Pesquise no Blog

April 26, 2010

Tambores e Bota de Python: Afro-Pentecostalismo?

Alguns antropólogos têm classificado as igrejas Neopentecostais como "Afro-Pentecostais" dada a semelhança de muitos de seus ritos. É o que faz Vagner Gonçalves da Silva, professor do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Em um artigo publicado na Revista USP, n. 67, setembro/novembro de 2005, p. 150-175, intitulado "Concepções religiosas afro-brasileiras e neopentecostais: uma análise simbólica" Vagner traça paralelos entre os cultos afro-brasileiros e o neopentecostalismo. Veja o quadro abaixo:


Observe que o Neopentecostalismo se esquece da suficiência das Escrituras para a vida do crente e incorpora termos próprios dos cultos afro-brasileiros em seu vocabulário, como Exu, Pombagira, Encosto, etc. Prova disso está no vídeo abaixo:



Note que há um desprezo para o que está revelado na Bíblia e uma valorização para o que chamam de "profecia". A questão é: onde nas Escrituras encontramos Exus, quanto mais "boiadeiros"? Em cima de sonhos e supostas profecias constroem-se idéias totalmente anti-bíblicas. No vídeo a pastora diz que Deus lhe revelou a vontade de comprar uma bota de cobra python depois uma bota de cowboy. Onde nas Escrituras Deus nos ordena que tipo de calçado devemos usar? Os discípulos de Cristo calçaram sandálias, próprias da época (Mc 6.9); tinham eles menos poder do que alguém que usa uma bota de python?

Voltando ao "afro-pentecostalismo", o antropólogo Vagner Silva chama a atenção para a quantidade de elementos que o neopentecostalismo importou dos cultos afro-brasileiros, a saber: sabão abençoado, rosa ungida, chás de sete dias, galhos de arruda, sal grosso, etc. Em algumas destas cerimônias, há tanta ênfase nos objetos "abençoados" que o nome de Jesus sequer é mencionado. Veja abaixo três exemplos:



Nenhuma menção ao sangue de Jesus que nos purifica de todo o pecado (1Jo 1.7). O método bíblico para real purificação está no lavar regenerador do sangue do Cordeiro, Jesus Cristo, por meio da fé expressando nosso arrependimento. "Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro." (1Jo 2.5ss)



Depois de séculos criticando o absurdo da água benta, usada pela Igreja Católica Apóstolica Romana, eis que o neopentecostalismo cai no mesmo erro. Essa é a conseqüência de se andar longe da Bíblia.



Neste vídeo a palavra "tambores" é usada 21 vezes e Cristo uma só vez. Onde está a ênfase? Que tipo de Evangelho é este que lança sobre objetos poder em detrimento do poder de Jesus Cristo? Concluo com as palavras do profeta (verdadeiro) Oséias: "O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos." Os 4:6

April 22, 2010

A PCUSA e sua defesa do Aborto



O texto abaixo foi retirado do site da Presbyterian Church (USA) (http://www.pcusa.org/101/101-abortion.htm). As partes grifadas em vermelho serão comentadas logo abaixo do texto.

"Os presbiterianos têm lutado com a questão do aborto por mais de 30 anos, começando em 1970 quando a Assembléia Geral, a corte máxima da Igreja Presbiteriana (PCUSA) declarou que “a interrupção artificial ou induzida da gravidez é uma questão para uma decisão ética cuidadosa do paciente... e, portanto não deveria ser restringida pela lei...”(1) Nos anos seguintes a esta ação, a Assembléia Geral adotou uma política e tomou posições quanto ao assunto do aborto. 

Em 2006 a 217ª Assembléia Geral aprovou declaração que clarifica a posição da Igreja Presbiteriana (PCUSA) sobre gravidez problemática:

“Quando uma mulher individual encara a decisão sobre interromper a gravidez, a questão é intensamente pessoal, podendo ser manifesta de formas que não reflitam a retórica pública, ou que não se encaixem ordenadamente em diretrizes médicas, legais ou de regulamentações. Seres humanos são fortalecidos em oração pelo Espírito para fazerem escolhas morais significativas, incluindo a escolha sobre continuar ou terminar uma gravidez. As escolhas humanas não devem ser feitas num vácuo moral, mas devem ser baseadas nas Escrituras, na fé e na ética Cristã. Para qualquer decisão, somos responsáveis perante Deus, entretanto, mesmo quando erramos, Deus nos oferece seu perdão.” (2)

A 217ª Assembléia Geral (2006) reiterou o papel da igreja quanto a vidas de famílias e de indivíduos quando enfrentam questões de gestações problemáticas:

“A Igreja tem a responsabilidade de prover testemunho público e de oferecer orientação, aconselhamento e suporte aos que fazem ou interpretam leis e regulamentações públicas sobre aborto e gestações problemáticas. Os pastores têm o dever de aconselhar e orar pelos que enfrentam decisões difíceis sobre gestações problemáticas. Congregações têm o dever de orar por e dar suporte aos que enfrentam tais decisões, de dar suporte para mulheres e família para ajudar a tornar gestações indesejadas mais difíceis de ocorrer, e de prover suporte prático para todos que enfrentam o nascimento de uma criança com anomalias médicas, nascimento após estupro ou incesto, ou aqueles que enfrentam estresses de saúde, econômico ou qualquer outro tipo.” (3)

“A igreja também afirma o valor das crianças e a importância de orientar, proteger e advogar seu bem-estar. A igreja, portanto, aprecia o desafio que cada mulher e família enfrentam quando questões de bem-estar pessoal surgem nos estágios tardios de uma gravidez.”(4)

“Na vida e na morte pertencemos a Deus. A vida é um dom de Deus. Podemos não saber exatamente quando a vida humana começa, e ter um entendimento imperfeito de Deus como doador da vida e de nossa própria existência humana, mas ainda assim reconhecemos que a vida é preciosa a Deus e devemos protegê-la e preservá-la. Derivamos nosso entendimento de vida humana das Escrituras e da tradição reformada à luz da ciência, experiência humana, e razão guiada pelo Espírito Santo. Porque criados à imagem de Deus, os seres humanos são agentes morais, dotados pelo criador com a capacidade para fazer escolhas. Nossa tradição reformada reconhece que nem sempre as pessoas fazem escolhas morais, e o perdão é central para nossa fé. Na nossa tradição reformada, nós afirmamos que somente Deus é Senhor sobre a consciência – não o estado e nem a igreja. Como uma comunidade, a igreja desafia o fiel a exercitar sua responsabilidade como agente moral.” (5)

A respeito dos problemas que surgem em gestações em estágio adiantado, a 217ª Assembléia Geral (2006) adotou a seguinte posição:

“Nós afirmamos que as vidas dos bebês não nascidos viáveis – aqueles com desenvolvimento suficiente para sobreviver fora do útero se nascidos – devem ser preservadas e cuidadas, não abortadas. Em casos onde problemas quanto à vida e saúde da mãe surgem durante a gravidez, a igreja apóia esforços para proteger a vida e a saúde tanto da mãe quanto do bebê. Quando gestações devem ser interrompidas no final do período, incentivamos que levem ao nascimento do bebê com vida. Contamos com nossas igrejas para prover apoio pastoral e tangível para mulheres com gestações problemáticas e para cercar tais famílias com uma comunidade de cuidado. Afirmamos a adoção como uma provisão para mulheres que têm crianças das quais não podem cuidar, e pedimos a nossas igrejas que ajudem em buscar famílias cristas amorosas dispostas a adotar.”(6)

“Esta Assembléia Geral afirma esta declaração como sendo uma resposta cristã aos problemas que aparecem na gestação em estágio adiantado. Entendemos que este é consistente com a atual decisão da Assembléia Geral sobre Gestação Problemática e Aborto (1992), e substitui as declarações da Assembléia Geral de 2002 e 2003 sobre o aborto e a fase final da gravidez.” (7).

A 204ª Assembléia Geral (1992) adotou a mais compreensiva declaração sobre gravidez e aborto. O “Relatório do Comitê Especial sobre Gestação Problemática” tratou miríade de questões a fim de ajudar a guiar indivíduos e famílias que enfrentam gestações problemáticas e aborto. A seguir alguns trechos da determinação de 1992:

“Existe tanto acordo quanto desacordo sobre a questão básica do aborto. O Comitê [sobre Gestação Problemática e Aborto] concorda que não existem textos bíblicos que tratem expressamente sobre o tópico do aborto, mas que em sua totalidade as Escrituras Sagradas estão repletas de mensagens que advogam respeito pela mulher e criança antes e depois do nascimento. Portanto, a Igreja Presbiteriana (PCUSA) encoraja uma atmosfera de debate aberto e respeito mútuo para com a variedade de opiniões a respeito de questões relacionadas a problemas de gravidez e aborto.” (8)

ÁREAS DE ACORDO SUBSTANCIAL SOBRE A QUESTÃO DO ABORTO
A igreja deveria ser capaz de manter dentro de sua comunhão aqueles que, baseados no estudo das Escrituras e decisões consideradas em oração, chegarem a conclusões e ações diversas.

