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September 4, 2019

Vamos Falar sobre o Dízimo? - Gary North



Estudo baseado em “Tithing and the church” / Gary North, 1994. Traduzido por Raniere Menezes/Frases Protestantes



O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução. Provérbios 1:7.

Um assunto por vezes muito debatido, grandemente discutido, ora combatido, ora silenciado, e outras vezes transformado em tabu. Certamente bibliotecas de textos foram produzidas sobre o tema. E o que há de novo para que eu escreva este artigo? Nada! Assim como, guardando as devidas proporções, não há nada de novo em Deuteronômio. Este livro do Pentateuco foi dado para lembrar o povo de Israel da Lei de Deus; para RELEMBRAR.

Desde já, precisamos ter o seguinte discernimento: Não devemos deixar de buscar o que é certo por causa do mau uso do dinheiro e das atitudes dos maus obreiros. A Bíblia alerta contra os mercenários, diz: “Em sua cobiça, tais mestres os explorarão com histórias que inventaram. Há muito tempo a sua condenação paira sobre eles, e a sua destruição não tarda”. 2 Pedro 2:3. A destruição não tardará para os falsos mestres. O mau uso é um caso a parte, que deve ser combatido com energia pelos cristãos.

Infelizmente, o dízimo é um assunto que tem dividido os cristãos por todos os lugares em muitas épocas. Não é um assunto fácil, pois envolve dinheiro. Mas precisamos falar.

Há quem defenda e quem seja contra. Há vários pontos de vista, se o percentual de 10% é fixo, se pode ser livre, se pode ser menos, se é somente válido para o Antigo Testamento e por aí vai. Uma das perguntas mais importantes que temos que fazer ao tratarmos este assunto é se há CONTINUIDADE do Antigo Testamento, o A.T. que se relacione com algum tipo de obediência e dever no Novo Testamento, N.T. Devemos fazer uma busca sincera como cristãos que professam que:

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça 2 Timóteo 3:16.

Pois tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar, de forma que, por meio da perseverança e do bom ânimo procedentes das Escrituras, mantenhamos a nossa esperança. Romanos 15:4.

Não precisamos nos ater muito tempo no sistema doutrinário do dízimo, o qual muitos já conhecem, mas vejamos os fundamentos.

ORIGEM – ESCRITURAS SAGRADAS, ANTIGO TESTAMENTO

Abraão e Jacó praticaram o dízimo. Gn 14.20, 28.22:

E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo.
E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra;
E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.
Gênesis 14.18-20

E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo.
Gênesis 28.22

Dízimo refere-se a dar 10% das posses ou renda a Deus. Entenda-se dar a Deus, dar aos representantes de Deus (escolhido por Deus e aceito pelo povo de Deus). Exemplo de Abraão e Jacó e seus descendentes.

Após o exílio de Jacó em Padã-Arã, ele construiu um altar em Betel, e ele ofereceu o dízimo ao Senhor segundo seu voto em Gn 28. 20-22:

E chamou o nome daquele lugar Betel; o nome, porém daquela cidade antes era Luz.
E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir;
E eu em paz tornar à casa de meu pai, o Senhor me será por Deus;
E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo.

Gênesis 28.19-22. (Cf. também Gn 35. 1-7). Quando os descendentes de Jacó semelhantemente retornaram de seu exílio, eles reconstruíram o altar em Jerusalém, mas eles foram grosseiramente negligentes em oferecer seus dízimos. Ver Neemias 13. 10-13:

Também entendi que os quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam a obra, tinham fugido cada um para a sua terra.
Então contendi com os magistrados, e disse: Por que se desamparou a casa de Deus? Porém eu os ajuntei, e os restaurei no seu posto.
Então todo o Judá trouxe os dízimos do grão, do mosto e do azeite aos celeiros.
E por tesoureiros pus sobre os celeiros a Selemias, o sacerdote, e a Zadoque, o escrivão e a Pedaías, dentre os levitas; e com eles Hanã, filho de Zacur, o filho de Matanias; porque foram achados fiéis; e se lhes encarregou a eles a distribuição para seus irmãos.
Neemias 13:10-13

LIVRO DE MALAQUIAS

No profeta Malaquias capítulo 3.8, está escrito uma acusação do profeta contra seu povo. Malaquias acusa o povo de roubo por não dar o dízimo:

Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. 

A maior parte dos falsos mestres usa esta passagem para saquear o povo sem instrução ou que cobiçam lucros. E esses mestres são peritos em atingir o ponto fraco da ambição de muitos. Mas não vamos tratar sobre eles, vamos examinar o texto de Malaquias. E o contexto de Malaquias informa que o povo roubou também nas ofertas. Portanto, há em Malaquias uma diferença entre “contribuição voluntária” e “contribuição obrigatória”.

Continuemos em Malaquias, os dízimos eram trazidos à casa do tesouro, que era um tipo de setor administrativo-financeiro ligado ao templo e administrado pelos levitas. 1 Cr 9.26:

Porque havia naquele ofício quatro porteiros principais que eram levitas, e tinham o encargo das câmaras e dos tesouros da casa de Deus.

Havia dízimos e ofertas, basicamente estas coisas foram constituídas para a manutenção do templo, dos sacerdotes e levitas. Ao negligenciar seus dízimos e ofertas as pessoas no contexto de Malaquias geravam dificuldades financeiras para aqueles que se dedicavam ao trabalho espiritual. Este ponto é importante para a práxis econômico-financeira do ministério dos sacerdotes e levitas.

No verso 9, por causa do roubo da nação, o Malaquias profetizou uma maldição: Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação. – Destaque para “toda” nação. A nação foi culpada por causa de alguns e dos maus sacerdotes: Se não ouvirdes e se não propuserdes, no vosso coração, dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei a maldição contra vós, e amaldiçoarei as vossas bênçãos; e também já as tenho amaldiçoado, porque não aplicais a isso o coração. (Ml 2.2).

Malaquias 3:10,11 – Falta de chuvas nas lavouras e pragas

Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.

E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos.

Nos versos 10 e 11 do capítulo 3 há uma descrição das consequências da maldição corporativa, condições climáticas e pragas. As pessoas desse contexto poderiam usar a desculpa e de não dar o dizimo por causa das dificuldades econômicas, mas não dar o dízimo foi a causa e não o efeito. Roubaram o que pertence a Deus, foi exatamente a desobediência que colocou o povo debaixo de maldição. Esta negligência (devocional) não podia ser justificada por causa da safra ruim (seca e pragas). Mas Deus revela que os desastres naturais são resultados da desobediência.

LIVRO DE AGEU

Ageu 1:6-11

Semeais muito, e recolheis pouco; comeis, porém não vos fartais; bebeis, porém não vos saciais; vestis-vos, porém ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o num saco furado.
Assim diz o Senhor dos Exércitos: Considerai os vossos caminhos.
Subi ao monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei, e serei glorificado, diz o Senhor.
Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu dissipei com um sopro. Por que causa? disse o Senhor dos Exércitos. Por causa da minha casa, que está deserta, enquanto cada um de vós corre à sua própria casa.
Por isso retém os céus sobre vós o orvalho, e a terra detém os seus frutos.
E mandei vir a seca sobre a terra, e sobre os montes, e sobre o trigo, e sobre o mosto, e sobre o azeite, e sobre o que a terra produz; como também sobre os homens, e sobre o gado, e sobre todo o trabalho das mãos.

Ageu 2:16-19

Antes que sucedessem estas coisas, vinha alguém a um montão de grão, de vinte medidas, e havia somente dez; quando vinha ao lagar para tirar cinquenta, havia somente vinte.
Feri-vos com queimadura, e com ferrugem, e com saraiva, em toda a obra das vossas mãos, e não houve entre vós quem voltasse para mim, diz o Senhor.
Considerai, pois, vos rogo, desde este dia em diante; desde o vigésimo quarto dia do mês nono, desde o dia em que se fundou o templo do Senhor, considerai essas coisas.
Porventura há ainda semente no celeiro? Além disso a videira, a figueira, a romeira, a oliveira, não têm dado os seus frutos; mas desde este dia vos abençoarei.

A nação já havia estado sob maldição durante o ministério de Ageu. Ageu 1:3-6:

A razão porque estavam focados em construir suas próprias casas, enquanto o templo de Deus restava incompleto.
Veio, pois, a palavra do Senhor, por intermédio do profeta Ageu, dizendo:
Porventura é para vós tempo de habitardes nas vossas casas forradas, enquanto esta casa fica deserta?
Ora, pois, assim diz o Senhor dos Exércitos: Considerai os vossos caminhos.
Semeais muito, e recolheis pouco; comeis, porém não vos fartais; bebeis, porém não vos saciais; vestis-vos, porém ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o num saco furado.

