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January 14, 2014

Um universitário confuso encontra um cristão ex-ateu


Por Kelson Mota.

Após uma aula sobre entropia e probabilidade, nos corredores de uma querida universidade gaúcha, um aluno me aborda:

- Professor, posso falar um pouco contigo?
- Diga! Qual o problema?
- Sua aula sobre entropia e probabilidade. Me deixou confuso.
- Em que sentido?
- Dá a entender que há um sentido por trás de todas as coisas.
- E não há?
- Eu acho que a vida não tem sentido algum. Um completo absurdo.
- Entendo... Por que estás fazendo uma faculdade de engenharia?
- Bem, preciso ter uma direção na vida?
- Por quê? Em sua visão, a vida não tem sentido, logo por que perder tempo em algo que é absurdo?
- Já pensei nisso. Mas sua aula dá a impressão que há um sentido. Há?
- Se não há sentido na vida, não há sentido em sua pergunta e nem em nossa conversa. A não ser que desconfies que sua visão esteja errada. Estou certo?
- Talvez... Como posso saber? Tudo é tão além de qualquer significado real...
- Existe algo fundamental que sustenta toda a realidade e empresta significado real a todas as coisas e dá-lhes um sentido e propósito. Negar este fato é ficar na beira do abismo do ser, olhando o vazio.
- E o que é isso?
- Não desconfias?
- O senhor está falando de Deus?
- Precisamente dEle.
- Não sei se acredito nisso.
- Se não há Deus o que resta ao homem?
- Ora, todas as coisas... eu acho...
- Cite uma.
- Bem, a vida. Que tal?
- Se não há Deus, a vida é, na melhor das hipóteses, apenas um acidente entre dois esquecimentos. Nascemos por mero acaso biológico e morremos no decurso temporal. O que veio antes e o que será depois não tem importância ou sentido, pois a vida ter-se-á sumido. Nada veio antes e nada ficará depois. Logo a vida é uma ilusão e os desejos do homem um absurdo. Cite outra.
- Bem, o homem pode sonhar com sua evolução pessoal.
- Como, se ele morre e depois nada resta? Qualquer legado que deixar ou sonhar cedo ou tarde se apagará.  O sonho é, portanto mais ilusório que a vida, caso não consideremos a existência de um Criador. O que achas?
- Eu não sei... Começo a achar que deve ter algum sentido nessa vida, mas não sei se Deus é a resposta.
- Entendo... Veja, se não há um Deus Criador, pessoal e amoroso, então o universo sempre existiu de uma forma ou de outra por si mesmo, autônomo. Sem Deus, sobra apenas a matéria incriada, sem sentido, sem moral, sem justiça. Interações caóticas de partículas que, em um momento de fenomenal absurdo, geraram seres que imaginam pensar viver, mas são apenas reflexos de matéria inanimada. Um simulacro de movimento, um espasmo de forças materiais. Está acompanhando?
- Sim...
- Pois bem, a organização desses seres é apenas acidental, pois se só há o universo, o conceito de bem, mal, moral, justiça, altruísmo, bondade são apenas ilusões. Os sonhos humanos são feitos de material ainda mais frágil, pois que são transitórios. Não resta nada ao homem além do absurdo da vida em um universo não vital, impessoal e indiferente. Não importa o que ele intentar fazer, sonhar ou construir, ao fim e ao cabo será sem sentido, sem pertinência, sem transcendência. O que nos traz de volta a você.
- O que tenho a ver com isso?
- Se Deus não existe não há base para sua desconfiança que haja algum sentido nessa vida. Vá viver e morrer sua existência miserável em qualquer lugar ou situação que escolher. Não fará diferença. Agora, se Deus existe, há um sentido para essa vida e para todas as nossas escolhas e decisões. E a forma de viver e morrer faz toda a diferença. Entendes?
- Então há um sentido?
- A questão que sobra não é se a vida tem sentido, mas se há ou não um Deus sobre todos nós. A primeira decorre da segunda. A idéia de um sentido existencial só faz sentido em relação a uma realidade superior.
- Mas, e se não houver um criador?
- Então meu caro, se nossa esperança se resume apenas a esta vida, a humanidade tem uma existência mais infeliz e miserável que o menor dos vermes de nosso planeta, que nada cogita dessas coisas e vive apenas a procura da próximo oportunidade de forrar o estômago. Não gera consolo ou sentido a vida sem a existência de um Criador.

