perto de outras plantas. Semelhantemente, esta é a verdade no terreno espiritual. Os santos são como árvores de santidade. Medram melhor na piedade quando crescem juntos.

9) Que o teu coração seja elevado acima do mundo. "Pensai nas coisas lá do alto" (Cl 3.2). Podemos ver o reflexo da lua na superfície da água, mas ela mesma está acima, no firmamento. Assim também, ainda que o crente ande aqui em baixo, o seu coração deve estar fixado nas glórias do alto. Aqueles cujos corações se elevam acima das coisas deste mundo não ficam aprisionados com os vexames e desassossegos que outros experimentam, mas, antes, vivem plenos de alegria e de contentamento.

10) Consola-te com as promessas de Deus. As promessas são grandes suportes para a fé, que vive nas promessas do mesmo modo que o peixe que vive na água. As promessas de Deus são quais balsas flutuantes que nos impedem de afundar, quando entramos nas águas da aflição.

11) Não sejas ocioso, mas trabalha para ganhar o teu sustento. Estou certo de que o mesmo Deus que disse: "Lembra-te do dia de sábado, para o santificar", também disse: "Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra". Deus jamais apoiou qualquer ociosidade. Paulo observou: "Estamos informados de que, entre vós, há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes, se intrometem na vida alheia. A elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranqüilamente, comam o seu próprio pão" (2 Ts 3.11-12).

12) Ajunta a primeira tábua da Lei à segunda, isto é, piedade para com Deus e eqüidade para com o próximo. O apóstolo Paulo reúne essas duas idéias, em um só versículo: "Vivamos, no presente século... justa e piedosamente" (Tt 2.12). A justiça se refere à moralidade; a piedade diz respeito à santidade. Alguns simulam ter fé, mas não têm obras; outros têm obras, mas não têm fé. Alguns se consideram zelosos de Deus, mas não são justos em seus tratos; outros são justos no que fazem, mas não têm a menor fagulha de zelo para com Deus.

13) Em teu andar perante os outros, une a inocência à prudência. "Sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas" (Mt 10.16). Devemos incluir a inocência em nossa sabedoria, pois doutro modo tal sabedoria não passará de astúcia; e precisamos incluir sabedoria em nossa inocência, pois do contrário nossa inocência será apenas fraqueza. Convém que sejamos tão inofensivos como as pombas, para que não causemos danos aos outros, e que tenhamos a prudência das serpentes, a fim de que os outros não abusem de nós nem nos manipulem.

14) Tenha mais medo do pecado que dos sofrimentos. Sob o sofrimento, a alma pode manter-se tranqüila. Porém, quando um homem peca voluntariamente, perde toda a sua paz. Aquele que comete um pecado para evitar o sofrimento, assemelha-se ao indivíduo que permite sua cabeça ser ferida, para evitar danos ao seu escudo e capacete.

15) Foge da idolatria. "Filhinhos, guardai-vos dos ídolos" (1 Jo 5.21). A idolatria consiste numa imagem de ciúme que provoca a Deus. Guarda-te dos ídolos e tem cuidado com as superstições.

16) Não desprezes a piedade por estar sendo ela perseguida. Homens ímpios, quando instigados por Satanás, vituperam, maliciosamente, o caminho de Deus. A santidade é uma qualidade bela e gloriosa. Chegará o tempo quando os iníquos desejarão ver algo dessa santidade que agora desprezam, mas estarão tão removidos dela como agora estão longe de desejá-la.

17) Não dá valor ao pecado por estar atualmente na moda. Não julga o pecado como coisa apreciável, só porque a maioria segue tal caminho. Pensamos bem sobre uma praga, só porque ela se torna tão generalizada e atinge a tantos? "E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as" (Ef 5.11).