Gestações problemáticas são resultado de, e influenciadas por, diversas circunstâncias complicadas e insolúveis, de forma que nós não temos nem a sabedoria nem a autoridade para dirigir ou decidir cada situação.

Nós afirmamos a habilidade e a responsabilidade das mulheres, guiadas pelas Escrituras e pelo Espírito Santo, no contexto de suas comunidades de fé, em fazerem boas escolhas morais a respeito de gestações problemáticas.

Chamamos todos os Presbiterianos a trabalharem em prol de um decréscimo no número de gestações problemáticas, conseqüentemente diminuindo o número de abortos.

A decisão pensada de uma mulher em terminar uma gravidez pode ser moralmente aceitável, embora certamente não seja a única ou a exigida decisão. Possíveis situações que justifiquem incluiriam indicações médicas de severa deformidade física ou mental, concepção como resultado de estupro ou incesto, ou condições sob as quais a saúde física ou mental da mulher ou da criança estejam gravemente ameaçadas.

Incomodamo-nos com abortos que parecem ser feitos apenas por conveniência ou para aliviar a vergonha. Afirmamos que o aborto não deve ser usado como método de controle pré-natal.

Aborto não é moralmente aceitável apenas para escolha de gênero do bebê ou para obter partes do feto para transplante.

Nós rejeitamos o uso de violência e/ou linguagem abusiva em protesto ou apoio ao aborto.

A forte posição cristã é de que uma vez que toda vida é preciosa para Deus, devemos preservá-la e protegê-la. O aborto deve ser uma opção de última instância…


A comunidade cristã deve se preocupar e tratar as circunstâncias que levam uma mulher a considerar o aborto como a melhor opção disponível. Pobreza, realidades sociais injustas, sexismo, racismo e relações de amparo inadequadas podem levar uma mulher a ficar virtualmente incapaz de escolher livremente.”(9)
__________
O trecho acima e as áreas de acordo substancial sobre a questão do aborto têm sido a pedra fundamental para a atmosfera de livre debate e respeito mútuo para uma variedade de opiniões ao longo dos últimos 30 anos.

1.) Minutas da 182ª Assembléia Geral (1970), United Presbyterian Church in the U.S.A., p. 891
2.) Minutas da 217ª Assembléia Geral (2006), Presbyterian Church (U.S.A.), p. 905
3.) Minutas da 217ª Assembléia Geral (2006), Presbyterian Church (U.S.A.), p. 905
4.) Minutas da 217ª Assembléia Geral (2006), Presbyterian Church (U.S.A.), p. 905
5.) Minutas da 217ª Assembléia Geral (2006), Presbyterian Church (U.S.A.), p. 905
6.) Minutas da 217ª Assembléia Geral (2006), Presbyterian Church (U.S.A.), p. 905
7.) Minutas da 217ª Assembléia Geral (2006), Presbyterian Church (U.S.A.), p. 905
8.) Minutas da 204ª Assembléia Geral (1992), Presbyterian Church (U.S.A.), p. 367-368, 372-374
9.) Minutas da 204ª Assembléia Geral (1992), Presbyterian Church (U.S.A.), p. 367-368, 372-374"
_______________

As posições acima mostram que a PCUSA é totalmente "Pro-Choice" (Pró-Escolha), isto é, deixa a cargo da consciência da mulher a decisão de abortar ou não. Esta posição é bem diferente da adotada pela Igreja Presbiteriana do Brasil, a saber, "Por sua doutrina, regra de fé e prática, a Igreja Presbiteriana do Brasil MANIFESTA-SE contra a legalização do aborto, com exceção do aborto terapêutico, quando não houver outro meio de salvar a vida da gestante."

A PCUSA é membro do antigo "Religious Coalition for Abortion Rights - RCAR" (Coalisão Religiosa para os Direitos do Aborto) hoje chamado "Religious Coalition for Reproductive Choice - RCRC" (Coalisão Religiosa para a Escolha Reprodutiva), entidade pró-aborto, como pode ser verificado no site do RCRC - http://www.rcrc.org/about/members.cfm



April 20, 2010

Igrejas fiéis dizem: "Basta!"



Um grupo de cerca de 200 igrejas presbiterianas da PCUSA decidiu dizer "Basta!". Saíram da denominação, mesmo com o risco de perder todas as propriedades, visto terem chegado ao limite. Veja abaixo o que eles dizem de si mesmos:

"Bem-vindo à Associação de Igrejas Odres Novos (New Winwskins Association of Churches).

Nós somos um grupo de aproximadamente 200 Igrejas Presbiterianas espalhadas pela América (PCUSA) que crêem que temos recebido uma visão e aceitado o chamado para fazer diferença.

O que temos visto é um movimento do Espírito de Deus pelo mundo, o qual transcende linhas denominacionais e tem trazido milhões ao encontro de Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador pela primeira vez. Vinho novo de uma nova fé em Cristo está sendo vertido do céu.

Nós queremos ser parte do que Deus está fazendo. Mas aqui em casa, uma linha de denominações se opõe com confusão teológica, compromisso ético e declínio numérico.

Nós estamos almejando uma igreja, portanto, que é teologicamente esclarecida e apaixonada porque é baseada em doutrinas essenciais compartilhadas com a ortodoxia histórica.

Nós almejamos uma igreja que está transbordando com compaixão porque nós estamos esclarecidos sobre a ética bíblica que nós compartilhamos.

Nós almejamos uma igreja que é missiologicamente dirigida. Nosso foco é ultrapassar, na semeadura do evangelho no mundo, e atuar além dos nossos muros.

Nós almejamos uma igreja reformada em seu sistema de governo a fim de servir, não impedir, nossa missão, a fim de aprofundar a confiança e a responsabilidade.


Fonte: http://www.newwineskinsassociation.com/about_us.html

April 12, 2010

Pastores Transexuais Presbiterianos



O título é chocante, mas graças a Deus não se refere à Igreja Presbiteriana do Brasil. Tratam-se de acontecimentos ligados à PCUSA, a maior denominação Presbiteriana dos EUA. Há tempos esta denominação tem se desviado dos caminhos da Escritura e se conformado com o mundo. Muito embora haja ali, ainda, alguns crentes fiéis tentando fazer resistência contra as heresias da denominação (http://www.layman.org) esta igreja tem andado a passos largos para a perdição. Veja abaixo alguns vídeos que comprovam isto:

Pb. "Sara" Herwig. Steve Herwig passou a perseguir o ministério em 2001, 7 anos depois de trocar o "Steve" por "Sara", através de uma cirurgia de mudança de sexo. Depois desta mudança, divorciou-se de sua esposa Billie Preston com quem teve uma filha. Em Setembro de 2002 ele foi aceito como candidato ao Ministério pela Primeira Igreja Presbiteriana de Waltham, Massachusetts.




Rev. "Erin" Swenson. Eric Karl Swenson mudou seu nome para Erin Katrina Swenson. Já era pastor quando decidiu parar de lutar contra o pecado. Em 1994 passou a tomar hormônios femininos e pediu à denominação o reconhecimento de sua nova identidade. Erin Swenson é pastora da PCUSA, atuante no presbitério Norte de Atlanta.





Embora a Assembléia Geral da Igreja não tenha aprovado a ordenação de homossexuais, parece que trata-se apenas de uma questão de tempo, pois vários concílios já têm aprovado o casamento gay em suas igrejas. Veja abaixo reportagem envolvendo o Presbitério de Baltimore, em Maryland.





No vídeo abaixo, veja o coral gay Chicago Gay Men's Chorus se apresentando na Igreja Presbiteriana de Lake View, em 2008.



Por fim, veja o movimento gay da PCUSA chamado More Light Presbyterians na Capital Pride Parade 2009, parada gay norte-americana.




April 8, 2010

A Turma da Mônica e Caio, o personagem Gay




O título deste post quase foi "Adeus à inocência". A 6ª edição da revista "Tina", da Turma da Mônica, grupo de personagens de história em quadrinhos criado por Maurício de Sousa em 1959, mostra ao público seu primeiro personagem gay. Na história, Caio é o melhor amigo de Tina e deixa a todos surpresos quando se diz comprometido apontando para outro rapaz, com camiseta quase igual a sua. Na história, o homossexualismo não é declarado explicitamente, mas fica no ar. É lamentável que as histórias, no passado tão inocentes e que fizeram a alegria de uma geração de crianças, agora passem por esta transformação, refletindo o comportamento pecaminoso da sociedade e expondo precocemente o tema às nossas crianças. Veja um trecho maior da história:




Além desta abertura ao homossexualismo, nota-se também a presença de sensualidade nas histórias infantis. Veja abaixo um trecho também da personagem Tina:




Vivemos em dias difíceis. Pais e educadores cristãos devem atentar para a corrupção de nossa época e criar as crianças na "disciplina e na admoestação do Senhor" (Ef 6.4). Como escreveu o apóstolo Paulo, "as más conversações corrompem os bons costumes." (1Co 15.33). Eduquemos os pequeninos nos caminhos do Senhor, pois, só assim, eles poderão ficar seguros da péssima influência de nossa sociedade. E não nos esqueçamos: Pais de joelhos, filhos em pé!