***

            Semana seguinte, em meu gabinete na UFRGS, alguém bate a porta e a entreabre.
- Professor, o senhor tem um tempinho para mim? – o mesmo aluno do corredor.
- Pode entrar. Alguma dúvida da aula?
- Não, não é isso. Estou gostando de uma garota...
- Aãhh? E o que tenho a ver com isso? – Pergunto cuidadosamente, como que pisando em ovos.
- É que ela é como eu, não acredita em um sentido para a vida.
- Volto a perguntar: o que isso tem a ver comigo?
- Bem, tenho medo que ela se mate... Ela está meio que numa fase suicida.
- Entendo... E por que te preocupas com isso? Deixe que se mate – e volto meu olhar para o papel em que rabiscava algo.
- Professor! Fala sério! – e sua expressão alarmada não provoca nenhuma alteração em minha face tranquila.
- Estou falando e te levando muito a sério. Considero seriamente quando dizes que não acreditas em um sentido para a vida. Se a vida não tem sentido, por que te preocupas com a vida dessa moça? A vida não tem sentido, é o que você crê. Logo, a vida dela também não tem sentido. Sua preocupação não faz sentido. Deixe que morra. Aliás, nessa sua cosmovisão, nem mesmo minha afirmação faz qualquer sentido.
- Mas a vida tem que ter algum sentido!! Qualquer um!!
            À sua expressão de desalento respondo com um olhar silencioso. Após uma pausa, para que ele tivesse consciência de sua afirmação, respondo:
- Muito bem, então estás desconfiado que a vida não é apenas um mero absurdo. Pergunto, o que sentes por ela tem sentido e significado para ti?
- Sim... – responde acabrunhado, olhando para o chão.
- É real? Ou apenas ilusório?
- É real.
- Pois bem, escute atentamente o que vou dizer: a vida tem sentido, nossas palavras têm significado, nossas escolhas são reais e buscamos e lutamos por realização verdadeira. Por quê? Porque somos reflexos dAquele que nos criou. NEle encontramos sentido, significado e realização. Sem Ele, o homem se encontra só, assustado, na escuridão de seu próprio coração. O que sentes por essa garota tem significado especial, porque o Senhor Deus colocou em teu coração a capacidade de amar, de se importar com outro alguém. Entendes?
- Acho que sim. Mas o que posso fazer para convencê-la a não se matar?
- Você? Nada! Um cego não pode guiar outro cego. Primeiro, deves estar seguro do sentido da vida para ti. Não podes convencê-la disso, se você mesmo não entende. Fazê-lo, seria hipocrisia ou mesmo loucura.
- Mas, alguma coisa tenho de fazer por ela, até que eu possa compreender. O senhor não tem alguma sugestão?
- Ela gosta de ler?
- Muito.
- Então posso sugerir um ou dois livros que talvez façam alguma diferença.
- Acho que não precisa. Eu já dei um de presente para ela, na semana passada.
- Mesmo? Que bom. Qual livro deste.
- “A peste”, de Camus – e abre um orgulhoso sorriso.
- Por que não deste logo um revolver para ela se matar? Você tá louco?!
- Como assim, professor? – e todo sorriso se transforma em uma expressão assustada.
- Como “como assim”? Se a garota está em um estado suicida, como pôde dar para ela ler um clássico niilista? É pedir para se matar. Só faltou a presenteares com Nietzsche e um pacote de cianureto.
- Mas o livro fala da falta de sentido da vida...
- Que é precisamente o motivo dela querer se matar. Você não entende o que lê?
- Nem pensei nisso... o livro é tão viajante...

***

Duas semanas depois, em meu gabinete, volto a receber a visita já familiar do meu aluno confuso favorito, que ao entrar na sala dispara a falar.
- Professor, ela adorou o livro que o senhor sugeriu e está começando a ler o segundo. Eu já li os dois e estou cheio de dúvidas. Qual é exatamente a natureza do grande abismo? O que era o lagarto no pescoço do homem? Como o cristianismo pode ser diferenciado de um mito? Como...
- Calma, está na hora do lanche. Vamos ao café do Antonio e lá poderemos conversar com tranquilidade.
E devagar, compartilhando um suco e um café, converso a respeito dos livros de C.S. Lewis, da vida do Filho de Deus e seu sacrifício, de minhas próprias inquietações e de minha vida anterior no ateísmo. Respondo suas perguntas e faço outras tantas. Ele ainda não está convencido da veracidade do cristianismo, mas já considera a existência de um Criador como algo digno de sua total atenção.
Despedimos-nos com um caloroso aperto de mão. Em meu coração suspiro uma breve oração a seu favor, por iluminação e entendimento.
Meses depois o reencontrei nos corredores do Instituto de Química, estava apressado. Perguntei-lhe sobre a moça, alvo de seus afetos.
- Ela saiu da fase depressiva e suicida. Agora está em outra. Encontrou um super grupo cristão, bem básico, e está lendo Thomás de Aquino.
- Sério? Que grupo é esse? – Pergunto desconfiado, pois nunca soube de um grupo básico que lesse Thomás de Aquino.
- É uma turma modernosa e acolhedora chamada Opus Dei.
- Você sabe o que é a Opus Dei?
- Sei não, acho que é um grupo que gosta de comunhão pelo tanto que a chamam para reuniões a portas fechadas. Só entra quem é convidado. Tô pensando em me convidar. O que o senhor acha?
- Ai, ai, ai...
E começa tudo novamente...

January 13, 2014

A Igreja Presbiteriana do Brasil rebatiza católicos?



Não. A IPB não rebatiza católicos. Na verdade, ela os batiza. Nós entendemos que o primeiro derramar de águas não foi batismo. Veja abaixo a resolução de IPB sobre este assunto:


"... sobre Consulta de “Rebatismo de Católicos Apostólicos Romanos”, a Comissão Executiva do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, CONSIDERANDO QUE:

1) À Luz da história da Igreja Presbiteriana do Brasil, lembramo-nos que no dia 12 de janeiro de 1862, na organização da Primeira Igreja Presbiteriana do Brasil, duas Profissões de Fé ocorreram, conforme registra Ashbel Green Simonton em seu Diário nas datas de 1852- 1867, 14/01/1862 de Henry E. Milfor e Camilo Cardoso de Jesus. O Sr. Milford já fora batizado na infância na Igreja Episcopal, não foi rebatizado. (Atas da Igreja do Rio de Janeiro, 1862, p.5 – A.G.Simonton, Diário, 1852-1867, 14/01/62; Boanerges Ribeiro, Protestantismo e Cultura Brasileira, São Paulo, Casa Editora Presbiteriana, 1981, p.25.  O Sr. Camilo Cardoso de Jesus por ser proveniente do Romanismo foi batizado (rebatizado).

