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July 2, 2012

Quando a regra de fé é a própria Prática...


“A Bíblia é nossa única regra de fé e prática” – qualquer crente com certo tempo de igreja já ouviu esta frase, pelo menos uma vez. Mas, é triste observar que a frase não tem passado de um mero aforismo. Para a maioria dos evangélicos a Prática (e não a Palavra) é a verdadeira regra de fé. Explico:

Quando um líder de igreja está prestes a formular uma lei ou a responder a uma consulta de concílio inferior e, ao invés de perguntar “O que diz a Bíblia?”, pergunta “Qual tem sido a prática da igreja?” ele acaba de mostrar onde está a base de sua fé.

Da mesma forma, quando o membro de igreja elogia um pastor chamando-o de “equilibrado”, ou refere-se a uma igreja como sendo “equilibrada” ele revela, sem saber, o quanto a Prática tem prevalecido sobre a Palavra em sua mente.

Esta forma de pensar tem mais a ver com a dialética de Hegel do que com a Palavra de Deus. Para Hegel a história é um movimento de confronto entre tese (afirmação) e antítese (oposição da tese) gerando assim a síntese.

Desta forma, o que é um pastor “equilibrado”? É um pastor que não fica nos denominados “extremos”. Mas, e se a verdade estiver exatamente no extremo? Por exemplo, um pastor crê que dinheiro é prova de fé e ensina que crente tem de ser rico. O outro pastor, no outro extremo, crê que o amor ao dinheiro é raiz de todos os males e que cobiça é pecado e não virtude. Onde fica o equilíbrio? No meio do caminho entre o certo e o errado? O meio certo é o alvo a ser alcançado?

E quando o assunto é culto? Onde estará a vontade de Deus: na síntese entre um culto certo e um culto errado ou no que a Palavra aponta como sendo o culto certo?

Portanto, de volta ao início, a Bíblia é a nossa única regra de fé e de prática. A sociedade é dialética. Faz sínteses entre o certo e o errado, gerando mais conceitos errados. Nós, crentes, temos nas mãos a Palavra de Deus, poderosa para “destruir fortalezas, anulando sofismas” (2Co 10.4) Cabe a nós não sermos seguidores de Hegel, mas de Cristo. Levando a ele, cativo, todo pensamento à sua obediência.

June 20, 2012

Ceia Acridoce - Objeções




"Pois os sacramentos são visíveis sinais e selos de uma realidade interna e invisível. Através deles, Deus opera em nós, pelo poder do Espírito Santo. Por isso, os sinais não são vãos nem vazios para nos enganar, porque Jesus Cristo é a verdade deles e, sem Ele, nada seriam..." Confissão Belga, Artigo 33

"... o apóstolo nos ensina que há uma relação íntima entre o símbolo (pão e vinho) e a coisa significada (Cristo) ao ponto de que, se profanarmos os símbolos, pecamos contra o que é simbolizado, isto é, o corpo e o sangue de Cristo."
Augustus Nicodemus, Paulo e os Espirituais. 

De 07 a 09 de Junho aconteceu em Belo Horizonte a Consulta Nacional da Fraternidade Teológica Latino Americana, Setor Brasil. Em um dos cultos da Consulta foi realizada uma ceia incomum. Fotos postadas no Facebook mostravam duas bandejas, uma com pedaços de limão e outra com cubos de doce de leite. A explicação dada por um dos participantes, no Facebook, foi esta: "Compartilhamos o doce e o amargo da vida simbolizados pelo limão e doce de leite. Vida e comunhão é muito mais que elementos e rituais".

Muitas críticas pertinentes foram escritas sobre o acontecimento (clique nos nomes para acessar os textos): Norma BragaRenato Vargens e Allen Porto

O que pretendo aqui não é escrever mais sobre o assunto, mas abordar as costumeiras objeções que são levantadas sempre que surge esta discussão.


1ª Objeção - A presença de outros elementos na ceia de Corinto não abre espaço para elementos adicionais ao pão e ao vinho?

Tanto na instituição da Ceia, por nosso Senhor Jesus Cristo (Mt 26.26-30) quanto nas instruções de Paulo aos Coríntios (1Co 11.17-34) encontramos mais elementos que apenas pão e vinho nas mesas. Em Mateus 26, temos a instituição da Ceia em uma Páscoa. E sabemos quais eram os alimentos consumidos na Páscoa Judaica: carne assada de cordeiro ou de cabrito, pães asmos e ervas amargas (Ex 12.1-28, Nm 9.1-14). Em Corinto, os crentes se reuniam para comerem juntos uma refeição e também para participarem da Santa Ceia. Esta prática tornou-se comum na Igreja Primitiva (At 2.46). Sendo assim, nas refeições comuns, certamente havia mais alimentos do que apenas o pão e o vinho.

