A doutrina do dízimo é inaceitável para aqueles que ainda
não tiveram uma experiência pessoal com Jesus Cristo. Isto porque não foram
ainda marcados pela consciência da causa de Deus nem pela prioridade do Seu Reino.
No Novo Testamento a palavra DÍZIMO aparece 9 vezes e ligadas a duas situações:
1) MATEUS 23.23
= Partindo dos lábios de Jesus em relação aos fariseus. Jesus aqui reafirma a
necessidade do dízimo, ao mesmo tempo que denuncia sua prática como demonstração
de piedade exterior (Lc 18.12) – “Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de
tudo quanto ganho.” Também Jesus denuncia a prática do dízimo como substituição
de valores do Reino tais quais: justiça, misericórdia e fé (Lc 11.42).
2) HEBREUS 7. 1-10 = Eis as lições
desse texto: a) O Pai da fé deu dízimo de tudo – v. 2; b) O pai da fé deu o
dízimo do melhor – v. 4; c) A entrega dos dízimos se deu não por pressão da
lei, uma vez que o povo israelita ainda não existia e, portanto, muito menos a
lei judaica – v. 6; d) Hebreus nos faz perceber e reconhecer a superioridade do
valor do dízimo que é dado a Cristo (imortal) em relação ao dado aos sacerdotes
(mortais) – v. 8; e) O autor destaca que os que administram os dízimos também
devem ser dizimistas – v. 9.
Ser ou não ser dizimista é uma questão de acreditarmos na
causa que abraçamos, na “pérola que encontramos”. Hoje, muitos crentes não são
fiéis a Deus na entrega dos dízimos. Para justificar esta atitude, criam vários
justificativas e desculpas. Se dependesse deles, a igreja fecharia as portas.
Não existiriam templos, nem pastores, nem missionários, nem bíblias
distribuídas, nem assistência social. Eis as justificativas clássicas dos
não-dizimistas:
I. JUSTIFICATIVA
TEOLÓGICA: “Ah, eu não sou dizimista, porque DÍZIMO é da lei. E eu não estou
debaixo da lei, mas sim da graça”. Sim! O dízimo é da lei, é antes da lei e
é depois da lei. Ele foi sancionado por Cristo. Se é a graça que domina a nossa
vida, porque ficamos sempre aquém da lei? Será que a graça não nos motiva a ir
além da lei? Veja: a lei dizia “Não matarás = EU PORÉM VOS DIGO AQUELE QUE
ODIAR É RÉU DE JUÍZO”. A lei dizia: “Não adulterarás = EU PORÉM VOS DIGO
QUALQUER QUE OLHAR COM INTENÇÃO IMPURA…”. A lei dizia:” Olho por olho, dente
por dente = EU PORÉM VOS DIGO: SE ALGUÉM TE FERIR A FACE DIREITA, DÁ-LHE TAMBÉM
A ESQUERDA”. A graça vai além da lei: porque só nesta questão do dízimo, ela
ficaria aquém da lei? Esta, portanto, é uma justificativa infundada. Mateus
23.23 mostra que justiça, misericórdia e fé também são da lei. Se você está
desobrigado em relação ao dízimo por ser da lei, então você também está em
relação a estas virtudes.
II. JUSTIFICATIVA
SENTIMENTAL. Muitos dizem: “A bíblia diz em II Coríntios 9.7 ‘Cada um
contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por
necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria’ (= contribuição espontânea
e com alegria). Só que este texto não fala de dízimo e sim de oferta. Dízimo é
dívida. Não pagar dízimo é roubar de Deus. Perguntamos também: O que estará
acontecendo em nosso coração que não permite que não tenhamos alegria em
dizimar? Em sustentar a Causa que abraçamos e defendemos?
III. JUSTIFICATIVA
FINANCEIRA. “O que eu ganho não sobra
ou mal dá para o meu sustento”. 1) O dízimo não é sobra = Dízimo é
primícias. “Honra ao Senhor com as primícias da tua renda.” Deus não é Deus de
sobras, de restos. Ele exige o primeiro e o melhor. 2) Contribua conforme a tua
renda para que a tua renda não seja conforme a tua contribuição = Deus é fiel.
Ele jamais fez uma exigência que não pudéssemos cumprir. Ele disse que abriria
as janelas dos céus e nos daria bênçãos sem medidas se fôssemos fiéis. Ele nos
ordenou a fazer prova Dele nesta área. Ele promete abrir as janelas do céu! Ele
promete repreender o devorador por nossa causa. 3) Se não formos fiéis, Deus
não deixa sobrar = Ageu diz que o infiel recebe salário e o coloca num saco
furado. Vaza tudo. Foge entre os dedos. Quando somos infiéis, fechamos as
janelas dos céus com as nossas próprias mãos e espalhamos o devorador sobre os
nossos próprios bens.