February 25, 2010

Debate sobre o PL 122 que trata sobre o homossexualismo






O Plano de Deus para a Agenda Gay - John MacArthur


Se você tem visto os títulos de manchetes de jornais nos últimos anos, talvez tenha observado o incrível aumento do interesse por afirmar a homossexualidade. Quer esteja no âmago de um escândalo religioso, de corrupção política, de legislação radical e da redefinição do casamento, o interesse homossexual tem caracterizado a América. Isso é uma indicação do sucesso da agenda gay. Mas, infelizmente, quando as pessoas se recusam a reconhecer a pecaminosidade do homossexualismo — chamando o mal bem e o bem, mal (Is 5.20), elas o fazem em prejuízo de muitas almas e, talvez, de si mesmas.

Como você deve reagir ao sucesso da agenda gay? Deve aceitar a tendência recente em direção à tolerância? Ou ficar ao lado daqueles que excluem os homossexuais e condenam com veemência o pecado? A Bíblia nos exorta a um equilíbrio entre o que as pessoas consideram duas reações opostas — condenação e compaixão. De fato, essas duas atitudes juntas são elementos essenciais do amor bíblico, do qual os homossexuais necessitam desesperadamente. Os defensores do homossexualismo têm sido notavelmente eficazes em promover suas interpretações distorcidas de passagens da Bíblia. Quando você pergunta a um homossexual o que a Bíblia diz a respeito da homossexualidade — e muitos deles o sabem — percebe que eles absorveram um interpretação que não é somente distorcida, mas também completamente irracional. Os argumentos a favor dos homossexuais extraídos da Bíblia são nuvens de fumaça — à medida que nos aproximamos deles, vemos com clareza o que está por trás.

Deus condena a homossexualidade, e isto é muito evidente. Ele se opõe à homossexualidade em todas as épocas. Na época dos patriarcas (Gn 19.1-28) Na época da Lei de Moisés (Lv 18.22; 20.13) Na época dos Profetas (Ez 16.46-50) Na época do Novo Testamento (Rm 1.18-27; 1 Co 6.9-10; Jd 70-8) Por que Deus condena a homossexualidade? Porque ela transtorna o plano fundamental de Deus para as relações humanas — um plano que retrata o relacionamento entre um homem e uma mulher (Gn 2.18-25; Mt 19.4-6; Ef 5.22-33). Então, por que as interpretações homossexuais das Escrituras têm sido tão bem-sucedidas em persuadir inúmeras pessoas? A resposta é simples: as pessoas se deixam convencer. Visto que a Bíblia é tão clara a respeito deste assunto, os pecadores têm resistido à razão e aceitado o erro, a fim de acalmarem a consciência que os acusa (Rm 2.14-16). Conforme disse Jesus: “Os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más” (Jo 3.19-20). Se você é um crente, não deve comprometer o que a Bíblia diz a respeito da homossexualidade — jamais.

Não importa o quanto você deseja ser compassivo para os homossexuais, o seu primeiro amor é ao Senhor e à exaltação da justiça dEle. Os homossexuais se mantêm em rebeldia desafiante contra a vontade de seu Criador, que, desde o princípio, “os fez homem e mulher” (Mt 19.4). Não se deixe intimidar pelos defensores do homossexualismo e por sua argumentação fútil — os argumentos deles não têm conteúdo. Os homossexuais e os que defendem esse pecado estão comprometidos fundamentalmente em transtornar a soberania de Cristo neste mundo. Mas a rebelião deles é inútil, visto que o Espírito Santo afirma: “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus” (1 Co 6.9-10; cf. Gl 5.19-21). Então, qual a resposta de Deus à agenda homossexual? O julgamento certo e final. Afirmar qualquer outra coisa, além disso, é adulterar a verdade de Deus e enganar aqueles que estão em perigo. Quando você interage com homossexuais e seus simpatizantes, tem de afirmar a condenação bíblica.

Você não está procurando lançar condenação sobre os homossexuais, está tentando trazer convicção, de modo que eles se convertam do pecado e recebam a esperança da salvação para todos nós, pecadores. E isso acontece por meio da fé no Senhor Jesus Cristo. Os homossexuais precisam de salvação. Não precisam de cura — o homossexualismo não é uma doença. Eles não carecem de terapia — o homossexualismo não é uma condição psicológica. Os homossexuais precisam de perdão, porque a homossexualidade é um pecado.
Não sei como aconteceu, mas algumas décadas atrás alguém rotulou os homossexuais com o incorreto vocábulo “gay”. Gay, no inglês, significava uma pessoa feliz, mas posso assegurar-lhe: os homossexuais não são pessoas felizes. Eles procuram felicidade seguindo prazeres destrutivos. Esta é a razão por que Romanos 1.26 chama o desejo homossexual de “paixão infame”. É uma concupiscência que destrói o corpo, corrompe os relacionamentos e traz sofrimento perpétuo à alma — e o seu fim é a morte (Rm 7.5). Os homossexuais estão experimentando o juízo de Deus (Rm 1.24, 26, 28) e, por isso, são infelizes — muito, muito infelizes. 1 Coríntios 6 é bem claro a respeito das conseqüências eternas que sobrevirão àqueles que praticam a homossexualidade — mas existem boas-novas. Não importa o tipo de pecado, quer seja homossexualidade, quer seja outra prática, Deus oferece perdão, salvação e esperança da vida eterna àqueles que se arrependem e aceitam o evangelho. Depois de identificar os homossexuais como pessoas que não “herdarão o reino de Deus”, Paulo disse: “Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1 Co 6.11). O plano de Deus para muitos homossexuais é a salvação. Nos dias de Paulo, havia ex-homossexuais na igreja de Corinto, assim como, em nossos dias, existem muitos ex-homossexuais em minha igreja e em igrejas fiéis ao redor do mundo. Eles ainda lutam contra a tentação homossexual? Com certeza. Que crente não luta contra os pecados de sua vida anterior? Até o grande apóstolo Paulo reconheceu essa luta (Rm 7.14- 25). No entanto, ex-homossexuais assentam-se nos bancos de igrejas bíblicas em todo o mundo e louvam o Senhor, ao lado de ex-fornicadores, ex-idólatras, ex-adúlteros, ex-ladrões, ex-avarentos, ex-beberrões, ex-injuriadores e ex-defraudadores. Lembrem-se: alguns de vocês eram assim.

Qual deve ser a nossa resposta à agenda homossexual? Oferecer-lhe uma resposta bíblica — confrontá-la com a verdade das Escrituras, que condena a homossexualidade e promete castigo eterno para todos os que a praticam. Qual deve ser a nossa resposta ao homossexual? Oferecerlhe uma resposta bíblica — confrontá-lo com a verdade das Escrituras, que o condena como pecador e lhe mostra a esperança da salvação, por meio do arrependimento e da fé em Jesus Cristo. Permaneçam fiéis ao Senhor, quando reagirem à homossexualidade, honrando a Palavra de Deus e deixando com Ele os resultados.

Fonte: www.gty.org

October 29, 2009

Por que não delego a educação de meu filho a uma escolinha


"O quê!? Seu filho não está na escolinha???" Eu e minha esposa (mais ela do que eu) ouvimos estas palavras, com pequenas variações, frequentemente. Temos um amado filhinho de 2 anos e 9 meses e a quantidade de pessoas que ficam surpresas (e até indignadas) pelo fato de não o termos colocado em uma escolinha é grande. Tão grande que, sem muito exercício, fomos colecionando argumentos que cremos, nos dão cada vez mais certeza de nossa decisão. Ei-los:

1. Pais devem educar seus filhos, não estranhos. A Bíblia sempre atribui aos pais esta missão. Salomão relata como foi criado: "Quando eu era filho em companhia de meu pai, tenro e único diante de minha mãe, então, ele me ensinava e me dizia: Retenha o teu coração as minhas palavras; guarda os meus mandamentos e vive; adquire a sabedoria, adquire o entendimento e não te esqueças das palavras da minha boca, nem delas te apartes." Pv 4.3-5

2. Pais não devem trocar filhos por carreira profissional. Nosso mundo valoriza mais o "ter" do que o "ser" e os crentes devem ficar atentos para não seguirem o mesmo caminho. Não são poucos os pais que delegam a educação dos filhos a uma creche ou escolinha por causa de um salário. Novamente a advertência da Bíblia: "Pelo que aborreci a vida, pois me foi penosa a obra que se faz debaixo do sol; sim, tudo é vaidade e correr atrás do vento. Também aborreci todo o meu trabalho, com que me afadiguei debaixo do sol, visto que o seu ganho eu havia de deixar a quem viesse depois de mim." (Ec 2.17,18) Um bom exercício para medir nossa ganância é se lembrar de qual era a renda de nossos pais, quando éramos crianças. Na maioria dos casos, estou certo, vamos perceber que eles ganhavam menos do que nós e, mesmo assim, não trocaram nossa educação por um salário.