Todavia, na instituição da Ceia, não obstante estarem ali a carne assada e as ervas amargas, é o pão que Jesus toma, abençoa, parte e distribui aos discípulos dizendo: "Tomai, comei; isto é o meu corpo." Da mesma forma, ele pega o cálice, dá graças, passa-o aos discípulos e diz: "Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados..." Apenas os dois elementos são instituídos.

Na ceia de Corinto, embora houvesse mais alimentos na mesa, o apóstolo Paulo restringe-se ao que foi instituído: "Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei..." e segue repetindo as palavras da instituição, mencionando apenas o pão e o cálice.

Aliás, a expressão "eu recebi do Senhor o que também vos entreguei" é digna de nota. Mostra o compromisso fiel de Paulo em entregar aos Corintios exatamente o que recebeu de Cristo. Mais adiante na carta, falando sobre a ressurreição, ele repete a fórmula: "Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados..." (1Co 15.3). Isto é, o que Paulo estava ministrando ali na Ceia era a expressão exata do que havia recebido de Cristo, sem acréscimos, substituições ou omissões. Assim sendo, a resposta a esta objeção é não. Apenas o pão e o vinho foram alvos da instituição.

2ª Objeção – Se não se pode alterar os elementos instituídos por Cristo, com que autoridade a maioria das igrejas usa pão fermentado ao invés do pão asmo e suco de uva no lugar do vinho?

Se formos seguir este argumento de modo rigoroso, a Ceia não poderá repetir-se jamais. Teremos que produzir pão asmo (ou ázimo) com o mesmo trigo daquela época e o vinho com a exata fermentação daquela região, sem qualquer adição de componentes químicos, tão comuns nos vinhos de hoje. Certamente Jesus, ao instituir um sacramento que duraria séculos e que chegaria até aos confins do mundo, não foi específico desta forma. Ele instituiu simplesmente pão e vinho.

Mas e quanto ao suco de uva? Não deveria ser apenas vinho? Ora vinho e suco de uva não são, ambos, fruto da videira? Na instituição da Ceia, Cristo disse: "... porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados. E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira..." Mt 26.28,29

O erro, portanto, não está em utilizar-se de variações dentro da mesma categoria, mas em trocar o elemento instituído. Em outras palavras, o pão pode ser fermentado, ázimo, artesanal, de forma, integral, etc, desde que não desconfigure o sentido de pão que temos ao ler as Escrituras (pão asmo). O fruto da videira pode ser fermentado ou não, desde que seja fruto da videira. 

3ª Objeção - Um missionário famoso trocou os elementos da Ceia, então, podemos fazer o mesmo.

Missionários são servos do Senhor a quem devemos todo o respeito. Eles enfrentam dificuldades nos campos que, normalmente, não enfrentamos nas cidades. Todavia, eles não são infalíveis. Eles também podem errar. Um dos famosos lemas da Reforma Protestante foi o Sola Scriptura. Este lema nos ensina que as Escrituras, e só elas, são nossa regra de fé e de prática. Desta forma, mesmo que um fiel servo de Deus faça algo que não tem base bíblica, nós devemos ficar com a Bíblia e não com o homem. Os crentes de Beréia foram elogiados por Paulo por examinarem constantemente as Escrituras confirmando se o que ouviam estava correto (At 17.11). Escrevendo aos Gálatas, Paulo os orientou a duvidarem até dele mesmo se um dia aparecesse pregando um evangelho diferente daquele que, até aquele dia, pregara: "Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema." (Gl 1.8). Sendo assim, o ato de uma pessoa, por mais respeitada que seja, não invalida o que está na Palavra.

4ª Objeção - Em contexto missionário, os elementos da ceia podem ser substituídos.

Tenho visto o argumento da dificuldade do missionário em certas regiões do país, ser usado bastante. Na minha percepção, ou entendemos que os elementos da ceia são aqueles mesmos e que não pode haver flexibilização, ou o céu é o limite para as contextualizações...

Creio que o que nos ajuda nesta questão é a flexibilização não dos elementos, mas da ministração da ceia. Nada nos obriga a ministrar a ceia dominicalmente, ou mensalmente. Até João Calvino, em Genebra, cedeu nesta questão. Se em uma região missionária os elementos só chegarão em 3 meses, aguarde-se a chegada deles para que o sacramento seja feito com fidelidade. Repito, nada obriga a celebração do sacramento se não há os elementos próprios à mão.


Neste sentido, uma experiência particular. Minha família, no interior do Ceará, passou algumas décadas contando com a presença de um pastor, por vezes, de 6 em 6 meses. E a ceia só era recebida quando o pastor chegava. Certamente, não é situação ideal, mas é melhor que distorcer o instituído no sacramento.
Fico pensando se algum dos que gostam de flexibilizar o sacramento da Ceia teria coragem de, na falta de água para o batismo, ministrá-lo com álcool, suco de laranja ou gasolina...


