Considerando a resolução da CE-SC/IPB-2012:
“DOC. CCXV -
Quanto ao documento 158 – Oriundo do(a): Sínodo Piratininga - Ementa: Consulta
sobre Decisão da CE-SC/IPB 2006, Doc. XLV, quanto ao documento 179, sobre
Igreja auto intitulada Comunidade Presbiteriana. Considerando: 1. Que a
resolução CE-SC/IPB-2006 - Doc. XLV que proíbe o uso do termo
"comunidade" para referir-se a uma igreja presbiteriana está em
vigor; 2. Que a CE não é o fórum para tratar de assuntos teológicos deste tipo.
A CE-SC/IPB - 2012 RESOLVE: 1. Tomar conhecimento; 2. Encaminhar este documento
à próxima RO do SC.”
O Presbitério de Piratininga, preocupado com os
rumos da denominação, resolveu enviar subsídios teológicos relativos às
“comunidades presbiterianas” para auxílio na análise do movimento.
O Presbitério chama a atenção do Supremo Concílio
para quatro problemas:
1. Culto Antropocêntrico
O culto bíblico é teocêntrico – tem Deus no centro.
Os Princípios de Liturgia da IPB prescrevem:
“Art.
7º. O culto público é um ato religioso, através do qual o povo de Deus
adora o Senhor, entrando em comunhão com ele, fazendo-lhe confissão de pecados
e buscando, pela mediação de Jesus Cristo, o perdão, a santificação da vida e o
crescimento espiritual. É ocasião oportuna para proclamação da mensagem
redentora do Evangelho de Cristo e para doutrinação e congraçamento dos
crentes.
Art.
8º. O culto público consta ordinariamente de leitura da Palavra de Deus,
pregação, cânticos sagrados, orações e ofertas. A ministração dos sacramentos,
quando realizada no culto público, faz parte dele.
O culto praticado nas comunidades presbiterianas coloca
o homem no centro. Seguindo o modelo norte-americano denominado “Seeker
Sensitive” (sensível ao que busca) o culto é totalmente remodelado para atender
aos anseios do não crente. Em uma das palestras do Centro de Treinamento para
Plantadores de Igreja (CTPI) um dos pastores de comunidade presbiteriana ensina
o que segue:
“Nós temos também alguns valores na nossa comunidade. O primeiro deles:
adoração informal e inclusiva. Diferente de muitas outras igrejas, nós não
temos uma adoração tradicional, com órgão de tubo, coral cantando com sua toga.
Nós também não temos uma adoração parecida com a adoração das igrejas
pentecostais e neopentecostais, quando todos ficam de pé, fazem as suas
coreografias. A nossa igreja se propõe a apresentar um estilo de adoração
informal e inclusivo. Nós não alteramos o tom da nossa voz. Nós não mudamos a
maneira como falamos durante a liturgia. Nós falamos da maneira como
conversamos com qualquer um, dentro de um restaurante, dentro de um café. A
nossa adoração também é inclusiva. Procuramos escolher músicas que falem ao
coração das pessoas que aqui estão. Principalmente ao coração daquelas pessoas
que são visitantes e que não são iniciados na fé cristã, que não conhecem as
coreografias evangélicas, que não conhecem os jargões que normalmente nós
costumamos usar em nossas igrejas.”
O culto não deve ter como centro o visitante. O
alvo do culto deve ser a adoração a Deus e a edificação dos crentes: “Vinde,
adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do SENHOR, que nos criou. Ele é o
nosso Deus, e nós, povo do seu pasto, e ovelhas da sua mão. Hoje, se ouvirdes a
sua voz, não endureçais o coração, como em Meribá...” (Sl 95.6-8). Nosso Senhor
Jesus resistiu ao tentador citando Dt 6.13: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e
só a ele darás culto” (Mt 4.10).