18) No que diz respeito à vida cristã, serve a Deus com todas as tuas forças. Deveríamos fazer por nosso Deus tudo quanto está no nosso alcance. Deveríamos servi-Lo com toda a nossa energia, posto que a sepultura está tão perto, e ali ninguém ora nem se arrepende. Nosso tempo é curto demais, pelo que também o nosso zelo de Deus deveria ser intenso. "Sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor" (Rm 12.11).

19) Faze aos outros todo o bem que puderes, enquanto tiveres vida. Labuta por ser útil às almas de teus semelhantes e por suprir as necessidades alheias. Jesus Cristo foi uma bênção pública no mundo. Ele saiu a fazer o bem. Muitos vivem de modo tão infrutífero, que, na verdade, suas vidas dificilmente são dignas de uma oração, como também seu falecimento quase não merece uma lágrima.

20) Medita todos os dias sobre a eternidade. Pois talvez seja questão de poucos dias ou de poucas horas - haveremos de embarcar através do oceano da eternidade. A eternidade é uma condição de desgraça eterna ou de felicidade eterna. A cada dia, passa algum tempo a refletir a respeito da eternidade. Os pensamentos profundos sobre a eterna condição da alma deveriam servir de meio capaz de promover a santidade. Em conclusão, não devemos superestimar os confortos deste mundo. As conveniências do mundo são muito agradáveis, mas também são passageiras e logo se dissipam. A idéia da eternidade deve ser o bastante para impedir-nos de ficar tristes em face das cruzes e sofrimentos neste mundo. A aflição pode ser prolongada, mas não eterna. Nossos sofrimentos neste mundo não podem ser comparados com nosso eterno peso de glória. Considerai o que vos tenho dito, e o Senhor vos dará entendimento acerca de tudo.

May 25, 2010

Direitos Homossexuais ou Censura Generalizada?


Freqüentemente temos alertado aos leitores deste blog quanto ao Projeto de Lei que tramita no Senado, o PL 122/2006 que pretende criminalizar a discordância ao Homossexualismo. Muitos críticos têm mostrado que, se aprovado, o projeto atentará contra a liberdade de expressão prevista em nossa constituição. O texto atual do projeto prevê o seguinte:

Art. 1º - Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero."(NR)

Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero:

§ 5º O disposto neste artigo envolve a prática de qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória, de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica."(NR)

A expressão "ordem moral, ética, filosófica ou psicológica" abrange tudo, até pensamentos. Igrejas, organizações e até a mídia ficarão impedidos de fazer qualquer comentário sobre este grupo. Posto abaixo 3 vídeos sintomáticos. No primeiro, humoristas da Rede TV são expulsos de uma marcha homossexual que aconteceu no último dia 19, em Brasília. No segundo, um flagrante de violência de um homossexual contra um heterossexual. Se o agressor fosse o heterossexual, ele estaria perdido com a quantidade de processos que seriam movidos contra ele. E, no terceiro filme, um trecho do vídeo "PLC 122/2006 - A diferença entre Homossexualismo e Militância Gay".





May 24, 2010

As bases Darwinistas do Nazismo


O documentário abaixo é uma resposta à nova onda de ateísmo mundial. Dirigido por Nathan Frankowski e produzido por Ben Stein "EXPELLED - No Intelligence Allowed" (Expulso - Inteligência não é permitida), o filme mostra a perseguição que alguns cientistas têm sofrido por não endossarem mais a teoria do Evolucionismo e traz à tona a clara ligação entre darwinismo e o que se praticou no período Nazista.


