DESOBEDIÊNCIA OBSTINADA DOS ANTIGOS -- “desde os dias dos vossos pais”

Em Malaquias 3.7 Deus acusa o povo de não guardar suas ordenanças, “desde os dias dos vossos pais”:

Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?

Tanto em Ageu como em Malaquias Deus exige que se coloque a sua honra ante ao conforto pessoal. Cf Ag 1.7-8. Em Malaquias para reparar o dano da relação Deus-Israel o povo devia trazer novamente todos os dízimos a casa do Senhor. Cf. Ml 3.10. Aqui não é algo opcional ou voluntário, seu comando não deve ser desobedecido ou ignorado com base na preferência ou qualquer justificativa. Todos os dízimos, toda nação. (v.9). Toda nação foi acusada de roubo. E o dever teria de ser restaurado.

Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao Senhor em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas. -- Números 18:24ª

Nos versos 10 e 11 de Malaquias 3 há uma promessa condicional, o povo obedece e Deus abençoa a terra dando chuva e controlando as pragas das safras. E no mesmo contexto há a exigência da santidade, a necessidade da santidade é exigida no Antigo Testamento. Neste contexto de Malaquias 2.13; 3.3-4, o povo de Israel foi favorecido como sempre fora ao longo do Antigo Testamento:

E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra. - Gênesis 12:3

E a sua posteridade será conhecida entre os gentios, e os seus descendentes no meio dos povos; todos quantos os virem os conhecerão, como descendência bendita do Senhor. -- Isaías 61:9

E há de suceder, ó casa de Judá, e casa de Israel, que, assim como fostes uma maldição entre os gentios, assim vos salvarei, e sereis uma bênção; não temais, esforcem-se as vossas mãos. -- Zacarias 8:13

Baseado em Malaquias, Deus exigiu uma restauração do culto e da piedade, uma reforma do ministério, uma reforma de devoção (que envolvia o dízimo). O compromisso devia ser renovado e significava retornar as ordenanças de Deus.

Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar? -- Malaquias 3:7.

O contexto de Malaquias era apoiar o ministério sacerdotal e levítico com dízimos. Se há uma relação do A.T. com o N.T. esse apoio ministerial é continuado. Não pode ser negado que há uma relação de CONTINUIDADE em relação às promessas e bênçãos do A.T. com o N.T., mas com relação ao dízimo, será que era exclusivo a uma época e um sistema ministerial? Houve descontinuidade total do dízimo? Sem dúvida há CONTINUIDADE em muitos aspectos do A.T. no N.T.

LEIS DO A.T. NO N.T.

Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, pois está escrito: "Sejam santos, porque eu sou santo".
1 Pedro 1:15,16.

O apóstolo Pedro está citando uma lei do A.T.:

Diga o seguinte a toda comunidade de Israel: Sejam santos porque eu, o Senhor, o Deus de vocês, sou santo. Levítico 19:2.

Pedro usa outra lei do A.T. para tratar sobre o sacerdócio:
Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. 1 Pedro 2.9.

Agora, se me obedecerem fielmente e guardarem a minha aliança, vocês serão o meu tesouro pessoal dentre todas as nações. Embora toda a terra seja minha, vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa’. Essas são as palavras que você dirá aos israelitas". Êxodo 19:5,6.

Pois vocês são povo consagrado ao Senhor, ao seu Deus. Dentre todos os povos da face da terra, o Senhor os escolheu para serem o seu tesouro pessoal. Deuteronômio 14:2.

E hoje o Senhor declarou que vocês são o seu povo, o seu tesouro pessoal, conforme ele prometeu, e que vocês terão que guardar todos os seus mandamentos. Ele declarou que lhes dará uma posição de glória, fama e honra muito acima de todas as nações que ele fez, e que vocês serão um povo santo para o Senhor, para o seu Deus, conforme ele prometeu. Deuteronômio 26:18,19.

Pactualmente o que é aplicado a Israel é aplicado a Igreja. Fato indiscutível é que Pedro cita a Lei. A questão é se a Igreja é o novo Israel de Deus ou não. Se há CONTINUIDADE e como ela se aplica. Uma objeção comum é que a prática do dízimo era algo ligado exclusivamente a Israel que no N.T., por termos uma revelação maior daquilo que era apenas “sombra”, tem-se a orientação do Espírito Santo para “dar tudo que possuímos” e não apenas uma décima parte das posses, pois tudo pertence a Deus. – A partir dessa objeção se tem duas opções a seguir: Negar a TRANSIÇÃO da Revelação Progressiva do A.T. para o N.T. ou submeter a aceitação de uma CONTINUIDADE do A.T. com o N.T. (tendo como parâmetro o dízimo ou oferta livre).

O problema é que esta “oferta livre”, que tem como base a “totalidade das posses” (pois tudo pertence a Deus), na PRÁTICA torna-se um conflito para o ofertante e entra em contradição com o A.T. Quer dizer que no A.T. 90% das posses do povo não era de Deus? 90% pertencia ao povo e 10% a Deus? Evidente que o entendimento do dízimo no A.T. era amplo e bem aplicado. Com base nisto, é apropriado perguntar, por que os crentes do N.T. estão isentos dos 10% mas não dão 100%? Quem afirma que é 100% aumentou com que base? Uma resposta retórica, “porque tudo é de Deus”, esta é a base. Porém não dá tudo, e muitas vezes abaixo de 10%. Uma parte dizimal poderia ser pelo menos o parâmetro mínimo.

Certa vez, concordei com um pastor que ensinava desse modo, pelo “parâmetro mínimo”, mas na prática a doação não aumentou. E o ministério torna-se insuportavelmente desgastante pela falta constante de captação de recurso para manutenção do ministério.

Por outro lado, no N.T., não há revogação do dízimo estabelecido por Deus no A.T. – Uma objeção contemporânea comum é que não há afirmação explícita do dízimo no N.T., mas também não há revogação. É fato, Deus estabeleceu o dizimo e não ha revogação. Será que deixou de ser um princípio divino? Exemplo de princípio, a Igreja como herança e propriedade de Deus é semelhante a Israel do A.T.

A vocês, o Senhor tomou e os tirou da fornalha de fundir ferro, do Egito, para serem o povo de sua herança, como hoje se pode ver. Deuteronômio 4:20.

Vocês são povo consagrado ao Senhor, ao seu Deus. Dentre todos os povos da face da terra, o Senhor os escolheu para serem o seu tesouro pessoal. Deuteronômio 14:2.

E este povo eleito dedicava a Deus os primeiros frutos e o dízimo, como uma devoção pactual, uma dedicação a Deus por toda colheita, renda e até a vida. As primícias, os primogênitos do rebanho, e não o resto. Não o que sobra, mas a primeira parte ao Senhor. Este é o princípio. E em todas as épocas os eleitos são sua possessão. É importante que o cristão reconheça que não se deve recusar a dar o dízimo com a justificativa que reter o dízimo é dar tudo ao Senhor. Reter o dízimo não é dar tudo ao Senhor.

Quem defende o dízimo, por princípio defende também a mordomia cristã, a qual ensina que devemos dar tudo a Deus. Devemos dar nossa vida, família, tempo, trabalho e renda. Como dizer que dá tudo e nega o dízimo? O dízimo é como uma oferta dos primeiros frutos de todas as coisas. Este é o princípio, estabelecido e não revogado.

JESUS, não aboliu, suprimiu ou menosprezou o dízimo.
Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas.

Mateus 23.23.

Paulo disse que abriu mão do "DIREITO" de receber o apoio financeiro ministerial, observe que falou em “DIREITO”. Apesar de que em outro momento aceitou um apoio financeiro. -- Como vocês sabem, filipenses, nos seus primeiros dias no evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja partilhou comigo no que se refere a dar e receber, exceto vocês; pois, estando eu em Tessalônica, vocês me mandaram ajuda, não apenas uma vez, mas duas, quando tive necessidade. Filipenses 4:15,16.

Paulo não diz aos cristãos para reterem o apoio financeiro dos ministros, pelo contrário ensina que o trabalho ministerial é digno de salário integral. Quem serve como soldado a sua própria custa? Como era o sustento ministerial no A.T.? Como é no N.T.? Uma coisa é certa, não se pode negar apoio financeiro aos ministros legítimos do Evangelho, negar este apoio é reter seu salário, legítimo. Enganar neste apoio é como roubar a Deus. É um direito. Leia atentamente:

... Mas nós não usamos deste direito; antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo.
Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar, participam do altar?
Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.
1 Coríntios 9:12-14.

