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May 12, 2013

Qual o problema com as Comunidades Presbiterianas?




Considerando a resolução da CE-SC/IPB-2012:

DOC. CCXV - Quanto ao documento 158 – Oriundo do(a): Sínodo Piratininga - Ementa: Consulta sobre Decisão da CE-SC/IPB 2006, Doc. XLV, quanto ao documento 179, sobre Igreja auto intitulada Comunidade Presbiteriana. Considerando: 1. Que a resolução CE-SC/IPB-2006 - Doc. XLV que proíbe o uso do termo "comunidade" para referir-se a uma igreja presbiteriana está em vigor; 2. Que a CE não é o fórum para tratar de assuntos teológicos deste tipo. A CE-SC/IPB - 2012 RESOLVE: 1. Tomar conhecimento; 2. Encaminhar este documento à próxima RO do SC.”

O Presbitério de Piratininga, preocupado com os rumos da denominação, resolveu enviar subsídios teológicos relativos às “comunidades presbiterianas” para auxílio na análise do movimento.

O Presbitério chama a atenção do Supremo Concílio para quatro problemas:

1.       Culto Antropocêntrico

O culto bíblico é teocêntrico – tem Deus no centro. Os Princípios de Liturgia da IPB prescrevem:

“Art. 7º. O culto público é um ato religioso, através do qual o povo de Deus adora o Senhor, entrando em comunhão com ele, fazendo-lhe confissão de pecados e buscando, pela mediação de Jesus Cristo, o perdão, a santificação da vida e o crescimento espiritual. É ocasião oportuna para proclamação da mensagem redentora do Evangelho de Cristo e para doutrinação e congraçamento dos crentes.
Art. 8º. O culto público consta ordinariamente de leitura da Palavra de Deus, pregação, cânticos sagrados, orações e ofertas. A ministração dos sacramentos, quando realizada no culto público, faz parte dele.

O culto praticado nas comunidades presbiterianas coloca o homem no centro. Seguindo o modelo norte-americano denominado “Seeker Sensitive” (sensível ao que busca) o culto é totalmente remodelado para atender aos anseios do não crente. Em uma das palestras do Centro de Treinamento para Plantadores de Igreja (CTPI) um dos pastores de comunidade presbiteriana ensina o que segue:

“Nós temos também alguns valores na nossa comunidade. O primeiro deles: adoração informal e inclusiva. Diferente de muitas outras igrejas, nós não temos uma adoração tradicional, com órgão de tubo, coral cantando com sua toga. Nós também não temos uma adoração parecida com a adoração das igrejas pentecostais e neopentecostais, quando todos ficam de pé, fazem as suas coreografias. A nossa igreja se propõe a apresentar um estilo de adoração informal e inclusivo. Nós não alteramos o tom da nossa voz. Nós não mudamos a maneira como falamos durante a liturgia. Nós falamos da maneira como conversamos com qualquer um, dentro de um restaurante, dentro de um café. A nossa adoração também é inclusiva. Procuramos escolher músicas que falem ao coração das pessoas que aqui estão. Principalmente ao coração daquelas pessoas que são visitantes e que não são iniciados na fé cristã, que não conhecem as coreografias evangélicas, que não conhecem os jargões que normalmente nós costumamos usar em nossas igrejas.”

O culto não deve ter como centro o visitante. O alvo do culto deve ser a adoração a Deus e a edificação dos crentes: “Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do SENHOR, que nos criou. Ele é o nosso Deus, e nós, povo do seu pasto, e ovelhas da sua mão. Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o coração, como em Meribá...” (Sl 95.6-8). Nosso Senhor Jesus resistiu ao tentador citando Dt 6.13: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto” (Mt 4.10).

Tratando sobre este movimento, R.C. Sproul diz o seguinte:

“É uma coisa muito, muito ruim. Muito ruim. Porque se apoia em um erro básico. O pressuposto é que incrédulos, de fora da igreja, estão buscando desesperadamente a Deus. Número um. O segundo erro básico é o de que o propósito da adoração coletiva no domingo de manhã é alcançar o perdido. Agora, por que são dois erros fundamentais? O primeiro é que a Bíblia deixa absolutamente claro que em nossa condição natural, em nosso estado caído, ninguém busca a Deus. As únicas pessoas que buscam a Deus são aquelas que já nasceram de novo. A busca por Deus começa com a regeneração. Nós somos os que o buscam. Em segundo lugar, o culto deve ser o encontro comunitário do povo de Deus para adoração. Você sempre supõe que haverá joio no meio do trigo, e que haverá incrédulos presentes no culto e você tem que ser sensível a isto, como Paulo indica aos coríntios. Então, você tem que, em algum momento, atingir o perdido em seu sermão, mas fundamentalmente o que está acontecendo no domingo de manhã é que os crentes estão reunidos no dia do Senhor para se sentar aos pés dos Apóstolos, para se unirem em oração, para louvor, para adoração, e celebração da Ceia do Senhor. E o que deveria mais nos preocupar sobre a nossa adoração é o que agrada a Deus, não o que agrada ao incrédulo. Essa é uma das grandes tragédias em nossos dias, eu entendo. E isso realmente terá um custo para a igreja.” (Conferência do Ministério Ligonier sobre o tema geral "Lutando pela Verdade", em 2007. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=JWgqRTJF-48. Acesso em: 15 mai 2013.)