Tratando sobre este movimento, R.C. Sproul diz o
seguinte:
“É uma coisa muito, muito ruim. Muito ruim. Porque se apoia em um erro
básico. O pressuposto é que incrédulos, de fora da igreja, estão buscando
desesperadamente a Deus. Número um. O segundo erro básico é o de que o
propósito da adoração coletiva no domingo de manhã é alcançar o perdido. Agora,
por que são dois erros fundamentais? O primeiro é que a Bíblia deixa
absolutamente claro que em nossa condição natural, em nosso estado caído,
ninguém busca a Deus. As únicas pessoas que buscam a Deus são aquelas que já
nasceram de novo. A busca por Deus começa com a regeneração. Nós somos os que o
buscam. Em segundo lugar, o culto deve ser o encontro comunitário do povo de
Deus para adoração. Você sempre supõe que haverá joio no meio do trigo, e que
haverá incrédulos presentes no culto e você tem que ser sensível a isto, como
Paulo indica aos coríntios. Então, você tem que, em algum momento, atingir o
perdido em seu sermão, mas fundamentalmente o que está acontecendo no domingo
de manhã é que os crentes estão reunidos no dia do Senhor para se sentar aos
pés dos Apóstolos, para se unirem em oração, para louvor, para adoração, e
celebração da Ceia do Senhor. E o que deveria mais nos preocupar sobre a nossa
adoração é o que agrada a Deus, não o que agrada ao incrédulo. Essa é uma das
grandes tragédias em nossos dias, eu entendo. E isso realmente terá um custo
para a igreja.” (Conferência do Ministério Ligonier sobre o tema geral
"Lutando pela Verdade", em 2007. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=JWgqRTJF-48.
Acesso em: 15 mai 2013.)
Falando do mesmo movimento, John MacArthur assevera::
“Nas Escrituras, nada indica que a igreja deveria atrair as
pessoas a virem a Cristo através do apresentar o Cristianismo como uma opção
atrativa. Quanto ao evangelho, nada é opcional: “E não há salvação em nenhum
outro; porque debaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os
homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12). Tampouco o evangelho
tem o objetivo de ser atraente, no sentido do marketing moderno. Conforme já
salientamos, frequentemente a mensagem do evangelho é uma “pedra de tropeço e
rocha de escândalo” (Rm 9.33; 1 Pe 2.8). O evangelho é perturbador, chocante,
transtornador, confrontador, produz convicção de pecado e é ofensivo ao orgulho
humano. Não há como “fazer marketing” do evangelho bíblico. Aqueles que
procuram remover a ofensa, ao torná-lo entretenedor, inevitavelmente corrompem
e obscurecem os pontos cruciais da mensagem. A igreja precisa reconhecer que
sua missão nunca foi a de relações públicas ou de vendas; fomos chamados a um
viver santo, a declarar a inadulterada verdade de Deus – de forma amorosa, mas
sem comprometê-la – a um mundo que não crê." (John MacArthur Jr, Com
Vergonha do Evangelho: Quando a Igreja se torna como o mundo, Editora
Fiel, p. 78.)
2. Interação exagerada com a cultura pop
A teologia reformada ensina que
“toda verdade é verdade de Deus”, logo, obras culturais contêm elementos de
verdade que devem ser apreciados pelos cristãos. Todavia, nota-se nas comunidades
uma interação exacerbada com a cultura, trazendo filmes e músicas seculares
para dentro do culto dominical. Não há problema em um filme ser analisado
biblicamente em uma programação especial durante a semana ou em um sábado. Mas
levar este expediente para o culto dominical, usando filmes e músicas como
atrativos para a mensagem do Evangelho, é supervalorizar a cultura em
detrimento do poder da Palavra de Deus. Sabemos que o atrativo para a vida
cristã deve ser o próprio Jesus Cristo, pois as ovelhas verdadeiras ouvirão a
sua voz (Jo 10.16) e que os elementos de culto devem ser os ensinados nas
Santas Escrituras. Criticando esta tendência, Os Guinness adverte: “a questão
levantada, como resultado, é se os evangelicalistas construirão suas igrejas
sola Scriptura ou sola cultura...” (citado por David Wells, no livro “Coragem para
Ser Protestante”, Editora Cultura Cristã, p. 15).
Seguem abaixo alguns exemplos desta interação.
