Muitas pessoas argumentam que a visão do domingo cristão apresentada na
Confissão de Fé e nos Catecismos de Westminster é demasiadamente estrita. O
ensino de que todas as nossas atividades, conversas e pensamentos durante todo
o dia (exceto em casos de misericórdia e necessidade) devem ser focadas em
Deus, Sua Palavra e obras é considerado uma perversão puritana do domingo. A
idéia de que o dia inteiro deve ser gasto em exercícios espirituais e devoção é
considerada irreal, impossível, extremada e por demais estrita. Assim, muitos
nas comunidades reformadas estão amenizando os padrões do quarto mandamento a
fim de torná-lo mais fácil de ser observado pelos cristãos professos. Esse
pensamento e rebaixamento do sabbath cristão estão errados por uma série de
razões.
Primeiro, os altos padrões para santificação do domingo expostos pelos
Puritanos e presbiterianos até antes do século XX são simplesmente reflexões
sobre o que a Bíblia ensina a respeito do quarto mandamento. Um estudo das
obras Puritanas e presbiterianas sobre o dia de descanso (até antes da
infiltração do modernismo e dispensacionalismo) revela uma incrível
uniformidade de pensamento sobre o assunto. O ensino dos Padrões de Westminster
sobre o domingo foi obtido através de cuidadosa exegese da Escritura; tal
exegese é sã e ainda não foi refutada.
Segundo, a idéia (comum em nossos dias)
de que a visão Puritana do domingo deve estar errada porque é muito difícil de
ser cumprida poderia ser facilmente aplicada a qualquer dos mandamentos de
Deus. Por exemplo, o sétimo mandamento requer pureza sexual em pensamento,
palavra e ação. Alguém que alimente pensamento impuro — ainda que brevemente —
é culpado de quebrar este mandamento. O fato de que é impossível guardar
completamente o sétimo mandamento exceto no céu (por causa da nossa velha
natureza) não torna nenhum homem livre para redefinir as exigências do
mandamento a fim de tornar fácil sua obediência perfeita. Não era exatamente
isto que faziam os fariseus? Eles não externavam os mandamentos em razão da impossibilidade
de perfeita obediência interior. O melhor caminho para os cristãos que almejam
santificar o domingo não é rebaixar os padrões do dia de descanso para atender
a nossos desejos pecaminosos e egocêntricos, mas, ao invés disto, melhorar
nosso comportamento e continuamente examinar a nós mesmos à luz da perfeita lei
de Deus.
Em muitas igrejas reformadas há uma rejeição proposital da idéia de se
considerar de forma específica as exigências do quarto mandamento. Isto é
geralmente o resultado de dois sérios problemas dentro da liderança da igreja.
O primeiro é a hipocrisia: estão sendo ordenados ao ministério homens que não
sustentam o ensino estrito do domingo expresso nos Padrões de Westminster. O
segundo é a covardia: os pastores evitam as especificidades e deixam cada
membro da igreja decidir por si o que significa a guarda do domingo. Como
seriam a igreja e a sociedade se cada um pudesse definir por si o que
significam fornicação, roubo, assassinato ou cobiça? É de espantar que vivamos
um tempo de grande profanação do dia do Senhor?
Tradução: Márcio Santana
Sobrinho
The Christian Sabbath: Examined, Proved, Applied
Fonte: Monergismo
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