Concluo com a desconfiança de que outras objeções virão, todavia, tenho plena certeza de que não precisamos de qualquer outro elemento neste sacramento e nem de significados adicionais ao rito. A ceia é uma refeição espiritual completa. Nas palavras de João Calvino, nela "nos são oferecidos todos os dulçores do Evangelho" (As Institutas, 1541, IV.12)

May 31, 2012

Seja justo com os liberais...


Seja Justo com os Liberais
Como a visão de mundo afeta a comunhão
Por David Mills*

Depois de alguns anos de combate eclesiástico (na trincheira Episcopal), eu acho que sei por que muitos cristãos conservadores não respondem ao liberalismo com tanta força quanto era de se esperar. Eles acham que os liberais estão apenas fazendo de conta. Que eles sabem das regras mas que, como crianças mimadas e voluntariosas decidiram jogar com as regras que melhor conhecem. Por estarem apenas fingido tudo de que precisam e ser exprobrados por seu comportamento, e se isso não funcionar, os conservadores podem tentar modificar as regras e as estruturas das suas igrejas para impedir que os liberais continuem a violar às regras.
Um amigo evangélico disse-me recentemente o que desejaria dizer ao bispo John Spong e seus aliados: “OK, tudo bem. Creia no que quiser, mas não se chame de cristão. Você não pode ser membro do clube sem ter que pagar algumas obrigações, e a obrigação básica é crer. Entre logo, ou caia fora, mas deixe de enlamear a água”. Registra-se que Fabian Bruskewitz, o bispo de Lincoln, em Nebraska, disse que a “diferença entre um católico dissidente e um protestante, é que o protestante possui integridade”.
Na verdade isso não seria justo para com a maioria dos liberais. Admito que seja irritante quando alguém que tem vivido da igreja numa boa declara a sua rejeição por mais uma das suas doutrinas, e louva a si mesmo por sua coragem profética diante do aplauso de repórteres irreligiosos e de editores que espalham aos seus pés contratos para a edição de livros. Ainda mais repugnante é quando teólogos bem de vida e paus-d’água escarnecem do Papa por sua suposta compreensão simplista dos problemas da sociedade moderna ou quando (como tem ocorrido na Igreja Episcopal) feministas vitalícias vêm a público tachar como “maligno” um bispo que em bases bíblicas hesita ordenar mulheres.
Nada obstante, temos que ser justos com os liberais e tentar ver as coisas do seu ponto de vista, não apenas como uma cortesia devida a qualquer oponente, mas para saber o que fazer com eles. A maioria dos liberais não está brincado. Eles estão jogando dentro das regras e jogando honestamente. Eles estão agindo com integridade. Isso é o problema.

O que crêem os liberais
Deixe-me explicar. Os liberais (a denominação usual, mas com certeza insatisfatória, para a obscuro coletânea de céticos, relativistas, ideólogos e sentimentalistas ajuntados principalmente por se oporem às mesmas coisas) crêem que a verdade evolui, cresce e muda, ou que, pelo menos, a nossa compreensão da verdade evolui de modo tão radical que as certezas anteriores podem ser substituídas por novas e contraditórias verdades. Crêem que o que tem sido, mesmo o consolidado, pode não ser mais, ou que não se sustentará por muito tempo.
A maneira de explicarem essa evolução difere. Alguns crêem que estão resgatando as verdades da tradição cristã (a igualdade entre homens e mulheres, por exemplo) dos seus erros (a primazia dos homens). Alguns acreditam que estão resgatando as verdades existentes na tradição cristã dos erros que lhe foram impostos (aplica-se o mesmo exemplo). Outros crêem que a Bíblia e a tradição foram tentativas historicamente limitadas de falar das realidades religiosas fundamentais e desejam expressar essas realidades fundamentais de uma forma mais moderna e relevante. Outros crêem que não existe nenhuma verdade na ou sob a tradição cristã e que temos, portanto, de reinventar a Igreja na medida em que cooperamos com ou a serviço dos ideais e desejos que temos, quaisquer que sejam eles.
Há ainda os que acreditam ter recuperado a própria fé original, a religião do Jesus amoroso, inclusivo, que não julgava ninguém e aceitava todo mundo (com a exceção dos protocapitalistas e dos religiosos tradicionalistas da época), cuja mensagem de tolerância foi distorcida pelo farisaico Paulo e cuja história foi reescrita por líderes eclesiásticos misóginos, racistas e homofóbicos posteriores, de sorte que pudessem continuar a oprimir a mulheres, negros e homossexuais.
Não importa como expliquem a evolução, os liberais têm sempre que chegar à conclusão de que a tradição cristão tem pouca autoridade formativa e nenhuma autoridade para ser obedecida, e que as novas verdades que vislumbram têm de substituir aquelas ainda asseveradas pelos cristãos ortodoxos. A ortodoxia, na melhor das hipóteses, está fora de moda — mas é perigosa e não tão divertida. Não é pitoresca: é uma inimiga do bem, de Deus e da liberdade e liberação humanas.
Se estiverem certos, aqueles que não podem ou não querem explorar áreas anteriormente proibidas nem arriscar a perda de todas as certezas, que não se abrem aos novos movimentos do Espírito Santo, que querem se apegar ao sentido pleno de textos antigos, e que se estribam na tradição da igreja para que lhes diga o que disser, não têm o direito de definir a doutrina e a disciplina da igreja. Não se pode permitir aos que laboram em erro que limitem a crença aceitável àquilo que em dias menos complicados era chamado de “ortodoxia”. Certamente não se pode lhes permitir que expulsem os liberais nem mesmo que os restrinja ou iniba.