Na série de sermões “Paradoxos de Diana” a música
dos vídeos exibidos a cada domingo é “Candle in the Wind” cantada por Elton
John:
Vela ao Vento
Adeus, Rosa da Inglaterra
Que você sempre floresça em nossos corações
Você foi o encanto que colocou a si mesma
Onde vidas foram dilaceradas
Você bradou para nosso país
E sussurrou para aqueles que sofriam
Agora você pertence ao céu
E as estrelas soletram seu nome
E me parece que você viveu sua vida
como uma vela ao vento
Nunca enfraquecendo com o pôr-do-sol
quando a chuva vem
E suas pegadas sempre permanecerão aqui
Ao longo das colinas mais verdes da Inglaterra
Sua vela se apagou muito antes que
sua lenda se apagará.
Na série de sermões “UFC Família” faz-se referência
ao UFC, sigla de Ultimate Fighting Championship. Trata-se da maior organização
de artes marciais mistas do mundo, que contém os maiores lutadores do esporte e
produz eventos ao redor de todo o mundo. Estes campeonatos de luta também são
conhecidos como “vale tudo” e são muito populares entre os jovens. Em uma das
comunidades, no lugar do púlpito, foi montada uma réplica de ringue para a
ministração do sermão.
Em um dos vídeos da série “A Família no banco dos
réus” é apresentado um vídeo de 2min40s com vários trechos do desenho “Os
Simpsons”.
Na série de sermões “Transforma meu pranto em
dança” é exibido um clipe do grupo U2 no meio do sermão.
Na série “Revisão de Vida” o clipe apresentado nos
sermões tem a música “Epitáfio”, da banda Titãs. Segue a letra:
Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar
Por ocasião dos 100 anos de nascimento de Vinícius
de Moraes, uma das comunidades presbiterianas fez a série de sermões dominicais
intitulada “Alegria de Vinícius”. Os vídeos, exibidos na hora do sermão, contém
depoimentos de Maria Bethânia, Toquinho, Edu Lobo, Caetano Veloso e Chico
Buarque exaltando a vida de Vinicius de Moraes.
É sabido que Vinícius foi um homem de vida
dissoluta. No vídeo de abertura dos sermões, ouve-se a música de Vinícius
“Samba da Bênção”:
É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não.
Fazer samba não é contar piada
E quem faz samba assim não é de nada
O bom samba é uma forma de oração.
Na série “Deus entre versos” uma das comunidades
presbiterianas fez sermões analisando poemas dos escritores Carlos Drummond de
Andrade, Adélia Prado, Castro Alves e Cecília Meireles.
Na série “Tão certo quanto a vida” o vídeo dos
sermões contém cenas do filme “Encontro Marcado” com os atores Anthony Hopkins
e Brad Pitt. A música tocada é “Dias Melhores” do grupo Jota Quest.
Uma das séries das comunidades foi a “Mais que um
vingador”, baseada no filme “Os Vingadores”, em que os personagens são heróis
de desenhos animados (Hulk, Thor, Homem de Ferro e Capitão América).
Em uma das comunidades, na pregação sobre o Hulk, o
pastor rodou o vídeo de um homem quebrando seu ambiente de trabalho ao som da
música “Nookie” do grupo Limp Bizkit de conteúdo altamente imoral. Segue abaixo
a letra traduzida:
Sexo
Checando... um, um, dois
Eu vim a esse mundo como um rejeitado
Olhe nesses olhos
Então você verá o tamanho das chamas
Vivendo no passado
Está queimando o meu cérebro
Todos que queimam tem que aprender pela dor
Hey, eu penso no dia
Minha garota fugiu com meu salário
Quando caras vieram para jogar
Agora ela está presa com meus amigos com quem ela
transou
E eu sou apenas um otário com um nó na garganta,
hey
Hey, como um idiota... (8 x)
Eu deveria estar me sentindo mal? (não)
Eu deveria estar me sentindo bem? (não)
É meio triste quando eu sou a piada do bairro
Você pensaria que eu teria superado isso
Mas eu sou um idiota como disse
F... na cabeça, Não!
Talvez ela só tenha cometido um erro
E eu devia dar um tempo a ela
Meu coração vai doer de qualquer jeito
Hey, que diabo, O que você quer que eu diga?
Eu não vou mentir, Isso eu não posso negar
Eu fiz tudo pelo sexo, Vamos lá
O sexo, Vamos lá
Então você pode pegar esse biscoito
e enfiar no seu...!
Enfia no seu...!
Enfia no seu...!