Para quem ainda pensa que o dízimo do A.T. é somente uma lei obsoleta da Antiga Aliança e que foi abolida pela Nova Aliança, observe que Paulo afirma o DIREITO do ministro legítimo em receber apoio financeiro. Que vivam do Evangelho. Como os antigos sacerdotes eram sustentados?

Em 1Timoteo 5.17,18, Paulo escreve: Os presbíteros que lideram bem a igreja são dignos de dupla honra, especialmente aqueles cujo trabalho é a pregação e o ensino, pois a Escritura diz: "Não amordace o boi enquanto está debulhando o cereal", e "o trabalhador merece o seu salário". A “dupla honra” está contexto direto com “o trabalhador merece seu salário”. Ou seja, dupla honra pode significar “receber em dobro”. O contexto é sobre dinheiro, não honra. Vimos antes que é um DIREITO. Cabe uma pergunta neste ponto, é um dinheiro devido ou uma oferta voluntária? Pagar um ministro digno não é um ato de generosidade ou nobreza por parte dos cristãos, é uma obrigação. Para os dias de hoje parece uma palavra politicamente incorreta, mas é o que ensina as Escrituras. Não tenha receio da palavra “obrigação”, temos muitas exigidas por Deus em sua Palavra.

Há um mito que no N.T. há um silêncio total e absoluto sobre o dízimo. Primeiro, se levarmos em consideração a TRANSIÇÃO do A.T. para o N.T., não encontramos no N.T. uma abolição, mas pelo contrário encontramos indícios para reafirmar o dízimo.

Ser contra o dízimo por causa dos falsos mestres e mercenários é um erro. Por algo ser falso não justifica eliminar o verdadeiro. O discurso do dinheiro virou tabu para os verdadeiros mestres, por causa dos maus obreiros? E muitos bons ministros sentem medo ou vergonha de falar em dízimo.

Não devemos brigar ou causar divisão porque os cristãos estão divididos em relação ao tema, mas numa coisa todos devemos concordar: DAR. E todos devemos tomar cuidado contra os perigos da cobiça, avareza e ganância. O dever de sustentar financeiramente um ministério genuinamente cristão faz parte, importante, do Reino de Deus.

John Piper vai além e diz que uma porcentagem fixa (como 10%) está fora de questão para muitos, ele cita as classes médias e altas americanas como injustas quando estipulam apenas 10%, num mundo onde 10 mil pessoas morrem de fome por dia e muito mais que morrem na incredulidade. A questão não é o percentual, mas quanto se pode gastar individualmente e de modo compromissado. Que isto fique bem claro, a questão não é o percentual mas o comprometimento baseado no princípio. Se alguém é contra o ensino do dízimo mas tem comprometimento em DAR, na prática é um dizimista inconsciente.

James M. Boice diz que no N.T. as obrigações são maiores, as obrigações das leis são intensificadas em vez de diminuídas. Em circunstâncias razoáveis qualquer cristão deve dar mais que 10%. Para surpresa de muitos, no A.T. se exigia vários dízimos e somando dava uns 23%. Dar 10% é bastante leve em comparação ao A.T., por isso para muitos teólogos deve ser considerado apenas um ponto de partida.

Ele ordenou ao povo de Jerusalém que desse aos sacerdotes e aos levitas a porção que lhes era devida a fim de que pudessem dedicar-se à Lei do Senhor. 2 Crônicas 31:4.
Atenção à prudência cristã, não temos nenhuma de apoiar um herege, pelo contrário devemos fazer oposição ao seu ensino. -- Se alguém chega a vocês e não trouxer esse ensino, não o recebam em casa nem o saúdem. Pois quem o saúda torna-se participante das suas obras malignas. 2 João 1:10,11. – Não devemos sustentar ministérios heréticos.

Infelizmente muitos pastores não acreditam no aviso de Malaquias. Poucos tentam pregar corretamente, e muitos pregam para tirar proveito mercenário. São os dias de hoje. Mesmo as igrejas que pregam o dízimo não tem coragem de disciplinar um membro que se recusa a entregar o dízimo. Esta é uma cultura aceita e concretizada, hoje. Parece haver dois tipos de igrejas, as que não aplicam a lei de Deus, e as que pregam sobre a lei mas não a aplicam eclesiasticamente, pois parece inútil, uma luta inglória. É algo impopular e espanta membros. E o ministro está arriscado a ser dispensado. Portanto, um assunto perigoso e delicado.

Há muitas distorções sobre o dizimo, parece um assunto maldito. Se tem quem defenda o ensino, vai parecer mercenário ou ignorante. Há quem pague com uma mão aberta e a outra no bolso, e ainda pensa, “se todo mundo da igreja der o dízimo, a arrecadação vai subir, e o pastor vai ter aumento” ou algo do tipo, o interesse sobre o assunto é sempre econômico, cruelmente econômico. Quando o interesse deveria ser devocional, missional ou ministerial. A verdade é que muitos pastores têm medo de pregar a advertência em Malaquias. Este livro está ou não em vigor? Se não está qual o motivo? Os pastores devem voltar a pregar sobre o dízimo, pois têm responsabilidades diante de Deus e dos homens. Este é o alerta derivado de Malaquias. E certamente há muitas igrejas que praticam corretamente o dízimo.

Onde Jesus, que nos precedeu, entrou em nosso lugar, tornando-se sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque. Hebreus 6.20

Pode-se até dizer que Levi, que recebe os dízimos, entregou-os por meio de Abraão. Hebreus 7:9.

Quero dizer isto: A lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não anula a aliança previamente estabelecida por Deus, de modo que venha a invalidar a promessa. Pois, se a herança depende da lei, já não depende de promessa. Deus, porém, concedeu-a gratuitamente a Abraão mediante promessa. Gálatas 3:17,18.

Paulo deixa claro que a aliança de Deus com Abraão foi cumprida e culminada em Cristo.
Assim também as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. A Escritura não diz: "E aos seus descendentes", como se falando de muitos, mas: "Ao seu descendente", dando a entender que se trata de um só, isto é, Cristo. Gálatas 3:16.

A Nova Aliança tem origem nesta promessa da Antiga Aliança. A herança abraâmica é a base da lei mosaica. O que Deus prometeu a Abraão é crucial para estabelecer a autoridade da igreja. Esta é uma doutrina familiar aos comentadores protestantes, desde Lutero até o presente, mas as suas implicações para a eclesiologia nem sempre foram claramente reconhecidas. É importante resgatar a importância do dízimo em suas implicações eclesiológicas e de modo equilibrado.

Qual a ligação do ministério de Abraão com Melquisedeque? Ele estava sob autoridade eclesiástica? Se sim, qual a marca de subordinação? O DÍZIMO. Abraão deu o dízimo a Melquisedeque, rei-sacerdote de Salém, um homem sem genealogia.

Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre. Hebreus 7:3

E Jesus Cristo, filho de Judá, em vez de Levi, traçou sua função sacerdotal em Melquisedeque, não em Levi nem em Arão. Seu sacerdócio é mais elevado do que o deles. Hebreus iguala o sacerdócio de Jesus com o sacerdócio de Melquisedeque. Isto é importante? Em que sentido é importante? O sacerdócio de Melquisedeque é superior ao levítico?

As relações entre A.T. e N.T. são muitas, senão vejamos. A refeição da comunhão da Nova Aliança esta relacionada a Antiga Aliança.

E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. Gênesis 14:18.

A Ceia do Senhor está ligada a páscoa, obviamente, porém os elementos, o pão e o vinho de Melquisedeque são anteriores a páscoa. Em nossos dias, é comum ouvir de antidizimistas que não estão mais debaixo da lei mosaica, então não tem obrigação de dar o dízimo (e ponto final?). Mas o N.T. não baseia o dízimo na lei mosaica, mas em Hebreus 7 é estabelecida sua autoridade. O antinomianismo não deve ser prevalecente na igreja hoje. 

Hebreus 7 estabelece a autoridade do Sumo Sacerdote Jesus Cristo, que está relacionada ao sacerdócio de Melquisedeque. Abraão deu o dízimo a Melquisedeque, um representante judicial ou ministerial, de certo fora um ato de submissão e devoção a Deus.

A igreja perdeu sua ligação com Abraão? A igreja é herdeira das promessas abraâmicas?