O declínio da PCUSA

Até 1984, o maior ramo do presbiterianismo americano, a PCUSA, tinha alterado seu nome para United Presbyterian Church Of United States of America (UPCUSA), que experimentou um acentuado decréscimo no número de membros na segunda metade do século 20. Em 1983, como resultado da fusão com a Presbyterian Church in the U.S. (PCUS), denominada ramo sulista, que contava com mais de 800 mil membros à época, nasceu a atual PCUSA. Mas a curva continuou descendente. Veja o gráfico abaixo:


Igualmente, a candidatura ao ministério na PCUSA tem sido motivo de preocupação constante. Mesmo tendo aprovado a ordenação feminina na década de 60, e as mulheres já ultrapassarem o número de homens ordenados anualmente, a PCUSA tem percebido um decréscimo no número de candidatos (principalmente masculinos) ao ministério nos últimos anos, como demonstram os números abaixo:



Autor: Rev. Alceu Lourenço
Números obtidos diretamente no site da denominação: www.pcusa.org


May 21, 2010

“RE-IMAGINING”: O FEMINISMO RADICAL EM PELE DE CORDEIRO

As mulheres pós-modernas se reuniram em Minneapolis com a finalidade de "re-imaginar" a Deus, a igreja e a família. 700 delegadas estiveram presentes na conferência que ocorreu em 2003 e cerca de metade destas em 1998. Eram principalmente lideranças femininas das principais denominações associadas ao Conselho Mundial de Igrejas. A primeira conferência ocorreu sob os auspícios do Conselho Mundial de Igrejas dentro do tema “Uma Década de Solidariedade com as mulheres”.

Estas conferências feministas criadas na esteira das igrejas evangélicas Norte Americanas, produziram um grande abalo, mesmo entre as denominações mais complacentes que deram seu suporte financeiro aos eventos. A principal e mais importante denominação patrocinadora do primeiro e do segundo evento foi a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos da América (PCUSA) (
1), a Igreja Metodista Unida, a Igreja Luterana Evangélica da América e os Episcopais.

Para além do Ecumenismo
Por mais triste que possa ser, o movimento Re-Imagining (Re-imaginando Deus) não é uma adaptação inocente, feminista da mensagem Cristã para os tempos modernos. É, na verdade, um assalto aos fundamentos do Cristianismo de tal maneira a apresentá-lo com o neo-paganismo. Declarações oficiais, estão, o que não é de se surpreender, repletas de blasfêmias e irreverências na medida em que mesclam as mulheres glorificadas em sua própria sexualidade e vã sabedoria na tentativa de criar deusas às suas próprias imagens.


A agenda anti-cristã da conferência “… exalta toda e qualquer religião imaginável ou espiritualidade, exceto o Cristianismo bíblico e ortodoxo, e reconhece o poder de qualquer deidade, exceto o poder de Jesus Cristo” (2).

Vamos Re-imaginar
Quando alguém re-imagina Deus, então nada é sagrado, tudo está à disposição sobre a mesa para reconstrução. Verdade, realidade, instituições sociais, modos de comunicação, tudo se submete à análise corrosiva do subjetivismo pós-moderno. A expressão feminista desta reviravolta crítica religiosa foi manifestada nas duas Conferências Re-Imagining God (Re-Imaginando Deus). Aqui apresentamos algumas de suas conclusões sobre religião, Deus, Jesus, sexualidade e família:

Religião 
As pressuposições religiosas e filosóficas do movimento Re-Imagining são totalmente pós-modernas. Não há verdade absoluta e nem podemos conhecer a Deus, exceto pela experiência subjetiva. No entendimento do Cristianismo histórico sobre Deus e a revelação, que foram ali sumariamente descartados, o uso da imaginação na religião não encontra qualquer fundamento que possa prover segurança. O teólogo pós-moderno vê o homem tornar-se o mesmo que os pensadores pós-modernos seculares. Uma das conferencistas afirmou que: O evangelho do Re-Imagining é palatável às nossas pressuposições da ‘Nova Era’. Não há, por exemplo, pecado, vergonha, culpa, ou mesmo necessidade de salvação, não há qualquer chamado à santidade, não há necessidade a qualquer obediência, e nem mesmo uma vocação ao serviço” (3)

Deus 
A idéia de Deus haverá de ser mais manejável e moldável se Ele estiver despersonalizado. As feministas do Re-Imagining não somente reimaginam a Deus – Elas o desconstroem, o destroem, O levam abaixo, O demolem! No lugar de Deus elas o substituem pelo monismo da Nova Era.