Conservadores confusos
Os conservadores cristão às vezes ficam confusos porque todos os cinco tipos de liberais tendem a manter as formas tradicionais (verbais e estruturais) da religião. Os liberais estão sendo perfeitamente razoáveis ao utilizá-las no mesmo instante em que rejeitam o conteúdo que anteriormente possuíam.
O povo gosta de liturgia e sente a necessidade de elevar orações a algo que esteja acima de si; uma hierarquia é um bom modo de se administrar uma igreja, especialmente se você chegou no topo; aquelas velhas doutrinas são metáforas úteis; as histórias bíblicas dão boas ilustrações; doutrina e história fazem parte da herança e portanto confortam os anciãos; os edifícios são belos, e é financeiramente compensador. Tal deferência para com a tradição, claro, é algumas vezes conveniente. Por exemplo, quando bispos que não dão a mínima para o que os pais da igreja disseram sobre a ordenação ou a moralidade defendem o intrometimento na vida de seus paroquianos ao apelarem para o conhecimento patrístico do bispo (ou àquilo que pensam ser o conhecimento patrístico).
Os liberais atuam geralmente a partir de um tipo de conservadorismo. Ao perceberem que a tradição é portadora da nossa memória comum e que assegura a nossa identidade como comunidade, eles acham que os cristãos modernos podem manter a liturgia patrística e a ordem hierárquica e até mesmo as afirmações doutrinais do Credo Niceno, ao mesmo tempo em que crêem que Jesus é apenas um caminho para o deus percebido vaga e incompletamente por todas as religiões, inclusive a nossa, ou enquanto ignoram o ensinamento moral específico da Bíblia em favor de um mandado generalizado para amar, ou rejeitam o ensinamento paulino da primazia pela leitura equivocada de Gálatas 3:23.
O liberal seria tolo se abrisse mão das grandes vantagens de ser membro de uma antiga, rica e respeitada denominação só porque ele sabe mais que os outros membros da sua igreja os quais, segundo a sua natureza, são normalmente complacentes, ignorantes ou reacionários. Afinal de contas a igreja é deles tanto quanto dele.
Para os cristãos liberais, a sua igreja é a instituição terrena que leva adiante esse processo de descoberta, evolução e crescimento, e que, portanto, devem permanecer nela com uma clara consciência. Do seu ponto de vista não precisam deixar a igreja só porque “seguem na frente” de uma compreensão mitológica da realidade codificada no seu passado, conhecida agora, como inadequada ou equivocada, por uma vanguarda iluminada de seus membros (eles mesmos). Na verdade, se estiverem certos, devem permanecer na igreja para usarem o seu status, riqueza e autoridade para trazerem mais membros à iluminação. Ao ajudarem a igreja a ver novas verdades crêem que estão ajudando-na a limpar as águas, não a enlameá-las. Ao aceitarem novas verdades, mesmo ao custo da perda de velhas certezas, eles estão agindo com integridade.
Isso agora faz sentido. É lógico e se encaixa nos fatos. Pode-se crer nisso. Aceite a premissa de que a verdade evolui e cresce e você poderá inovar e rejeitar o tanto que quiser sem a necessidade de modificar as suas lealdades institucionais. Você pode ser um Episcopal, Presbiteriano ou Católico-romano leal mesmo rejeitando parcial ou totalmente aquilo que os seus predecessores sustentaram, pois você tem um melhor conhecimento que o deles, ou vive em uma era diferente da que eles viveram. Os liberais estão sendo perfeitamente lógicos e agindo com completa integridade ao recusarem deixar as suas igrejas somente porque não aceitam alguns ou todos os seus ensinamentos tradicionais.