Enfia no seu...!
Eu fiz tudo pelo sexo, Vamos lá
O sexo, Vamos lá
Então você pode pegar esse biscoito
e enfiar no seu ...!
Enfia no seu ...!
Enfia no seu ...!
Enfia no seu...!
Na série de sermões “Convergência – Por um estilo
de vida simples” a música tema é “A cura”, cantada por Lulu Santos.
Na série “Vitórias e Derrotas” os sermões foram
baseados na vida de Steve Jobs, co-fundador da Apple Inc., empresa de
computação.
Com a morte de Nelson Mandela uma das comunidades
promoveu uma série de sermões sobre a sua vida.
Em uma das igrejas que segue os métodos das
comunidades, no dia em que se iniciava a série de sermões sobre “Os Vingadores”
o culto teve em sua liturgia um momento de reflexão sobre a fala do Padre Henry
Nowen seguida pela música “Ando Devagar”, de Almir Sater. Em outro culto, na
mesma igreja, o pastor chamou o grupo de louvor para tocar a música “Solidão”
de Oswaldo Montenegro, para ilustrar o seu sermão.
3. Quebra do 5º mandamento
O Catecismo Maior, pergunta 128, ensina “Quais são
os pecados dos inferiores contra os seus superiores? Resposta: Os pecados dos
inferiores contra os seus superiores são: toda a negligência dos deveres
exigidos para com eles; a inveja, o desprezo e a rebelião contra as suas
pessoas e posições em seus conselhos, mandamentos e correções legítimos; a
maldição, a zombaria e todo comportamento rebelde e escandaloso, que vem a ser
uma vergonha e desonra para eles e para o seu governo.”
Nosso código de disciplina assevera que concílios
estão em falta quando “... c) são deliberadamente contumazes, na desobediência
às observações que, sem caráter disciplinar, o concílio superior fizer no exame
periódico do livro de atas; d) tornam-se desidiosos no cumprimento de seus
deveres, comprometendo o prestígio da igreja ou a boa ordem do trabalho; e)
adotam qualquer medida comprometedora da paz, unidade, pureza e progresso da
igreja.” (CD Art. 7º).
Desde 2006 há
resoluções determinando o não uso do nome “comunidade presbiteriana” e a volta
ao estabelecido em nossos modelos de estatutos:
CE-SC/IPB-2006 – DOC.
XLV – Quanto ao documento
179 - Ementa: Oriundo do Sínodo Oeste Fluminense, consulta sobre o uso do nome
"Comunidade". A CE-SC-IPB 2006 RESOLVE:
1. Tomar conhecimento. Considerando: 2. Que a IPB possui nome legitimado pela
CI/IPB, conforme Art. 4º, combinado com o Art. 1º do Modelo de Estatutos para
Igreja Local; 3. Que a IPB possui uma identidade visual devidamente aprovada. Resolve: 1. Determinar que todas as
igrejas organizadas ou que venham a organizar-se, usem no nome o padrão
"Igreja Presbiteriana de..." 2. Estranhar o uso do termo 'Comunidade'
em nosso Anuário, quando deveria ser "Igreja" determinando que se
corrija para o futuro, inclusive em comunicações oficiais; 3. Determinar aos
Sínodos que por sua vez, determinem aos Presbitérios a imediata mudança,
conforme as normas constitucionais da IPB.
CE-SC/IPB-2012
- DOC. CCXIV - Quanto ao documento 285 - Oriundo do(a):
Sínodo Vale do Paraíba
- Ementa:
Consulta quanto ao uso do termo
Comunidade. A CE-SC/IPB - 2012 RESOLVE: 1. Reafirmar a resolução CE-2006 - Doc. XLV,
transcrita abaixo, que proíbe o uso do nome
"comunidade":
"CE-SC/IPB-2006
- DOC. XLV - Quanto ao documento 179
- Ementa: Oriundo do Sínodo Oeste
Fluminense, consulta sobre o uso do nome
"Comunidade".
A CE-SC-IPB 2006 RESOLVE: 1. Tomar
conhecimento. Considerando: 2. Que a IPB possui nome
legitimado pela CI/IPB,
conforme Art.