Monismo 
O Monismo na verdade não é novo. Ele é encontrado nas filosofias pagãs juntamente com elementos das religiões orientais. Para as sacerdotisas de Minneapolis, seu deus é uma energia divina universal que permeia o mundo material, incluindo a humanidade divina. Parte do culto delas envolveu o curvar-se uma perante a outra para reconhecer a divindade mútua, tanto quanto o cantar regular do “Ó grande espírito, terra, vento e mar, tu está dentro de nós e ao nosso derredor.” Em 1998 na versão da Conferência Re-Imagining, este espírito Gnóstico foi mostrado nos programas impressos com declarações tais como: “ Eu encontrei Deus em mim mesma, e eu a amei. Eu a amei de maneira apaixonada e feroz.” Para a exclusão de Jesus e Deus o Pai (dois termos que soam tremendamente patriarcais), as orações eram então feitas a “Nossa criadora, Sophia.”. Sophia, evidentemente, é a palavra grega para sabedoria, e representa não somente a feminilização da deusa delas, mas revela a deusa como flúida, uma sabedoria intangível, dentro das pessoas e no próprio cosmos. O culto de si mesmo estava envolto em orações feitas à Sophia intuitiva.

Jesus
Na primeira conferência, Delores Williams do Seminário Teológico Union da cidade de Nova York (da PCUSA), produziu uma reação tempestuosa quando ela declarou “Eu sei que eu não preciso de qualquer teoria de expiação. Eu entendo que Jesus veio à vida e nos mostrou algo sobre a vida ... eu não penso que precisamos de pessoas penduradas em cruzes, sangue pingando e derramando e coisas nojentas como estas” (4). Na conferência de 1998, o ataque sobre a identidade de Jesus continuou: “Afinal, é necessário rompermos com a religião dos que nos escravizaram.” vociferou outra oradora, Carter Heyward. Sua resposta foi para que re-imaginemos Jesus Cristo. Heyward disse que foi um equívoco enfatizar “a singularidade da presença de Deus em Jesus”; “Não é a identidade de Jesus com Deus, como se Jesus de alguma forma pensasse a respeito de si mesmo como divino... Jesus realmente não era divino ... Jesus era humano como nós, e também como nós ele tinha uma infusão em Deus, com o espírito sagrado, e neste sentido ele era divino, e ele tinha uma certa suspeita desta sua divindade.” (5) Heyward afirmou o ponto de vista de que toda a vida é simplesmente uma emanação da realidade divina, significando que todas as pessoas
e coisas são essencialmente divinas e ninguém pode pretender ser única, nem mesmo Jesus. “Enquanto ninguém, nem mesmo Jesus, é divino por si ou em si mesmo, ou si mesma, todo mundo, tal como Jesus, é capaz de ser deus, e usar isto (deus) como um verbo... é isto que somos e faremos ... ser deus, e é exatamente esta que é a história de Jesus e nada mais.”

Sexualidade – 
Na conferência de 1993 as delegadas aplaudiram 100 de suas participantes que subiram ao palco para celebrar a suas identidades sexuais como lésbicas, bi-sexuais, ou transexuais. A líder da CLOUT, Melanie Morrison afirmou naquela convenção: “Nós estamos completamente cônscias que o mundo não é um lugar seguro para mulheres lésbicas, e muito menos a igreja é este lugar seguro.” CLOUT é a sigla em inglês para “Christian Lesbians Out Together.” – (Lésbicas Cristãs Unidas).