Falando do mesmo movimento, John MacArthur assevera::

“Nas Escrituras, nada indica que a igreja deveria atrair as pessoas a virem a Cristo através do apresentar o Cristianismo como uma opção atrativa. Quanto ao evangelho, nada é opcional: “E não há salvação em nenhum outro; porque debaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12). Tampouco o evangelho tem o objetivo de ser atraente, no sentido do marketing moderno. Conforme já salientamos, frequentemente a mensagem do evangelho é uma “pedra de tropeço e rocha de escândalo” (Rm 9.33; 1 Pe 2.8). O evangelho é perturbador, chocante, transtornador, confrontador, produz convicção de pecado e é ofensivo ao orgulho humano. Não há como “fazer marketing” do evangelho bíblico. Aqueles que procuram remover a ofensa, ao torná-lo entretenedor, inevitavelmente corrompem e obscurecem os pontos cruciais da mensagem. A igreja precisa reconhecer que sua missão nunca foi a de relações públicas ou de vendas; fomos chamados a um viver santo, a declarar a inadulterada verdade de Deus – de forma amorosa, mas sem comprometê-la – a um mundo que não crê." (John MacArthur Jr, Com Vergonha do Evangelho: Quando a Igreja se torna como o mundo, Editora Fiel, p. 78.)


2.       Interação exagerada com a cultura pop

A teologia reformada ensina que “toda verdade é verdade de Deus”, logo, obras culturais contêm elementos de verdade que devem ser apreciados pelos cristãos. Todavia, nota-se nas comunidades uma interação exacerbada com a cultura, trazendo filmes e músicas seculares para dentro do culto dominical. Não há problema em um filme ser analisado biblicamente em uma programação especial durante a semana ou em um sábado. Mas levar este expediente para o culto dominical, usando filmes e músicas como atrativos para a mensagem do Evangelho, é supervalorizar a cultura em detrimento do poder da Palavra de Deus. Sabemos que o atrativo para a vida cristã deve ser o próprio Jesus Cristo, pois as ovelhas verdadeiras ouvirão a sua voz (Jo 10.16) e que os elementos de culto devem ser os ensinados nas Santas Escrituras. Criticando esta tendência, Os Guinness adverte: “a questão levantada, como resultado, é se os evangelicalistas construirão suas igrejas sola Scriptura ou sola cultura...” (citado por David Wells, no livro “Coragem para Ser Protestante”, Editora Cultura Cristã, p. 15).

Seguem abaixo alguns exemplos desta interação.




  



Na série de sermões “Paradoxos de Diana” a música dos vídeos exibidos a cada domingo é “Candle in the Wind” cantada por Elton John:

Vela ao Vento

Adeus, Rosa da Inglaterra
Que você sempre floresça em nossos corações
Você foi o encanto que colocou a si mesma
Onde vidas foram dilaceradas
Você bradou para nosso país
E sussurrou para aqueles que sofriam
Agora você pertence ao céu
E as estrelas soletram seu nome

E me parece que você viveu sua vida
como uma vela ao vento
Nunca enfraquecendo com o pôr-do-sol
quando a chuva vem
E suas pegadas sempre permanecerão aqui
Ao longo das colinas mais verdes da Inglaterra
Sua vela se apagou muito antes que
sua lenda se apagará.




Na série de sermões “UFC Família” faz-se referência ao UFC, sigla de Ultimate Fighting Championship. Trata-se da maior organização de artes marciais mistas do mundo, que contém os maiores lutadores do esporte e produz eventos ao redor de todo o mundo. Estes campeonatos de luta também são conhecidos como “vale tudo” e são muito populares entre os jovens. Em uma das comunidades, no lugar do púlpito, foi montada uma réplica de ringue para a ministração do sermão.



Em um dos vídeos da série “A Família no banco dos réus” é apresentado um vídeo de 2min40s com vários trechos do desenho “Os Simpsons”.



Na série de sermões “Transforma meu pranto em dança” é exibido um clipe do grupo U2 no meio do sermão.


Na série “Revisão de Vida” o clipe apresentado nos sermões tem a música “Epitáfio”, da banda Titãs. Segue a letra:

Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer

Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar








Por ocasião dos 100 anos de nascimento de Vinícius de Moraes, uma das comunidades presbiterianas fez a série de sermões dominicais intitulada “Alegria de Vinícius”. Os vídeos, exibidos na hora do sermão, contém depoimentos de Maria Bethânia, Toquinho, Edu Lobo, Caetano Veloso e Chico Buarque exaltando a vida de Vinicius de Moraes.

É sabido que Vinícius foi um homem de vida dissoluta. No vídeo de abertura dos sermões, ouve-se a música de Vinícius “Samba da Bênção”:

É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não.

Fazer samba não é contar piada
E quem faz samba assim não é de nada
O bom samba é uma forma de oração.



Na série “Deus entre versos” uma das comunidades presbiterianas fez sermões analisando poemas dos escritores Carlos Drummond de Andrade, Adélia Prado, Castro Alves e Cecília Meireles.