Tanto quanto a Bíblia revela, o dízimo começou com Abraão entregando a Melquisedeque. O dízimo está relacionado nas duas alianças ou apena uma? O dízimo é para Deus, representado por sua Igreja, uma agência legítima. Quem aplica os sacramentos de Deus? A igreja. A família não é a instituição central da sociedade cristã; a Igreja é. A família não vai se estender para eternidade (Mt 22:30.); A igreja, sim (Ap 21: 1-2). Teologicamente, havia igreja no A.T.? Sim. O entendimento da revelação progressiva e da doutrina pactual faz com que enxerguemos a graça, a salvação, a igreja, no A.T.

A igreja hoje em sua maioria parece caminhar para uma instituição estritamente voluntária, contratual e não instituição da aliança. Apenas mais uma instituição voluntária entre muitas. Isso também é refletido na mesa da comunhão, que está se transformando em um ritual ocasional que se apega apenas a uma recordação. Na prática a igreja é hoje mais um clube social sem fins lucrativos, ela não é reconhecida como uma autoridade representativa. Elas agem como não históricas, como liberais.

A igreja moderna não acredita que a igreja manifesta um padrão moral e judicial para o mundo, assim como Israel manifestou seu padrão sob a Aliança mosaica. Na prática hoje achamos que não há nenhuma relação judicial divina no tribunal civil, nas urnas de eleições politicas. As frases transformaram-se em meras formalidades, a exemplo dos juramentos judiciais e políticos. Ou como nas frases devocionais nas cédulas de dinheiro, como, “Deus seja louvado”. Invocar o nome de Deus tornou-se uma mera convenção.

May 9, 2019

Minhas Impressões sobre o Filme Vingadores - Ultimato


Seguem abaixo as minhas impressões sobre o filme Vingadores Ultimato:
1. Quanto à trama: Muito bem construída. Sendo o último filme da saga, os personagens voltam no tempo revisitando alguns filmes da série.
2. Aceno ao movimento homossexual: Uma cena sutil para agradar o movimento homossexual, quando, no começo do filme um desconhecido relata a um grupo de apoio que está saindo com outro homem, tentando reconstruir a vida.
3. Aceno ao movimento feminista: Quase no final do filme há uma cena composta só pelas heroínas, tendo a Capitã Marvel como líder. Uma cena forçada, pois na batalha os heróis e as heroínas estavam lutando de forma misturada. De repente, aparecem só as mulheres para defender a manopla. Evidente aceno ao movimento feminista.
4. Redenção na ciência: A salvação do filme, isto é, o reviver de metade das criaturas da terra, não está em Deus, mas na ciência. São os cálculos científicos que possibilitam o retorno ao passado para consertar a situação. Como têm alertado Nancy Pearcey, Os Guiness, Brian J. Walsh e Richard Middleton, na pós-modernidade a ciência substituiu a religião. É o cientista, e não o sacerdote, quem prescreve o conhecimento para a salvação.
5. Valorização da família: Parece-me que os momentos mais emocionantes do filme são ligados à família. Desde a cena inicial, com o arqueiro passando da felicidade ao desespero ao perceber o fim de sua bela família, até aos emocionantes reencontros do homem formiga com sua filha, de Thor com sua mãe, de Tony Stark com seu pai e do Capitão América voltando no tempo para, finalmente, viver com seu grande amor.
6. Outros momentos de verdade: Mesmo sendo um filme sem nenhum compromisso com Deus, vemos diversos momentos de verdade nas entrelinhas da trama:
- Na luta do bem contra o mal, com o bem vencendo no final;
- Na mudança de um caminho mal para o caminho correto - as filhas de Thanos;
- No reconhecimento do egoísmo e na opção pelo altruísmo - o sacrifício de Tony Stark;
- Na consciência do erro e na humildade de se pedir perdão – Capitão América e Tony Stark;
- Na necessidade de um redentor, de alguém que dê a vida para salvar a humanidade – Viúva negra, Arqueiro e Tony Stark;
- No consolo da família na morte de quem morreu por uma causa justa.
Como toda obra secular, não há neste filme qualquer compromisso com a Palavra de Deus. Todavia, é impossível ao ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, libertar-se de conceitos que estão entranhados em sua alma, como o amor à família, a busca da justiça, a primazia do bem contra o mal e o sacrifício altruísta. Como igreja, devemos nós mostrar que a fonte de todos estes valores não é outra senão o próprio Deus, especialmente, o Deus encarnado, Jesus Cristo.

April 19, 2019

Há um pastor a bordo?



“Senhores passageiros, com licença. Há algum pastor presente que pudesse prestar um atendimento voluntário? Por favor, identifique-se a uma das aeromoças munido de sua carteira de ministro”, disse o comissário de voo pelo sistema de som do avião. Houve um silêncio entre os passageiros e alguns esticaram o pescoço olhando para as outras poltronas, curiosos com o que estava acontecendo.

Rapidamente um senhor, magro, alto, pele negra, com semblante sereno e expressão de simpatia levantou-se e disse a uma aeromoça que estava a poucos metros de sua poltrona: “Eu sou pastor. Posso ajudar?” A aeromoça, com um sorriso agradeceu: “Obrigada. Me acompanhe, por favor”. O pastor foi conduzido às poltronas da frente do avião onde uma senhora estava passando mal. A mulher tinha cabelos negros, aparentava ter uns 60 anos, vestida de maneira bem humilde. Os olhares dos vizinhos de poltrona vigiavam a mulher com muita apreensão. Ela, de olhos fechados, repetia: “Eu não quero morrer, eu não quero morrer”. O pastor aproximou-se, sentou-se na poltrona ao lado que um passageiro gentilmente cedera, segurou o pulso da mulher e disse: “Fique calma. O que você está sentindo?” ao que ela, abrindo os olhos, respondeu: “Medo, muito medo. Eu não quero morrer.” “A sra. se alimentou espiritualmente hoje de manhã? Leu a Bíblia, fez oração?” “Não”, respondeu ela, “eu não tenho feito isso há meses...” Neste momento um dos comissários se aproximou com uma pequena caixa, com algumas bíblias, hinários, saltérios e disse: “Pastor, se precisar de algum remédio, são estes que temos a bordo”. O pastor soltou o pulso da mulher e voltou-se para a caixa olhando para dentro dela. Pegou uma pequena Bíblia, de capa marrom, bastante surrada, e com vários versículos sublinhados com canetas de cores diferentes. Pela aparência, aquela Bíblia havia sido muito usada pelas tripulações do avião. O pastor abriu no Salmo 139 e começou a lê-lo vagorosamente: “SENHOR, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto, de longe penetras os meus pensamentos...” Na medida em que os versículos iam sendo lidos, na voz firme, mas afetuosa do pastor, a respiração ofegante da mulher ia ficando cada mais tranquila. Quando o pastor chegou ao versículo 16, “Os teus olhos me viram a substância ainda informe”, tirou os olhos da Bíblia e, olhando diretamente para a mulher recitou o restante com mais pausa ainda “e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda...”. A mulher fechou os olhos, ajeitou-se na poltrona, balançou a cabeça como quem fala sim e disse: “Obrigada, Senhor, obrigada. Eu já me sinto melhor”. Olhou para o pastor e, com um sorriso, agradeceu: “Obrigada, pastor. Eu havia me esquecido disso. Obrigada.” O pastor deu dois tapinhas na mão dela e, de modo simpático, respondeu: “Não se esqueça da Palavra de Deus. Você vai ficar bem”. Levantou-se sob os olhares de admiração e gratidão dos que assistiram a cena e, recebendo mais agradecimentos dos comissários, pegou o rumo de sua poltrona. A mulher, restaurada espiritualmente, agora com semblante tranquilo e confiante, fechou os olhos e virou a cabeça para o lado, procurando dormir. Na poltrona ao lado, um garoto de uns 10 anos de idade, que a tudo presenciara com admiração, pensou, como quem sonha: “Um dia eu quero ser Pastor...” 

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Infelizmente, a história acima não aconteceu. Eu a escrevi agora, em um voo, depois que observei a mulher ao meu lado passando mal e toda a ação da equipe do avião, a chegada de um médico e a melhora da mulher. Eu agradeci a Deus pela bênção da medicina e pela providência de termos um médico a bordo. Todavia, fiquei pensando na quantidade de pessoas que não estão bem por razões mais profundas, espirituais, na falta de percepção de que precisam de Deus e de como seria uma sociedade que valorizasse mais o espiritual do que o material. Se a Igreja de Cristo conseguir anunciar ao mundo que a raiz dos nossos problemas (incluindo algumas doenças) é espiritual, haverá esperança para apresentarmos o verdadeiro remédio: Jesus Cristo!