3. E quanto ao desenvolvimento que uma escolinha pode oferecer ao seu filho? Será que supera o desenvolvimento que os pais podem oferecer? Você já parou para pensar que a maioria das professoras das chamadas escolinhas são menores de 20 anos e estão no ensino médio? Uma mãe dedicada pode ensinar tudo o que se ensina em uma escolinha e muito mais. Hoje existem dezenas de materiais educativos, para todas as faixas etárias, que podem ajudar nisto, sem falar dos programas infantis educativos da tv. É até irônico encontrar mães com ensino superior, bem preparadas, delegando a educação de seus filhos a gente menos capacitada.

4. A atenção que os pais dão a um ou dois filhos não se compara ao tratamento coletivo dado a uma multidão de pequeninos. Tenho uma prima que, ainda na adolescência, foi contratada para trabalhar em uma escolinha. Logo no início do trabalho, viu uma criança chorando e foi consolá-la pegando-a no colo. Sua superior a repreendeu dizendo: "Aqui nós não fazemos isto, senão, todas vão querer o mesmo tratamento". Outra parente próxima colocou a filha de 2 anos em uma escolinha e começou a notar a filha perdendo peso. Os pais foram conversar com a direção da escola e foram informados de que não davam leite às crianças, mas chá com bolacha...

5. Por que colocar uma criança na tenra idade em uma escolinha e privá-la dos bons momentos de sua infância? Quando esta criança chegar aos 6, 7 anos, terá de ir obrigatóriamente à escola e entrará em um ritmo que só terminará, com sorte, na aposentadoria. O profeta vislumbrou um futuro para Jerusalém, com crianças fazendo o que lhes é próprio: "As praças da cidade se encherão de meninos e meninas, que nelas brincarão." (Zc 8.5) Na parábola de Jesus, as crianças também estão na praça (Mt 11.16).

6. Vírus físicos e espirituais. É sabido que crianças convivendo juntas em uma escolinha ou creche são mais suscetíveis a doenças por causa do ambiente comunitário. Mas, pior que isso, é a influência pecaminosa que algumas crianças podem trazer de suas famílias, contaminando os valores que você passou ao seu filho, até matriculá-lo em um lugar assim. A Bíblia é muito clara neste ponto: "Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes." (1Co 15.33)

7. Infelicidade da mãe e da criança. Um bom número de mães sofre quando termina a licença maternidade e tem que voltar ao serviço. E o que dizer de uma criança que, depois de passar 4 meses ininterruptos com sua mãe, tem que enfrentar várias horas diárias de separação?

8. O crente não deve ceder a pressões. No começo do artigo eu falei da quantidade de pessoas que estranham o fato de o nosso filho, com menos de 3 anos, não estar "ainda" em uma escolinha. Creio que esta pressão é geral sobre os pais. Todavia, o crente tem que se acostumar a nadar contra a correnteza. Crente fiel faz a vontade de Deus e não a vontade das pessoas ao seu redor. Isto, fazer a vontade das pessoas, é, em última instância, idolatria. É temer mais aos homens do que a Deus. O crente tem que se manter firme naquilo que Deus lhe ordena e não se conformar aos costumes e tendências pecaminosas e materialistas deste mundo (Rm 12.1,2).

9. A educação prevista na Bíblia, especialmente em Deuteronômio 6, não pode ser delegada. Pergunto: Como inculcar em seu filho o conceito de que nosso Deus é o único Deus (v.4) livrando seu filho de qualquer tipo de idolatria, se você não está ao seu lado? Como ensinar seu filho a amar a Deus de todo o seu coração, alma e força (v.5) em cada minuto do dia, se ele está em uma escolinha? Quando o texto bíblico diz que estes ensinos devem ser inculcados "assentado em sua casa", "andando pelo caminho", "ao deitar-te e ao levantar-te" revelam que a educação cristã acontece em todos os momentos do dia, quando os pais interpretam cada pequeno acontecimento dentro de uma cosmovisão bíblica, formando, assim, nos filhos, uma visão de mundo de acordo com a Palavra de Deus. É possível esperar que uma escolinha faça isto?

Concluo com uma palavra aos pais que sofrem as mesmas pressões que nós sofremos: Aguentem firme! Jesus nunca disse que seria fácil. O mundo nos odeia porque não somos dele (Jo 5.18,19) nem seguimos seu padrão de comportamento. A recompensa de uma educação não delegada a terceiros virá. Pense no testemunho de alguns jovens da Bíblia como José do Egito, Daniel e seus amigos, Davi e imagine o tipo de educação que eles receberam de seus pais. Podemos colher os mesmos frutos, se ficarmos fiéis aos ensinos do Senhor. Que Ele nos abençoe.

October 12, 2009

Quem é este pregador?



"... pois eu vos digo nesta noite... tenha fé e até as pedras se transformarão em pães em sua vida... Acredite na vitória e Deus vai encher a sua mesa do bom e do melhor... É chegada a hora da prosperidade..."

"... porque Deus vai colocar anjos ao teu redor para te guardarem... eles vão segurar suas mãos e você não vai tropeçar em pedra alguma. As dificuldades da sua vida vão acabar. Chega de tropeços... chega de derrotas... é hora da vitória..."

"... Deus lhe fez para ser cabeça e não cauda... Os reinos do mundo podem ser seus... Você é filho do Rei... prepare-se para a glória..."

Quem é este pregador da prosperidade? Você é capaz de identificá-lo?

September 24, 2009

10 motivos para não participar da Marcha para Jesus



Na última quinta-feira, dia 03/09, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o projeto de lei que institui o Dia Nacional da Marcha para Jesus. Além da presença de Michel Temer, da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff e do senador e bispo da Igreja Universal, Marcelo Crivella, estavam presentes no evento os bispos Estevam e Sônia Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo. O casal voltou ao Brasil no começo de agosto, depois de um período de dois anos e seis meses de prisão e liberdade condicional nos Estados Unidos. Eles foram condenados após tentar entrar no país com US$ 56 mil não declarados.

Antes de considerar o despropósito desta marcha, é preciso registrar a vergonha que temos ao ver o povo evangélico representado por um bispo da Igreja Universal do Reino de Deus e pelo casal Hernandes.

Entrando agora no mérito desta Marcha, alisto abaixo 10 motivos pelos quais nenhum cristão deveria participar desta marcha:

1. A igreja e a marcha são lideradas por um homem que se autodenomina apóstolo. Este é um erro cada vez mais freqüente em algumas denominações neo-pentecostais de nosso país. É sabido que o título “apóstolo” foi reservado àquele primeiro grupo de homens escolhidos por Cristo. Após a traição e suicídio de Judas, os apóstolos escolheram outro para ocupar o seu lugar (At 1.15-20), mas, como foi feita esta escolha? Que critérios foram usados? Ei-los: 1º) Ter sido discípulo de Jesus durante o seu ministério terreno; 2º) Ter sido testemunha ocular do Cristo ressurreto. Como pode alguém, hoje, ousar sustentar o título de apóstolo?

2. A igreja que organiza a marcha ensina Teologia da Prosperidade (crença de que o cristão deve ser próspero financeiramente), Confissão Positiva (crença no poder profético das palavras – assim como Deus falou e tudo foi criado, eu também falo e tudo acontece), Quebra de maldições (convicção de que podem existir maldições, mesmo na vida dos já salvos por Cristo) e Espíritos Territoriais (crença em espíritos malignos que governam sob determinadas áreas de uma cidade).

3. A filosofia da marcha está fundamentada em uma Teologia Triunfalista (tudo sempre vai dar certo, não existem problemas na vida do crente), tendo como base textos como Êxodo 14 (passagem de Israel no mar Vermelho) e Josué 6 (destruição de Jericó);

4. Uma das finalidades da marcha é promover curas e libertações;

5. A marcha não celebra culto, e sim show gospel;

6. Os líderes do movimento propagam que a marcha tem o poder de "mudar o destino de uma nação";

7. Na visão do grupo, com base em Josué 1.3 "Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado", a marcha é uma reivindicação do lugar por onde passam na cidade;

8. Na visão do grupo, a marcha serve para tapar as "brechas deixadas pelos atos ímpios de nossa nação";

9. Na visão do grupo, a marcha destrói "fortalezas erguidas pelos inimigo em certas áreas em nossas cidades e regiões";

10. A marcha tem caráter isolacionista, próprio de gueto, e não o que Cristo nos ensinou, a saber, envolvimento amplo na sociedade (Mt 5.13-16), com irrepreensível testemunho cristão (1Pe 2.12).

Ademais, é importante observar que toda a organização da marcha está centrada nas mãos de uma igreja apenas, excluindo-se o alegado caráter de união entre os evangélicos.

Tanta força e entusiasmo deveriam ser canalizados para a pregação do Evangelho a esta nação cada vez mais sedenta. As pesquisas indicam que os evangélicos já somam 15% da população brasileira, no entanto, a imoralidade, a corrupção e a violência são cada vez maiores em nosso país. Os canais de TV, os programas de rádio, bem como as marchas, não têm gerado transformação de vida em nosso povo.