Na série “Tão certo quanto a vida” o vídeo dos sermões contém cenas do filme “Encontro Marcado” com os atores Anthony Hopkins e Brad Pitt. A música tocada é “Dias Melhores” do grupo Jota Quest.






Uma das séries das comunidades foi a “Mais que um vingador”, baseada no filme “Os Vingadores”, em que os personagens são heróis de desenhos animados (Hulk, Thor, Homem de Ferro e Capitão América).


Em uma das comunidades, na pregação sobre o Hulk, o pastor rodou o vídeo de um homem quebrando seu ambiente de trabalho ao som da música “Nookie” do grupo Limp Bizkit de conteúdo altamente imoral. Segue abaixo a letra traduzida:

Sexo
Checando... um, um, dois

Eu vim a esse mundo como um rejeitado
Olhe nesses olhos
Então você verá o tamanho das chamas
Vivendo no passado
Está queimando o meu cérebro
Todos que queimam tem que aprender pela dor
Hey, eu penso no dia
Minha garota fugiu com meu salário
Quando caras vieram para jogar
Agora ela está presa com meus amigos com quem ela transou
E eu sou apenas um otário com um nó na garganta, hey

Hey, como um idiota... (8 x)

Eu deveria estar me sentindo mal? (não)
Eu deveria estar me sentindo bem? (não)
É meio triste quando eu sou a piada do bairro
Você pensaria que eu teria superado isso
Mas eu sou um idiota como disse
F... na cabeça, Não!
Talvez ela só tenha cometido um erro
E eu devia dar um tempo a ela
Meu coração vai doer de qualquer jeito
Hey, que diabo, O que você quer que eu diga?
Eu não vou mentir, Isso eu não posso negar

Eu fiz tudo pelo sexo, Vamos lá
O sexo, Vamos lá
Então você pode pegar esse biscoito
e enfiar no seu...!
Enfia no seu...!
Enfia no seu...!
Enfia no seu...!

Eu fiz tudo pelo sexo, Vamos lá
O sexo, Vamos lá
Então você pode pegar esse biscoito
e enfiar no seu ...!
Enfia no seu ...!
Enfia no seu ...!
Enfia no seu...!


Na série de sermões “Convergência – Por um estilo de vida simples” a música tema é “A cura”, cantada por Lulu Santos.







Na série “Vitórias e Derrotas” os sermões foram baseados na vida de Steve Jobs, co-fundador da Apple Inc., empresa de computação.



Com a morte de Nelson Mandela uma das comunidades promoveu uma série de sermões sobre a sua vida.



Em uma das igrejas que segue os métodos das comunidades, no dia em que se iniciava a série de sermões sobre “Os Vingadores” o culto teve em sua liturgia um momento de reflexão sobre a fala do Padre Henry Nowen seguida pela música “Ando Devagar”, de Almir Sater. Em outro culto, na mesma igreja, o pastor chamou o grupo de louvor para tocar a música “Solidão” de Oswaldo Montenegro, para ilustrar o seu sermão.

3.       Quebra do 5º mandamento

O Catecismo Maior, pergunta 128, ensina “Quais são os pecados dos inferiores contra os seus superiores? Resposta: Os pecados dos inferiores contra os seus superiores são: toda a negligência dos deveres exigidos para com eles; a inveja, o desprezo e a rebelião contra as suas pessoas e posições em seus conselhos, mandamentos e correções legítimos; a maldição, a zombaria e todo comportamento rebelde e escandaloso, que vem a ser uma vergonha e desonra para eles e para o seu governo.”

Nosso código de disciplina assevera que concílios estão em falta quando “... c) são deliberadamente contumazes, na desobediência às observações que, sem caráter disciplinar, o concílio superior fizer no exame periódico do livro de atas; d) tornam-se desidiosos no cumprimento de seus deveres, comprometendo o prestígio da igreja ou a boa ordem do trabalho; e) adotam qualquer medida comprometedora da paz, unidade, pureza e progresso da igreja.” (CD Art. 7º).

Desde 2006 há resoluções determinando o não uso do nome “comunidade presbiteriana” e a volta ao estabelecido em nossos modelos de estatutos:

CE-SC/IPB-2006 – DOC. XLV – Quanto ao documento 179 - Ementa: Oriundo do Sínodo Oeste Fluminense, consulta sobre o uso do nome "Comunidade". A CE-SC-IPB 2006 RESOLVE: 1. Tomar conhecimento. Considerando: 2. Que a IPB possui nome legitimado pela CI/IPB, conforme Art. 4º, combinado com o Art. 1º do Modelo de Estatutos para Igreja Local; 3. Que a IPB possui uma identidade visual devidamente aprovada. Resolve: 1. Determinar que todas as igrejas organizadas ou que venham a organizar-se, usem no nome o padrão "Igreja Presbiteriana de..." 2. Estranhar o uso do termo 'Comunidade' em nosso Anuário, quando deveria ser "Igreja" determinando que se corrija para o futuro, inclusive em comunicações oficiais; 3. Determinar aos Sínodos que por sua vez, determinem aos Presbitérios a imediata mudança, conforme as normas constitucionais da IPB.