Ps. Antes que alguém pergunte, depois que o médico saiu eu puxei conversa, me apresentei como pastor e orei pela mulher...

February 8, 2019

O Aborto Litúrgico - Hendrika Lopes Vasconcelos


Na Islândia, praticamente não existem crianças com Síndrome de Down. Não é porque conseguiram reverter os efeitos da mutação genética, mas simplesmente porque mataram os bebês que a possuíam.
Existem várias igrejas que conseguiram erradicar o barulho das crianças do culto. E geralmente, não é porque conseguiram "domar" ou educar os pequenos desde o berço, mas simplesmente porque preferiram eliminar as crianças do culto, isolando-as em salas especiais ou afugentando as mães da igreja.
Mas...
Lugar de bebê pequeno choroso é no culto, SIM.
Lugar de criança hiperativa é no culto, SIM.
Lugar de criança birrenta é no culto, SIM.
Lugar de criança tagarela é no culto, SIM.
Lugar de criança desobediente é no culto, SIM.
Sabe por que?
Porque elas precisam da Igreja. Elas precisam da comunhão. Elas precisam da palavra. Elas precisam da graça e do amor dos outros membros.
A única diferença entre o adulto que desaprova de criança no culto e a criança birrenta ao seu lado é que o adulto já aprendeu a esconder os pecados, enquanto a criança as escancara sem medo.
O culto não é um serviço pelo qual pagamos com nossos dízimos e esperamos receber o produto impecável com o direito de não sermos atrapalhados pelos outros. O culto não se resume apenas à pregação da Palavra. Caso fosse isso, você poderia bem "cultuar" em casa sozinho assistindo pela internet. Mas Deus usa a Igreja e as situações desconfortáveis para trabalhar no nosso coração também.
A adoração em comunhão nos ensina a adorar e cultuar como CORPO e não como indivíduos. Isso significa que adoramos a Deus como CORPO, cantando desafinados e afinados juntos. Isso significa que adoramos a Deus como CORPO, lendo a Palavra e ensinando os pequenos a amarem a ler também. Isso significa que oramos a Deus como CORPO, sabendo que o Espírito intervém nas orações tanto dos mais cultos e dos mais humildes.
Somos CORPO e as crianças fazem parte dessa aliança também. Você não tem mais direito de estar no culto do que elas. Se você ama a Cristo, você ama seu Corpo. E você tem o dever de incentivar as crianças a amarem estar lá.
Amemos as crianças, seus papais e suas mamães no culto. Não façamos aborto litúrgico.

December 17, 2018

18 razões para o Cristão não ser Vegano



O Veganismo é um conjunto de práticas focadas nos direitos dos animais que, por consequência, adota uma dieta baseada em vegetais, livre de todos os alimentos de origem animal, como: carne, laticínios, ovos e mel, bem como produtos como o couro e qualquer produto testado em animais.

O vegano não deve usar artigos de peles, couro, lã, seda, camurça ou outros materiais de origem animal (como adornos de pérolas, plumas, penas, ossos, pelos, marfim etc.), pois implicam a morte ou exploração dos animais que lhes deram origem. Sendo assim, um vegano se veste de tecidos de origem vegetal (algodão, linho, etc) ou sintéticos (poliéster, etc).

Veganos fazem uso da dieta vegetariana estrita, ou seja, excluem, da sua alimentação, carnes e embutidos (enchidos), banha, vísceras, músculos, gelatina, peles, cartilagens, lacticínios, ovos e ovas, insetos, mel e derivados, frutos do mar e quaisquer alimentos de origem animal. Consomem basicamente cereais, frutas, legumes, vegetais, hortaliças, algas, cogumelos e qualquer produto, inclusive industrializados, que não contenha ingredientes que dependam de uso animal em sua produção.

Circos com animais, rodeios, vaquejadas, touradas, zoológicos ou qualquer coisa que explore os animais de algum modo, também são boicotados pelos veganos pois estas práticas implicam escravidão, posse, deslocamento do animal de seu habitat natural, privação de seus costumes e comunidades, adestramento forçoso e sofrimento.

Veganos não caçam, não promovem nenhum tipo de pesca, e boicotam qualquer "desporto" que envolva animais.

Diante de tantas proibições, a pergunta a ser feita é: Pode o cristão se submeter a estas exigências? Deus exige isso de seus filhos? A resposta é não por, pelo menos, 18 motivos.

1. Deus autorizou seu povo a comer carne (Gn 9.3; At 11.5-9);

2. O povo de Deus, no Antigo Testamento, sempre comeu carne de boi, ovelha, cabra e outros animais (Jz 6.20; 1Sm 28.24,25; 1Re 4.23; Am 6.4);

3. O povo de Deus, no Novo Testamento, também comia carne bovina (Mt 22.4; Lc 15.30);

4. O povo de Deus comia carne de peixe (Nm 11.5; Ec 9.12; Ez 47.10; Mt 4.18; Lc 11.11);

5. Jesus alimentou a multidão com pão e carne de peixe (Mt 15.37; Mc 6.42);

6. Gafanhotos eram comidos (Lv 11.21,22; Mt 3.4; Mc 1.6);

7. Aves eram parte da alimentação (Êx 16.12,13; Nm 11.18-20,32,33; 1Re 4.23; 1Sm 26.20);

8. O povo de Deus bebia leite (Dt 32.14; Jó 20.17; Jó 21.24; Pv 27.27; Ct 4.11);

9. O povo de Deus bebia mel (1Sm 14.27; 2Sm 17.29; Ct 4.11; Sl 19.10; Pv 16.24; Mt 3.4; Mc 1.6);

10. As descrições bíblicas de uma terra prometida são de “terra que mana leite e mel” (Ex 3.8,17; 13.5; 33.3; Lv 20.24; Nm 13.27);

11. Deus usou e ordenou o uso de peles de animais (Gn 3.21; Ex 25.5; Nm 31.20; Hb 11.37);

12. Homens de Deus como Elias e João batista usavam couro (2Re 1.8; Mt 3.4; Mc 1.6);

13. A seda também é permitida por Deus nas Escrituras (Ez 16.10; Ez 16.13; Ap 18.12);

14. A descrição da nova Jerusalém é de portas feitas de pérola (Ap 21.21);

15. Tanto a caça quanto a pesca são atividades permitidas por Deus (Gn 25.28; 27.3,5; Pv 12.27; Ez 47.10; Mt 4.18; Mt 13.48; Lc 5.4-6);

16. Animais eram usados tanto nos sacrifícios, quanto na agricultura, quanto nas guerras (2Re 6.17, Lc 9.62);

17. Os anjos, em corpos humanos, se alimentaram de coalhada, leite e carne bovina (Gn 18.8);

18. Jesus se alimentava de carne de peixe (Lc 24.42,43), mel (Lc 24.43); pão (Mt 26.26); carne de cordeiro (Êx 12.3) e, muito provavelmente, como todo judeu, de queijo de cabra, ovos, azeitonas, trigo, cevada, lentilhas, tâmaras, melõe, pepinos, romãs, e uvas passas.

O que está na base do Veganismo é a ideia de que o sofrimento animal não é permitido sob hipótese alguma. A vida animal é sagrada. Em um mundo vegano ideal, os animais morreriam de velhice.

Conquanto cristãos tenham o dever de cuidar da criação de Deus (Gn 1.28), Deus colocou os animais abaixo dos seres humanos. O que o paganismo fez, no passado, foi inverter esta ordem “adorando e servindo a criatura em lugar do Criador” (Rm 1.25). O que a Ecologia (e agora o Veganismo) estão fazendo é ressuscitar o paganismo colocando a natureza como o próprio Deus e divinizando os animais. Assim, cristãos devem perceber que não se trata apenas de uma inocente dieta para cuidado da saúde, mas de uma filosofia que inverte os ensinos da Palavra de Deus e que produz a idolatria da criação.

“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão.” (Gl 5.1) “Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro, segundo os preceitos e doutrinas dos homens?” (Cl 2.20-22). Foge destes que “exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade; pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável, porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado.” (1Tm 4.3-5) “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.” (1Co 10.31)

Ilustrações de Jesus não quebram o 2º mandamento? - Uma resposta



No dia 11 de Dezembro (2018) o Pastor Pedro Pamplona, do site Dois Dedos de Teologia, publicou um artigo com o título "Ilustrações de Jesus não Quebram o Segundo Mandamento". No texto o Pr. Pedro citou um artigo do meu blog e o fez com muita deferência e respeito. Devo dizer que aprecio muito os pastores que conseguem debater com respeito e amor cristão. Pelo que percebi no fluxo do texto, o Pastor Pedro é um destes. Que Deus abençoe muito o ministério desse meu irmão.