A marcha que Cristo ensinou à sua igreja foi outra, silenciosa e efetiva, tal qual o sal penetrando no alimento (Mt 5.13); pessoal e de relacionamento, como na igreja primitiva (At 8.4); cotidiana e sem cessar, como entre os primeiros convertidos (At 2.42-47).

Que Deus nos restaure esta visão.

September 17, 2009

As Confusões da "Cabana" - Dr. Paulo Romeiro*


Já faz tempo que o liberalismo teológico tem assediado e invadido uma boa parte do campo evangélico brasileiro. Os prejuízos para a pregação do evangelho têm sido enormes. A decadência doutrinária aumenta com rapidez e muitos crentes estão cada vez mais confusos.

Por várias décadas, o liberalismo teológico vem ganhando espaço nas denominações históricas e em seus seminários. Nos últimos anos, porém, alguns segmentos pentecostais foram atingidos por essa corrente de pensamento, algo inimaginável até então, pois, ser pentecostal significa crer no poder e na Palavra de Deus.

A exemplo dos liberais, alguns pentecostais se julgam espertos o suficiente para duvidar de Deus e da sua Palavra. Hostilizar o cristianismo, exaltar a dúvida e questionar a Bíblia Sagrada tornou-se para muitos um sinal de academicismo e inteligência.

É o que vemos hoje através das igrejas emergentes, que pregam uma ortodoxia generosa,¹ onde as verdades e temas vitais da fé cristã perdem sua importância. Tudo indica que há uma apostasia se instalando em muitas igrejas evangélicas, algo já predito na Palavra de Deus e que aponta para a volta de Cristo (2 Ts 2.3; 2 Tm 4.1; 2 Tm 4.1-4; 2 Pe 2.1).

É num solo assim, fértil para a semeadura e crescimento de distorções das doutrinas centrais da fé cristã que surge o livro A Cabana² promovendo o liberalismo teológico e fazendo sucesso entre os evangélicos e a sociedade em geral.

Este artigo apresenta uma breve análise, à luz da Bíblia, sobre esse best-seller a fim de responder algumas indagações de muitos cristãos.

I – Definições

Liberalismo teológico: Movimento da teologia protestante que surgiu no século XIX com o objetivo de modificar o cristianismo a fim de adaptá-lo à cultura e à ciência modernas.

O liberalismo rejeita o conceito tradicional das Escrituras Sagradas como revelação divina proposital e detentora de autoridade, preferindo o conceito de que a revelação é o registro das experiências religiosas evolutivas da humanidade. Apregoa também um Jesus mestre e modelo de ética, e não um redentor e Salvador divino.

Pluralismo religioso: A crença de que há muitos caminhos que levam a Deus, que há diversas expressões da verdade sobre ele, e que existem vários meios válidos para a salvação.

Relativismo: Negação de quaisquer padrões objetivos ou absolutos, especialmente em relação à ética. O relativismo propala que a verdade depende do indivíduo ou da cultura.

Teologia relacional (teísmo aberto): Conceito teológico segundo o qual alguns atributos tradicionalmente ligados a Deus devem ser rejeitados ou reinterpretados. Segundo seus proponentes, Deus não é onisciente e nem onipotente. A presciência divina é limitada pelo fato de Deus ter concedido livre-arbítrio aos seres humanos.

II – O livro A cabana

A história do livro

Durante uma viagem que deveria ser repleta de diversão e alegria, uma tragédia marca para sempre a vida da família de Mack Allens: sua filha mais nova, Missy, desaparece misteriosamente. Depois de exaustivas investigações, indícios de que ela teria sido assassinada são encontrados numa velha cabana.

Imerso numa dor profunda e paralisante, Mack entrega-se à Grande Tristeza, um estado de torpor, ausência e raiva que, mesmo após quatro anos de desaparecimento da menina, insiste em não diminuir.

Um dia, porém, ele recebe um bilhete, assinado por Deus, convidando-o para um encontro na cabana abandonada. Cheio de dúvidas, mas procurando um meio de aplacar seu sofrimento, Mack atende ao chamado e volta ao cenário de seu pesadelo.

Chegando lá, sua vida dá uma nova reviravolta. Deus, Jesus e o Espírito Santo estão à sua espera para um “acerto de contas” e, com imensa benevolência, travam com Mack surpreendentes conversas sobre vida, morte, dor, perdão, fé, amor e redenção, fazendo-o compreender alguns dos episódios mais tristes de sua história (Informações extraídas da orelha do livro).

O livro é uma ficção cristã, um gênero que cresce muito na cultura cristã contemporânea e comunica sua mensagem de uma forma leve e fácil de se ler. O autor, William P. Young trata de temas vitais para a fé cristã tais como: Quem é Deus? Quem é Jesus? Quem é o Espírito Santo? O que é a Trindade? O que é salvação? Jesus é o único caminho para Deus?

III – Pontos principais do livro³

1. Hostilidade ao cristianismo

“As orações e os hinos dos domingos não serviam mais, se é que já haviam servido... A espiritualidade do Claustro não parecia mudar nada na vida das pessoas que ele conhecia... Mack estava farto de Deus e da religião...” (p. 59).

“Nada do que estudara na escola dominical da igreja estava ajudando. Sentia-se subitamente sem palavras e todas as suas perguntas pareciam tê-lo abandonado” (81).

Resposta bíblica: Jesus disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra a sua Igreja (Mt 16.18).

2. Experiência acima da revelação

As soluções para os probemas da vida surgem de experiência extrabíblicas e não da Palavra de Deus. As alegadas revelações da “Trindade” são a base de todo o enredo do livro. Mesmo fazendo alusões às verdades bíblicas, elas não são a base autoritativa da mensagem.

3. A rejeição de Sola Scriptura

A Cabana rejeita a autoridade da Bíblia como o único instrumento para decidir as questões de fé e prática. Para ouvir Deus, Mack é convidado a ouvir Deus numa cabana através de experiências e não através da leitura e meditação da Bíblia Sagrada.

Resposta bíblica: Rm 15.4: “Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança”.

2 Tm 3.16, 17: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a coreção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”.

A igreja não precisa de uma nova revelação, mas de iluminação para entender o que foi revelado nas Escrituras.

4. Uma visão antibíblica da natureza e triunidade de Deus

Além de errar sobre a Bíblia, A Cabana apresenta uma visão distorcida sobre a Trindade. Deus aparece como três pessoas separadas, o que pode ser chamado de triteísmo.

O autor tenta negar isso ao escrever: “Não somos três deuses e não estamos falando de um deus com três atitudes, como um homem que é marido, pai e trabalhador. Sou um só Deus e sou três pessoas, e cada uma das três é total e inteiramente o um” (p. 91).

Young parece endossar uma pluralidade de Deus em três pessoas separadas: duas mulheres e um homem (p. 77). Deus o pai é apresentado como uma negra enorme, gorda (p. 73, 74, 75, 76, 79), governanta e cozinheira, chamada Elousia (p.76).

Jesus aparece como um homem do Oriente Médio, vestido de operário, com cinto de ferramentas e luvas, usando jeans cobertos de serragem e uma camisa xadrez com mangas enroladas acima dos cotovelos, mostrando os antebraços musculosos. Não era bonito (p. 75).

O Espírito Santo é apresentado como uma mulher asiática e pequena (p. 74), chamada Sarayu (p. 77, 101).

Resposta bíblica: Dentro da natureza do único Deus verdadeiro há três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. São três pessoas distintas, mas, não separadas como o livro apresenta. Além disso, o Pai e o Espírito Santo não possuem um corpo físico. Veja Jó 10.4; João 4.24 e Lucas 24.39.

5. A punição do pecado

O livro apregoa que Deus não castiga os pecados: “Mas o Deus que me ensinaram derramou grandes doses de fúria, mandou o dilúvio e lançou pessoas num lago de fogo. — Mack podia sentir sua raiva profunda emergindo de novo, fazendo brotar as perguntas, e se chateou um pouco com sua falta de controle. Mas perguntou mesmo assim: — Honestamente, você não gosta de castigar aqueles que a desapontam? Diante disso, Papai interrompeu suas ocupações e virou-se para Mack. Ele pôde ver uma tristeza profunda nos olhos dela. — Não sou quem você pensa, Mackenzie. Não preciso castigar as pessoas pelos pecados. O pecado é o próprio castigo, pois devora as pessoas por dentro. Meu objetivo não é castigar. Minha alegria é curar. — Não entendo...”

Resposta bíblica:

A Cabana mostra um Deus apenas de amor e não de justiça. Apesar da Bíblia ensinar que Deus é amor, não falha em apresentá-lo como um Deus de justiça que pune o pecado:

“A alma que pecar, essa morrerá” (Ezequiel 18.4).

“Semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro” (Rm 1.27).

“porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23).

“E a vós outros, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus” (2 Ts 1.7, 8). Cristo morreu pelos nossos pecados (1Co 15.3).