4º, combinado com o Art. 1º do Modelo de Estatutos para
Igreja Local; 3. Que
a IPB possui uma
identidade visual devidamente aprovada. Resolve: 1.
Determinar que todas as igrejas organizadas ou que venham a organizar-se, usem no nome o padrão "Igreja Presbiteriana de..."
2. Estranhar o uso do termo ’Comunidade’
em nosso Anuário, quando deveria
ser "Igreja"
determinando que se corrija para o futuro, inclusive em comunicações oficiais; 3. Determinar aos Sínodos que por sua vez, determinem aos
Presbitérios a imediata mudança,
conforme as normas constitucionais da IPB."; 2.
Determinar às igrejas
federadas que obedeçam a
esta
resolução; 3. Determinar aos
concílios que jurisdicionam
"comunidades presbiterianas"
que verifiquem o cumprimento
desta decisão.
CE-SC/IPB-2012
- DOC. CCXV - Quanto
ao documento 158 – Oriundo do (a): Sínodo Piratininga - Ementa:
Consulta sobre Decisão da CE-SC/IPB
2006, Doc. XLV, quanto ao documento 179, sobre Igreja auto intitulada
Comunidade Presbiteriana. Considerando: 1.
Que a resolução CE-SC/IPB-2006
- Doc. XLV que proíbe o uso do termo "comunidade"
para
referir-se a uma
igreja presbiteriana está em vigor; 2. Que
a CE não é o forum para tratar de assuntos
teológicos deste tipo. A CE-SC/IPB – 2012 RESOLVE: 1. Tomar conhecimento;
2. Encaminhar este documento à
próxima RO do SC.
CE-SC/IPB-2013 DOC. CCXII -
Quanto ao documento 175 - Oriundo do(a): Sínodo Piratininga - Ementa:
Consulta sobre Movimento de Comunidades da
Igreja Presbiteriana do Brasil. Considerando: Que há resoluções anteriores sobre o
referido assunto, conforme Resolução CE-SC/IPB - 2006 - Doc. XLV e CE-SC/IPB
2012 Doc. CCXIV; A CE-SC/IPB - 2013 RESOLVE: 1. Tomar conhecimento; 2. Afirmar
que as igrejas presbiterianas estão sob a jurisdição de seus Conselhos; os
Presbitérios exercem jurisdição sobre os ministros e conselhos de determinada
região conforme o Art. 62, alíneas a e b da CI/IPB; 3. Determinar que a
Comissão de Relações Inter-Eclesiásticas da IPB preste relatório sobre a
situação da Spanish River Church à CE/SC/IPB 2014; 4. Determinar que os
Presbitérios cumpram e façam cumprir as resoluções do SC/IPB; 5. Agradecer ao
Sínodo Piratininga pelo cuidado e zelo demonstrados.
Esta desobediência das igrejas, intituladas
comunidades, às decisões do Supremo Concílio da IPB macula o princípio de
autoridade exposto na CI (Art. 3º e 61) e é péssimo exemplo para os membros das
igrejas locais.
4. Descaracterização da identidade
presbiteriana
As
comunidades presbiterianas têm uma forma própria. O sermão é chamado de
"palestra" para não deixar desconfortável o não crente que não gosta
de igreja (filosofia “Seeker Sensitive”). É a mesma preocupação que os leva a não
utilizar a palavra “culto”, mas “encontro” ou “celebração”, e a não usar a
palavra “igreja”, mas “comunidade”. O uso do púlpito também é descartado pelo
mesmo motivo.
Os
cultos das comunidades, chamados “encontros”, são informais e alguns contêm
Música Popular Brasileira (MPB). A maioria das comunidades não tem Escola
Dominical e Sociedades Internas.
Esta
diferença entre comunidades presbiterianas e igrejas convencionais da IPB pode
indispor os crentes das comunidades com a própria denominação, levantando
barreiras à comunhão das igrejas irmãs pelas diferenças radicais de liturgia e
de estrutura interna. Além disso, dificulta-se bastante a chegada de outro
pastor que não seja do mesmo "modelo".
Diante
dos pontos elencados acima, nosso concílio revela sua preocupação com o avanço
do movimento de comunidades presbiterianas no Brasil e roga a Deus que a IPB
tome medidas para que estes irmãos retornem aos caminhos da confessionalidade.