CE-SC/IPB-2012 - DOC. CCXIV - Quanto  ao  documento 285  - Oriundo  do(a):   Sínodo Vale do Paraíba  - Ementa:   Consulta quanto  ao  uso do  termo  Comunidade.  A CE-SC/IPB  - 2012  RESOLVE: 1.  Reafirmar a  resolução CE-2006  - Doc.   XLV, transcrita abaixo,  que  proíbe  o uso  do nome  "comunidade":  "CE-SC/IPB-2006 - DOC. XLV - Quanto ao  documento 179  - Ementa: Oriundo  do Sínodo Oeste Fluminense, consulta sobre o uso  do nome  "Comunidade".  A CE-SC-IPB  2006 RESOLVE:  1.  Tomar  conhecimento. Considerando: 2.  Que  a IPB possui nome legitimado  pela  CI/IPB, conforme  Art.  4º, combinado com  o Art.     do Modelo de Estatutos para  Igreja Local; 3. Que  a IPB possui uma  identidade visual devidamente aprovada. Resolve: 1. Determinar que todas as igrejas  organizadas ou que venham a organizar-se, usem no nome o padrão "Igreja Presbiteriana de..." 2. Estranhar o uso  do termo  ’Comunidade’  em nosso Anrio, quando deveria  ser "Igreja" determinando  que se corrija para o futuro, inclusive em comunicações oficiais; 3. Determinar aos  Sínodos que  por sua  vez, determinem aos  Presbitérios a imediata mudança, conforme  as normas constitucionais da  IPB."; 2.   Determinar às igrejas federadas que obedeçam a esta resolução; 3.  Determinar aos concílios que jurisdicionam "comunidades presbiterianas" que verifiquem o cumprimento desta decisão.

CE-SC/IPB-2012 - DOC. CCXV - Quanto ao documento 158 Oriundo do (a): Sínodo Piratininga - Ementa: Consulta sobre Decisão da CE-SC/IPB 2006, Doc.  XLV, quanto ao documento 179, sobre Igreja auto intitulada Comunidade Presbiteriana. Considerando: 1.  Que a resolução CE-SC/IPB-2006 - Doc. XLV que proíbe o uso  do termo "comunidade" para referir-se  a uma  igreja presbiteriana está em vigor; 2. Que a CE não é o forum para tratar de assuntos teológicos deste tipo.  A CE-SC/IPB – 2012  RESOLVE: 1.  Tomar conhecimento; 2.  Encaminhar este documento à próxima RO do SC.

CE-SC/IPB-2013 DOC. CCXII - Quanto ao documento 175 - Oriundo do(a): Sínodo Piratininga - Ementa: Consulta sobre Movimento de Comunidades da Igreja Presbiteriana do Brasil. Considerando: Que há resoluções anteriores sobre o referido assunto, conforme Resolução CE-SC/IPB - 2006 - Doc. XLV e CE-SC/IPB 2012 Doc. CCXIV; A CE-SC/IPB - 2013 RESOLVE: 1. Tomar conhecimento; 2. Afirmar que as igrejas presbiterianas estão sob a jurisdição de seus Conselhos; os Presbitérios exercem jurisdição sobre os ministros e conselhos de determinada região conforme o Art. 62, alíneas a e b da CI/IPB; 3. Determinar que a Comissão de Relações Inter-Eclesiásticas da IPB preste relatório sobre a situação da Spanish River Church à CE/SC/IPB 2014; 4. Determinar que os Presbitérios cumpram e façam cumprir as resoluções do SC/IPB; 5. Agradecer ao Sínodo Piratininga pelo cuidado e zelo demonstrados.

Esta desobediência das igrejas, intituladas comunidades, às decisões do Supremo Concílio da IPB macula o princípio de autoridade exposto na CI (Art. 3º e 61) e é péssimo exemplo para os membros das igrejas locais.

4.       Descaracterização da identidade presbiteriana

As comunidades presbiterianas têm uma forma própria. O sermão é chamado de "palestra" para não deixar desconfortável o não crente que não gosta de igreja (filosofia “Seeker Sensitive”). É a mesma preocupação que os leva a não utilizar a palavra “culto”, mas “encontro” ou “celebração”, e a não usar a palavra “igreja”, mas “comunidade”. O uso do púlpito também é descartado pelo mesmo motivo.

Os cultos das comunidades, chamados “encontros”, são informais e alguns contêm Música Popular Brasileira (MPB). A maioria das comunidades não tem Escola Dominical e Sociedades Internas.

Esta diferença entre comunidades presbiterianas e igrejas convencionais da IPB pode indispor os crentes das comunidades com a própria denominação, levantando barreiras à comunhão das igrejas irmãs pelas diferenças radicais de liturgia e de estrutura interna. Além disso, dificulta-se bastante a chegada de outro pastor que não seja do mesmo "modelo".

Diante dos pontos elencados acima, nosso concílio revela sua preocupação com o avanço do movimento de comunidades presbiterianas no Brasil e roga a Deus que a IPB tome medidas para que estes irmãos retornem aos caminhos da confessionalidade.

April 8, 2013

Daniela Mercury, obrigado...