Família 
Parte da agenda sexual das feministas radicais na igreja é romper com a família tradicional. Isto porque as famílias tradicionais têm seus papéis como pai e mãe, marido e esposa. Mary Hunt é uma lésbica Católica Romana e co-fundadora da WATER, a “Women’s Alliance for Theology, Ethics, and Ritual.” – (Aliança das
Mulheres pela Teologia, Ética e Ritual.) Ela propôs na conferência Re-Imagining que a amizade de amor livre fosse substituída como uma metáfora no lugar da família. Ele explicou o que quis disser com isto: “... imagine relações sexuais entre amigos como a norma, jovens aprendendo a fazer amigos ao invés de namorar. Imagine a valorização da interação genital sexual em termos de como a amizade se aprofundaria e o prazer mútuo aumentaria. O prazer é nosso direito de nascença do qual temos sido roubados em nossa religiosidade patriarcal. Chegou o momento de clamarmos por um novo tipo de amizade... Um relacionamento humano responsável é um direito humano. Eu vislumbro amigos, não famílias, nadando em prazeres que merecemos porque nossos corpos são santos e nossa sexualidade é parte das riquezas que a criação nos oferece.” (6)

Delores Williams do Union Theological Seminary, (Seminário Teológico União da PCUSA), notória por sua rejeição da expiação de Cristo na conferência de 1993, disse ainda mais em 1998, tal como foi publicado: “As mulheres precisam criar comunidades onde as pessoas possam ser livres… um contexto do sagrado onde nenhuma sexualidade seja impura. No coração e na alma das deidades todos nós somos amados, e não importa com quem vamos para a cama.” (7)


Teologia Feminista
A teologia feminista do movimento Re-Imagining sublinha a experiência e o recontar das histórias da vida, especialmente histórias de abuso, repressão, e agressão. Afirma-se que as histórias feministas contadas são, na verdade, uma grande contribuição para a igreja. As histórias pessoais desafiam a teologia tradicional, com isto encorajando o abandono de absolutos morais e ao mesmo tempo incentivando a igreja a tornar a sua mensagem mais relacional. Este será, segundo ela, o único caminho para a “purificação e plenitude”.

Neste ambiente espera-se encontrar qualidades femininas, como o cuidado maternal, na teologia feminista. No entanto, o que mais se vê, tal como ocorre na Africanização do Cristianismo é a adaptação da mensagem e formas de fé das tradições religiosas locais, da mesma forma neste movimento – a feminilização do Cristianismo é encontrada. A bastardização da Santa Ceia é particularmente ofensiva, tanto numa como em outra conferência que tinha como objetivo focalizar a mensagem Re-Imagining ocorreu a santa ceia servida com “leite e mel”. Ouça as palavras litúrgicas que foram proferidas em 1998 no momento da “santa ceia”: “Este é o corpo de Deus para a purificação e limpeza da amargura do coração humano...” declarou Reverenda (Sally) Hill enquanto as mulheres passavam leite e mel misturados aos participantes. “Nós estamos vendo o poder sendo levantado da terra...” Juntas estamos fazendo nascer e dando à luz à Comunidade Re-Imagining que se estende a todos os cantos de nosso mundo!” (8)


Vozes discordantes
Nem todas as mulheres das principais denominações concordam com as radicais. Diane L. Knippers, presidente do “Institute on Religion and Democracy” (Instituto sobre Religião e Democracia), era uma das observadoras na conferência em 1998. Ela lamentou dizendo que: “Há uma tentativa de diminuir Re-Imagining como um tipo de show sem importância. Mas o movimento permanece tremendamente influente nas principais denominações como a vanguarda da teologia feminista, e como a tendência mais proeminente nos campus dos seminários hoje. A maioria das palestrantes do Reavivamento Re-Imagining são professoras nos nossos seminários ou trabalham para agências da igreja e suas idéias continuam sendo divulgadas” (9). Outra observadora na conferência de 1998, Sylvia Dooling de “Voices of Orthodox Women” (Vozes das Mulheres Ortodoxas) da PCUSA (Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos da América), concorda.