2) Rev. Simonton consultou sobre o assunto o Rev. Kalley e a Junta Missionária em New York (Boanerges Ribeiro, Protestantismo e Cultura Brasileira, p.25-26; A.G.Simonton, Diário, 1852-1867, 14/01/62.

3) O batismo (rebatismo) estava em harmonia com a legislação da Igreja Presbiteriana da América, que em 1835, decidira o seguinte: (...) A Igreja Católica Romana apostatou essencialmente a religião de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e, por isso não é reconhecida como igreja cristã” (Assembly Digest, Livro VI, Seção 83,p. 560 (1835), Apud Carl Hahn, História do Culto Protestante no Brasil, São Paulo, ASTE, 1989, p.161).

4) Em 1845, mediante consulta ao Presbitério de Ohio, se o Batismo da Igreja de Roma era válido, decidiu: “A resposta a esta questão envolve princípios vitais para a paz, a pureza e a estabilidade da Igreja de Deus. Após ampla discussão, que se estendeu por diversos dias, a Assembléia decidiu, pela quase unanimidade de votos (173 a favor e 8 contra), que o batismo administrado pela Igreja de Roma não é válido. (Assembly Digest, Livro III Seção 13, p.103 (1845), Apud Carl J. Hahn, História do Culto Protestante no Brasil, p. 162).

5) A decisão do SC-90-150 reflete o mesmo entendimento de Simonton e também da Igreja Presbiteriana na América, nos seguintes termos: “SC-90-150 – Igreja Católica Romana – Quanto ao Doc. 32, do Presbitério de Florianópolis, sobre proposta versando “rebatismo” de pessoas provenientes da Igreja Católica Romana. O SC resolve 1) Considerando que a IPB não tem a prática de rebatismo, mas sim o de batizar àquele que aceita o Senhor Jesus como seu único Salvador. (evidentemente esta decisão não leva em consideração o batismo dos filhos de pais crentes, pois trata exclusivamente de responder ao Presbitério de Florianópolis sobre a proposta que ele faz). 2) Considerando que a Igreja Católica Romana tem a sua posição doutrinária tridentina e crê no batismo como “meio de salvação”, que é antibíblico: RESOLVE: 1) Estranhar a posição teológica do Presbitério proponente. 2) Recomendar a posição da IPB, de que a Igreja Católica Romana não é uma Igreja Evangélica. 3) Recomendar aos conselhos que ao receberem professados cumpram o que estabelece o Art. 12 do Princípio de Liturgia.”.

6) A posição de Calvino no Livro 4, Capítulo 15, parágrafo 16, afirma que a validade do batismo não depende daquele que administra, mas de Deus que instituiu o sacramento. Ele usa este argumento para combater o pensamento dos Donatistas e dos Catapatistas que eram anabatistas (ou rebatizadores). Contudo a principal tese de Calvino neste fato de que o sacramento não vem do ministro, mas de Deus.

7) Nós não “rebatizamos” católicos no sentido anabatista. Nós batizamos católicos.  Nós não rebatizamos crentes. Batizamos católicos porque cremos “que o batismo administrado pela Igreja Romana não é válido. Não é portanto, como fundamenta Calvino sua tese, uma questão simplesmente de quem administra o batismo, nem simplesmente as Palavras usadas no batismo, mas é uma questão da eclesiologia daquele que administra tal batismo. O ensino da Igreja Católica sobre o batismo contraria o ensino bíblico do batismo. Esta foi a falha na lógica de Calvino, segundo entendemos, suas palavras, neste caso, contradizem sua eclesiologia. Ele, efetivamente, não cria que a Igreja Católica Apostólica Romana era uma Igreja Cristã. Uma Igreja Cristã se destaca pela pregação e ensino de acordo com a Sola Scriptura, administra os dois sacramentos de acordo com o ensino das Escrituras, e disciplina seus membros de acordo com as Escrituras. A Igreja Católica Apostólica Romana não está sob a autoridade única das Escrituras, seus 7 sacramentos e administração do batismo e da ceia são contrários aos ensinos das Escrituras, e não disciplina seus membros de acordo com as Escrituras. O papa para os Reformadores e nossa Confissão de Fé, “é o anti-cristo”.

8) Foi nestas considerações que a Igreja Presbiteriana na América do Século XIX firmou-se corretamente, reconhecendo que a Igreja Católica Apostólica Romana apostatou essencialmente a religião de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e, por isso não é reconhecida como igreja cristã.

9) POR FIM, E NÃO MENOS IMPORTANTE, o Rev. José Manuel da Conceição, primeiro pastor brasileiro da Igreja Presbiteriana do Brasil, ex-padre romano, foi batizado ao fazer a sua Pública Profissão de Fé, conforme relata Boanerges Ribeiro em seu livro “O Padre Protestante” p. 116, que afirma: (...) ”Realizou-se o culto de costume, com uma nota sensacional:” (destaca o Rev. Boanerges) “Nessa ocasião foi batizado por Blackford o ex-padre Conceição, diante de algumas dezenas de pessoas que se comprimiam na sala. Para o padre foi uma cerimônia impressionante: “Era um belo dia (...) foi para mim um momento solene...” Após o batismo, Simonton, presente a tudo e testemunha dos fatos “pronunciou palavras e Conceição, com linguagem veemente e muito apropriada, explicou ao povo o passo que dera”. (O Padre Protestante, Boanerges Ribeiro, p. 116).