Na semana passada a cantora Daniela Mercury atraiu a atenção da imprensa, que é, digamos, bem simpática ao homossexualismo, ao publicar fotos de seu namoro com uma mulher. O que achei muito interessante (e por isso meu agradecimento no título do post) foi que Daniela, sem querer, mostrou que homossexualismo não é predeterminação genética, mas opção de comportamento. Explico melhor: Daniela casou-se aos 19 anos de idade com um homem e, com ele, teve dois filhos. Ficou casada com este homem durante 12 anos. Tempos depois, casou-se com outro homem, nove anos mais novo que ela, com quem ficou casada por 3 anos.

A questão é: Se Daniela Mercury nasceu homossexual, por que insistiu tanto na heterossexualidade, vivendo durante 15 anos com homens? Teria ela agido contra a própria natureza, violentando seus desejos homossexuais e submetendo-se a uma união infeliz? Certamente não.

Quando olhamos para o homossexualismo do ponto de vista bíblico entendemos melhor o que acontece. Homossexualismo é prática pecaminosa. E para aderir a uma prática pecaminosa, não é necessário ter propensão genética. Basta ter propensão ao pecado. E isso todo o ser humano tem! De modo que é completamente possível a um heterossexual ter práticas homossexuais e, a um homossexual ter práticas heterossexuais. A natureza caída potencializa o ser humano à prática pecaminosa sexual. Daniela Mercury é um exemplo claro disso.

O anúncio de Daniela coincide com o lançamento do livro do psiquiatra Flávio Gikovate "Sexualidade Sem Fronteiras". Gikovate não é cristão e não advoga os padrões morais bíblicos, todavia, o bom senso o leva a algumas perspectivas. Ele diz em uma entrevista que, no futuro, "as pessoas não precisarão mais se definir como portadoras de uma orientação sexual definitiva, que nunca muda ao longo da vida. A derrubada do muro permite aos habitantes de um lado migrar para o outro - e vice-versa - quantas vezes isso lhes parecer razoável e adequado".

É claro que a perspectiva deste psiquiatra é totalmente pecaminosa, mas concorda com ponto que estamos defendendo: Homossexualismo é escolha. Aliás, do ponto de vista bíblico, é mais que escolha. É condenação, por consequência do afastamento de Deus. Em Romanos 1.26,27 nós lemos: "Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro." Pessoas distantes de Deus terão propensão maior a uma vida pecaminosa, tanto na área sexual quanto em qualquer outra.

Mas, e aqueles indivíduos que nascem com certa propensão ao homossexualismo? Meninos com preferências mais femininas e meninas com jeito masculinizado? A resposta é que propensão ao pecado, todos nós temos. O fato de um garoto nascer com uma propensão maior à mentira, não o justifica para ser um mentiroso. Uma garota que nasça com propensão maior à violência, não a torna, automaticamente, uma assassina. A natureza caída nos tornará propensos a determinados pecados, mas nem por isso devemos nos render a eles. A comunhão com Deus nos liberta destas propensões e nos dá uma vida de castidade e santificação. Neste sentido, veja abaixo alguns versículos libertadores:

"Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniqüidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça." Romanos 6.12-14

"Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça. Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação." Romanos 6.17-19

"Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória. Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria; por estas coisas é que vem a ira de Deus [sobre os filhos da desobediência]. Ora, nessas mesmas coisas andastes vós também, noutro tempo, quando vivíeis nelas. Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar. Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou..." Colossenses 3.1-11

"Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, não com o desejo de lascívia como os gentios que não conhecem a Deus; e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador, porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação. Dessarte, quem rejeita estas coisas não rejeita o homem, e sim a Deus, que também vos dá o seu Espírito Santo." 1 Tessalonicenses 4.3-8

"Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus." 1 Coríntios 6.9-11

"Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo. Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo." 1 Coríntios 6.18-20

"Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro." 1 João 2.1,2

March 26, 2013

Fé e Física Quântica




Caros amigos,

Vocês já comeram purê de batata com sabor de frango assado? Imagino que sim, especialmente se foi regado com o caldo de um frango assado. Até aí nada demais. Mas já encontrei quem me dissesse que ouviu falar de um purê de batata feito só com frango e que ficava com o aspecto de batata amassada e mantinha o gosto de frango assado. Recebi a explicação que o frango tinha sido criado só à base de batata, por isso sua carne podia se transformar em purê. Se havia visto e comido do purê, respondeu-me que não, mas que era verdade, porque alguém lera em algum lugar. Guardei a informação, mesmo sabendo ser altamente improvável tal mistura, e calei-me por respeito à tenra idade do interlocutor. Quando muito jovem também já defendi idéias ainda mais disparatadas.
De certa forma este episódio faz-me voltar para a área na qual trabalho e refletir sobre as mistura impossíveis que muitas pessoas afirmam sem qualquer conhecimento de causa. Ensino e pesquiso uma área da físico-química que, por força de seus postulados, me obriga a ver a realidade de forma mais fluída e elástica, com várias camadas e nuances, e até por vezes teorizações de mundos dentro de mundos (reflito com uma pitada de sarcasmo se não há mundos onde frangos tenham a textura de purês de batata).
Refiro-me naturalmente à mecânica quântica, que devido às suas peculiaridades, postula um conceito de realidade que escapa ao senso comum. Neste estranho e admirável mundo novo pequenos corpos podem estar em dois lugares ao mesmo tempo, transpor paredes intransponíveis, trocar informações instantaneamente, ir de um ponto a outro sem passar por um meio termo, apresentar mais de uma natureza fundamental e até exibir todas as muitas possibilidades, simultaneamente, de um mesmo fenômeno. Estados que fogem à noção clássica do que é real, do que é físico, do que temos por senso comum.
Por ser um campo fértil em bizarrices físicas, a quântica foi alçada ao patamar de ciência esotérica e utilizada indiscriminadamente por quem quer que queira uma explicação dita sofisticada para qualquer área do conhecimento. Os princípios são usados liberalmente por vários grupos profissionais, sem nenhum pejo pela falta de fidelidade aos conceitos e pesquisas acumulados em pouco mais de cem anos de pesquisa. Há livros sobre a empresa quântica, o chefe quântico, a inteligência quântica, filosofia quântica, o poder quântico da fé, quântica na cama, práticas quânticas espirituais, carma e quântica, ressonâncias quânticas com suas vidas passadas e até lições sobre Jesus e a física quântica, inclusive o porquê do mandamento cristão sobre o perdão ter bases na mecânica quântica (?!). Uma viagem só! e pura perda de tempo e enganação. Se pudesse dar um rótulo a essas bobagens diria que é esoterismo supersticioso e auto-ajuda rasteira, apresentada em embalagem sofisticada com o uso de termos fora do contexto. Tenho minhas razões para assim o afirmar.
Certa vez, convidado a participar de um grupo sério de pesquisa interdisciplinar (pelo menos assim achava) sobre teologia, filosofia e ciências, credenciado pela CAPES, ouvi estupefato a defesa da tese esdrúxula acerca das propriedades milagrosas dos florais devido às frequências quânticas das flores colhidas em determinada época do ano. Fui obrigado a ouvir uma aprendiz de pseudociência dissertar sobre a farmácia quântica de seu marido, frequências quânticas e sua relação com fé e ciência. Uma bobagem só. Para completar ainda me indagaram acerca destas mesmas frequências na cura do câncer, e como elas se processam nos remédios à base de produtos naturais. Tive de explicar o que era mecânica quântica e o quanto os conceitos ali propalados estavam distantes daqueles oriundos da ciência, mostrei que beiravam a crendices medievais e conversa de mesa de bar em fim de noite. Naturalmente que nunca mais voltei ao referido grupo, tanto por completa falta de vontade como da mais pura falta de convite. Ironicamente quase uma complementaridade quântica.
Em outra ocasião, dando uma palestra sobre fé e ciência, em uma igreja, e tocando de leve nesta questão, alguém me interrompeu com a acusação que eu nada sabia de quântica, termodinâmica e relatividade, passando a discorrer por quase vinte minutos (de minha palestra) sobre seu entendimento “iluminado” acerca destas áreas da física e a relação com sua fé pessoal. Perguntei-lhe, um tanto irritado, ao fim de sua interrupção, qual era sua formação, o qual me respondeu com certa dose de arrogância: sou um autodidata, não tenho formação universitária, mas minha fé me faz ver além, sua visão por outro lado é do diabo! Fui obrigado, qual insensato, a mostrar minhas credenciais e impor minha formação, com mestrado e doutorado na área, bem como minha visão cristã reformada da fé. Conclui que suas percepções acerca de vários conceitos de física continham erros crassos de interpretação e que não eram aceitáveis e, juntamente com sua interpretação rasa das Escrituras, beiravam a panfletagem ideológica pseudocientífica. Alguns da platéia o defenderam com a obscura idéia que ninguém sabia tudo de física e só porque eu tinha um doutorado na área não implicava que sabia mais que o irmão autodidata, cujas idéias eram tão válidas quanto as minhas - um franco retrato do pós-modernismo de nossa geração, onde tudo é válido e só depende da maneira como contamos a história, segundo nossa percepção pessoal. Defendi ferozmente que nesta área de atuação a formação fazia completa diferença, devido a complexidade dos conceitos envolvidos e a facilidade com que somos enganados pela familiaridade com que os termos são disseminados na mídia. O resto da palestra foi tenso e penoso. Naturalmente também nunca mais fui convidado.
Por outro lado, em outra ocasião palestrando na Universidade Federal do Rio Grande do Sul para uma grande platéia científica acerca do entendimento filosófico entre Fé e Ciência, fui interrompido por um irritado pesquisador que afirmou que a Bíblia estava completamente errada e que a fé era uma bobagem – o estranho que a palestra sequer tocava sobre o tópico Bíblia, Deus ou Cristianismo. Perguntei-lhe pacientemente quantas vezes tinha lido a Bíblia e se poderia me indicar um dos erros que certamente havia encontrado. Respondeu-me que nunca havia lido a Bíblia, mas sabia (como??) que estava errada. Eis o retrato do suicida intelectual: sei porque acho que sei e não preciso dar as razões de minha opinião sem conhecimento de causa. Respondi-lhe, cansado, que sua posição não era científica, pois não se propunha a investigar honestamente as fontes para saber se de fato as coisas eram como afirmava e que seu discurso era na verdade um dogma de fé. Respondeu-me com grande desprezo que a ciência não precisava de fé. Para encerrar o assunto disse-lhe com muita seriedade: “Há algum físico aqui presente que possa explicar plenamente a natureza dual da luz? Há? Não há!! Temos mais de cem anos de quântica e não sabemos explicar a existência de naturezas tão diversas em um único fenômeno. Postulamos essa realidade dual na falta de uma explicação. Aceitamo-la por fé!! Não venha me dizer que ciência prescinde de fé, pois só mostra o quão pouco entende de Ciência”. Terminada a palestra fui rodeado de jovens pesquisadores e universitários querendo saber mais acerca de relação entre fé e ciência e pude conversar mais uns quarenta minutos e tirar algumas dúvidas pontuais. Tudo terminou esplendidamente bem.
No entanto, poderia ainda citar a vez em que um aluno de doutorado tentou me fazer engolir a idéia que água quanticamente tratada por RMN poderia ser usada como remédio universal por suas frequências quânticas (sempre elas), ou a de outro colega que achava sinceramente que a vida era apenas um algoritmo em um supercomputador quântico cósmico ou mesmo do aluno maluco em São Carlos que só andava vestido de sobretudo preto de couro convencido que o filme Matrix tinha trazido à tona a real verdade acerca de nossa realidade quântica e que só ele estava vendo a “verdadeira realidade” – era um novo Neo em meio a milhões submersos no sistema. Afff!
Por que trago a baila esse assunto e estes pequenos episódios? Talvez porque esteja cansado de tanta confusão e baboseira, especialmente quando se trata de teologia, quântica e a relação entre ciência e fé. Certamente que a realidade vai muito além dos postulados da mecânica quântica e tantos outros modelos científicos e a fé muito além do nosso (muitas vezes superficial) entendimento da Deidade, mas isso não nos habilita a propagar nossas opiniões como se fossem dogmas sem a devida reflexão abalizada e desrespeitando as fontes legítimas destas áreas de conhecimento.
É sempre temerário achar que o cruzamento da galinha com a batata resultará em purê com gosto de frango assado e ainda propagar a informação como verdade. Pode até dar pano para uma boa conversa de fim de noite em bar para os que já estão com mente embotada, mas para os de mente lúcida será sempre uma bobagem, fruto de uma mente infantil que ainda não aprendeu a pensar.