Ela conclui que Re-Imagining não é um movimento periférico; pelo contrário, é um movimento que cresce significativamente nas principais denominações. Re-Imagining abandonou a rica herança do Cristianismo bíblico por um relativismo e hedonismo pós-moderno. O resumo que ela faz é penetrante: “O evangelho do Re-Imagining não apresenta e não contém qualquer boa nova a ninguém, nele não há esperança. Sua mensagem é que tudo foi tão contaminado pelo sistema patriarcal que todas nós mulheres não devemos fazer outra coisa senão nos revoltarmos – e nos engajarmos numa revolução. Vá pelo mundo afora e desmantele todos os limites da fé histórica; agite as águas; espalhe a história da vitimização e da opressão. Diga a todos o quanto você foi abusada, afirme a todos o tamanho de seu ódio, e o quão solitária você se encontra. Esta é a verdade que a libertará. Conheça o seu corpo e o use de todas as formas que você decidir usá-lo – porque não há esta coisa de moralidade, não existem preceitos para uma vida santa. A filosofia dos Epicureus aqui abunda – “Coma, beba e faça sexo.” (10)

Conclusão
O movimento Re-Imagining não terá seu fim enquanto as principais denominações Norte-Americanas (especialmente a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos da América – PCUSA) bancarem estas conferências e promoverem seus proponentes dentro de suas agências denominacionais. Um comitê para o “Futuro do Movimento Re-Imagining” se encontrou em “Twin Cities” e anunciou a celebração do 10º aniversário da conferência que ocorreu em Junho de 2003, muitas das mesmas preletoras radicais foram convidadas. (11) Re-imaginar é como desejar o produto de sua imaginação num quadro negro. Re-imaginar a Deus e o Cristianismo é pintar a si mesmo como o centro neste quadro. Enquanto os verdadeiros crentes se enchem de justa indignação pelas pinturas blasfemas do movimento Re-Imagining, o próprio Deus nem sequer se move. De fato ele manifesta a sua indignação por cada uma destas afrontas, trazendo a estes seu justo juízo, nestes termos: “Por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o Senhor e contra o seu Ungido (Cristo), dizendo: Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas. Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles.” (12)

Enquanto isto, os crentes devem “disciplinar com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, mas também o retorno à sensatez, livrando-se eles dos laços do Diabo, tendo sido feitos cativos por ele para cumprirem a sua vontade.” (13) Devemos estar confiantes, sabendo que “… as armas de nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo.” (14)

Autor
: Christopher Lensch

Notas
:


1 A PCUSA contribuiu com mais de US$ 66 mil dólares para a conferência de 1993 e impôs uma taxa per capita para quem se inscreveu para a conferência de 1998.
2 Editorial por Harold S. Martin, “Paganismos na Conferência Re-Imangining em Minneapolis (1993), na revista Brethren Revival Fellowship Witness 29:3 (May/June 1994). 
3 Ibid.
4 Citado no Jornal Presbyterian Layman (Jan/Feb 1994) 10.
5 http://www.layman.org/layman/news/reimagining-revival.htm.
6 Citado no Jornal Presbyterian Layman (Jan/Feb 1994) 10-11.
10 Ibid.
11 O website de Re-Imagninig é www.reimagining.org.
12 Salmo 2:1-4.
13 2 Tim 2:25-26.
14 2 Cor 10:4-5. 

May 4, 2010

Um pastor transexual? O declínio de uma igreja


Erin Swenson abriu novos caminhos dentro dos grupos da fé cristã protestante predominante em 22 de outubro de 1996, quando o Presbitério da Grande Atlanta, numa votação de 186 para 161, manteve sua ordenação como pastor presbiteriano. Erin fizera transição de masculino para feminino em 1995/96, após 23 anos de ministério ordenado e, com a votação do Presbitério, em 1996 ele se tornou o primeiro ministro de grupo predominante a fazer uma transição de gênero permanecendo no cargo ordenado.