A CE/SC RESOLVE: Responde ao requerente: 1) Que a Igreja Presbiteriana do Brasil batiza conversos e menores sob sua guarda. 2) Que cremos, juntamente com os Reformadores e firmados nas conclusões históricas da igreja da outra América no Século XIX e em decisão solene de 1990, jamais contestada, que a Igreja Católica Apostólica Romana, não é uma Igreja Cristã. É uma igreja apóstata e sua eclesiologia contraria o ensino da Palavra de Deus. 3) Solenemente reafirmamos a decisão do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil (SC-90-150). (CE-SC/IPB-2004 - DOC. XXXVIII)

Por uma questão de legalidade, a decisão acima foi anulada. A Comissão Executiva não tinha poderes para legislar sobre doutrina. No Supremo Concílio posterior à decisão, a questão legal foi resolvida e foram reafirmadas as conclusões da decisão:


SC-2006- Doc. 98 - Doc. XCVIII – Quanto ao Doc. 047 - CE/SC-2004 - DOC. XXXVIII - Quanto ao Doc. 003 - Proposta de anulação da decisão CE-SC/IPB-2004 - DOC. XXXVIII – Quanto ao Documento 047 procedente do Sínodo do Rio de Janeiro ao pedido de declaração de nulidade da decisão CE/SC/IPB 2004- doc. XXXVIII. O SUPREMO CONCÍLIO considerando: 1. que, à luz do art. 104 da CI/IPB, a CE/SC não dispunha de poderes para firmar ou reafirmar doutrina, uma vez que o teor da consulta não poderia representar assunto de urgência; 2. que compete ao Supremo Concílio formular padrões de doutrina e prática quanto à fé, nos termos do art. 97 da CI/IPB; RESOLVE: 1. declarar nula de pleno direito a decisão CE/SC/IPB 2004- doc. XXXVIII; 2. afirmar que a Igreja Presbiteriana não tem a prática de rebatismo, mas sim a de batizar aquele que recebe o Senhor Jesus como o seu único e suficiente Salvador, bem como os seus filhos e os menores sob sua guarda; 3. declarar que o batismo praticado pela Igreja Católica Apostólica Romana inclui elementos diversos a água o que a torna não aceitável à luz da doutrina reformada; 4. afirmar que a Igreja Católica Apostólica Romana não se alinha com os ensinamentos do Evangelho, conforme entendimento da Confissão de Fé que subscrevemos; 5. determinar que as Igrejas que, em caso de recebimento de membros oriundos da ICAR, sejam recebidos por profissão de fé e batismo e seus filhos e menores sob sua guarda por batismo.

Objeções:

1ª - Mas o batismo não é um só?
R.: O que aconteceu na igreja católica, não foi batismo, pois aquela não é igreja verdadeira e, por consequência, seus chamados sacramentos não tem valor algum.

2ª - O posicionamento da igreja pode ser esse hoje, no entanto historicamente é estranho, pois nenhum dos pais da Reforma foi rebatizado, nem Calvino, nem Knox, nem Lutero, nem Zwinglio, todos morreram sem o "batismo verdadeiro" então.
R.: Os reformadores viveram em um período de transição na História. Hoje, aceitar o batismo católico é aceitar a Igreja Católica Apostólica Romana como igreja verdadeira.

3ª - Mas se o Batismo foi administrado em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo, não seria esse válido?
R.: Um batismo em nome da Trindade só é válido se feito por um ministro verdadeiramente ordenado. Imaginemos que um indivíduo amanhã funde a igreja apostólica da copa do mundo 2014, arrogue para si o título de pastor e comece a batizar em nome da Trindade. Aceitaríamos batizados egressos desta "igreja"? Certamente que não. O mesmo vale para a ICAR. Não é igreja cristã. Apostatou da fé. É templo de idolatria e não passa em nenhuma das clássicas 3 marcas da verdadeira igreja.

4ª - Toda igreja que em boa consciência professa os Credos Apostólico, Niceno e Atanasiano, deveria ser considerada cristã, não importa quão errada sobre tudo o mais ela seja. A ICAR é uma igreja cristã, pois professa estes credos. Como Calvino disse, "é uma ruína de igreja". Não obstante, igreja.
R.: A ICAR não possui as marcas da verdadeira igreja. A figura que me ocorre é a de duas folhas de credos no chão e alguns caminhões de dogmas, bulas, e ensinos de homens por cima das folhas. Quanto a Calvino, vejamos a opinião dele:

"Nesta medida, como é a situação sob o papismo, é possível entender que gênero de Igreja aí subsiste. Em vez do ministério da Palavra, aí reina um regime degenerado e conflacionado de falsidades, que em parte extingue a pura luz da verdade, em parte a sufoca; no lugar da Ceia do Senhor introduziu-se o mais hediondo sacrilégio; o culto de Deus foi deformado por variada e não tolerável aglomerado de superstições; a doutrina, à parte da qual não subsiste Cristianismo, foi inteira sepultada e rejeitada; as reuniões públicas, reduzidas a escolas de idolatria e impiedade. Portanto, ao nos apartar da funesta participação de tantas abominações, nenhum perigo há de que sejamos arrancados da Igreja de Cristo. A comunhão da Igreja não foi estabelecida com esta lei: que seja um vínculo mercê do qual sejamos enredilhados na idolatria, na impiedade, na ignorância de Deus e em outros gêneros de males; mas, antes, para que sejamos mantidos  no temor de Deus e na obediência da verdade."