O problema
O liberalismo cético tem, portanto, uma integridade toda sua. Os liberais não estão fazendo de conta, estão pelejando por uma visão de mundo alternativa com as armas que têm à mão. É uma posição embasada num princípio. O problema — que muitos conservadores não vêem ou não querem ver — é que esse liberalismo de princípio existe dentro das mesmas igrejas onde igualmente existe uma ortodoxia de princípio diferente, e as igrejas não são meras coleções de pessoas diferentes, mas a comunhão de certas regras, deveres e objetivos comuns que não permitem diferenças tais e tão profundas entre regras, deveres e objetivos.
Uma igreja não é um clube no qual um barão ladravaz e um comunista podem conversar genialmente sobre baseball ou sobre o clima, tampouco um grande prado onde ovelhas e bodes pastam juntos sem perturbar um ao outro. Na figura liberal da igreja, que tantos conservadores têm aceito, a comunidade é mais essencial do que a doutrina. A igreja se parece mais com um time que precisa vestir o mesmo uniforme, participar dos mesmos jogos e encestar na mesma cesta. Pode ser um time muito ruim, cujos jogadores quase sempre se esquecem das jogadas e detestam passar a bola, mas ela tem que ser um time.
Isso está expresso na imagem que o Novo Testamento faz da igreja como o Corpo de Cristo. Uma igreja é um corpo, não um monte de braços, pernas, tórax e cabeças espalhados pela sala. É um corpo projetado para se mover, e movimento exige que haja unidade e coordenação das partes. Tem de haver uma Cabeça a quem todos os membros obedecem em coordenação uns com os outros. A crença de que a igreja é uma coleção de pessoas que obedecem apenas a si mesmas assume que cada joelho pode fazer o que quiser, e o pé pode fazer o que quiser, e o corpo ainda assim caminha.

O sentido para os cristãos ortodoxos
A integridade do liberalismo significa que ao passo que os cristãos ortodoxos devem respeitar alguns liberais mais do que respeitavam antes, devem também apartar-se deles muito mais profundamente. Ou, mais exatamente, devem reconhecer a divisão que as suas diferenças de princípio criam. Eclesiásticos liberais não estão fingindo para poderem ser constrangidos em público e ignorados até que se arrependam, assim como crianças de maus modos. Antes, são soldados de um exército antagônico com ordens de tomar o terreno que nos foi dado junto com a ordem para que o defendamos.
É por isso que os cristãos ortodoxos têm de compreender a natureza da comunhão e saber aquilo que eles estão dizendo e fazendo ao permanecerem em comunhão com os que são tão fundamentalmente contrários à revelação cristã. Falando claro: como podem se assentar à mesa do Senhor com os que não crêem no Senhor, ou que dizem crer nEle mas que não crêem naquilo que Ele ou Seus porta-vozes autorizados dizem? Quebrar a comunhão é simplesmente conceder aos cristãos liberais a grande gentileza de os levar a sério e de acreditar que o que intentam é mesmo aquilo que afirmam. (É uma gentileza que alguns deles, é claro, podem não desejar).
Os liberais não estão confusos, não são ignorantes, não estão enganados nem fazem de conta: estão comprometidos com o entendimento coerente e completo daquilo que significa ser um cristão. Tal fé não é ortodoxa. O problema não é que os liberais tiram conclusões equivocadas dos postulados e princípios que partilham com os que se mantêm fiéis à tradição cristã; o problema é que mantêm postulados e princípios diferentes e incompatíveis e agem e falam de acordo com isso.
Em sendo assim, os cristãos ortodoxos não podem simplesmente declarar que os liberais devem somente ser honestos sobre o seu ceticismo e deixar a igreja, e então (quando não a deixam) continuam a levar as suas vidas jungidas perversamente à deles na intimidade da comunhão. A única coisa a fazer com os liberais é respeitá-los por suas convicções, e, por essas mesmas convicções, excomungá-los.

* Diretor de publicação da Trinity Episcopal School for Ministry e editor da revista acadêmica Mission & Ministry do seminário. Editou uma coletânea de ensaios dobre C. S. Lewis, The Pilgrim’s Guide: C. S. Lewis and the Art of Witness (Eerdmasn, 1998) e está trabalhando num volume da série titulado Woth Doing Badly: G. K. Chesterton and the Art of Witness. É também o editor chefe da Touchstone e o correspondente americano da revista inglesa New Directions. “Seja justo com os liberais” (Be Fair to the Liberals) apareceu na edição de dezembro de 1988 da revista Chronicles: A Magazine of American Culture. Artigo traduzido por Marcos Vasconcelos.

May 29, 2012

Pastores Batistas reagem...