6. O milagre da encarnação

O livro apresenta uma visão errada da encarnação de Jesus Cristo: “Quando nós três penetramos na existência humana sob a forma do Filho de Deus, nos tornamos totalmente humanos. Também optamos por abraçar todas as limitações que isso implicava. Mesmo que tenhamos estado sempre presentes nesse universo criado, então nos tornamos carne e sangue” (p. 89).

Resposta bíblica:

De acordo com a Bíblia, somente o verbo encarnou (Jo 1.14). Veja ainda Gl 4.4; Cl 2.9 e 1Tm 2.5.

7. Jesus, o melhor ou único caminho para o Pai?

No livro, Jesus é apresentado como o melhor e não o único caminho para Deus: “Eu sou o melhor modo que qualquer humano pode ter de se relacionar com Papai ou com Sarayu” (p. 101).

Resposta bíblica:

A Bíblia é muito clara ao afirmar que Cristo é o único que pode salvar: Is 43.11; Jo 6.68; Jo 14.6; At 4.12 e 1 Tm 2.5.

8. Patripassionismo

O livro promove uma antiga heresia denominada patripassionismo, que é o sofrimento do Pai na cruz: “O olhar de Mack seguiu o dela, e pela primeira vez ele notou as cicatrizes nos punhos da negra, como as que agora presumia que Jesus também tinha nos dele. Ela permitiu que ele tocasse com ternura as cicatrizes, marcas de furos fundos” (p. 86). “Olhou para cima e notou novamente as cicatrizes nos pulsos dela” (p. 92). “Você não viu os ferimento em Papai também”? (p. 151).

Resposta bíblica

A Bíblia mostra que foi Jesus quem sofreu na cruz e recebeu as marcas dos cravos e não o Pai ou o Espírito Santo. Veja João 20.20, 25, 28.

9. Universalismo

A Cabana promove o universalismo, isto é, que todas as pessoas serão salvas, não importa a sua religião ou sistema de crença. “Os que me amam estão em todos os sistemas que existem. São budistas ou mórmons, batistas ou muçulmanos, democratas, republicanos e muitos que não votam nem fazem parte de qualquer instituição religiosa. Tenho seguidores que foram assassinos e muitos que eram hipócritas. Há banqueiros, jogadores, americanos e iraquianos, judeus e palestinos” (p. 168, 169).

“Não tenho desejo de torná-los cristãos, mas quero me juntar a eles em seu processo para se transformarem em filhos e filhas do Papai, em irmãos e irmãs, em meus amados” (p. 169).
Jesus afirma: “A maioria das estradas não leva a lugar nenhum. O que isso significa é que eu viajarei por qualquer estrada para encontrar vocês” (p. 169).

Resposta bíblica

Não há base bíblica para tais afirmações. A Palavra de Deus ensina que não existe salvação fora de Jesus Cristo. Apesar de o universalismo ser uma doutrina agradável, popular e que reflete a política da boa vizinhança, a Bíblia afirma que nem todos serão salvos: Veja Mt 7. 13, 14; 25.31-46; 2 Ts 3.2.

NOTAS

* Pastor presidente da ICT - Igreja Cristã da Trindade; Presidente da Agir - Agência de Informações Religiosas
¹ Brian McLaren. Uma ortodoxia generosa. Brasília. Editora Palavra. 2007. Este livro promove muitas das propostas denunciadas neste estudo.
² YOUNG, William P. A cabana. Rio de Janeiro. Editora Sextante. 2008.
³ Algumas idéias foram extraídas de um trabalho publicado por Norman Geisler: “Norm Geisler Takes “The Shack”to the Wood Shed. Acessado em 18 de dezembro de 2008. www.thechristianworldview.com

BIBLIOGRAFIA

EVANS, C. Stephen. Dicionário de apologética e filosofia da religião. São Paulo. Vida. 2004.
NICODEMUS, Augustus. O que estão fazendo com a Igreja. São Paulo. Mundo Cristão. 2008.
PIPER, John et alli. Teísmo aberto: uma teologia além dos limites bíblicos. São Paulo. Editora vida. 2006.
WILSON, Douglas (org.). Eu não sei mais em quem eu tenho crido: confrontando a teologia relacional. São Paulo. Editora Cultura Cristã. 2006.
YOUNG, William P. A cabana. Rio de Janeiro. Editora Sextante. 2008.

September 5, 2009

Uganda, Genebra e Brasil

Yoweri Kaguta Museveni é o atual presidente da Uganda, país africano vizinho do Quênia, Tanzânia e Ruanda. A Uganda tem uma história manchada com muito sangue. Desde 1967, quando declarou sua independência do Reino Unido, foi vítima de vários golpes políticos e milhares de ugandenses foram assassinados. Em 1986 Museveni chegou ao poder através de uma revolta conduzida pelo Exército de Resistência Nacional, mas foi eleito democraticamente em 1996, com 75% dos votos da população.

Com Museveni acabaram os abusos aos direitos humanos, a liberdade de imprensa foi iniciada e acordos com o Fundo Monetário Internacional e com o Banco Mundial foram firmados. Museveni fez a transição do totalitarismo para a democracia. Sob seu governo a economia cresceu sensivelmente, os níveis de pobreza caíram em 20% e o número de crianças nas escolas primárias duplicou. Além disso, o que chamou a atenção das Nações Unidas (e é a razão deste post) tem a ver com a AIDS. Desde que iniciou um original programa de prevenção à AIDS o número de infectados foi reduzido em dois terços. Rand Stoneburner, ex-epidemiologista da Organização Mundial de Saúde (OMS), elogiou o programa introduzido na Uganda recomendando-o como programa mais eficiente utilizado até agora no mundo (vide What Happened in Uganda?). O programa de prevenção tem como lema três letras: ABC - Abstinência (para os solteiros), Be faithful (seja fiel - para os casados) e Camisinha.

Note que, ao contrário do que é feito no Brasil, e na maioria dos países, a camisinha é a última opção contra o contágio. Em Uganda os motoristas de caminhão, por exemplo, são motivados a não terem relações extra-conjugais em suas viagens. Veja o cartaz de conscientização distribuído em todo o país:

O cartaz diz: "Um motorista responsável se importa com sua família; ele é fiel a sua esposa"

Outro alvo do programa é a juventude. A abstinência sexual é incentivada entre os jovens com resultados visíveis. Pesquisas realizadas em escolas apontam decréscimos importantes da prática sexual na adolescência. Em uma das escolas pesquisadas, o número de garotos de 13 a 16 anos que faziam sexo caiu de 61% em 1994 para 5% em 2001, enquanto o número de garotas que tinham a prática caiu de 24% para 2%.

Entre os adultos, uma modalidade de prostituição que tem ajudado a propagar o vírus está sendo combatida pela campanha. É comum a relação de homens mais velhos, acima dos 40 ou 50 anos, com garotas jovens de 15 a 25 anos. O homem casado aproveita-se de jovens pobres e, em troca de relações sexuais, a ajuda no seu sustento mensal. Outdoors foram produzidos para conscientizar a população contra esta prática:

Diz o outdoor: "Você deixaria este homem ficar com sua filha adolescente? Então, por que você está com a dele?"

Com resultados que têm sido admirados pelos orgãos de combate à AIDS no mundo todo, Museveni segue seu programa confiando não nos preservativos, mas na mudança de conduta da população. Na verdade, Museveni confia em algo maior que isto. Confia em Deus. Convertido por Jesus Cristo, juntamente com sua esposa Janeth, Museveni tem aplicado os princípios da Palavra de Deus no governo de sua nação. Muito parecido com o que fez João Calvino em Genebra, na Suíça, no século 16. Naquela época, esta cidade padecia com seus problemas sociais. Pobreza, baixos salários, analfabetismo, vícios e prostituição faziam de Genebra uma cidade carente de reformas estruturais. A influência de Calvino fez com que Genebra se tornasse uma cidade verdadeiramente reformada. A pobreza e a desigualdade social diminuíram, assim como a prostituição e os vícios sociais. Os pobres foram melhor tratados e a educação foi valorizada.

Infelizmente, no Brasil nossos governantes caminham longe destes ideais. Além de considerarem os preservativos o único meio de prevenção ao contágio da AIDS e ignorarem a questão da abstinência e fidelidade conjugal, eles ainda promovem a sexualidade precoce instalando máquinas de camisinhas nos colégios de nossos filhos (veja matéria). Não fosse pouco, o governo ainda distribui literatura imoral às nossas crianças (veja post) e os incita ao homossexualismo (veja post). Que situação diferente teríamos se o governo brasileiro ouvisse suas lideranças cristãs. Que país melhor eles construiriam se observassem os princípios da Palavra de Deus.

Feliz a nação cujo Deus é o Senhor (Sl 33.12). Felizes devem estar os ugandenses por terem um líder temente a Deus. Infelizes somos nós, nação brasileira, cada vez mais afastados, como nação, dos preceitos do Senhor. Cabe a nós orarmos por nossos governantes (1Tm 2.1,2) pedindo a Deus que lhes ilumine o pensamento e crie neles temor pela autoridade superior que um dia julgará a todos com justiça (At 17.31).