"De igual modo hoje os romanistas nos importunam e terrificam aos ignorantes com o nome da Igreja, quando são adversários capitais de Cristo. Portanto, ainda que exibam templo, sacerdócio e demais exterioridades deste gênero, de modo algum deve mover-nos este enganoso fulgor, pelo qual os olhos dos simplórios são deslumbrados, a admitirmos estar a Igreja onde a Palavra de Deus não se faz presente. Pois esta é a marca perpétua com a qual nosso Senhor assinalou os seus: “Quem é da verdade”, diz ele, “ouve minha voz” [Jo 18.37]. Igualmante: “Eu sou o bom pastor e conheço minhas ovelhas, e de minhas sou conhecido” [Jo 10.14]; “minhas ovelhas ouvem minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem” [Jo 10.27]. Pouco antes, porém, dissera: “As ovelhas seguem a seu pastor, porque conhecem sua voz, mas não seguem a um estranho, antes, fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos” [Jo 10.4, 5]. Portanto, por que agimos  deliberadamente como insanos saindo em busca da Igreja, quando Cristo já a marcou de sinal longe de ser dúbio, o qual, onde é contemplado, não pode induzir a erro de que a Igreja certamente está aí onde na verdade está ausente, nada resta que possa dar o verdadeiro sentido da Igreja? Pois a Igreja se fundamenta não sobre juízos de homens, não sobre sacerdócios, mas sobre a doutrina dos apóstolos e dos profetas, nos lembra Paulo [Ef 2.20]. Senão que, antes, ela deve ser distinguida mediante esta linha divisória com a qual Cristo as distinguiu entre si – Jerusalém, de Babilônia; a Igreja de Cristo, da conjuração de Satanás: “Quem procede de Deus”, diz ele, “ouve as palavras de Deus. Por isso não as ouvis, porque não procedeis de Deus” [Jo 8.47].“Institutas, IV.2.2 e 4

"Ora, se se considera a Igreja ao ponto de termos que reverenciá-la, reconhecer sua autoridade, receber suas advertências, submeter-nos a seu juízo e nos conformar com ela em tudo e por tudo, não podemos conceder o título de Igreja aos papistas, segundo esta consideração, porque não nos é necessário tributar-lhes sujeição e obediência." Institutas, IV.2.10

"Pela mesma razão, se alguém reconhece por igrejas as presentes congregações contaminadas de idolatria, de superstição, de doutrina ímpia, em cuja plena comunhão o homem cristão deva permanecer, esse erra muito até em dar seu consentimento à doutrina." Institutas, IV.2.10

5ª - Os missionários brasileiros não rebatizaram católicos
R.: Posição de Simonton sobre o assunto: “A posição de Simonton face à Igreja Católica Romana, por outro lado, fora condicionada pela legislação da Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana da América. Já em 1835 a Assembleia decidira que a Igreja Católica Romana não seria reconhecida como igreja cristã: ‘Deliberou e decidiu esta Assembleia que a Igreja Católica Romana apostatou essencialmente a religião de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e, por isso, não é reconhecida como igreja cristã.” HAHN, Carl Joseph. História no Culto Protestante no Brasil. São Paulo: ASTE, 1989. p. 161

Posição de Blackford sobre o assunto: “O romanismo não é cristianismo, é quase a negação de tudo o que é distintivo no cristianismo. É a grande apostasia, o Anti-Cristo, a obra-prima do grande inimigo de Deus e do homem para a destruição das almas e do bem-estar da sociedade humana. Não há verdade essencial da religião cristã que não seja distorcida, obscurecida, neutralizada, corrompida e completamente anulada pelas doutrinas e práticas do sistema romanista.” HAHN, Carl Joseph. História no Culto Protestante no Brasil. São Paulo: ASTE, 1989. p. 314






December 23, 2013

Unção com óleo - Rev. Ludgero Bonilha


A ORAÇÃO DA FÉ E A UNÇÃO DE ENFERMOS, ONTEM E HOJE
Uma análise de Tiago 5.14-16 em seu contexto histórico-gramatical-teológico e sua aplicação hoje na igreja 

Por Rev. Ludgero Bonilha Morais 


Dirijo-me aos “presbíteros da igreja” com profundo respeito, apelando humildemente para a autoridade das Escrituras com o fim de, no Senhor, orientá-los no que segue. 

O que desejo expor encontra-se sucintamente registrado em Provérbios 28.13 explicitamente em Tiago 5.14-16. 

As palavras de Provérbios 28.13 são simples e diretas. Não há nada de obtuso nelas; dizem exatamente o que querem dizer, e querem dizer precisamente o que dizem. O remédio que Deus tem para os problemas do homem é a confissão. Ocultar as transgressões traz desgraça, derrota e ruína, mas a confissão e o abandono do pecado trarão o perdão misericordioso e a paz. 