Para fins de instrução, eu escrevi uma resposta aos pontos abordados naquele artigo, com o fim de levar os leitores a compreenderem o que é requerido no 2º mandamento. Posto abaixo a resposta que enviei ao Pr. Pedro e que ele, prontamente, publicou:

Caro irmão, Pr. Pedro Pamplona,

Em primeiro lugar, agradeço a deferência ao meu blog e o tratamento respeitoso ao pensamento contrário. Já que fui citado, sinto-me obrigado a fazer um contraponto na esperança de convencê-lo que a interpretação de Westminster quanto ao 2º mandamento, proibindo qualquer imagem de qualquer das 3 pessoas da Trindade, está fiel ao ensino bíblico.

Em um ponto do seu escrito você disse:

“Quando falamos em ministério infantil, por exemplo, não considero adequado o uso de ilustrações de Deus, o Pai. Muitas vezes ele é retratado como um velhinho de barba branca, quase como um papai noel. Esse tipo de ilustração constrói uma ideia errada sobre Deus na mente das crianças e pode dificultar o aprendizado bíblico posterior sobre Deus e sobre a Trindade. Se Deus se revelou como Espírito invisível, que o mantenhamos assim para sermos fiéis à sua revelação pedagógica de si mesmo.”

Eu concordo plenamente com você e o mesmo argumento se aplica a Cristo. Muitas vezes ele é retratado como um jovem de pele macia, olhos claros e cabelos sedosos, quase como uma mulher. Esse tipo de ilustração constrói uma ideia errada sobre Jesus na mente das crianças e pode dificultar o aprendizado bíblico posterior sobre Deus e sobre a Trindade. Se Deus se revelou como pessoa Teantrópica, que o mantenhamos assim para sermos fiéis à sua revelação pedagógica de si mesmo.

Na sequência, você afirmou:

Se o texto de Deuteronômio nos dizia para não fazermos qualquer imagem de Deus porque ele não se revelara de forma visível, agora esta revelação chegou até nós e não temos mais esse problema com a invisibilidade. Concluo que se a imagem era errada por falta de revelação visível, a presença dessa revelação possibilita algum tipo de ilustração.”

É equivocado dizer que Deus não se revelou de forma visível antes de Cristo. Moisés viu a manifestação de Deus pelas costas (Ex 33.23) e ele apareceu em forma visível, de modo teofânico, a Abraão (Gn 12, 18), a Jacó (Gn 32), a Josué (Js 5.14), a Isaías (Is 6) e a outros. João Calvino defende, inclusive, que todas as teofanias do AT são Cristofanias, pois, na economia da Trindade, a segunda pessoa é responsável pela manifestação visível de Deus. Assim, quando Cristo se encarna, a diferença é quanto à perenidade da manifestação. O que era passageiro, eventual e provisório, agora se torna encarnado e perene. Mesmo com todas as manifestações visíveis, teofânicas, de Deus no AT, nenhum desenho foi gerado. Pelo contrário, quando Moisés viu a Deus, de forma tão intensa que teve que usar véu porque seu rosto resplandecia (Ex 34.29), a primeira coisa que fez não foi um desenho, mas lavrar duas novas tábuas de pedra para que Deus escrevesse Palavras (Ex 34.1).

Você usa bastante os argumentos de John Frame, que é, de fato, uma mente brilhante, mas, infelizmente, um conhecido dissidente da subscrição confessional. Um das citações é esta:

“O docetismo diz que Jesus não veio realmente em carne. Esse é um erro muito sério, que devemos desencorajar em nossos filhos. Em vez disso, devemos incluir imagens de Jesus em nossos materiais de ensino, de modo a dar aos nossos alunos algum sentido da visibilidade profunda da vinda de Deus para o nosso meio.”

Eu digo que Frame está certo no diagnóstico, mas não no remédio. Tratar Jesus como um espírito, ou um ser invisível é docetismo mesmo. Mas a solução não é desenhá-lo como se fosse um mero humano (ebionismo), mas não dar aparência a ele. Hollywood (até os anos 80) e algumas editoras cristãs sérias conseguiram contar histórias de Jesus sem mostrá-lo. Ele está lá, de carne e osso, mas não aparece a sua imagem, ninguém sabe qual é o seu rosto, ou a sua altura, ou a sua cor de pele. Assista o filme o Manto Sagrado (1953) e Ben Hur (1959), como exemplos.

Em outro ponto do texto, você disse:

“Novamente discordo de Westminster (acho que você já percebeu que não tenho nenhum problema com isso). E não só discordo, mas creio que eles foram longe demais nessa posição. Não há qualquer base bíblica para afirmar isso em relação a Jesus. O que dizer dos discípulos que viram Jesus? Eles não poderiam ter lembranças imperfeitas sobre ele? E o que dizer das imagens misteriosas que a própria Bíblia nos oferece sobre o Cristo que voltará? Você lembra da imagem cristológica-escatológica de Apocalipse 19?”

Eu digo que não há problema em você discordar de Westminster, visto que você é pastor batista. Para um pastor presbiteriano, isso é um problema grave, pois houve subscrição confessional. Sobre o mérito, os discípulos não quebraram o segundo mandamento porque, diferentemente de nós, eles tiveram acesso físico à pessoa de Cristo. Suas memórias eram reais quanto a Jesus. No nosso caso, como Deus deixou a nós palavras e não imagens, todas as nossas imagens quanto a Jesus são falsas. Tanto é assim que o texto que você usou de Apocalipse 19 confirma isso. Não é uma descrição da aparência de Jesus, mas uma descrição simbólica, com olhos de chama de fogo. No começo do livro, João o descreve não de modo real, mas por símbolos:

“A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas. Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes.” (Ap 1.14-16). 

Ora, se como você disse “Esse texto é um convite claro das Escrituras para criamos uma imagem de Jesus em nosso imaginário”, o Jesus que teremos em nossa mente é o de um homem com chamas de fogo nos olhos, voz de muitas águas e com uma espada afiada saindo da boca. Nada comparado aos rostos efeminados que os artistas atuais têm produzido sobre Jesus.

Concluo agradecendo o respeito, mas esperançoso de que o pastor reveja seu pensamento. Não há qualquer base na bíblia para representações de Jesus por imagens. Aqueles que conviveram 3 anos com ele nos deixaram palavras, não imagens. E a igreja cristã seguiu este rumo. Que Deus abençoe o irmão.

Leia também:
Podemos Usar Imagens de Jesus? - Vários autores
Imagens de Cristo - John Murray

September 12, 2018

30 Razões por que mulheres não devem pregar em cultos públicos


1. Na criação, Deus estabeleceu o homem como cabeça e a mulher como auxiliadora (Gn 2.18). O ensino pressupõe autoridade;

2. Sendo o marido “o cabeça da mulher” (Ef 5.23) não pode a mulher, na igreja, ser cabeça do marido;

3. Os sacerdotes eram responsáveis em ensinar a Lei ao povo (Lv 10.11, Ml 2.7) e nunca houve sacerdotisas em Israel;

4. Mulheres foram profetisas na Bíblia, mas Pregação e Profecia são dons diferentes (Rm 12.6,7; 1Co 12.28,29 e Ef 4.11). Na Profecia Deus coloca as palavras na boca do profeta (Dt 18.18 e 1Co 14.30). Ele é tomado pela profecia (1Co 14.25). Até Saul profetizou (1Sm 10.10);

5. Mulheres profetizaram, mas o ensino autoritativo foi reservado aos homens (1Tm 1.12, 3.2, Tt 1.6);

6. Débora (Jz 4.6), Miriã (Êx 15.20,21) e Hulda (2Rs 22.14) profetizaram, mas não exerceram ensino autoritativo diante do povo;

7. Débora foi juíza em Israel por causa da omissão masculina. Todavia, ela não convocou o povo para a batalha, mas encorajou Baraque a fazê-lo (Jz 4.6,10);

8. Quando Baraque insistiu na presença de Débora, ela o repreendeu para que ele assumisse sua função de cabeça (Jz 4.9);

9. Na história de Débora, a palavra “julgava” (shaphat) não significa governar nem ensinar, mas decidir controvérsias;

10. Os filhos de Israel subiam a Débora para juízo. Ela não estava governando ou ensinando um grupo, mas julgando questões do povo debaixo de uma palmeira (Jz 4.5);