Fontes:
http://penaafrica.folha.blog.uol.com.br/
http://www.portaldafamilia.org/artigos/artigo248.shtml
http://www.usaid.gov/our_work/global_health/aids/Countries/africa/uganda_report.pdf

August 28, 2009

Um chamado para a angústia - David Wilkerson

O evangelho diluído de Rob Bell

Rob Bell Se você aí no Brasil ainda não conhece Rob Bell, vai acabar conhecendo. Bell é o pastor de uma mega-igreja em Grand Rapids, Michigan, EUA, chamada Mars Hill Bible Church (Mars Hill é a tradução em inglês da palavra Areópago – lugar onde Paulo pregou aos gregos – Atos 17). Fundada em 1999, quando Bell tinha 28 anos de idade, a comunidade pastoreada por ele e por sua esposa Kristen conta hoje com mais de 10.000 membros. Seu estilo de ensino, moderno e cativante, é a marca registrada de seu ministério e é certamente responsável por seu extraordinário crescimento numérico. Três de seus livros já foram traduzidos para o português: Repintando a Igreja, Deus quer Salvar os Cristãos e Sex God (ainda não lançado, mas já no prelo de impressão da Editora Vida). Bell já possui uma legião de admiradores no Brasil, entre eles o liberal Ricardo Gondim e seu amigo Ed René Kivitz.
No vídeo a seguir, intitulado “As Boas Novas de Acordo com Rob Bell”, Bell nos oferece sua versão daquilo que ele entende como as boas novas de Deus ao mundo:

Para alguns, Bell é o Billy Graham da juventude americana. De fato, Bell tem o potencial de se tornar no Youtube e outras formas de mídia eletrônica aquilo que Graham foi nos estádios – pelo menos em termos de alcance, inegável entre os jovens, muitos dos quais jamais colocariam os pés em uma igreja tradicional. Não assistí toda sua série de vídeos intitulada Nooma (representação fonética em inglês da palavra grega pneuma – que quer dizer sopro ou espírito), mas os vídeos que vi me impressionaram tanto na produção, impecável e profissional, quanto no conteúdo. Bell não é somente um mauricinho que gosta de aparecer. Ele realmente ensina. Sua habilidade como mestre é evidente (o que de forma alguma testifica a favor de sua mensagem).
Sem dúvida nenhuma, Bell é um gênio no quesito “contextualização”, e o admiro por isso. A geração atual não suporta mais o estilo ultrapassado e o dialeto religioso dos “irmãos”. Bell se despiu de toda religiosidade: ele se veste, fala e ensina no mesmo nível de sua geração. Seus ensinamentos são práticos e acessíveis, sem “teologiquês” nem “evangeliquês”. Bell se livrou do estilo tradicional de “louvor + sermão” em seus cultos. Em uma linguagem não religiosa, ele comunica princípios à sua audiência a partir de elementos do dia a dia e da cultura, semelhante ao que Jesus fazia quando contava parábolas à sua audiência.
Mas apesar de tudo isso, certas coisas me causam um desconforto terrível quando leio ou assisto Rob Bell. A forma e o estilo como ele projeta suas idéias são deveras fascinantes. Entretanto, o problema está em alguns sutis elementos que fazem parte de sua mensagem e que passam despercebidos na lupa de muitos de seus leitores, fascinados por seu elegante estilo literário e seu clamor em favor dos menos favorecidos.

Evangelho sem Cruz

Rob Bell é um dos chamados “emergentes liberais”. Para tais, o compromisso doutrinário é uma atitude beligerante e certos dogmas são desnecessários à fé cristã. O que importa para o emergente liberal é uma vida de serviço ao próximo, para assim “tornarmos o mundo um lugar melhor”. Mas assim como canja de galinha não é mais canja se não tiver frango, feijoada não é mais feijoada se não tiver feijão e suco de uva não é suco de uva se não tiver uva, um evangelho desprovido de certos elementos essenciais já não é mais o Evangelho pregado por Cristo e seus apóstolos.
cruz Bell menciona a ressurreição de Cristo no vídeo, mas seguindo a tendência liberal pós-moderna, não menciona a cruz de Cristo. A exemplo de seu mentor Brian McLaren (que afirma que a cruz é uma propaganda enganosa do evangelho), Bell se esquiva do escândalo da cruz. Ele simplesmente omite o tema e quando o menciona, não aborda a crucificação como o evento no qual Deus expiou os pecados da raça humana pelo sacrifício de seu Filho. Em Jesus Quer Salvar os Cristãos, por exemplo, Bell menciona a crucificação, mas dilui seu caráter expiatório e ressalta a atitude pacífica de Jesus, que não resistiu a seus agressores e caminhou a milha extra com eles. Jesus deixa de ser o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo e redime com seu sangue, para tornar-se somente um exemplo de pacifismo e auto-negação.
Até mesmo quando fala da ressurreição, Bell é ambíguo. No vídeo acima, ele menciona a ressurreição não como um evento místico, ou seja, a ressurreição corporal para a vida eterna (compreensível, porque, a ênfase do evangelho de Bell se limita a “fazer deste mundo um lugar melhor” e não aborda questões como o julgamento dos ímpios e a herança dos santos no mundo porvir; uma ressurreição literal perde totalmente seu valor). Bell prega uma ressurreição alegórica que se dá pela perpetuação da “ideologia cristã” através do pacifismo e pelo serviço ao próximo. Em outras palavras, Jesus está vivo entre nós quando levamos adiante sua missão de tornar este mundo um lugar melhor.

O “Plágio” Judaico-Cristão

Bell é adepto do desconstrucionismo pós-moderno, que questiona muitas das doutrinas e dogmas defendidos pelo cristianismo ortodoxo. O desconstrucionismo pós-moderno nem sempre é uma refutação aberta aos pilares doutrinários do cristianismo. É muitas vezes um tapinha com luva de pelica, algo muito sutil, que bate no fundamentalismo bíblico na forma de questionamentos. No movimento emergente liberal, influenciado pela filosofia pós-moderna, ao invés de fornecer respostas, a moda da vez é lançar dúvidas sobre postulados estabelecidos. Tudo é subjetivo, nada é absoluto, além daquilo que eles entendem como “amor ao próximo”.
Um exemplo disso é a insistência de Bell em comparar as raízes judaico-cristãs da Igreja com lendas e costumes pagãos do Império Romano e da Antiguidade. Ele o faz no vídeo acima de forma extensiva, o fez em seu livro “Repintando a Igreja” e o faz sempre que tem a oportunidade. Esta insistência soa quase como uma sugestão de que toda a narrativa judaico-cristã foi nada mais do que um plágio das superstições de Antiguidade.
Bell reconta o evangelho no vídeo acima como se fosse uma mera lenda deste “grupo de judeus que alegam terem visto seu rabino ressurreto” (para usar suas próprias palavras). Esta ambiguidade e o sutil jogo de palavras no discurso acima me incomodam (eu diria que talvez minha veia fundamentalista está falando alto demais, se não conhecesse a visão distorcida que Rob Bell tem das Escrituras). Bell fala de forma apaixonada quando descreve a missão da Igreja (que supostamente é transformar o mundo em um lugar melhor), mas a imparcialidade apática de sua retórica quando toca em certos pontos, como o nascimento virginal de Cristo, a crença em Jesus como o Filho de Deus, sua ressurreição e ascenção aos céus (repetidamente comparando tais crenças com mitos e práticas pagãs), mais se assemelha com a de um jornalista que se limita a transmitir uma estória sem necessariamente expressar sua opinião ao dizer se a mesma é real ou somente uma lenda. É como se pudéssemos ouvir a Serpente, ao longo da narrativa Bell, perguntando de forma bem sutil: “Será que essa estória é mesmo verdadeira ou não passa de uma lenda?”
Um outro exemplo está na página 26 de seu livro Velvet Elvis – Repainting the Christian Faith (no Brasil publicado com o título “Repintando a Igreja”), onde Rob Bell compara o nascimento virginal de Cristo com a lenda de Mitra (como no vídeo acima). Bell diz que a palavra “virgem” usada por Mateus pode ser traduzida como “jovem moça” e que se Jesus tivesse um pai biológico chamado Larry, a fé cristã em nada seria afetada, pois supostamente o que importa é a maneira que vivemos. Bell não nega abertamente o nascimento virginal, mas além de lançar dúvidas sobre o fato, anula totalmente sua relevância.
Será que este pequeno fato não tem nenhuma relevância? Pensemos: se Jesus tivesse um pai terrenal, as Escrituras estariam mentindo quando afirmam que José não teve relações com Maria até um tempo depois que Jesus nasceu. Se Mateus 1:25 não mente, então a mãe de nosso Senhor teria sido uma adúltera e fornicadora. Inevitavelmente, tal questionamento fere uma das duas premissas: ou a Bíblia não é infalível ou a mãe de nosso Senhor não era uma mulher descente. Ainda que seja verdade que no hebraico a palavra “virgem” é sinônimo de “jovem moça”, o contexto de Mateus nos deixa bem claro o que o evangelista quis realmente dizer.
Se Jesus era filho de José, de Larry ou qualquer outro homem, então toda a retórica de Paulo acerca do segundo Adão e uma nova raça não passaria de uma sandice (1 Cor 15:45 em diante).