No último dia 26 de Maio um grupo de pastores batistas, cansados de ver sua denominação ser atacada pelo erro, decidiram se unir para elaborar um manifesto público e formar a Ordem dos Pastores Batistas Clássicos do Brasil. A notícia vem em boa hora e esperamos em Deus que o grupo ganhe muitas adesões. Segue abaixo um trecho do manifesto:

"Nós protestamos.

Protestamos contra a dança e a coreografia no culto que prestamos a Deus e em nossas igrejas batistas. O culto que agrada a Deus não é estético, é espiritual; não é profano, é sacro; não é fundamentado na sociologia e na antropologia, mas na teologia.

Protestamos contra as igrejas batistas que transformaram suas plataformas de púlpito, obreiros e músicos em palcos para a realização de espetáculos! O culto não é show!

Protestamos contra aqueles que defendem os dons de sinais como contemporâneos às igrejas. Protestamos contra os atuais profetas de igreja, contra aqueles que dizem receber revelações extra-bíblicas, contra aqueles que dizem ter "ministrações" em português ou em línguas estranhas.

Protestamos contra a teologia da prosperidade, que invade a nossa teologia e os nossos cultos, escravizando o povo ao mero sucesso financeiro em detrimento da verdadeira riqueza celestial!

Protestamos contra as unções que inventaram para a atualidade! Nós não cremos - e desafiamos quem crê - a mostrar-nos nas Escrituras Sagradas as tais "unção de primogenitura", "unção de conquista", unção apostólica" ou quaisquer outras!

Protestamos contra a existência de apóstolos modernos, pois não houve nem sucessão nem restauração deste ministério. Eles, os bíblicos, foram suficientes e foram escolhidos por Cristo. Nós somos apenas auxiliares do Supremo Pastor, nada mais que isso. Não há mais apóstolos!

Protestamos contra sistemas de crescimento de igreja que tendem a transformá-las em fábrica de adeptos ou postos de venda de grandes indústrias religiosas. Protestamos contra esquemas mirabolantes de ampliação e de modificação de igrejas, à luz de supostos líderes evangélicos que mantém fé dúbia e pouco ortodoxa! Protestamos contra G12, M12, contra Igrejas Com Propósitos ou qualquer outro sistema que queira impor uma eclesiologia diferente a uma igreja batista!

Protestamos contra o pastorado feminino! Mulheres e homens são iguais perante Deus; mulheres e homens têm livre acesso ao Senhor. Mas mulheres têm funções diferentes das dos homens e nas páginas da bíblia não foi confiado às mulheres o ministério pastoral. Isto não as desmerece diante dos homens. Deus nos criou com ministérios diferentes e nós ainda cremos na Bíblia sem precisar mudá-la, ampliá-la ou adaptá-la! Não reconhecemos o ministério pastoral feminino batista!

Cremos na Bíblia como única Palavra de Deus, inerrante, verdadeira, fiel, isenta de manchas ou erros. Nós cremos na Bíblia e só na Bíblia. Não precisamos de novos intérpretes, novas versões ou traduções contemporâneas para compreender qual é a Palavra de Deus revelada. Protestamos contra as versões modernas e adulteradoras da Palavra e não aceitamos a chamada re-leitura das Escrituras!

Protestamos contra o culto antropocêntrico, que faz do homem e de suas necessidades a razão de ser das atividades eclesiásticas e religiosas. Protestamos também contra todo culto que não seja direcionado a Deus! Protestamos contra o culto que exalta o homem e que busca a glória humana!

Rejeitamos o ecumenismo e não admitimos uma fé misturada com paganismos, tradições, modismos e com opiniões meramente humanas. Protestamos contra igrejas batistas que perderam os seus distintivos, os seus princípios, as suas raízes e se tornaram meras agremiações liberais religiosas!

Protestamos contra as organizações eclesiásticas dominadoras, que querem transformar as igrejas em entidades dirigidas por uma convenção ou associação. Nós ainda cremos na autonomia das igrejas locais e na independência das igrejas! Cremos na cooperação dos batistas, mas não na intromissão das entidades na administração local. Protestamos contra a tendência atual de bispado e de sedes eclesiásticas para batistas!

Protestamos contra o modernismo religioso, contra o liberalismo teológico, contra o evolucionismo e neopentecostalismo que já encontramos em nossas literaturas batistas e em nossos seminários infiéis.

Sim. Somos protestantes."

Continuação: Clique aqui

May 2, 2012

Vitória da liberdade de expressão.