11. Débora não liderou a batalha. Baraque o fez. Por isso, ele é lembrado no futuro e Débora omitida (1Sm 12.11; Hb 11.32);

12. Crianças e mulheres como cabeças são juízo de Deus sobre o seu povo (Is 3.12);

13. Por mais que fosse seguido por mulheres que o serviam (Mt 27.55), Jesus só escolheu apóstolos homens;

14. Sendo Jesus isento de quaisquer preconceitos, poderia ter escolhido uma mulher para ser apóstola, mas não o fez porque a liderança do povo de Deus foi designada a homens;

15. Os apóstolos seguiram a mesma orientação submetendo a Deus a escolha de Matias no lugar de Judas (At 1.23);

16. Na escolha dos diáconos, só homens foram indicados para cuidarem das viúvas (At 6.3);

17. Priscila, juntamente com Áquila, ensinaram Apolo no particular, não no público: “tomaram-no consigo” (At 18.26);

18. Paulo ensinou aos coríntios o padrão bíblico: o marido é o cabeça do lar, os pastores são os cabeças de suas igrejas locais, Cristo é o cabeça da Igreja global e Deus Pai é o cabeça de Cristo (1Co 11.3)

19. O argumento que defende que a mulher pode pregar se estiver debaixo da autoridade do pastor é falacioso. Pastores não podem autorizar ninguém a desobedecer a Bíblia (Gl 1.8);

20. Quando Paulo escreve aos Gálatas dizendo que, em Cristo, “não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher” (Gl 3.28) ele está tratando de salvação, não de pregação ou de ofícios;

21. O propósito de Deus com a Bíblia foi o de alcançar todas as gerações do seu povo. A Bíblia continua atual e nela Deus não deixou orientações a pastoras, mas só a pastores (1Tm 3 e Tt 1);

22. As mulheres devem aprender em silêncio, com toda a submissão (1Tm 2.11);

23. O bispo ou presbítero, que deve ser, dentre outras coisas, “apto para ensinar” deve ser “esposo de uma só mulher”, logo, homem (1Tm 3.2);

24. Aqueles que devem se afadigar na palavra e no ensino são presbíteros, homens (1Tm 5.17);

25. As instruções quanto ao procedimento no trato com as ovelhas – ser brando para com todos, apto para instruir, paciente, disciplinando com mansidão os que se opõem – são dadas a homens (2Tm 2.24,25);

26. As mulheres idosas são chamadas por Deus para ensinar “as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos” (Tt 2.3,4);

27. O sacerdócio universal dos crentes não diz respeito ao ensino autoritativo da igreja, mas ao acesso de todos os crentes a Jesus Cristo (Hb 10.19-22);

28. Os anjos das cartas do Apocalipse eram pastores, homens. Os pronomes estão todos no masculino (Ap 2.1,8,12,18, 3.1,7,14);

29. Na Bíblia, a única mulher que explicitamente ensina com autoridade é Jezabel, uma ímpia (Ap 2.20);

30. Não há livro bíblico escrito por mulher e, nos três primeiros séculos da Igreja nós não encontramos nenhuma mulher sendo ordenada ou sendo responsável pelo ensino da igreja, exceto no Montanismo, heresia do século II.

August 29, 2018

Por que abandonei a Igreja "Sensível ao que Busca"




Comecei a pastorear em setembro de 1994 - bem no meio loucura do movimento “seeker-sensitive” (sensível ao que busca). As duas primeiras igrejas em que trabalhei estavam 100% comprometidas com o programa. Nós éramos contemporâneos, tínhamos foco, boa sinalização e todos os nossos valores centrais começavam com a letra "G"1 - éramos tão amigos dos interessados ​​quanto era humanamente possível.


Ambas as igrejas fecharam e o próprio movimento parece estar em declínio terminal.

Foi um momento da minha vida, mas estou muito feliz por ter acabado.

Havia muitas pessoas boas no movimento e algumas motivações muito admiráveis ​​por trás disso, mas quando eu reflito sobre a minha experiência, me parece que o modelo sempre esteve fadado ao fracasso por pelo menos 7 razões simples.


1. Porque você pesca o que estava querendo pescar

A lógica básica do movimento “sensível ao que busca” era que nós atrairíamos as pessoas tocando música contemporânea, cantando canções contemporâneas, falando o jargão contemporâneo e abordando questões contemporâneas. Então, em algum ponto não específico no futuro, faríamos a transição para coisas mais carnudas e substanciais.

Era uma operação básica de atrair para dentro para depois trocar a isca e, como você pode imaginar, nunca funcionou na prática.

Acontece que com aquilo que você ganha as pessoas é aquilo que você tem que manter as pessoas com. Se você se apresentar como uma igreja para pessoas que não gostam de igreja, então você não pode fazer coisas religiosas sem esperar um retorno significativo.

É por isso que a maioria das igrejas do movimento nunca conseguiram sair da rota de fusão teológica. Se você os der um cristianismo água com açúcar, então você precisa continuar a oferecer o mesmo cristianismo semana após semana após semana. A lógica da igreja buscadora prende você numa reconstituição espiritual de Waiting For Godot2.

Me ponha fora dessa.

Eu gosto muito das portas da frente, mas também gosto das cozinhas, corredores e salas de jantar. Eventualmente você tem que chegar à parte carnuda, mas nas igrejas do movimento que eu fazia parte, parece que nunca chegávamos.


2. Porque pequenos grupos não são a igreja

Claro que a teoria era que iríamos chegar na carne dentro dos pequenos grupos. Esse foi o nosso mantra. Dizíamos que a igreja no domingo era agora para visitantes e que os Pequenos Grupos seriam para nós. Foi o que dissemos, mas na verdade não tenho certeza de quantos de nós acreditamos nisso.


Devo confessar que tive poucas experiências positivas em um pequeno grupo. A maioria dos Pequenos Grupos dos quais fui forçado a fazer parte seguiu o mesmo script básico. Nós nos reunimos, de algum modo a contragosto, uma vez a cada duas semanas, exceto durante o verão ou se a reunião caísse dentro de um feriado oficial de 5 dias. O que significava que nos encontrávamos praticamente 14-16 vezes por ano.

Passávamos de 15 a 20 minutos conversando e comendo biscoitinhos. Então haveria "um estudo". O estudo era geralmente conduzido por alguém que se preparara enquanto comíamos biscoitinhos. A liderança dele ou dela geralmente envolvia ler a passagem selecionada e, em seguida, fazer uma versão da pergunta: “Então, o que vocês pensam sobre isso?” O que as pessoas pensavam sobre isso era muitas vezes profundamente perturbador. Felizmente, parte do conteúdo era inevitavelmente interrompido pela pessoa com necessidade de ser ouvida que insistia em transformar cada reunião do Pequeno Grupo em uma sessão de terapia pessoal. Eu normalmente ficava de lado durante essa parte da reunião e ficava fantasiando sobre jogar na NHL3.

Depois disso, orávamos, comíamos mais biscoitos e íamos para casa.

Geralmente não era uma experiência transformadora e certamente não era uma experiência legítima da igreja.

Pequeno Grupo não é igreja.

O Pequeno Grupo é pequeno e seleto - a maioria dos Pequenos Grupos dos quais fiz parte eram organizados baseando-se na geografia e na demografia - o que significa que tínhamos a mesma idade e todos vivíamos nos mesmos bairros da classe média.

Isso não é igreja.

A igreja é jovem e velha, rica e pobre, negra e branca, bem educada e classe trabalhadora sentada lado a lado sob a palavra pregada de Deus e respondendo com louvor, oração e arrependimento.

Isso é mágico. O pequeno grupo, pelo menos para mim, era uma tortura.

Agora, talvez meu grupo não tenha feito isso corretamente. Talvez não estivéssemos comprometidos o suficiente. Só estou dizendo que, se a teoria é que a igreja no domingo vai se tornar um show de variedades voltado para os não-crentes e que meu crescimento espiritual será atendido no Pequeno Grupo, então me ponha fora dessa. Eu vou morrer com esta configuração - e eu quase morri.

3. Porque não estava alimentando nosso povo

Quando eu era um pastor associado à uma Igreja Buscadora, uma das conversas mais comuns que tive foi com pessoas que estavam se perguntando por que não pudemos cantar certas canções de adoração com as quais elas haviam crescido e que haviam ministrado profundamente às suas almas. A resposta da Associação que fui encorajado a dar seguiu as seguintes linhas: “Porque essas músicas são para cristãos e nossos serviços são para pessoas sem igreja. Precisamos pensar menos sobre o que queremos e mais sobre o que eles querem. Você pode cantar essas músicas no seu Pequeno Grupo. ”

Eu frequentemente tive a mesma conversa básica a respeito da comunhão. Não celebrávamos a comunhão em nossos cultos dominicais, mas incentivávamos as pessoas a celebrarem a Ceia do Senhor em um pequeno grupo, embora eu não me lembre de alguém que tenha feito isso.