As Influências de Rob Bell

Os Bell começaram a questionar seus próprios conceitos a respeito da Bíblia – “descobrindo a Bíblia como um produto humano”, nas palavras de Rob, ao invés de um produto divino. “A Bíblia ainda é o centro para nós”, diz Rob, “mas um tipo diferente de centro. Queremos abraçar o mistério ao invés de conquistá-lo.”
“Cresci pensando que entendia a Bíblia”, diz Kristen, “que sabia o que ela queria dizer. Agora, não tenho a menor idéia do que ela quer dizer.”
Fonte: Brian McLaren
Não quero promover a temporada de caça às bruxas, mas é importante que você, que lê as obras de Rob Bell, saiba que ele e sua esposa negam abertamente a inspiração e a inerrância das Escrituras. A emergência liberal é um processo de desaprendizado bíblico, no qual deixamos de entender a Bíblia como o veículo por meio do qual Deus expressa sua vontade absoluta de forma clara, para vê-la como um conjunto de rabiscos humanos do qual podemos até extrair algumas coisas, desde que não se trate de algo muito absoluto – seguindo a tendência pós-moderna niilista de abraçar o subjetivo, negar valores absolutos, de evitar ver as coisas “preto no branco”, de ter respostas prontas. Crendo-se muito sábios, os emergentes liberais se tornaram loucos, adeptos de um masoquismo intelectual que prefere dúvidas a certezas.
E como ninguém interpreta a Bíblia a partir do vácuo, mas inevitavelmente reflete em sua análise alguma influência, seja teológica ou cultural, devemos perguntar quais são as fontes de Rob Bell. A resposta não é tão difícil.
As ideias de Bell tendem à heresia conhecida como neo-ortodoxia bartiniana. Karl Barth ensinava o universalismo (algo que os emergentes liberais abraçam) e que as Escrituras apenas se tornam a Palavra de Deus por meio da obra do Espírito Santo em cada indivíduo, de forma subjetiva. Em outras palavras, a Bíblia não é divinamente inspirada, a não ser que Deus decida usá-la para falar com o indivíduo (assim como faz quando fala conosco por meio de um filme ou de uma notícia de jornal).
Em uma nota de rodapé, na página 184 de seu livro Velvet Elvis – Repainting the Christian Faith (Repintando a Igreja), Rob Bell cita como uma de suas referências o teólogo Marcus Borg e sua obra The Heart of Christianity (O Coração do Cristianismo). As citações a seguir foram retiradas da página 45 da obra de Borg citada por Bell:
Marcus BorgA Bíblia é o produto de duas comunidades históricas: Israel antigo e o movimento cristão primitivo. […]
Como tal, é um produto humano, não divino. […]
A Bíblia descreve a maneira como estas comunidades antigas responderam a Deus … a Bíblia nos relata a maneira como eles viam as coisas […] Não é o testemunho de Deus acerca de si mesmo (não é um produto divino), mas o testemunho destas pessoas diante de Deus.
Como produto humano, a Bíblia não é a “verdade absoluta” ou a “verdade revelada de Deus”, mas é relativa e condicionada à cultura … a Bíblia nos diz como nossos ancestrais espirituais viam as coisas – não como Deus as vê.
Pergunto àqueles que acompanham Rob Bell: a linguagem de Borg lhes soa familiar?
As impressões digitais de Borg estão por todos os lados nas obras de Rob Bell e de seu mentor Brian McLaren (autor de Ortodoxia Generosa e A Mensagem Secreta de Jesus), obras estas que Ricardo Gondim endossa e aparentemente têm como referência (o que não é nenhuma supresa). Suas idéias estão em gritante contraste com o que Paulo nos diz acerca das Escrituras;
Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra. (2 Tim 3:16-17)

Conclusão

Rob Bell O tipo de “evangelho” apresentado no vídeo acima é uma versão adulterada do Evangelho apostólico que prega Cristo crucificado para a redenção da raça humana. É uma adaptação que dilui o chamado apostólico ao arrependimento em uma mera filosofia pacifista centrada na prática de boas obras e demonstração de amor ao próximo.
Ainda que elementos como pacifismo, auto-negação e amor sacrificial na forma de boas obras sejam elementos importantes do verdadeiro Evangelho, esta não é a essência do Evangelho genuíno. A essência do verdadeiro Evangelho é que o homem, intrinsicamente depravado, foi redimido por Cristo, por meio de seu sacrifício expiatório na cruz do Calvário. Com “sacrifício expiatório”, entende-se que Jesus tomou nosso lugar na morte e na condenação pelas quais que eu e você deveríamos ter passado. Entendendo isso, e somente a partir daí, é que, mediante o arrependimento de nossas obras mortas, morreremos para nossa velha natureza e seremos transformados de glória em glória à imagem do Filho de Deus, para que possamos caminhar em novidade de vida neste mundo. E apesar de a glória do Filho de Deus em nós nos impulsionar a servir nosso próximo, tal demonstração de amor não se limita a “fazer do mundo um lugar melhor” (como Bell afirma no vídeo). O mesmo amor com o qual aliviamos o sofrimento dos menos favorecidos deste mundo, deve tornar-nos arautos de um mundo porvir que será herdado por aqueles que ressuscitarem para a Vida Eterna, e também do julgamento dos ímpios.
A visão que Bell tem das Escrituras Sagradas (como uma obra que representa a visão de seus escritores e não a verdade absoluta de Deus) somada à forma ambígua na qual ele narra a vida de Jesus – insistentemente comparando o nascimento virginal de Cristo, sua posição como Filho de Deus e sua ressurreição corporal a mitos e práticas pagãs – me faz questionar a cristologia de Rob Bell. Afinal, se as Escrituras não se constituem na Palavra escrita inspirada por Deus, então coisas como “nascimento virginal”, “Filho de Deus” , “ressurreição” e “ascenção aos céus” na cabeça de Bell podem realmente ser somente uma força de expressão, uma figura de linguagem influenciada pela superstição, pela mitologia e pela idolatria aos césares da época. Talvez, na cabeça de Bell, a maneira como a Bíblia descreve Jesus seja somente “uma pintura da forma que os primeiros discípulos enxergavam as coisas.”
Digo “talvez”, caro leitor, porque penso que ninguém pode saber com certeza o que pensa Bell e outros emergentes liberais a respeito de algumas coisas. A característica principal do espírito que está por traz do liberalismo emergente é deixar certas coisas “no ar”, para que sejam interpretadas individualmente. Afinal, de acordo com a filosofia pós-moderna que influencia a mente destes líderes, “nunca há somente uma resposta possível” e a verdade é algo relativo.
Tudo isso nos leva e pensar que se Jesus fosse um homem comum, nunca houvesse ressuscitado ou sequer existido – e tudo não passasse de uma lenda plagiada de Roma Antiga – para Bell e seus seguidores não haveria problema algum, pois o que importa realmente são os ensinamentos que este Cristo “lendário” nos deixou e sua prática de “amor ao próximo” (!!!). O liberalismo emergente transformou o Evangelho em uma mera filosofia e reduziu o Filho de Deus a um filósofo, na melhor das hipóteses, ou a uma mera lenda, na pior delas.
A mensagem sublimar por trás do liberalismo emergente é somente uma, e não é difícil de ser decifrada. Abaixo, a compilação dos sutis elementos que cada vez mais caracterizam o diálogo emergente, a saber: o liberalismo teológico, o universalismo e a prática de boas obras como substituição à mensagem da cruz:
A Bíblia não transmite verdades absolutas. Então, não importa quais fatos da narrativa bíblica são realidades e quais são meras projeções das opiniões ou superstições de seus autores. O importante mesmo são alguns valores que podemos dela extrair, a saber: O Evangelho é a boa nova de que Deus quer tornar este mundo em um lugar melhor. O Evangelho é nada mais do que um conjunto de bons valores morais, éticos e sociais que devem ser perpetuados e compartilhados pela prática do pacifismo, da auto-negação e do amor ao próximo. Quando fazemos estas coisas, Cristo está vivo entre nós – esta é a ressurreição. A única diferença entre budistas, hindus, muçulmanos, cristãos e até mesmo incrédulos de boa índole é que os cristãos personificam estas boas novas na lenda do Filho de Deus. Mas o que importa realmente é o amor, porque Deus é amor.”
Este é o mesmo “evangelho” de obras contra o qual os reformadores tanto lutaram, com a diferença de que, em sua nova versão, não agradamos a Deus pela compra de indulgências, mas pela prática de boas obras. Tal mensagem é a amostra de uma forma de piedade que nega o poder de Deus (2 Tim 3:5). É morte na panela, é apostasia.
Quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem Jesus Cristo foi evidenciado, crucificado, entre vós? (Gal. 3:1)


Fonte deste post: http://paoevinho.wordpress.com/2009/07/30/o-evangelho-diludo-de-rob-bell/


LinkWithin

Related Posts with Thumbnails