Nas palavras de Tiago 5.14 não se pode duvidar de que Tiago ensinou que há possibilidade de uma doença provir do pecado. Tiago orientou os cristãos que ao adoecerem chamassem “os presbíteros da igreja”. Este texto, portanto, convida-nos, a nós presbíteros, a uma detalhada reflexão, porquanto, refere-se especificamente a uma ação para a qual temos sido chamados em nosso ministério presbiterial. É necessário, sem dúvida, entendermos o mais perfeitamente possível o que Deus quer nos ensinar ali.

Esta provisão escriturística lança a Igreja de Jesus Cristo à tarefa de trabalhar com os que ficam doentes por causa do pecado. A obra dos oficiais da igreja não pode ser transferida aos psiquiatras ou aos místicos. A psiquiatria não tem meios para curar as enfermidades hamartiagênicas*, e os místicos, por outro lado, não levam a sério as Escrituras.

Tiago disse que os presbíteros deveriam orar pelo paciente, ungindo-o com óleo. Explicou que a oração da fé restabelece o membro doente e, se houver cometido algum pecado, ser-lhe-á perdoado. Tiago, além disso, exortou os enfermos a confessarem uns aos outros seus pecados para serem curados (v. 16). O que parece é que Tiago viu forte correlação entre doença e pecado. Ele presumia que muitas doenças resultam de pecado. A cláusula “se” do versículo 15 admite a possibilidade de que haja doenças provenientes de disfunções, ferimentos ou outras causas inocentes. É evidente que Tiago reconhecia duas fontes de doença: orgânica e inorgânica. Mas se, por um outro lado, a causa é desconhecida (e quiçá mesmo no caso de algumas causas conhecidas), Tiago dizia que quando o paciente debate a sua doença com os presbíteros e se faz oração, deve-se discutir a possibilidade de que a doença seja causada por algum pecado, e, se achar pecado por detrás do problema, deve ser confessado.

Ao mencionar a confissão de pecado causador de doença, Tiago referia-se primordialmente à confissão feita a Deus. Mas ele falou também de confessar os pecados “uns aos outros”. A pessoa enferma é orientada no sentido de que revele e confesse os seus pecados àqueles contra os quais pecou. Se deva confessar aos presbíteros também, é problemático. Provavelmente são considerados como conselheiros nessa questão, pois a passagem afirma que depois de orarem juntos, dá-se a cura. Parece que o melhor modo de entender essa porção bíblica é que o crente enfermo confessara os seus pecados aos presbíteros. Talvez seja esta a ênfase do oûn (“pois”) com o qual começa o versículo 16 no texto grego. A generalização contida no versículo 16 (“confessai, pois os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados”) parece evolver da experiência descrita nos versículos 14 e 15, que pressupõem que fora feita confissão aos presbíteros. A palavra exomologéo (“confessar”) empregada em Tiago 5.16 significa literalmente, “declarar a mesma coisa”. A ideia nela contida é a de dizer publicamente (ou ao menos abertamente) a outra pessoa que você concorda com seu julgamento adverso acerca de sua conduta. Significa admitir a alguém mais que você pecou contra ele. A confissão de Westminster coloca-o nestes termos: 

“como todo homem é obrigado a fazer a Deus confissão particular das suas faltas, pedindo-lhe o perdão delas, fazendo o que, achará misericórdia, se deixar os seus pecados, assim também aquele que escandaliza a seu irmão ou a igreja de Cristo, deve estar pronto, por uma confissão particular ou pública do seu pecado e do pesar que por ele sente, a declarar o seu arrependimento aos que estão ofendidos; isto feito, estes devem reconciliar-se com ele e recebê-lo em amor”. (XV, VI) 

Mas o que dizer do óleo? 

Sem dúvida, nós os presbíteros, a quem esta passagem de Tiago faz menção, temos de ser orientados a respeito da unção com óleo.

Primeiramente, é incerta e provavelmente sem importância a questão se Tiago pensava na unção como simultânea ou precedente à oração. O óleo de oliva era tido como remédio. De fato, nos tempos bíblicos o uso do óleo como medicamento era universal. Observem-se, por exemplo, Lucas 10.34 (onde se vê o bom samaritano tratando do homem que caíra em mãos de salteadores, aplicando óleo em seus ferimentos). Isaias lamentava a condição do povo de Deus que ele descreveu empregando a figura de uma pessoa machucada cujas feridas não foram “amolecidas com óleo” (1.6)

Portanto, Tiago não tinha em mente mágica nenhuma, quando mencionou o uso do óleo. Muito menos estava se referindo ao sacramento romanista da unção, e menos ainda, a poderes sobrenaturais conferidos a óleos, líquidos, etc. Como questão de fato, Tiago não escreveu sobre nenhum tipo de unção cerimonial. A palavra grega “ungir” (aleipho) empregada por Tiago, não indica unção cerimonial. A palavra para unções cerimônias, que ocorriam no Antigo Testamento, era chrio (cognata de christós, “ungido”- Cristo, o “ungido”).