Do blog de Reinaldo Azevedo

01/05/2012
 às 7:21

Vitória da liberdade de expressão — Juiz extingue ação contra pastor Malafaia e deixa claro: ele não foi homofóbico, e a Constituição brasileira não comporta a censura sob nenhum pretexto

O juiz federal Victorio Giuzio Neto, da 24ª Vara Cível de São Paulo, extinguiu ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal contra o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, contra a TV Bandeirantes e também contra a União. Vocês se lembram do caso: no programa “Vitória em Cristo”, Malafaia criticou duramente a parada gay por ter levado à avenida modelos caracterizados como santos católicos em situações homoeróticas. Já escrevi alguns posts a respeito. Aquele em que em exponho detalhes do caso está aqui . Ao defender que a Igreja Católica recorresse à Justiça contra o deboche, Malafaia afirmou o seguinte:
“É para a Igreja Católica entrar de pau em cima desses caras, sabe? Baixar o porrete em cima pra esses caras aprender. É uma vergonha!”
Acionado por uma ONG que defende os direitos dos gays, o Ministério Público Federal recorreu à Justiça, acusando o pastor de estar incitando a violência física contra os homossexuais. Demonstrei por que se tratava de um despropósito. E o que queria o MPF? Na prática, como escrevi e também entendeu o juiz Victorio Giuzio Neto, a volta da censura. Pedia que o pastor e a emissora fizessem uma retratação e que a União passasse a fiscalizar o programa.
A decisão é primorosa. Trata-se de uma aula em defesa da liberdade de expressão. Fico especialmente satisfeito porque vi no texto muitos dos argumentos por mim desfiados neste blog — embora tenha sido esculhambado por muita gente: “Você não entende nada de direito”. Digamos que fosse verdade. De uma coisa eu entendo: de liberdade. O juiz lembra que o Inciso IX do Artigo 5º da Constituição e o Parágrafo 2º do Artigo 220 impedem qualquer forma de censura, sem exceção. De maneira exemplar, escreve:
Permite a Constituição à lei federal, única e exclusivamente: “… estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no artigo 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente”.
Estabelecer meios legais não implica utilização de remédios judiciais para obstar a veiculação de programas que, no entendimento pessoal, individual de alguém, ou mesmo de um grupo de pessoas, desrespeitem os “valores éticos e sociais da pessoa e da família” até porque seria dar a este critério pessoal caráter potestativo de obstar o exercício de idêntica liberdade constitucional assegurada a outrem.
Mais adiante, faz uma síntese brilhante:
Proscrever a censura e ao mesmo tempo permitir que qualquer pessoa pudesse recorrer ao judiciário para, em última análise, obtê-la, seria insensato e paradoxal.
Excelente!
Afirma ainda o magistrado:
Através da pretensão dos autos, na medida em que requer a proibição de comentários contra homossexuais em veiculação de programa, sem dúvida que se busca dar um primeiro passo a um retorno à censura, de triste memória, existente até a promulgação da Constituição de 1988, sob sofismático entendimento de ter sido relegado ao Judiciário o papel antes atribuído à Polícia Federal, de riscar palavras ou de impedir comentários e programas televisivos sobre determinado assunto.”
O juiz faz, então, uma séria de considerações sobre a qualidade dos programas de televisão, descartando, inclusive, que tenham influência definidora no comportamento dos cidadãos. Lembra, a meu ver com propriedade, que as pessoas não perdem (se o tiverem, é óbvio) o senso de moral porque veem isso ou aquilo na TV; continuam sabendo distinguir o bem do mal. Na ação, o MPF afirmava que os telespectadores de Malafaia poderiam se sentir encorajados a sair por aí agredindo gays. Lembrou também o magistrado que sua majestade o telespectador tem nas mãos o poder de mudar de canal: não é obrigado a ver na TV aquilo que repudia.
Giuzio Neto  analisou as palavras a que recorreu o pastor e que levaram o MPF a acionar a Justiça:
As expressões proferidas não são reveladoras de preconceito se a considerarmos como manifestação de condenação ou rejeição a um grupo de indivíduos sem levar em consideração a individualidade de seus componentes, pois não se dirigiu a uma condenação generalizada através de um rótulo, ao homossexualismo, mas, ao contrário, a determinado comportamento ocorrido na Parada Gay (….) no emprego da imagem de santos da Igreja Católica em posições homoafetivas.
Diante disto, não pode ser considerado como homofóbico na extensão que se lhe pretende atribuir esta ação, no campo dos discursos de ódio e de incentivo à violência, pois possível extrair do contexto uma condenação dirigida mais à organização do evento - pelo maltrato do emprego de imagens de santos da igreja católica - do que aos homossexuais.
De fato não se pode valorar as expressões dissociadas de seu contexto.
E, no contexto apresentado, pode ser observado que as expressões “entrar de pau” e “baixar o porrete” se referem claramente à necessidade de providências acerca da Parada Gay, por entender o pastor apresentador do programa, constituir uma ofensa à Igreja Católica reclamando providências daquela.
(…)
É cediço que, se a população em geral utiliza tais expressões, principalmente na esfera trabalhista, para se referir ao próprio ajuizamento de reclamação trabalhista (…) “vão meter a empresa no pau”. Outros empregam a expressão “cair de pau” como mera condenação social; “entrar de pau” ou “meter o pau”, por outro lado, estaria relacionado a falar mal de alguém ou mesmo a contrariar argumentos ou posicionamentos filosóficos.
Enfim, as expressões empregadas pelo pastor réu não se destinaram a incentivar comportamentos como pode indicar a literalidade das palavras no sentido de violência ou de ódio implicando na infração penal, como pretende a interpretação do autor desta ação.
Bem, meus caros, acho que vocês já haviam lido algo semelhante aqui, não?, escrito por este “não-especialista em direito”, como sempre fazem questão de lembrar os petralhas. Caminhando para a conclusão de sua decisão,  observa:
Por tudo isto e diante da clareza das normas acima transcritas, impossível não ver na pretensão de proibição do pastor corréu de proferir comentários acerca de determinado assunto em programa de televisão, e da emissora de televisão deixar de transmitir, uma clara intenção de ressuscitar a censura através deste Juízo.”
Mas e quem não se conforma com fim da censura na TV? O juiz dá um conselho sábio, com certo humor e uma pitada de ironia:
Para os que não aceitam seu sepultamento - e de todas as normas infraconstitucionais que a previram - restam alternativas democráticas relativamente simples para a programação da televisão: a um toque de botão, mudar de canal, ou desliga-la. A queda do IBOPE tem poderosos efeitos devastadores e mais eficientes para a extinção de programas que nenhuma decisão judicial terá.
Caminhando para o encerramentoSábias palavras a do juiz federal Victorio Giuzio Neto! Tenho me batido aqui, como vocês sabem, contra certa tendência em curso de jogar no lixo alguns valores fundamentais da Constituição em nome de alguns postulados politicamente corretos que nada mais são do que os “preconceitos do bem” de grupos de pressão influentes. Os gays têm todo o direito de lutar por suas causas. Mas precisam aprender que não podem impor uma agenda à sociedade que limite a liberdade de expressão, por exemplo, ou a liberdade religiosa.
No caso em questão, a ação era, em essência, absurda. É claro que o contexto deixava evidente que o pastor recorria a uma linguagem metafórica — de uso corrente, diga-se. Se alguém foi vítima de preconceito nessa história, esse alguém foi Malafaia. Não fosse um líder evangélico — e, pois, na cabeça de alguns, necessariamente homofóbico —, não teria sido importunado por uma ação judicial. Há um verdadeiro bullying organizado contra os cristãos, pouco importa a denominação religiosa a que pertençam. Infelizmente, a “religião” que mais cresce no mundo hoje é a cristofobia.
Eu, que tenho criticado com certa frequência a Justiça, a aplaudo desta vez.
Por Reinaldo Azevedo