Um abraço quântico (e isso existe?) a todos!

nEle e somente nEle...
Kelson*

*Kelson Mota T. Oliveira tem mestrado e doutorado em Físico-Química pela USP. O texto foi publicado com autorização. 

March 13, 2013

Habemus Christus


Com a eleição do novo líder da Igreja Católica Apostólica Romana, é interessante nos lembrarmos por que não aceitamos a autoridade de um homem sobre a Igreja de Cristo. Segue abaixo trecho do capítulo 17 da Segunda Confissão Helvética, confissão reformada de 1566:

"É a cabeça que tem a primazia sobre o corpo, e é dela que o corpo todo recebe vida; pelo seu espírito o corpo é em tudo governado; dela, ainda, o corpo recebe acréscimo e pode se desenvolver. Ainda, há uma só cabeça para o corpo, com a qual ele se ajusta, e, por isso, a igreja não pode ter nenhum outro cabeça além de Cristo. Assim, como a igreja é um corpo espiritual, é preciso que ela tenha também uma cabeça espiritual em harmonia consigo mesma. Ela não pode ser governada por nenhum outro espírito que não seja o Espírito de Cristo. Por essas razões, Paulo diz: "Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia" (Cl 1.18). E em outro lugar: "Cristo", diz ele, "é o cabeça da igreja, sendo este mesmo salvador do corpo" (Ef 5.23). E, mais uma vez: "para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas" (Ef 1.22,23). Ainda: "Cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado... efetua o seu próprio aumento" (Ef 4.15,16). E, por esses motivos, não aprovamos a doutrina dos prelados romanos, que fazem do papa o pastor universal, o cabeça supremo da igreja militante aqui na terra, o próprio vigário de Jesus Cristo, que tem, como eles dizem, toda a plenitude de poder e soberana autoridade na igreja. Isso porque nós cremos e ensinamos que Cristo, nosso Senhor, é e continua a ser o único pastor universal e sumo pontífice diante de Deus seu Pai, e que na igreja ele mesmo realiza todas as funções de um pontífice ou pastor, até o fim dos tempos; e, consequentemente, não há necessidade de ninguém para ocupar o seu lugar. Porque só aqueles que estão ausentes é que necessitam de substituto. Cristo está presente na sua igreja e é sua cabeça vivificadora. Ele proibiu, estritamente, aos seus apóstolos e sucessores qualquer superioridade ou domínio na igreja. Portanto, aqueles que, contradizendo-se, opõem-se a essa verdade manifesta e introduzem outro governo na igreja de Cristo não devem, porventura, ser considerados como aqueles a respeito de quem profetizam os apóstolos de Cristo, em Pedro (2Pe 2.1) e Paulo (At 20.29; 2Co 11.13; 2Ts 2.8,9), assim como em muitas outras passagens?"