Há algo de muito arrogante na ideia de que a adoração é para “outras pessoas”; de que eu não preciso fazer isso, mas meu vizinho não salvo precisa.

Eu rapidamente descobri que eu preciso muito disso.

Eu preciso me sentar debaixo da proclamada palavra de Deus no culto público.

Preciso de ajuda para elevar meus pensamentos e louvores ao Senhor.

Preciso de ajuda para lembrar o evangelho.

Eu preciso de ajuda para manter um espírito de gratidão.

Eu preciso de um culto público regular.

Essa é uma das principais razões pelas quais saí do Movimento. Ele parecia supor que nós, pessoas fortes, já havíamos recebido nossa porção de graça e agora precisávamos passar fome para alimentar os outros. Gostei da teoria até descobrir que não era tão forte quanto pensava. Acontece que a distância entre eu e meu vizinho ímpio não era tão grande ou considerável quanto o modelo parecia supor.

4. Porque era muito estreitamente focado

Na primeira Igreja Buscadora que eu fiz parte, o pastor titular costumava nos lembrar regularmente que não estávamos tentando ser todas as coisas para todas as pessoas. Nós estávamos tentando ser uma igreja para as novas gerações4 e seus filhos.

Nós éramos uma igreja focada.

A teoria era que já que você não pode ser bom em tudo e já que há sempre um monte de boas igrejas na cidade, fazia sentido focar nossos esforços e alcançar estritamente uma fatia específica da torta da comunidade.

Nós escolhemos as novas gerações.

No entanto, comecei a me perguntar se alguma dessas “boas igrejas na cidade” poderia ou não ter como alvo algumas das pessoas que escolhemos deixar para trás. Haveria alguém que focasse idosos deficientes mentais? Alguém focaria em imigrantes? Alguém visaria mães solteiras ou doentes terminais? De um modo geral, essas pessoas não têm dinheiro e capacidade voluntária.

E ainda.

Essas são as pessoas que Jesus estava particularmente interessado. Essas são as pessoas que mais se beneficiariam de fazer parte de uma igreja saudável.

Quando saí do Movimento, acho que esse foi o aspecto particular daquela cultura que mais me empolguei em deixar para trás.

5. Porque estava matando nossa equipe

Nas igrejas que eu fazia parte, a “excelência” era um conceito muito importante. Nós falávamos muito sobre honrar o Senhor com “excelência”. Queríamos honrar o Senhor com excelentes anúncios, excelente iluminação, excelente som, excelentes assentos, excelente sinalização e excelente programa - principalmente na manhã de domingo.

Tenho certeza de que o desleixo é um pecado, mas também tenho certeza de que uma obsessão pela excelência leva à profissionalização do ministério e do serviço. Voluntários quase nunca são excelentes. Tenho certeza de que eles são excelentes em tudo o que fazem para ganhar a vida, mas quase nunca são excelentes no que fazem com as 5-7 horas de precioso tempo voluntário que oferecem à igreja. Muitos deles estão comprometidos. Muitos são humildes. Muitos são generosos. Muitos são fiéis. Mas, em geral, eles não são excelentes. Se por excelente você quiser dizer “grau profissional”. É difícil ser profissional em algo que não é sua profissão. E então o que aconteceu ao longo do tempo é que mais e mais tarefas na igreja passaram a ser atribuídas a profissionais reais.

Mas na maioria das igrejas, nunca há profissionais suficientes para dar conta. Portanto, esperava-se que a equipe fizesse mais e mais do ministério. Isso não foi bom para as pessoas e não foi bom para a equipe.

6. Porque não era bíblico

Quanto mais eu tentava entender a filosofia da Igreja Buscadora e quanto mais eu lia a minha Bíblia, mais conflitante eu comecei a me sentir como um pastor nesse movimento em particular. Muitas das coisas que fizemos e muitos dos valores que adotamos pareciam completamente em desacordo com o que eu estava lendo nas Escrituras.

Uma das principais suposições do movimento buscador é que as pessoas sem igreja precisam de um tipo diferente de ministério do que as pessoas da igreja. As pessoas da igreja precisam da Bíblia (entrar em pequenos grupos), mas as pessoas que não são da igreja precisam de sermões serenos sobre tópicos de preocupação imediata. Entre no show de variedades da manhã de domingo.

Mas isso não é o que a Bíblia diz.

A Bíblia diz:

Então a fé vem pelo ouvir e ouvir a palavra de Deus. (Romanos 10:17)

A Bíblia diz que as pessoas são convertidas ao ouvir a Bíblia lida e pregada com referência particular à obra salvadora de Jesus Cristo. Não por histórias engraçadas, dramas, vídeos ou conversas sobre dinheiro e casamento. Pessoas sem igreja se convertem ouvindo a Bíblia e como ela aponta e pertence a Cristo.

A Bíblia também parece indicar que é assim que as pessoas salvas crescem - Jesus orou por isso mesmo:

Santifica-os na verdade; a tua palavra é verdade. (João 17:17 ESV)

As Escrituras parecem dizer que os crentes e incrédulos precisam exatamente da mesma coisa. Eles precisam da Palavra de Deus que muda as vidas! Eles precisam ser ensinados sobre quem é Deus, quem somos e como Deus nos salvou através da pessoa e obra de Cristo. Quanto mais eles ouvem sobre isso, mais crescem sob isso.

Pareceu-me, ao ler a Bíblia, que um único culto na igreja onde a Palavra de Deus era pregada com referência particular à vida e ministério de Jesus Cristo, poderia satisfazer as necessidades de pessoas salvas e não-salvas.

Mas não era assim que fazíamos na Igreja Buscadora.

Isso por si só teria sido suficiente para me tirar do movimento.

Mas havia mais.

7. Porque não funcionou

Eu honestamente não me lembro de uma única história de sucesso verdadeira em todos os 5 anos que passei dentro do movimento da Igreja Buscadora. Não me lembro de encontrar alguém que tenha sido anteriormente desigrejado, que veio a um dos nossos cultos dominicais acessíveis e relevantes, se tornou um verdadeiro seguidor de Jesus Cristo, que se transformou em um pequeno Grupo e que se tornou um discípulo multiplicador e ministrador.

No entanto, lembro-me de ter encontrado muitas pessoas anteriormente religiosas que haviam deixado suas igrejas mais tradicionais porque tínhamos música melhor, expectativas mais baixas e cultos mais curtos.

Na minha experiência, o Movimento Sensível era menos uma porta da frente e mais uma porta dos fundos. Foi um pouso suave para o voo dos cristãos nominais em seu caminho para fora da igreja evangélica.

Muito do que sou hoje como pastor é uma reação a essa experiência e, ao mesmo tempo, um retorno às raízes da minha infância. Eu me tornei um cristão em uma igreja que se deleitava no Cristo das Escrituras. Nós lemos a Bíblia juntos. Nós adoramos juntos. Nós comemos juntos. Vivemos e crescemos juntos e com os dons que tivemos e as oportunidades que o Senhor nos proporcionou, estendemos a mão juntos, para nossa comunidade e através de nossos parceiros, até os confins da terra.

Não é sexy.

Não é contemporâneo.

Mas é igreja.

Eu sou muito grato por isso e continuo a acreditar profundamente nisso.

Aqui estou e pela graça de Deus não sairei daqui.

SDG

Pastor Paul Carter

Tradutor: Caio Jorge


1 – Ou Core Values. São princípios que direcionam um propósito ou uma missão de uma empresa. Os com a letra G costumam identificar igrejas com propósitos, tais como:  Grounded (Assentados [na bíblia]), Glory (glória), Gospel (evangelho), Growth (crescimento), Groups (grupos ou células), Gifts (dons), Generosity (generosidade), Genuineness (sinceridade).

2 – Waiting for Godot é uma peça de Samuel Beckett , na qual dois personagens, Vladimir (Didi) e Estragon (Gogo), aguardam a chegada de alguém chamado Godot que nunca chega.

3 – National Hockey League, ou Liga Nacional de Hockey, um dos esportes mais populares do Canadá.

4 – O original traz a expressão Baby Boomer, que retrata alguém nascido nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial, quando houve um aumento temporário expressivo na taxa de natalidade.

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