Erin nasceu Eric Karl Swenson em Buffalo, Nova York, em 1947. Ele se mudou para Atlanta, Georgia com sua família em 1957, freqüentando o colégio Sandy Springs, antes de entrar no Instituto de Tecnologia da Georgia em 1965. Conheceu sua esposa em 1967, e entrou Seminário Teológico de Columbia da Presbyterian Church USA (Igreja Presbiteriana dos EUA), em 1970, apenas quatro meses após o nascimento de sua primeira filha. Depois de se graduar com honra pela Columbia em 1973 e terminar um estágio clínico, Erin se tornou ministro de educação na 1ª Igreja Presbiteriana de Dalton, Georgia. Após o parto difícil de sua segunda filha, em 1976, que a deixou com graves deficiências, a família se mudou de volta para Atlanta, onde Erin concluiu uma pós-graduação em Aconselhamento Pastoral enquanto trabalhava como capelão da cínica do Centro Geórgia para Retardamento.

Erin se juntou à equipe de Psiquiatria Clínica e Centro para o Crescimento Pessoal de Atlanta em 1981 como psicoterapeuta clínico pastoral depois de concluir seu mestrado em Aconselhamento Pastoral no Seminário Teológico de Columbia. Em 1984, tornou-se Diretor do Centro de Cuidado Pastoral, um ministério conjunto da Igreja Presbiteriana de Peachtree e da Catedral Episcopal de São Filipe, em Atlanta. Erin foi co-fundador, com Karen Faulk, do Centro de Psicoterapia Brookwood em 1987, onde continuou clinicando até a sua transição de gênero em 1995. Em 1995, Erin foi ganhou o prêmio de Reconhecimento de Serviços ao Estado da Associação para o Casamento e Terapia Familiar da Geórgia por sua contribuição no avanço da legislação de licenciamento profissional da Geórgia. Ele também co-fundou e liderou por dez anos o Curso Pré-nupcial, um ministério da Diocese Episcopal de Atlanta, durante os quais cerca de 1.000 casais foram atendidos em preparação para a vida conjunta.

Ao estudar para seu doutorado, ele foi listado no Quem é Quem das Faculdades e Universidades da América, e completou seu Doutoramento em Serviços Psicológicos na Universidade de Columbia do Pacífico em 1989. A transição de gênero de Erin foi um período de turbulência pessoal para ele. Seu casamento terminou em 1995, na mesma época que o desafio na igreja estava começando. O seu atendimento clínico teve uma queda acentuada por causa da publicidade local de sua transição de gênero, e até ao final de 1996, ele conseguira tudo, mas estava desempregado. Ele começou a reconstrução lenta de seu aconselhamento especializando-se em questões de gênero e identidade de gênero para indivíduos e casais.

Em 1999, Erin foi co-fundador, com Raja Qasim, da Associação Sulina de Educação de Gênero (SAGE), uma agência educacional interreligiosa dedicada à prover educação de gênero para colégios, universidades, grupos médicos e organizações religiosas. Através da SAGE Erin tem apresentado seu programa por todo o país desde 1999, em formato grande ou pequeno, de Massachusetts até São Francisco. Em 1991, foi eleito para o Conselho da More Light Presbyterians, uma organização dedicada à inclusão plena das pessoas LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) na vida e no ministério da Presbyterian Church USA (Igreja Presbiteriana dos EUA).

Erin continua a manter um relacionamento cordial com o sua ex-esposa e suas duas filhas, assim como sua família. Em 2003, Erin se tornou o presidente da Comissão dos Ministérios da Saúde do Presbitério da Grande Atlanta. De acordo com Erin, "Meu ministério é trazer plena compreensão e compaixão, não apenas para as pessoas que são de gênero diferente, mas para todos que vivem em uma cultura onde rígidos papéis de gênero impõem expectativas insalubres e irreais para uma vida abundante."

(Esta declaração biográfica foi fornecida pelo próprio Erin Swenson)

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