Segue a transcrição dos textos citados:

2 Pedro 2.1: “Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição.”

Atos 20.29: “Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho.”

2 Coríntios 11.13: “Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo.”

2 Tessalonicenses 2.8,9: “... então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda. Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira...”

February 25, 2013

20 Conselhos Práticos para uma Guarda do Domingo mais Proveitosa



1. Durante a semana, vá ao mercado, à feira e compre tudo o que você necessita para não ter que fazer isso no domingo.

2. Cuide também de outros afazeres como lavar e passar roupa, limpar o carro, cuidar da casa, praticar esportes, etc. Deixe o domingo livre de tudo isso.

3. Se você é estudante, programe-se para fazer as leituras e trabalhos durante a semana, separando o domingo apenas para os estudos devocionais.

4. No sábado, providencie a comida do domingo (almoço e jantar) para que o Dia do Senhor não tenha que ser passado na cozinha.

5. No sábado à noite, não vá dormir tarde. Durma o número de horas suficientes para que você acorde descansado e, assim, aproveite bem o Dia do Senhor.

6. No domingo, acorde mais cedo, demonstrando seu interesse em usufruir deste dia. Levantar mais cedo também é bom para evitar os atrasos do Culto ou Escola Dominical e as discussões e aborrecimentos que resultam deles.

7. Quando começarem as orações e as leituras da Palavra, deixe de lado seus pensamentos particulares e una-se em mente e espírito ao povo de Deus.

8. Preste máxima atenção à palavra do pregador ou do professor da Escola Dominical. Atente para as coisas que você já sabe, e está recordando, e para as coisas novas que está aprendendo agora. Perceba que pecados Deus está confrontando em sua vida e ore pedindo misericórdia e graça para abandoná-los.

9. Terminadas as atividades da manhã na igreja, una sua família ao redor da mesa para o almoço. Ore agradecendo a Deus pelo alimento espiritual recebido e pelo físico que está à mesa. Ao invés de fazer comentários maldosos sobre algo que aconteceu na igreja, converse sobre os ensinos recebidos pela manhã. Pergunte a todos o que aprenderam e como podem colocar em prática estes ensinos.

10. No período da tarde, descanse, mas lembre-se de que o Dia do Senhor não pode ser de ociosidade. Ao invés de ver programas inúteis e pecaminosos na televisão, prefira ver um filme com princípios cristãos, ler um livro edificante ou escutar músicas de louvor e adoração a Deus.

11. Como o domingo é o dia por excelência para as obras de misericórdia, visite alguém que está precisando de cuidados físicos ou espirituais.

12. A tarde pode ser preenchida ainda com programações na igreja, tais como almoços comunitários e períodos de louvor e adoração por meio da música.

13. No final do dia, chegue mais cedo na igreja. Vá ao banheiro, beba água e certifique-se de que não precisará sair do culto para fazer qualquer coisa. Lembre-se de que, talvez, em um cinema, assistindo a um filme interessante, você não sairia para isso.

14. Antes de o culto começar, escolha um bom lugar para assentar-se, desligue aparelhos eletrônicos como celulares, smartphones, etc, e aguarde o início do culto em oração e leitura da Palavra.

15. No culto, una-se em um só coração com o corpo de Cristo para adorá-lo. Deixe que a mensagem da Palavra de Deus destrua suas ideias e comportamentos pecaminosos e edifique conceitos e atitudes de obediência e consagração.

16. No culto não desperdice tempo reparando nas roupas das pessoas, nos eventuais erros de português do pregador ou em qualquer outro detalhe periférico. Concentre-se em adorar a Deus corretamente e em ouvir a Sua voz por meio das Escrituras.

17. Terminado o culto, não saia apressado da Casa de Deus, como se ali fosse um local desagradável. Converse com as pessoas, confraternize-se, aumentando a comunhão com seus irmãos.

18. Não frequente restaurantes neste dia. Lembre-se que o mandamento envolve não trabalhar e não fazer com que outros trabalhem também. Prefira reunir o grupo de irmãos em sua casa para saborear os pratos que você já providenciou no sábado.

19. Ao chegar em casa, ao invés de ligar a televisão e perder boa parte do que foi aprendido neste dia especial, vá para a cama ler um livro e medite nos ensinos recebidos durante o dia.

20. E lembre-se, o domingo é um dia de deleite, agradável. Os puritanos o chamavam de “feira da alma”. Isaías disse ao povo de Deus no passado: “Se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no meu santo dia; se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do SENHOR, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falando palavras vãs, então, te deleitarás no SENHOR...” (Is 58.13,14).

Concluindo, uma citação de Thomas Brooks, um pregador puritano do século 17: "... não há crentes, em todo o mundo, que se comparem, quanto ao poder da piedade e quanto à excelência nos terrenos da graça, da santidade e da comunhão com Deus, como aqueles que se mostram mais estritos, sérios, estudiosos e meticulosos na santificação do dia do Senhor... A verdadeira razão pela qual o poder da piedade tem caído a níveis tão baixos, tanto neste como em outros países, é que o domingo não está mais sendo observado de forma estrita e consciente...”.

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