IV. JUSTIFICATIVA
ASSISTENCIAL. “Prefiro dar meu dízimo aos pobres. Prefiro eu mesmo
administrar meu dízimo”. A Bíblia não nos autoriza a administrar por nossa
conta os dízimos que são do Senhor. O dízimo não é nosso. Ele não nos pertence.
Não temos o direito nem a permissão nem para retê-lo nem para administrá-lo. A
ordem é: TRAZEI TODOS OS DÍZIMOS À CASA DO TESOURO PARA QUE HAJA MANTIMENTO NA
MINHA CASA. A casa do Tesouro é a congregação onde assistimos e somos
alimentados. Mas será que damos realmente os “nossos” dízimos aos pobres? Com
que regularidade? Será uma boa atitude fazer caridade com a parte que não nos
pertence?
V. JUSTIFICATIVA
POLÍTICA. “Eu não entrego mais os meus dízimos, porque eles não estão sendo
bem administrados.” Não cabe a nós determinar e administrar do nosso jeito o
dízimo do Senhor que entregamos. Se os dízimos não estão sendo bem
administrados, os administradores darão conta a Deus. Não cabe a nós julgá-los,
mas Deus é quem julga. Cabe a nós sermos fiéis. Não será também que esta
atitude seja aquela do menino briguento, dono da bola, que a coloca debaixo do
braço sempre que as coisas não ocorrem do seu jeito? Deus mandou que eu
trouxesse os dízimos, mas não me nomeou fiscal do dízimo.
VI. JUSTIFICATIVA
MÍOPE. “A igreja é rica e não
precisa do meu dízimo.” Temos conhecimento das necessidades da igreja? Temos
visão das possibilidades de investimento em prol do avanço da obra? Estamos com
essa visão míope, estrábica, amarrando o avanço da obra de Deus, limitando a
expansão do Evangelho? AINDA, não entregamos o dízimo para a igreja. O dízimo
não é da igreja. É DO SENHOR. Entregamo-lo ao Deus que é dono de todo ouro e de
toda prata. Ele é rico. Ele não precisa de nada, mas exige fidelidade. Essa
desculpa é a máscara da infidelidade.
VII. JUSTIFICATIVA
CONTÁBIL. “Não tenho salário fixo e não sei o quanto ganho.” Será que
admitimos que somos maus administradores dos nossos recursos? Como sabemos se o
nosso dinheiro dará para cobrir as despesas de casa no final do mês? Não
sabendo o valor exato do salário, será que o nosso dízimo é maior ou menor do
que a estimativa? Porque ficamos sempre aquém da estimativa? Será
auto-proteção? Será desinteresse?
VIII. JUSTIFICATIVA
ECLESIOLÓGICA. “Não sou membro da igreja”. Acreditamos mesmo que os nossos
deveres de cristãos iniciam-se com o Batismo e a Profissão de Fé ou com a
inclusão do nosso nome num rol de membros? Não será incoerência defendermos que
os privilégios começam quando aceitamos a Cristo: (o perdão, a vida eterna) e
os deveres só depois que nos tornamos membros da igreja? Somos menos
responsáveis pelo crescimento do Reino de Deus só porque não somos membros da
igreja?
CONCLUSÃO. É
hora de abandonarmos nossas evasivas. É hora de darmos um basta às nossas
desculpas infundadas. É hora de pararmos de tentar enganar a nós mesmos e
convencer a Deus com as nossas justificativas. É hora de sermos fiéis ao Deus
fiel. É hora de sabermos que tudo é de Deus: nossa casa, nosso carro, nossas
roupas, nossas jóias, nossos bens, nossa vida, nossa saúde, nossa família. TUDO
É DELE. Somos apenas mordomos, administradores. Mordomos e não donos. Deus quer
de nós obediência e não desculpas. Fidelidade e não evasivas. Que atitude vamos
tomar? Nosso coração está onde está o nosso tesouro. Se buscarmos em primeiro
lugar o Reino de Deus, não vamos ter problemas com o dízimo. Amém.
5 comments:
Pastor, que bom achar o senhor por aqui! O senhor excluiu seu perfil do face? O ensinamento e as informações da nossa Igreja Presbiteriana eram muito importantes! Deus abençoe sempre.
Prezada Graça, que bom ler seu comentário. Eu desativei meu Facebook porque estou com bastante trabalho e ele estava consumindo meu tempo. Talvez eu volte no futuro. Um abraço.
Legalista
Ezequias, defina "legalismo" por favor.
Uma palavra muito bem temperada do Rev. Hernandes Dias Lopes
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