Em contraste com a palavra chrio (“ungir”), o vocábulo utilizado por Tiago (aleipho) geralmente significa “friccionar” ou simplesmente “aplicar”. A palavra aleipho era usada para descrever a aplicação pessoal de unguentos, loções e perfumes que em geral tinha uma base de óleo – o termo relaciona-se com lipos, “gordura”. Era empregado significando até argamassa para paredes. O vocábulo cognato exaleipho intensifica o conceito de esfregar ou aplicar o óleo, e dá ideia de untar, apagar, enxugar, raspar, etc. Aleiptes era o “treinador” que massageava os atletas numa escola de ginástica. Em português: alipta. “a.lip.ta sm (gr aleíptes) O que, entre os gregos e romanos, esfregava óleo nos que saíam do banho, ou nos atletas que se preparavam para a luta.” (Moderno Dicionário da Língua Portuguesa – Michaelis). O termo aleipho ocorria muitas vezes nos tratados de medicina (vide: Synonyms of the New Testament – Trench).

Assim é que vem a tona que o que Tiago pretendia com o uso do óleo: era o emprego dos melhores recursos médicos daquele tempo. Tiago simplesmente disse que se aplicasse o óleo (frequentemente usado como base de misturas de várias ervas medicinais) no corpo e que se fizesse oração. O que Tiago defendia era o emprego da medicina aceita e consagrada. Nessa passagem ele apregoou que as doenças fossem tratadas com recursos médicos acompanhados de oração. Ambos os elementos devem ser usados juntos; nenhum deles deve excluir o outro. Portanto, ao invés de ensinar a cura pela fé, independente do uso de medicamentos, a passagem ensina justamente o contrário.

Mas, quando se usam medicamentos, estes devem ser usados conjuntamente com oração. Aí está a razão por que Tiago disse que a oração da fé cura o doente.

Mas Tiago não considera o emprego de remédios e da oração eficientes só nos casos em que o paciente haja cometido pecados. Nesses casos, a oração tem que incluir especificamente a confissão de pecados. O pecado está na raiz de algumas enfermidades e pode ao menos ser um fator corroborativo de certas complicações de algumas outras doenças. E Tiago explicou ainda que a confissão de pecados deve ser feita não só a Deus, mas também “uns aos outros”. Por certo a confissão não é um fim em si mesmo. O arrependimento e a confissão são apenas meios para a reconciliação, sendo esta o objetivo último. 

O Novo Testamento ensina que doenças podem provir de pecados, e daí advertiu sobre a necessidade de confrontação bíblica realizada pelos presbíteros da igreja. Devemos estar sempre cientes do nosso dever nesta questão, quando visitarmos os enfermos. Esta confrontação requer coragem e piedade para fazê-la. Fica-se perguntando quantas doenças (ou pelo menos complicações de doenças) poderiam ter sido curadas mediante cuidadosa atenção às palavras de Tiago e sua aplicação contextual e sábia. Nós presbíteros precisamos aprender a levar Tiago a sério. 

Portanto, é bom que consideremos o seguinte quanto ao uso do óleo: 

1 – A Igreja Presbiteriana do Brasil não é omissa nesta questão, mas, historicamente tem entendido que o uso do óleo, recomendado por Tiago, não é nenhum tipo de “unção cerimonial” (nossa denominação admite somente duas cerimônias de valor sacramental, a Santa Ceia e o Batismo). 

2 – O uso do óleo em Tiago 5:14, ao invés de ensinar a cura pela fé, independentemente do uso de medicamentos, ensina justamente o contrário. 

3- O uso do óleo no contexto do Novo Testamento e, neste caso específico, tem valor medicinal medicamentoso. 

4- O óleo, sem sua legítima aplicação medicamentosa, não produz qualquer efeito.

5- A oração não prescinde o uso do medicamento aplicável a cada caso específico. 

6- A frase: “os presbíteros da igreja” em Tiago 5.14 deixa entender a ação do corpo coletivo dos presbíteros e não ação individual. 

7- O crente pode, e está sujeito a se enfermar. Doença não é resultado direto de pecado específico. 

8- Fica estabelecido, no entanto, que este contexto de Tiago 5.14 ensina aos presbíteros a caminhar para uma confrontação bíblica com o enfermo, inquirindo dele, o enfermo, a possibilidade de o pecado estar na raiz da doença. 

Calvino, a grande referência interpretativa dos presbiterianos, afirma no comentário a esta passagem, quanto ao uso do óleo:

“Foi isto (a unção com óleo) nos dado de tal forma que deveria estar em uso entre nós nos nossos dias? A isto respondo, não...”
 
Cerrar os olhos para as lições da história, fatalmente nos levará a cometermos os mesmos erros que reiteradas vezes condenamos no passado. O texto de Tiago 5.14, interpretado equivocadamente pela “igreja” romana, trouxe à luz a doutrina da “extrema unção”, dos “santos óleos” e, mais tarde o popularmente conhecido surgimento das “benzedeiras”. Descobriram eles que esta manipulação da credulidade popular lhes confere domínio sobre os incautos. Hoje, cumpre-nos o dever de analisar criteriosamente os textos das Escrituras e aplicá-los à luz de seu contexto histórico-gramatical-teológico. Não podemos ficar aquém do propósito recomendado e nem ultrapassar os limites fixados pela Palavra de Deus. 

Na esperança de dirimir toda e qualquer dúvida sobre a passagem de Tiago 5.14-16 e no anseio de que vejamos cumprida a recomendação paulina: “completai a minha alegria de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento” (Fp 2.2), registro minha confiança nos propósitos eternos do Deus que dirige a vida de sua Igreja e, de forma carinhosa, a vida de seus oficiais.