April 16, 2012

10 erros do STF quanto ao aborto dos fetos anencéfalos


1. A decisão do STF fere o artigo 5º da Constituição Federal que considera inviolável o direito à vida.

2. A decisão viola o artigo 4º do Pacto de São José, tratado internacional sobre direitos fundamentais a que o Brasil aderiu, e que declara que a vida começa na concepção.

3. O princípio de que somente a vida com potencialidade deve ser protegida pelo Estado abriga o germe da Eutanásia.

4. A ideia de que seres com pouco potencial de vida ou com imperfeições graves podem ser abortados ressuscita os monstros da Eugenia, ideologia do século passado que motivou americanos e alemães (estes sob o comando de Hitler) a esterilizarem e matarem pessoas doentes ou com imperfeições físicas.

5. As leis do país consideram os direitos do nascituro. O Código Penal Brasileiro trata o aborto como crime:
   - Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
   - Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
   - Art. 125 - Provocar Aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos.
   - Art. 126 - Provocar Aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
     Parágrafo único - Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de 14 (quatorze) anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
   - Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
   - Art. 128 - Não se pune o Aborto praticado por médico:
     I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
     II - se a gravidez resulta de estupro e o Aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.

6. Especialistas da área da saúde defendem o direito à vida do anencéfalo, por não o considerarem um natimorto, mas uma criança com doença grave e carente de tratamento. (clique aqui para ler um artigo)

7. A decisão do STF obriga os médicos a quebrarem o juramento de sua profissão, pois o mesmo declara: “A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substãncia abortiva.” (Juramento de Hipócrates)

8. A Bíblia declara que Deus é o autor da vida e só Ele tem o direito de tirá-la (Gênesis 2.7; Êxodo 4.11; Jó 1.21; Salmo 139.13,14).

9. A Bíblia mostra que a vida no útero já é vida (Salmo 139.15,16; Jeremias 1.5; Lucas 1.39-45)

10. A Bíblia demonstra que a vida no útero tem propósito e objetivo (Salmo 139.16; Mateus 1.18-25)

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