Este texto foi produzido por ordem do Presbitério Belo Horizonte da Igreja Presbiteriana do Brasil, com adaptação autorizada. A pastoral vem acrescida da seguinte declaração: 

Declarar que o posicionamento doutrinário e prático inserido no documento em apreço recebe irrestrito apoio deste Concílio, requerendo de seus pastores e presbíteros comportamento em harmonia com suas conclusões. 



* Enfermidade hamartiagênica é, literalmente, enfermidade “gerada pelo pecado”. Conquanto toda a doença resulte, em última análise, do pecado de Adão, sendo, nesse sentido indireto, hamartiagênica, algumas doenças resultam diretamente de pecados específicos. Neste último sentido é que a palavra é aqui empregada. 

December 20, 2013

Os 12 livros de 2013 que os cristãos devem ler


Depois de ver uma lista de indicação de 12 livros produzidos em 2013 e estranhar bastante a ausência das editoras de linha teológica reformada, resolvi fazer uma lista e oferecê-la aos leitores do blog.

Como toda lista, ela pode ser questionada. É possível que você fizesse outra bem diferente, porém, é a que ofereço de acordo com meu gosto e percepção. Escolhi livros para membros de igreja. Ficam de fora, portanto, dicionários e livros muito técnicos de Teologia. Todos os livros são de 2013. Espero que a lista seja útil!


1. A Busca da Santidade, Jerry Bridges, Editora Monergismo



2. O Espírito Santo, John Owen, Editora Os Puritanos



3. Antes de Partir, Nancy Guthrie, Editora Fiel


4. Memórias de um Pastor Comum, D. A. Carson, Editora Fiel


5. A Intolerância da Tolerância, D. A. Carson, Editora Cultura Cristã


6. A Vida segundo o Evangelho, Michael Horton, Editora Cultura Cristã


7. Tomando Decisões segundo a Vontade de Deus, Heber Jr., Editora Fiel


8. O Poder do Evangelho e sua Mensagem, Paul Washer, Editora Fiel


9. A Batalha Pertence ao Senhor, K. Scott Oliphint, Editora Monergismo

10. Design Inteligente sem Censura, William A. Dembsky e Jonathan Witt, Editora Cultura Cristã


11. Pensar, Amar e Fazer, John Piper (org.), Editora Cultura Cristã


12. Aos Inimigos da Verdade, John Knox, Editora PES


Boa leitura!

December 9, 2013

Mandela e os bondosos críticos...


Com a publicação do post anterior no Facebook, os sites Bereianos e CACP o publicaram e o perfil Reforma que Passa o compartilhou. A partir de então, uma enxurrada de comentários belicosos e ofensivos vieram à tona. Fui chamado desde "reverendo meia boca" até "branco, racista, de traços europeus"... É interessante que os defensores do Mandela o louvam por seu pacifismo pós-prisão, mas agem justamente de modo inverso, deixando os argumentos de lado e partindo para ofensas pessoais. Estes críticos belicosos e apaixonados deveriam, pelo menos, seguir o exemplo dos últimos anos de vida de Mandela. Quanto aos anos anteriores à prisão, disponibilizo abaixo 4 artigos para aqueles que conseguem rever conceitos e mudar de opinião:

Mandela: o outro lado - Rodrigo Constantino



"Saint" Mandela? Not So Fast - William F. Jasper

December 6, 2013

Mandela e o nosso senso de justiça


Nosso senso de justiça é imperfeito. Temos a tendência de canonizar ou demonizar os que morrem. Mandela morreu ontem e já está praticamente canonizado. É inegável que sua vida foi uma inspiração. Um homem que passa 27 anos preso e depois é eleito presidente de seu país merece nosso respeito. Sua luta contra o preconceito e o racismo também são dignos de nossos maiores elogios. Porém, é preciso ponderarmos que ele não foi santo.

Como marido, foi um fracasso e foi muito leniente com defeitos de seus amigos e aliados como Robert Mugabe (presidente do Zimbábue), Muamar Kadafi (ex-ditador da Líbia) e Fidel Castro. Outro ponto que me chamou a atenção desde a primeira vez que assisti o filme mais popular sobre sua vida (Invictus - 2009) foi a confiança de Mandela no poema de William Ernest Henley, que deu nome ao filme citado. Veja a letra:

Do avesso desta noite que me encobre,
Preta como a cova, do começo ao fim,
Eu agradeço a quaisquer deuses que existam,
Pela minha alma inconquistável.

Na garra cruel desta circunstância,
Não estremeci, nem gritei em voz alta.
Sob a pancada do acaso,
Minha cabeça está ensanguentada, mas não curvada.

Além deste lugar de ira e lágrimas
Avulta apenas o horror das sombras.
E apesar da ameaça dos anos,
Encontra-me, e me encontrará destemido.

Não importa quão estreito o portal,
Quão carregada de punições a lista,
Sou o mestre do meu destino:
Sou o capitão da minha alma.

Sendo Mandela metodista, naturalmente esperava-se que ele se agarrasse em poemas bíblicos naqueles que foram os piores anos de sua vida. Porém, como já dissemos, ninguém é perfeito. Não devemos demonizar o Madiba, tão pouco canonizá-lo... Perfeito, só nosso Redentor Jesus Cristo. Este sim sofreu tudo o que não merecia, orou por seus algozes e libertou injustos como nós. Que Seu nome seja louvado para sempre!

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